Convergente II escrita por Juliane


Capítulo 29
Ela




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Perdida em pensamentos atravessei meu dia sem muitas novidades depois do passeio com Enrico. Um plano se desenhava na minha mente: Vou me tornar piloto desta base, assim poderei ir até Chicago ver Tobias. Claro, esse é um plano que envolveria muitas complicações, que terá de ser moldado com calma, mas a princípio tudo que preciso fazer é obter uma credencial para voar.

Ouço três batidas leves na porta então vejo o rosto redondo de Emma surgir num pequeno vão que foi aberto. Ela sorri e estreita os olhos quando me vê ainda sentada na poltrona junto a janela.

_ A menina está aí a tarde toda, vim ver se precisa de alguma coisa. - Ela diz enquanto entra no quarto.

_ Não Emma, está tudo bem. - Respondo.

_ A menina vai jantar no restaurante ou quer que eu traga seu jantar no quarto? - Emma quis saber.

_ Se você me fizer companhia, gostaria de jantar aqui mesmo.

_ Tudo bem, vou trazer um pouquinho de tudo e um suco de laranja, está bem?

_ Sim, obrigada! - Eu digo sorrindo, porque Emma é tão carinhosa que me sinto bem em tê-la por perto, sou grata pelo seu carinho e seus cuidados.

Minutos depois ela volta empurrando um carrinho com uma bandeja com uma bandeja coberta. Emma coloca a bandeja cuidadosamente na mesa e me convida a sentar próximo a mesa. Eu obedeço sem relutância. Quando ela revela o conteúdo da bandeja, vejo que a refeição é apenas para uma pessoa.

_ Emma, você não vai jantar?

_ Não menina, obrigada. Eu costumo jantar bem cedo, lá pelas cinco, pois quando chego em casa as crianças me fazem cear com elas. - Os irmãos de Enrico. Havia me esquecido deles.

_ Emma hoje almocei com o Enrico, ele me contou que os órfãos que você adotou são os irmãos dele.

_ Sim, meus filhos são irmãos do Enrico, assim ele também é meu filho do coração.

_ Ele é muito grato a você por tudo.

_ Não, eu que agradeço por eles terem me escolhido. Por terem entrado na minha vida. - Ela responde e não posso evitar em sorrir, ela é incrivelmente maravilhosa, um ser humano como poucos.

_ Enrico é uma boa pessoa, e há muito tempo ele tem acompanhado a vida da memina em Chicago, já conversei com ele sobre o assunto, fico preocupada porque ele tem esperanças e já sofreu tanto. - Ela interrompe a fala e cora.

_ Emma, não precisa se envergonhar, eu entendo a sua preocupação. Falamos sobre isso, eu deixei bem claro para ele que seremos apenas amigos.

_ A menina não entende, quando o menino Enrico põe uma coisa na cabeça, ninguém tira. Ele vai sofrer porque é teimoso.

_ Emma, existe algo que eu possa fazer para evitar isso? - Ela me olha e balança a cabeça em negativa com o olhar triste.

_ Mesmo se a menina tentasse evitar a companhia dele, Enrico a perseguirá, então não tem nada que você possa fazer além de ser sincera com ele sobre seus sentimentos.

_ Eu fiz isso e sempre que preciso for, eu o farei.

_ Eu sei, a menina tem bom coração.

Termino minha refeição em silêncio, desejava obter mais informações a respeito da Base, localização exata, segurança, como sair, a distância da Vila, mas não consigo interrogá-la, a ideia de usá-la com o propósito de obter essas informações me parece injusto. Então quando por fim estou satisfeita ela se aproxima, recolhe a bandeja, a descansa no carrinho, vai até mim e me dá um beijo na testa e se vai empurrando o carinho.

Depois disso me condiciono a fazer as coisas mecanicamente: escovo os dentes, tomo banho, visto o pijama de hospital que me deram, passo uma escova nos cabelos enquanto a minha mente está a mil. Quando resolvo que já é hora de deitar ouço duas batidas na porta, antes que eu possa responder ou abri-la, uma cabeça surge no pequeno vão entre a porta e o batente.

_ Tris, posso entrar?

_ Enrico, já é tarde. Já estava indo dormir.

_ Acabei meu turno agora e trouxe uma coisa pra você, não vou demorar. - Ele diz, seus olhos são insistentes e suplicantes, de modo que mais uma vez não consigo dizer não pra ele.

