Nova Zelândia – 1943

3 anos depois de sua transformação, Annabelly estava trancada no seu quarto se preparando para quando anoitecesse. Muitas pessoas se perguntavam o porquê dela não sair mais sob a luz do sol, já que antes, ela ficava fora do castelo o dia todo.

P.O. V Annabelly

Aqui estou eu. Agora sou uma vampira e não posso mais sair á luz do sol. Evito ao máximo chegar perto das pessoas, com medo de não conseguir me controlar. Minha mãe morreu em uma queda fatal da escada. Pelo menos foi o que Darla disse, eu não vi quando isso aconteceu. Meu pai está muito mal do coração e acha que não consegue mais comandar o reino, então, hoje eu irei ser coroada a rainha. Eu espero que tudo dê certo e que meu vampirismo não atrapalhe em nada.

Darla bate na porta do meu quarto. Chamou-me três vezes. Ela queria que nós saíssemos para aproveitar a luz do dia. Claro que tive que inventar uma desculpa. Então, disse que estava gripada.

–Mas, como uma pessoa consegue gripar nesse calor? –Pergunta Darla

–É... Uma doença. –Respondi.

–E desde quando você tem essa doença? –Perguntou ela.

–Eu não sei, só sei que eu tenho, está bem?

–Ta legal então. Vemos-nos na coroação. –Responde Darla, finalmente indo embora.

Estou nervoso. Talvez tenha sido melhor se eu saísse à luz do sol e acabasse finalmente com essa história. Agora, a única coisa que posso fazer é esperar. E torcer para que tudo dê certo. Deus, eu nunca te pedi nada, por favor, não deixe que nada atrapalhe esta noite.

E em pouco tempo a lua já podia ser vista no céu. Eu já estava preparada para a coroação e agora, o meu maior desafio havia começado. Desci as escadas e... Puxa. Veio mais gente do que eu pensava. Quantos lanchinhos e... Espera o que? Se concentre Anna, se concentre.

O mordomo Jensell, amigo da família, anunciava a futura rainha a todos. Enquanto ela descia, todos aplaudiram. Annabelly estava usando um vestido bem comprido, que continha uma comprida calda. Ele era vermelho com uns detalhes acinzentados. E Também usava um colar que havia ganhado de sua mãe, antes do acidente. Seu cabelo estava amarrado em um coque.

–Obrigada Jensell. –Agradecia Annabelly

–E Agora, para você ser oficialmente a rainha, só precisa aceitar e receber a coroa e o cetro, vossa majestade. –Diz o homem que iria coroá-la.

–Está bem. Vamos lá.

Annabelly caminhou, tentando não olhar para ninguém e se segurando para não atacar ninguém também. Ao chegar ao altar, ela parou e se virou para todos ali que a observava. O Homem perguntou se ela aceitara ser a rainha e governar todo o reino. Ela hesitou, mas aceitou, por que sabia que era a vontade de seu pai. O Homem lhe deu o cetro e colocou a coroa em sua cabeça. Sendo assim, coroada a rainha.

Todos aplaudiram a mais nova rainha do reino e a cada dois passos que Annabelly dava alguém vinha cumprimentá-la. Ela se segurava para não morder o pescoço de quem a abraçara. Em toda aquela multidão, a rainha avistou um olhar conhecido. Sim, era o mesmo vampiro que a havia transformado há três anos. Ele estava saindo do castelo.

–Com licença, com licença. –Dizia Annabelly tentando sair do castelo, passando por todos que ali estavam

–Anna, para onde você vai? –Gritou Darla

–Tenho que fazer uma coisa. –Respondeu enfim, saindo daquela multidão de pessoas.

Mas ao sair do castelo, ela já não via mais o rapaz. Ela não conseguia encontrar Dale. Annabelly corre na velocidade vampiresca até a floresta escura que ficava um pouco longe do castelo. Ela entra na floresta e grita o nome dele três vezes. Ela sentira a presença dele ali.

– O que foi? –Dale aparece para a moça

–Foi você. Você me transformou no que eu sou hoje. –Diz ela

–É, fui eu sim. Qual é o problema?

–Por sua culpa eu estou sofrendo. Não consigo controlar minha sede de sangue. –A Rainha parecia brava

–Eu te dei a eternidade. Não há coisa melhor que isso. Aproveita a vida do melhor jeito. Corra, não durma, não tenha mais necessidades de comer. E o melhor de tudo: beba muito sangue

Foi possível ver a marca do tapa que Annabelly acabara de dar em Dale. Ela realmente estava muito zangada. Ele a encarou e em seguida riu da situação. Só estava conseguindo deixá-la mais brava. Os dois se manteram em silêncio até ouvirem uma voz chamando por Annabelly. Era Darla.

–Sua amiguinha está vindo. Quando você quiser ficar comigo, me procura. –Disse Dale

–Anna, por que você saiu correndo daquele jeito? E por que está nessa floresta?Ela é tão escura. –Disse Darla

Annabelly encara a amiga por um instante. Logo em seguida, vira-se para ver se Dale ainda estava na floresta, mas ele já havia sumido. As duas voltam para o castelo, mas em todo o percurso, a Rainha manteve-se calada e longe de Darla.

Ao retornarem, a garota sobe as escadas e vai até o quarto de seu pai, ver como ele está. Bate na porta duas vezes e chama por ele. Seu pai autoriza sua entrada e quando Anna entra se depara com Jensell que estava dando-lhe seus remédios.

–Eu já disse que estou bem Jensell. –Diz ele

–Vossa majestade, eu tenho que cuidar de você. –Responde

–Está tudo bem Jensell. Vá aproveitar a festa. Eu termino de dar os remédios a ele. –Diz Annabelly

–Como a senhorita quiser. E Muito Obrigado...

–Por favor, sem abraços. –a Rainha impede seu mordomo de realizar a ação. Os dois homens olhavam para ela sem entender nada. –É que... Eu não quero amassar meu vestido.

–Eu entendo. Vou deixá-los a sós.

Jensell sai do quarto deixando Annabelly sozinha com seu pai. Ela se senta na cama e segura suas mãos. Então, começa a contar sobre como foi a coroação, deixando de fora o fato de sair correndo atrás de um vampiro.