Convergente II escrita por Juliane


Capítulo 48
Capítulo 47 - Ele




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Acordo num sobressalto aspirando o ar violentamente como se eu estivesse emergindo de um afogamento. Abro os olhos e meu pavor não diminui. Olho em volta e vejo Enrico deitado numa cama de hospital ao meu lado, espera... Isso é um hospital! Onde está Tris!

Sento na cama e começo a arrancar todo e qualquer fio, cânula ou mangueira que esteja conectado ao meu meu corpo. Preciso procurar por ela.

_ Ei! O que pensa que está fazendo? - Intervém uma enfermeira que corre na minha direção tentando me deter.

_ Estou bem, preciso ver a Tris, onde ela está? Para onde vocês a levaram? - A mulher me olha confusa, mas não ousa tocar-me, acho que devo tê-la assustado.

_ Vou avisar o Dr. Shefield, ele pediu que fosse chamado assim que acordassem. - Ela diz dirigindo-se para sua mesa, imagino que para ligar para o tal médico...

_Quem? Quer dizer, não importa! Preciso ver a minha garota! Sabe dizer se ela está hospitalizada?

_ Um momento! - Ela diz levantando a mão como se dessa forma pudesse me deter.

Levanto da cama e percebo que não conseguirei ir muito longe vestido assim. Mas que droga! onde puseram as minhas roupas?! Vacilo um pouco pensando se devo seguir ou voltar para cama, mas o constrangimento fala mais alto. Não posso sair daqui usando uma camisola de hospital.

Não prestei atenção na conversa da enfermeira, mas ela desligou o telefone e está vindo em minha direção. De modo que me deito na cama e me cubro o mais de pressa possível.

_ Isso, melhor você ficar aí deitado. O Doutor. já está a caminho - Ela fala enquanto ajeita o meu travesseiro.

_ Tobias! - O tal Dr. Wes irrompe pela porta e vem em minha direção.

_ Onde ela esta? - Pergunto afastando as cobertas e sentando-me na cama.

_ Esperava que você pudesse me responder essa pergunta. - Ele responde com um certo pavor no olhos... Pavor este que começa a tomar conta de mim também.

_ Como assim Dr. Wes? Onde está Tris? Que brincadeira de mal gosto é essa? - Digo entredentes a fúria ebulindo em mim.

Ele puxa uma cadeira e posiciona ao lado da cama e me encara por alguns segundos... Talvez tentando decidir se estou alucinando ou não.

_ Tobias, Beatrice não voltou com vocês. Os soldados da base encontraram vocês desacordados na entrada das docas. Eu imaginava que vocês de fato a tivessem perdido nessa missão idiota, mas tinha esperança de que soubessem de seu paradeiro.

_ Perdido?! - Oh meu Deus! O que aconteceu? Não posso perdê-la outra vez. Eu preciso voltar lá.

_ Sim, Tobias. Quando somente os dois voltaram de lá, imaginei que ela tivesse dado um jeito de colocá-los em segurança e seguir sozinha.

_ Faz sentido. Mas agora eu preciso voltar lá. Preciso trazê-la. - Digo tentando engolir o enorme engodo que forma na minha garganta.

_ Não é uma boa ideia. Vocês não estão em condições e descer lá sem Beatrice é como sinalizar um ataque ao Presidente.

_ Não me importo! - Digo jogando as cobertas no chão e me preparando para levantar.

_ Ei?! O que está acontecendo? Por que você está de camisola Tobias? - Enrico fala num tom debochado...

_ Se eu fosse você, daria uma olhada debaixo dessas cobertas aí, antes de falar dos outros. E tem mais, pra você eu sou Quatro!

Ele solta uma gargalhada de escarnio...

_ Quatro? Ah sim, os quatro medos! Aposto que o meu apelido seria Um, quem sabe dois... Espera, acho que Zero seria mais apropriado.

_ Enrico! Estamos num hospital. Beatrice permanece no Bunker, já chega de provocações. - Dr. Wes o repreende de forma ríspida. Neste momento começo a desenvolver alguma simpatia por ele.

_ Como assim não voltou?

_ Bem, vocês foram encontrados desacordados na entrada das docas.

_ Dr. Wes, onde estão as minhas roupas? - Pergunto com um pouco mais respeito.

_ Nas docas? - O idiota do Enrico ainda não entendeu...

_ Tobias, vou pedir que a enfermeira Anna lhe entregue seus pertences. Mas não permitiremos que desça até o Bunker. - Wes responde.

_ Você não pode me prender aqui! - Não vou deixá-la sozinha, não de novo... - Respondo o desespero evidente na minha voz.

_ Dr. Wes, se Tris está no Bunker precisamos resgatá-la. Eu sei o caminho, posso conduzir uma equipe de busca até lá. - Enrico se atravessa na conversa.

_ Seu idiota! Você se gabou o tempo todo que conhecia o lugar, que sabia onde estava nos levando e no entanto nos conduziu direto para uma armadilha! - Eu cuspo as palavras na direção dele.