_ Tudo bem, entre. - Respondo exasperada comigo mesma, e não com ele, afinal eu deveria estar inibindo qualquer tentativa de intimidade e recebê-lo no meu quarto altas horas da noite, enquanto estou vestindo um pijama não ajuda muito a mantê-lo distante.

Ele entra cautelosamente exibindo um enorme sorriso de orelha a orelha, uma das mãos esconde algo nas suas costas.

_ Diga, o que você tem pra mim? - Falo estendendo a mão com a palma para cima, esperando que ele deposite ali o que quer que seja o que o fez vir até aqui esse horário, na verdade eu sei o que o fez vir até aqui, mas prefiro ignorar esse pensamento.

_ Não vai nem me convidar para sentar? - Ele diz levantando as sobrancelhas.

_ Enrico, você disse que seria rápido!

_ Tudo bem! - Ele diz enquanto deposita na palma da minha mão a pequena miniatura de um caça igual ao que voamos hoje mais cedo. É lindo, para mim significa a a materialização de um sentimento subjetivo, a minha esperança, bem aqui, na palma da minha mão.

_ Nossa, o que é isso? - Eu pergunto, me referindo ao gesto e não ao objeto em si.

_ Bem, como você pode ver é a miniatura do caça no qual voamos hoje a tarde.- Ele diz ainda sorrindo.

_ Eu sei o que é, me refiro ao que significa, você está me dando isso? Onde conseguiu?

_ Essa miniatura eu ganhei como reconhecimento do meu instrutor de voo, quando eu me formei piloto.

_ Então você não pode dá-lo a mim. - Eu digo devolvendo o pequeno caça para as mãos de Enrico.

E o coloca de volta nas minhas mãos e matem as suas fechadas sobre as minhas para que eu não o devolva. Me olha intensamente nos olhos, o que é muito desconfortável, quase como a sensação é de estar despida na frente dele. Mas por algum motivo que eu ainda não sei, sustento seu olhar.

_ Eu ganhei, o caça é meu, portanto eu dou para quem eu quiser e eu quero que fique com ele! - Ele insiste.

Penso por um segundo então decido:

_ Fico com ele se você me prometer aceitar o meu pequeno caça quando eu me formar piloto!

Ele inclina a cabeça levemente e levanta as sobrancelhas mais uma vez, sua expressão típica interrogativa.

_ Como assim?

_ Isso mesmo que você ouviu! Vou me tornar piloto e darei a minha miniatura de caça para você.

_ Sério isso? Então você não vai fugir daqui assim que te derem alta? - Ele diz esperançoso.

_ Ouça, não pretendo ficar aqui para sempre. - Digo olhando na direção da pequena câmera que fica no teto, no canto do quarto. Ele asente levemente com cabeça compreendendo o que tentei lhe falar.

_ Você não quer dar uma caminhada lá fora? Nesse horário o jardim tem uma iluminação linda! - Ele me convida e dá um ênfase muito cênica em cada palavra. Enrico interpretando é cômico. Não consigo segurar o riso.

Entendo que ele quer saber mais sobre os meus planos e também que nenhum lugar dentro da Base é seguro, ele deve saber onde ficam as escutas. Então pondero olho para os meus trajes inadequados. Mas resolvo que estou sem sono e que posso confiar nele.

_ Vamos lá! - Digo enquanto pego e visto o roupão branco e estéril que recebi junto com o horroroso pijama de hospital.

Ele caminha até a porta e a mantém aberta para eu possa passar, então já no corredor, ele a fecha atrás de si e seguimos caminhando.

_ Então, você pretende inciar seu curso de piloto quando? - Ele pergunta

_ O quanto antes, se possível amanhã mesmo. - Respondo.

_ Sei que tem uma turma de iniciantes em curso, que estão ainda nas aulas teóricas, de repente se eu mexer os pauzinhos lhe ensinar um pouco, eles lhe aceitem mesmo o curso tendo inciado. - Ele diz.

Estou olhando para ele, abrindo a minha boca para lhe responder, quando ele pára bruscamente, olho para frente e então vejo o que o fez parar. Wes está de pé na nossa frente com uma prancheta na mão olhando para mim aparentemente irritado.

_ Beatrice, já era para você estar na cama há uma hora dessas. - Ele repreende.

_ Eu sei, só preciso pegar um pouco de ar fresco, Enrico vai me mostrar a iluminação do jardim. - Digo tentando reproduzir no olhar o que não posso lhe dizer aqui, agora, nesse corredor com todas essas câmeras e escutas.

Seus olhos astutos captam as minhas palavras não ditas e seu olhar passeia de Enrico para mim, então param nos meus.