_ Aquele jardim... Havia alguma coisa lá... É a última coisa da qual me lembro. - O idiota deduz o óbvio.

_ Sim, seu idiota! Tudo foi proposital, a facilidade em chegar, o fato de não haver seguranças ou guardas, era tudo parte do plano desse tal Presidente! Ele queri ela! E nós a entregamos de bandeja! - Vejo o reconhecimento nos olhos dele levando embora toda a sua empáfia.

_ Dr. Wes, preciso falar com Alejandra! Agora! - Ele grita com Wes e a julgar pela surpresa do médico, deve ter sido a primeira vez.

_ Enrico, que bem isso poderia lhe fazer agora? Vou me reunir com capitão Finch daqui a pouco para saber se ele acha prudente uma expedição de resgate. - Wes diz.

_ Como você pode estar aí tão tranquilo numa situação destas? - Eu intervenho enquanto Enrico levanta da cama vestindo a vergonhosa camisola, sem nem se importar com isso.

_ Ei, volte para cama ou vou mandar sedar você! - Wes ameça.

_ Então mande chamá-la, se você não quer que eu vá até ela agora mesmo! - Ele responde de forma seca parando diante da porta, a camisola aberta nas costas mostrando demais, e ele por sua vez, sem pudor algum mantém aquela postura arrogante como se estivesse usando seu uniforme militar.

_ Está bem. Mas tente não transformar esse hospital em um circo! Anna, localize Alejandra e diga para vir ao hospital agora mesmo. - Wes concorda em chamar a garota.

A enfermeira obedece e me pergunto se deveria ser mais enérgico ao exigir minhas roupas, pois a solicitação de Enrico foi atendida antes da minha.

_ Dr. Wes, preciso das minhas roupas! - Exijo.

Ele se levanta em silêncio, vai até o armário e pega algumas coisas embaladas em saco plástico e as coloca sobre a cama.

_ Aí está. Pode se vestir.

Olho em volta, na dúvida se devo ou não me vestir na frente deles... Mas não restam muitas alternativas e demonstrar algum tipo de constrangimento, faria de mim motivo de chacota para o idiota do Enrico, então tento aparentar maior tranquilidade possível enquanto visto minhas calças e me livro da camisola vergonhosa.

Uma gritaria no corredor precede a chegada de uma garota ou talvez um furacão... Imagino que seja a tal que Enrico mandou chamar. Olho para o Dr. Wes em busca de confirmação e vejo que ele olha para Enrico com ar de reprovação, o que só faz confirmar as minhas suspeitas quanto a identidade da garota.

As portas vai e vem se abrem com violência, resultado da ira somada a força empregada pela garota. Ela atravessa a sala como se não tivesse visto ninguém além de Enrico aqui. Vai até ele e agarra a camisola dele com as duas mãos, seus olhos estão flamejando raiva.

_ Você Enrico Hernandez! Me traiu mais uma vez! Como pude ser tão idiota! - Ela diz enquanto soca o peito dele com a força de um passarinho... Garotas!

_ Alejandra, não temos tempo para essa discussão! Você sabia do gás venenoso no jardim?

_ Gás venenoso? Do que você está falando? Você desapareceu por uma noite inteira com aquela vadia, tem me evitado nos últimos dias e agora vem com essa conversa? Vocês estão juntos?! Onde ela está? Eu vou matá-la!!!! - A garota grita e esperneia enquanto permanece completamente alheia a pergunta dele...

Ele a agarra pelos ombros, tentando fazer com que pare por um instante e preste atenção no que tenta lhe perguntar.

_ Escuta aqui Alejandra, Tris e eu não estamos juntos. Aquele é o Tobias, namorado dela. - Ele aponta em minha direção e automaticamente a garota me olha e de fato percebe que existem outras pessoas na sala. Enfim ele conseguiu sua atenção...

_ Nós três descemos ao Bunker do seu avô. Ele, a Tris e eu. Mas quando chegamos ao jardim algo aconteceu, então quando acordei estava nesse quarto de hospital e recebi a informação de fomos encontrados inconscientes nas docas e Tris não voltou! - A garota está com os olhos arregalados, sua expressão só faz crescer ainda mais a agonia em mim.

_ Ela não voltou? Então enfim ele conseguiu o que tanto queria... - Ela murmura e tenho vontade de sacudi-la para que despeje de vez toda a informação que tem sobre esse maldito presidente e o que ele pode querer com a minha Tris.

_ Do que você está falando Alejandra? Seja clara! - Enrico fala num tom severo e firme.

_ Todos vocês tem um fascínio descabido por essa garota, não consigo entender. Mas meu avô costumava dizer que ela era sua herdeira legítima e não eu e que um ela encontraria o caminho para chegar até a verdade. Nunca dei importância, pois a maioria das coisas que ele me falava vinha c na forma de insultos e depreciação então aprendi a desligar quando estava próxima a ele.

_ Herdeira legítima?! - Digo tentando entender o que realmente significa isso que ela acaba de dizer.

_ Alejandra! Que história é essa? - Agora é Wes quem exige respostas.

_ Bem Dr. Wes, parece que a sua preferida tem algum tipo de parentesco com meu avô, mas não sei dizer qual, pois ele nunca foi claro quanto a isso e tão pouco se dignava a responder as minhas perguntas. - Ela diz num tom jocoso e debochado.

_ Isso quer dizer que ela deve estar viva e bem... Ele a manteve viva pelo mesmo motivo que eu... - Wes caminha de um lado para outro enquanto aparentemente verbaliza seus pensamentos.

_ Sim, Dr. Wes. Aposto que nesse momento ele deve tê-la levado para o terraço para tomar o café da manhã, enquanto mostra a ela toda sua riqueza e poder. - Ela diz num tom amargo e ressentido.

_ Alejandra, existe uma forma de resgatarmos ela? Porque pelo que presumi só conseguimos descer ao Bunker porque ele assim permitiu. Chegamos a acreditar que tínhamos passado despercebido por causa do truque de José com as câmeras. Mas no fim das contas ele sabia, não é mesmo?

_ É acho que sim... Nada passa despercebido aos olhos do presidente. E quanto a um possível resgate, acho que depende dela agora, vocês não podem fazer nada a respeito, estariam pondo suas vidas em risco. Ninguém que tenha visto o presidente tem permissão para deixar o Bunker com vida. - Ela responde, com um certo ar de superioridade que me faz querer pegá-la pelo pescoço.

_ Exceto você Alejandra?! - Dr. Wes questiona e vejo em seus olhos o lampejo de uma ideia surgindo.

_ Sim, exceto eu. Mas creio que meus dias de passe live tenham se esgotado com a chegada da sua menina de ouro aos aposentos do "Rei Midas". Então nem adianta me olhar desse jeito que não vou descer lá e correr o risco de me tornar prisioneira do meu avô. - Ela cospe as palavras na cara de Wes.

_ Ah você vai sim! - Enrico diz enquanto a segura firme em seu braço.

_ O que é isso Enrico? Agora você que me obrigar a entrar numa missão de resgate dessa garota?! Francamente. - Ela puxa o braço com força tentando livrar-se do aperto dele.

Eu me aproximo dela como quem caminha na direção de um animal selvagem acuado.

_ Alejandra, eu sou Tobias. Aquela garota que está no Bunker é tudo que tenho na vida. Eu já a perdi uma vez e vivi durante três longos e torturantes anos um verdadeiro calvário. A cada dia em que eu abria meus olhos para o mundo e para mais 24 horas de existência sem ela, eu desejava com todas as minhas forças que tudo isso acabasse. Que de alguma forma eu fosse absolvido e levado deste mundo para estar com ela no céu, no inferno, o local não importava... Só o que eu queria era tê-la de novo e agora que eu tive a minha absolvição eu suplico, me mostre como e eu vou atrás dela. - Digo e mantenho os meus olhos fixos nos dela, esperando que de alguma forma ela possa sensibilizar-se e oferecer-me alguma ajuda.

_ Tobias.. - Ela diz meu nome como se estivesse degustando cada letra enquanto pondera se deve ou não me oferecer alguma ajuda e eu sustento o olhar pacientemente.

_ Tobias, tudo que eu sempre desejei em toda a minha vida foi ser amada, querida e aceita por alguém. Não precisava ser assim tão intenso quanto o que você sente por ela... Bastava me amar. E no entanto aqui estou eu, cercado por homens que amam aquela garota... E você me pede para te ajudar a trazê-la de volta?! E quanto a mim? Quem se importa comigo? - Ela me olha com seus grandes olhos amendoados e suplicantes.

_ Não seja injusta Alejandra! Eu amei você, não da forma como você quis, mas ainda assim eu amei. - Enrico diz.

_ Não venha me falar em amor... Você desejou o meu corpo, você me usou para curar a sua dor, para aplacar a sua solidão. Não existe nada parecido com amor nisso. O único amor que vejo em seus olhos é quando você olha pra ela! Até quando estamos juntos, você não olha pra mim. Você fecha os olhos procurando vê-la, imaginá-la no meu lugar, bem ali nos seus braços! Diga que é mentira! Diga Enrico! Diga que todas as vezes que você me teve em seus braços não foi pensando nela! - Ela diz enquanto lágrimas começam a verter de seus olhos.

_ Alejandra, nossa história não tem nada haver com o que aconteceu com a Tris, ela não tem culpa de nada! Nós podemos falar sobre isso a sós cariño mio. - Enrico diz enquanto tenta abraça-la, mas ela olha para ele ressentida e tenta se afastar.