_ Tá bem, espero você no quarto. Não demore, você tem horário para tomar a medicação. - Wes fala e dá um paço para a direita desobstruindo nossa passagem.

Seguimos rumo ao jardim e Enrico introduz o assunto novamente, sei que ele está tetando ser casual.

_ Então como eu tava dizendo, posso tentar conseguir uma vaga para você no curso de piloto que está acontecendo.

_ Sim, seria muito bom mesmo, mas preciso ver se Wes autoriza.

_ Claro, claro, entendo. - Ele diz rapidamente e percebo que existe muito respeito dele para com Wes. Isso só reafirma meu julgamento a respeito dele.

Caminhamos em silêncio o restante do percurso e vejo que ele está me conduzindo para um espaço descampado, sem árvores, bancos ou postes de iluminação e quando estamos distantes o suficiente de tudo o que julgo poder conter uma escuta ele quebra o silêncio:

_ Tris, que história é essa de curso de pilotagem? O que você está pretendendo? - Ele diz e posso ver em seus olhos que ele sacou o meu plano.

_ Quero ter credenciais de piloto e saber pilotar, para poder sair da base, ir até Chicago sem que percebam minha real intensão, para que eu possa pelo menos avisá-los que estou viva, o que aconteceu, até que eu tenha um bom plano para frear o governo, pois eles prometeram reinicializar todos em Chicago se eu me aproximar da cidade.

_ Tris, você não pode simplesmente pegar um jato ir até Chicago sem que ninguém note. É longe o bastante e não sei se você sabe, mas a cidade continua sendo monitorada. - Ele contra põe.

_ Eu sei, mas vou estudar cada ponto cego da cidade, para que eu possa me esgueirar sem ser notada.

_ Não é tão simples assim. Como você vai justificar a sua ausência, a ausência do jato? - Ele diz levantando mais uma vez as sobrancelhas irritantemente e problematizando meu plano, o único que eu tenho!

_ Esperava poder contar com a sua ajuda! - Eu digo entre dentes.

_ Ajudar você? Infringir as regras para que você vá encontrar aquele instrutor? - Ele diz a raiva mascarada pelo sarcasmo que ele emprega na voz.

_ Sim. Eu pretendo encontrá-lo. Mas vejo que não posso contar com você tanto quanto eu pensava. E talvez seja até melhor assim. Só peço que você não tente me impedir e que faça jus a confiança que depositei em você ao lhe confidenciar meus planos e fique de boca fechada!- Eu cuspo as palavras da forma mais seca que consigo. Estou decepcionada e com muita raiva dele. Afinal quem ele pensa que é para se referir ao Tobias dessa forma tão jocosa?! "Aquele instrutor!"

Ele também está consternado, passa as duas mãos pelos cabelos como se pretendesse arrancá-los, anda de um lado pro outro e depois põe o polegar e o indicador de modo que formam uma pinça no alto do nariz, fecha os olhos e respira fundo. Estou tão irritada e sem entender esse rompante que dou meia volta tencionando voltar para o meu dormitório, mas ele me segura pelo braço.

_ Só um minuto Tris, preciso me acalmar. Me desculpe. Me dê um minuto. - Ele diz enquanto respira profundamente. Eu cruzo os braços e com a cara fechada espero o seu minuto passar.

_ Então, me desculpe pela forma como agi! - Ele diz ainda meio que ofegante, como se tivesse feito uma corrida exaustiva. Eu continuo calada, estou irritada demais e qualquer coisa que eu disser nesse momento pode ser ofensivo.

_ Você não vai dizer nada?! - Agora ele está gritando, exaltado, nervoso.

_ Não! Pode soltar o meu braço que vou voltar para o dormitório! - Respondo exasperada! Não gosto que gritem comigo.

_ Tris, não! por favor, olha só, eu vou ajudar você! Só não vá assim! - Seus olhos suplicantes imploram para que eu fique. Liberto o meu braço com um puxão e me volto para ele.

_ E então?! Você promete me ajudar?! - Eu digo me sentindo culpada por colocá-lo nessa situação.

_ Sim, eu farei qualquer coisa por você. - Ele diz suspirando como se fosse inevitável aceitar as minhas exigências, o que me faz sentir ainda pior.

_ Eu sei que não deveria estar pedindo a você que transgrida as regras, provavelmente você perderá seu posto se formos descobertos. - Eu digo lhe dando uma oportunidade de declinar.

_ Você acha realmente que é isso que me preocupa? - Ele pergunta um tanto chateado.