_ O problema não é ela ou eu, é você, certo? Estou cansada desse papo! E quanto a missão de resgate, vocês só descerão até o Bunker se ele deixar. Nossa, como eu fui idiota! Desde o início eu sempre fui um joguete nas mãos dele e nas suas Enrico! - Ela diz se desvincilhando de vez dos braços dele e caminhando a passos largos em direção à porta.

_ Desculpe Tobias, eu não posso ajuda-lo. - Ela se vai e suas palavras pairam no ar, pesando sob qualquer esperança que eu pudesse ter em contar com a ajuda dela.

_ Não me olhem assim! Ela é temperamental, mas eu posso convencê-la! - Enrico diz.

_ Já chega de iludir essa garota, Enrico! - Dr. Wes repreende.

_ Ah, legal agora eu é quem sou o vilão da história! - Ele reclama.

_ O caso é que você e a Beatrice foram inconsequentes ao armarem esse plano. Alejandra é temperamental, tem uma índole duvidosa, mas no fundo é só uma garota órfã carente que mendigou a sua atenção. Não podemos usá-la mais uma vez, não desta forma. Se ela tiver de ajudar terá de ser de forma consciente. - Dr. Wes argumenta.

_ Não sei do que vocês falam Dr. Wes, mas enquanto estamos aqui ponderando sobre certo e errado, sabe se lá o que está acontecendo com a Tris. Eu vou voltar lá com ou sem a ajuda de Alejandra. - Digo enquanto caminho na direção da porta. Talvez consiga alguma ajuda com o tal José e com certeza Zeke irá comigo.

_ Espere Tobias! Beatrice não aprovaria sua atitude. Se vocês estão aqui seguros e todos vocês ganharam salvo-conduto do General Sparks, significa que ela tem poder de barganha e logo achará um jeito de nos instruir quanto ao que devemos fazer. Não se precipite. - Dr. Wes tenta convencer-me a ficar e esperar, mas para mim essa não é uma opção.

Antes que eu chegue a porta Zeke e Caleb entram na sala acompanhados de um militar que não reconheço.

_ Quatro aí está você! O que aconteceu? - Zeke diz enquanto se aproxima para me cumprimentar.

_ O que houve? Por que Beatrice não está com vocês? - Celeb quis saber.

_ Bem, eu recebi uma mensagem por intermédio do General Sparks. Ele pediu que reunisse todos os possíveis interessados no paradeiro da Soldado Prior e aí então a reproduzisse. Dr. Sheafild, há mais alguém que precisamos reunir? - Diz o militar.

_ Capitão Finch, acho desnecessário, estamos todos preocupados com Beatrice. Então por favor reproduza a mensagem.

O militar põe a pequena caixa de metal em formato circular em cima da mesa e aperta num pequeno botão vermelho. Todos estamos em expectativa de olhos vidrados na pequena caixa. Então imagem holográfica surge bruxuleante, revelando Tris sentada numa elegante poltrona branca.

"_ Tobias e Enrico, espero que já estejam restabelecidos. O gás que vocês inalaram era anestésico e não venenoso, então estou tranquila porque sei que estão bem e sob os cuidados de Wes. Quanto ao julgamento que você Tobias seria submetido junto com Zeke, Caleb, Cara e Christina, foi cancelado. Vocês receberam salvo-conduto e são livres para partir em segurança se assim desejarem. Quanto a mim, peço que não tentem resgatar-me, estou aqui por livre e espontânea vontade. Wes, cuide para que Tobias não faça nada imprudente e se possível peço que o acomode na Vila. Tobias, só dessa vez, confie em Wes, ele saberá o que fazer e lembre-se eu estou com você, nada mudou." -

A imagem desaparece e o que era para ter me tranquilizado provoca uma avalanche de sentimentos dentro de mim. Ela não está lá por livre e espontânea vontade, posso ver a repressão e o cuidado em cada palavra que proferiu. Ela não me quer lá embaixo porque teme por mim... Talvez ela não tenha tanto poder de barganha a ponto de garantir que eu consiga sair vivo dessa empreitada. Mas como posso ficar aqui, me sentar e aguardar quando sei que ela está presa a vários metros abaixo do solo com um lunático que acredita que ela é sua herdeira legítima?!

_ O que está acontecendo? Será que alguém pode me explicar? - Caleb rompe o silêncio.

_ Caleb, Beatrice está no Bunker parece que o presidente acredita que ela é sua herdeira legítima e creio que não esteja livre para partir como disse na mensagem...

_ E vocês?! O que estão fazendo aqui? Por que não estão lá com ela? - Ele se dirige a mim e a Enrico com raiva e ressentimento.

_ Ei Caleb, calma aí. Você acha mesmo que Tobias abandonaria a Tris se tivesse tido escolha?

_ Você não está em posição de julgar ninguém aqui! E se vocês pensam que vou ficar aqui sentando enquanto ela está lá baixo com aquele lunático, vocês estão muito enganados. - Digo ponderando se alguém aqui vai tentar barrar a minha saída.

Mas então o Dr. Wes se aproxima e põe a mão no meu ombro e diz:

_ Tobias ela me pediu que cuidasse de você e espero que possamos chegar a um consenso, pois caso você se negue a cooperar terei que ser mais enérgico com você e sinceramente não gostaria. - Ele diz e um riso de escárnio escapa da minha boca.

_ Sério que você acha que conseguirá me impedir? - Digo assumindo a postura defensiva de quem se prepara para uma luta.

_ Não seja tolo Tobias! Cinco enfermeiros ou mais se for necessário poderão segurá-lo enquanto lhe aplico um sedativo. Isso seria uma medida mais enérgica de minha parte e de fato colocaria você para dormir.

_ Você não ousaria. - Digo olhando em volta e tentando calcular a minha rota de fuga.

_ Sim, se não me restar alternativas... O que eu não posso é deixar que você desça ao Bunker e se torne mais uma preocupação para Beatrice que neste momento deve estar pensando em como nos enviar uma mensagem coerente com aquilo que pretende nos dizer sem ser interceptada pelo presidente.

_ Quatro o doutor tem razão, nesse momento se descermos lá seremos mais uma preocupação para Tris. - Zeke pondera.

_ Você disse que o presidente acha que Beatrice é sua herdeira legítima, certo? Então, logo eu também sou. Posso descer até lá e propôr uma troca. Eu assumo o lugar dela. - Caleb diz.

Todos nos voltamos para ele surpresos pela oferta e eu descrente de que um ser tão egoísta quanto ele teria coragem de trocar de lugar com a irmã. Ele já deu provas o suficiente de sua covardia.

_ Não me olhem assim! Eu sei o que vocês estão pensando. Eu convivi com a culpa por três longos anos por tê-la entregue a Jeanine, eu fui cego acreditei numa causa que não era minha, tudo em nome da ciência e do poder e depois quando eu tive a oportunidade de me redimir do mau que causei eu a deixei tomasse o meu lugar, quando eu é quem deveria ter enfrentado o soro da morte, David e o que mais estivesse me aguardando atrás daquelas portas. Eu nunca mais serei um homem completo se não puder me redimir, se não puder provar a ela que eu a amo e que por ela eu renuncio à minha liberdade e à minha vida se preciso for. - Caleb diz com os olhos marejados, porém com uma determinação que nunca havia visto ali.

_ Faz sentido. Se Tris é herdeira, Caleb também é! Vamos descer ao Bunker! É isso aí, de volta à emoção! - Zeke diz com toda a empolgação de quem está prestes a ir para uma grande festa... Mais uma de suas táticas para abrandar climas pesados.

_ Vamos com calma! Ninguém vai a lugar algum. Beatrice foi clara em sua mensagem. Acho que ela não gostaria que você se colocasse em perigo Caleb. - Dr. Wes mais uma vez intervém.

_ Não, Dr. Wes. Eu vou, com ou sem sua permissão. Ela pediu que o senhor tomasse conta de Tobias e não de mim. Devo isso à ela. E tenho certeza de que será uma grata surpresa quando ela me vir indo ao seu encontro.

_ Capitão Finch, o que o senhor acha? - Wes quis saber.

_ Acho que ele não fará trocas, os dois ficarão presos no Bunker e quem mais descer até lá. Já vimos que não conseguimos burlar a segurança dele, aquilo é uma fortaleza. Além do gás sedativo devem haver diversas armadilhas acionadas por pequenos botões como este, mas que podem fazer um estrago tremendo. Sinceramente filho, acho que este não é melhor local para você por a prova sua bravura. - O tal Capitão Finch dirige a última frase diretamente a Caleb que cora imediatamente.

_ Desculpe senhor! Mas minha intenção não é mostrar bravura. Tenho a oportunidade de tentar salvar a minha irmã e não importa o que isso custará. Prefiro morrer tentando do que ter uma longa vida de arrependimentos.

_ Admiro sua coragem. Se precisar de armas e algum treinamento estarei à disposição. - Finch diz enquanto deixa a sala.

_ Eu vou com você! - Enrico se voluntaria.

_ Dr. Wes, não pode esperar que eu fique aqui enquanto eles descem ao Bunker para resgatar a Tris. - Eu digo tentando negociar, ou pelo menos distraí-lo para que eu não seja dopado.

_ Tobias, ela foi categórica ao pedir-me que não deixe que você faça nenhuma besteira. Mas de qualquer forma esse é um plano que merece ser amadurecido. Vamos ter que conversar melhor com Alejandra e pedir a ela informações sobre o presidente e como podemos chegar até ele sem que as armadilhas sejam disparadas. - Wes sentencia.

_ Pode deixar que eu converso com ela! - Enrico diz.

_ É, e aí deixamos você arruinar qualquer possibilidade da garota ajudar no plano. - Digo mais num tom de constatação do que na intenção de provocá-lo.

_ Pode deixar que com Alejandra eu me entendo! - Ele responde presunçosamente.

_ Já chega, eu procuro Alejandra e depois vamos organizar a equipe que descerá ao Bunker. - Dr. Wes diz.

_ De acordo. - Respondo.

_ Zeke, tem notícias das garotas? - Pergunto quando lembro ambas também estavam no hospital.

_ Estão bem. Cara já teve alta e está no antigo dormitório da Tris e Christina ainda está hospitalizada. Dr. Wes, tem previsão de quando ela receberá alta também?

_ Ela está bem, só permanece hospitalizada porque estava agitada e me preocupa a cicatrização do ferimento. Mas se hoje ela estiver mais tranquila poderei liberá-la. - Dr. Wes responde.

_ Alguém precisa pôr Cara ao par dos planos. - Digo, pensando em utilizar essa desculpa para sair da sala e pensar com clareza sobre o fazer... Como encontrá-la... Ainda lembro o caminho das Docas ao Bunker...

_ Eu quero fazer isso! - Caleb interrompe meu raciocínio. E ninguém se opõe. E eu não encontro um motivo bom o suficiente para convencê-lo a me deixar ir em seu lugar. Droga!

_ Eu acho que agora que conseguimos o salvo-conduto devemos nos preocupar também com a cura, embora tenhamos que resgatar a Tris, precisamos enviar alguém até Chicago. A essa altura devemos ter muitas baixas ou na melhor das hipóteses muitos infectados com a doença em estado avançado. - Zeke lembra do principal motivo que nos trouxe aqui.

_ Acho que sei do que você está falando. Sei como obter o antídoto. Essa noite tentarei consegui-lo. Aí então vocês poderão se organizar para voltar a Chicago com a cura. Pedirei também ao Capitão Finch que providencie uma escolta com seus homens de confiança. - Dr. Wes diz e me pergunto, como pode ele saber do que falamos... A não ser que ele tenha algo a ver com isso.

_ Zeke, acho que você compreende, eu não posso voltar. Meu lugar é aqui, junto dela. Peça desculpas a Johanna por mim. - Digo.

_ Acho que não é necessário se desculpar Quatro, a missão será cumprida independente de quem retorne com a cura. Eu penso que poderíamos mandar as garotas, não quero deixá-lo aqui. - Zeke responde.

_ Tudo bem Zeke, se precisar ir não se preocupe comigo, pelo visto Tris garantiu que eu tivesse uma babá muito mais linha dura que você. - Respondo e nós dois rimos ao olhar para o médico que fecha o cenho descontente com a minha comparação.

_ Agora, acho melhor vocês tratarem de se alimentar e mais tarde vou instalar vocês na minha casa na Vila. E quanto a você Enrico, trate de vestir-se e mostre a eles o restaurante enquanto tento convencer Alejandra a nos ajudar. - Dr. Wes diz enquanto pega as roupas de Enrico no armário e as joga em sua direção.

_ Okay. - Ele responde.

_ Se me permite prefiro conversar com Cara entes de qualquer coisa. - Caleb se dirige ao Dr. Wes.

_ Sem problemas, pedirei que Emma leve uma boa refeição até vocês, aí poderão conversar com toda a privacidade de que precisam. Venha eu te acompanho até o dormitório. - O médico põe a mão no ombro de Caleb e o conduz para fora da sala.

Estranho, como de certa forma se parecem... Talvez seja a arrogância e a presunção daqueles que dominam a ciência, ou quem sabe o porte e o jeito de andar...

Enrico nos conduz até o restaurante. Observo atento tudo ao meu redor, pessoas transitam por todos os lados e parecem nem notar a presença de dois estranhos feito Zeke e eu. Evitamos qualquer diálogo para não atrair atenção desnecessária para nós.

Ao chegarmos nos deparamos com uma bela construção que destoa de tudo que já vi por aqui, ao atravessarmos as portas de vidro que deslizam a menor aproximação me deparo com um local apinado de gente. Chego a pensar em dar meia volta e seguir por onde eu vim mas Zeke percebendo meu desespero põe a mão no meu ombro como forma de me manter no lugar.

_ Relaxa Quatro! Vamos nos misturar, comer e sair daqui. - Zeke diz.

_ As pessoas aqui não mordem. - Enrico completa num tom de desdém.

_ Olha Enrico, só não provoque! - Zeke adverte.

_ Okay, não está mais aqui quem falou. Tem uma mesa alí ó. - Ele indica uma mesa com quatro lugares no lado esquerdo do salão embaixo de uma das grandes janelas de vidro, acelera o passo na direção da mesa e inclina uma das cadeiras para reservar nosso lugar. Depois entra na longa fila do buffet e acena para que façamos o mesmo.

Apesar de estar completamente sem fome eu coloco uma quantidade razoável de comida na bandeja e quando nos sentamos procuro me concentrar nela e esquecer todo o resto, não é uma tarefa fácil, já que o salão está cheio e as pessoas conversam animadamente em tons de voz altos o suficiente para se fazerem ouvir, gerando um zumbido coletivo completamente irritante.

_ Tudo bem Quatro? - Zeke quis saber.

Apenas aceno em concordância.

_ Qual é o problema dele com gente? - Enrico pergunta à Zeke como seu nem estivesse ali.

_ Nenhum. Mas se você puder deixar de lado essa sua implicância, vai ver que ele tem todos os motivos do mundo para estar rosnando agora pra você. - Zeke responde secamente.

_ Tá bom... - Ele diz dando de ombros e então todos nos concentramos em nossas refeições e comemos em silêncio.

De volta ao quarto de hospital simplesmente por não saber onde ir aguardo ansiosamente pelo Dr. Wes e qualquer novidade a respeito do plano... A manhã já se esvaiu e nada. Estou a ponto de fugir e descer o Bunker sozinho.

_ Quatro se você não se acalmar, daqui a pouco você vai ter um troço, cara. - Zeke diz.

_ Eu simplesmente não aguento mais esperar! Como posso me sentar aqui enquanto Tris está lá baixo nas mãos daquele louco? - Digo transtornado, enquanto caminho de um lado para outro, como se cada passo quedou aqui dentro reduzisse a distância entre eu e ela.

_ Estou achando que talvez fosse melhor você tomar um calmante do doutor para descansar um pouco. Porque assim no estado em que você está não vai conseguir ajudá-la. - Zeke pondera.

_ Você está dizendo que eu devo deixar que ele me dope, que eu devo me deitar e dormir enquanto a minha garota está presa bem embaixo dos nossos pés. - Cuspo as palavras porque me chateia pensar que meu melhor amigo acredite que eu deva ficar fora de combate.

_ Não Quatro! Só estou dizendo que você está uma pilha de nervos e que se o doutor te vir desse jeito provavelmente vai te pôr pra dormir. - Ele tenta se explicar.

_ Ah, vocês estão aqui! - Dr. Wes entra na sala e imediatamente tensiono o corpo e paro diante da janela, tentando desesperadamente controlar meu nervosismo para não me denunciar.

_ Sim, não sabíamos para onde ir, de modo que resolvemos voltar para cá. - Zeke responde por nós.

_ Onde está Enrico? - Dr. Wes quis saber.

_ Ele disse que ia para casa tomar um banho e falar com José e que mais tarde viria nos encontrar. - Mais uma vez é Zeke quem responde, enquanto eu conto mentalmente até cem enquanto tento prestar atenção no ritmo da minha respiração.

_ E você Tobias, como está se sentindo? - Ele dirige a pergunta à mim.

Respiro fundo e solto o ar de vagar enquanto tento pensar em alguma resposta convincente para lhe dar, mas nada me ocorre então apenas aceno com a cabeça.

_ Ele vai ficar bem. - Zeke intercede a meu favor.

_ E quanto a Alejandra? - Ele emenda a pergunta, tentando desviar o foco de mim.

_ Na verdade procurei por todos os lugares, ninguém a viu.

_ Como assim ninguém a viu! - As palavras saem da minha boca mais altas do que deveriam. Zeke olha em minha direção de forma reprovativa.

_ Tobias, é prudente que você descanse um pouco, tem passado por situações de grande stress recentemente e não vai conseguir ajudar Beatrice se continuar assim. - Dr. Wes diz de modo perigosamente tranquilo, o que faz com que eu me afaste ainda mais na defensiva.

_ Olha doutor, eu me responsabilizo por ele, então não precisa dopa-lo. Ele vai ficar bem desde que tenhamos um plano e ele conheça seu papel nele. - Zeke se coloca entre nós dois.

_ Não vou dopa-lo, rapaz! Só estou pensando no que é melhor para ele. Me parece que Tobias está a ponto de ter um ataque de nervos. - Dr. Wes agora está na defensiva.

De repente Alejandra irrompe porta a dentro. Nós três nos voltamos para ela.

_ Bem aí está ela! Procurei por você a manhã toda! - Dr. Wes se dirige à ela.

_ Eu desci lá. Precisava ver com meus próprios olhos. - Ela diz. E suas palavras me atraem como um imã.

_ Você a viu? - Pergunto me portando bem diante dela.

_ Sim. Ele é muito previsível. Tris está está na suíte de Margareth.

_ Suíte de quem? - Zeke verbaliza a pergunta que pensei em fazer.

_ A falecida esposa dele, aquela que ele nunca esqueceu. A única que ele amou... Blá, blá, blá. - Ela diz de forma desdenhosa.

_ Você falou com ela? E o que ela disse? - Dr. Wes pergunta.

_ Falei, na verdade ela me puxou para dentro do closet e me fez prometer que entregaria essa carta a vocês. - Ela diz estendendo o papel na minha direção.

_ Disse também que vocês não devem descer até lá e que ela sairá em breve. - Ela completa.

_ E por que você fez o que ela pediu Alejandra? - Dr. Wes inquire.

_ Tivemos um tempo a sós, digamos que de certa forma ela me convenceu. - Ela responde.

Eu abro a carta desesperadamente e começo a ler, mas sou interrompido por Zeke.

_ Quatro, leia em voz alta, não nos deixe nessa agonia.

_ Okay.

" Tobias

Meu amor, nosso reencontro tem sido atribulado, muitos são os obstáculos que nos separam, mas como já havia lhe dito, preciso que você se mantenha forte e não desista de mim, pois foi a sua determinação que me manteve de pé durante todo esse tempo. Eu sei que neste exato momento um milhão de planos já passaram pela sua cabeça e tudo o que você quer agora é despistar Wes e até mesmo seu melhor amigo Zeke e descer aqui na tentativa de me resgatar, mas eu te imploro, não faça isso. O Presidente é imprevisível, embora Alejandra discorde, e não quero arriscar a sua vida.

Ainda estou aqui porque fiz descobertas importantíssimas e há mais coisas a investigar. Eu sei Wes, você deve estar curioso para saber como consegui o salvo-conduto e principalmente deve estar se perguntando se eu realmente obtive a resposta que vim buscar... Pois bem, minha resposta é sim. Estou viva porque ele quis assim, porque ele acredita que sou sua neta. Ele se diz pai de Andrew Prior, meu pai. Sua Margareth na verdade o deixou carregando seu filho no ventre e entrou no experimento Chicago assumindo a identidade de Edith Prior e aí você pode imaginar o que veio depois. Caleb deve estar contestando a informação. Diga a ele que fiz o mesmo, e que o presidente disse que os registros do DAG são falsos e assim que eu sair daqui pretendo levar fotos e provas, mas por ora preciso ficar, preciso conquistar a confiança dele.

Quanto a você Tobias, peço que investigue os arredores da Base, fale com Finch diga que lhe pedi que lhe dê uma equipe de preferência com Milles, vocês deverão procurar por Sean King. Alejandra os ajudará na missão, é de interesse direto dela. Peço também que não a deixem a margem dos assuntos, eu confio nela e peço que vocês façam o mesmo. Ela conhece esse lugar como ninguém então ela será nosso elo por enquanto.

Zeke, conto com você, cuide para que Tobias não faça nada imprudente. Wes por favor não drogue ele, tenho certeza que ele vai colaborar. Tobias, amor, perdoa as minhas recomendações, mas é um mal necessário e lembre-se de trabalhar em equipe, sempre! Você e Enrico tentem se entender, não há competição entre vocês, logo estarei voltando para você. Eu te amo.

Com amor, Tris."

_ Okay. Termino a leitura e passo a carta para o Dr. Wes a fim de dispersar a atenção de mim.

_ Ei, Quatro, Tris disse para procurarmos por Sean King. Esse não é o cara esquisito que vocês encontraram naquela cidade em que você e Christina foram buscar o soro antiofídico. - Zeke pergunta.

_ Sim, era esse o nome dele... Que estranho, ela nem disse o motivo pelo qual devemos encontrar o cara. - Digo

_ Vocês o conhecem? Já o viram? - Alejandra pergunta aparentemente interessada demais no assunto. Sei que Tris disse para confiarmos nela, mas não sei...

_ Sim, Christina e eu encontramos com ele quando fomos procurar soro antiofídico para Cara. Por que o interesse? - Respondo a pergunta dela mas resolvo investigar seu interesse.

Ela parece perceber a minha desconfiança.

_ Bem, já que estamos estabelecendo uma relação de confiança... Vamos lá: Sean é meu irmão. Até hoje pensei que estivesse morto. Mas Tris teve acesso algumas cartas que minha mãe enviava para minha avó e acaba que ela tem motivos suficientes para acreditar que ele está vivo. - Ela responde e parece estar sendo sincera.

_ Me explica esse parentesco estranho, se você é neta do presidente e pela carta a Tris também, quer dizer que vocês duas são primas? - Zeke quis saber.

_ Sim, mas temos avós diferentes, a dela era Margareth a esposa que abandonou o marido e partiu seu coração, a minha era Sophia a criada fiel e apaixonada que consolou o patrão e acabou engravidando, mas nunca abandonou a posição de subalterna e que foi crucificada por todos os erros que minha mãe cometeu. - Alejandra responde.

_ Agora, vocês acham que são capazes de me levar até Sean? - Ela pergunta.

_ Sim. Com certeza! - Respondo ansioso por enfim poder me pôr em movimento.

_ Ei, vocês não podem sair da Base sem uma equipe para acompanha-los. - Dr. Wes intervém.

_ Sim Dr. Wes, vamos pedir ao Finch que libere Milles. - Alejandra responde enquanto sai porta a fora.

_ Vocês estão esperando o quê?! Vamos, não tenho o dia todo! - Ela diz pra mim e Zeke.

Nos nos olhamos e com um pequeno sorriso de contentamento a seguimos...


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