_ Deveria ser, afinal você está aqui confortável, próximo aos seus irmãos.

_ Tris, você não sabe nada sobre mim. - Ele diz e agora vejo que está realmente chateado.

_ Eu conheço você há pouco tempo! Só sei aquilo que você me deixou ver! Acho que não me parece justo você conhecer a minha vida e as minhas batalhas e se chatear por eu não saber quais são seus objetivos e aspirações. - Eu digo, magoada por ele jogar na minha cara que não sei absolutamente nada sobre ele.

_ Desculpe, você tem razão, como poderia saber?! É que parece que nos conhecemos há anos. - Ele diz, faz uma pausa e então continua.

_ Ouça, eu não gosto daqui. Essa opressão, imposição, eles mataram meus pais! Como poderia estar confortável aqui?!

Estou envergonhada por sugerir que ele estivesse "confortável" aqui. Então ele continua.

_ Estou aqui esperando pela oportunidade de derrubar esse governo! Você me deu esperanças quando eu acreditava que tudo estava perdido! Você me mostrou que podemos ser fortes e corajosos apesar da perda, da dor e do medo! - Ele suspira, olha para o céu que está estrelado essa noite, tentando encontrar lá as palavras certas.

_ Eu vou ajudá-la, mas peço que você me ajude também!

_ O que você quer dizer com isso?

_ Peço que você pondere, não nos deixe para voltar para ele sem pensar nas consequências, sem antes me ajudar a derrubar o presidente. - Ele diz e me parece justo, já que não há um lugar se quer onde possamos viver em paz sem a opressão do governo.

_ Sim. Eu prometo ajudar. - Eu respondo solenemente enquanto estendo mão para selarmos esse pacto com um aperto de mãos.

Ele sorri e estende a mão e selamos nosso acordo com um forte aperto de mãos.

_ O que você sabe sobre o presidente? - Pergunto libertando a minha mão que ele manteve segurando por tempo demais.

_ Sei que ninguém nunca o viu antes, não conhecemos o seu rosto, não sabemos onde ele fica, então ele pode ser qualquer um na Base, um segurança, um faxineiro, um médico ou um fuzileiro. Não fazemos ideia. O que dizem é que ele costuma circular livremente entre as pessoas para espionar e analisar.

Penso a respeito e me recordo de que Wes talvez o conheça, pois foi ele quem o convenceu em me manter viva.

_ Você acha que Wes o conhece? - Pergunto.

_ Acho pouco provável. - Ele responde ao passo que decido que se estamos do mesmo lado há algumas coisas que ele precisa saber.

_ Só estou viva porque ele convenceu o presidente que seria um desperdício para a ciência não estudar meu cérebro, já que ele não funciona ou reage aos estímulos como os demais.

_ Como assim? Como você sabe disso? - Ele está confuso.

_ Porque Wes me contou, é uma longa história, mas garanto que podemos confiar nele.

_ Okay, se você está dizendo. - Ele aceita o meu argumento sem questionar e fico grata por isso, não tenho tempo e nem vontade de contar toda a história de Wes para ele, e também acho que isso não me parece justo, expor o passado dele sem seu consentimento.

_ Preciso voltar agora. Wes está me esperando. Vou tentar descobrir algo sobre o presidente.

_ Certo. Eu acompanho você até o dormitório.

_ Não precisa, vá descansar. Amanhã nos vemos.

Ele me olha relutante. Mas eu o encorajo:

_ Enrico, tudo bem! Amanhã de manhã você passa no meu quarto para tomarmos café da manhã juntos e eu te conto se descobrir algo.

_ Okay. Tchau, então até amanhã de manhã, bem cedo! - Ele diz enquanto eu já estou me dirigindo de volta para o complexo da Base.

_ Tchau! - Respondo.

*****

De volta ao meu dormitório encontro Wes perdido em pensamentos com os olhos fixos na parede branca a sua frente.

_ Demorei?! - Eu digo o arrancando do seu torpor.

_ Não, acho que não! - Ele responde meio confuso.

_ Vá se deitar, vou preparar seus remédios. - Ele diz e eu obedeço.

_ Podemos conversar um pouco? - Eu olho diretamente para as câmeras, ele segue meu olhar e então asente com a cabeça.

_ O que está acontecendo entre você o Enrico? - Ele pergunta enquanto puxa a cadeira e se senta em frente a mim.

_ Nada, somos amigos. - Respondo.

_ Beatrice, ele era tão obcecado por você quanto eu. E olha que eu tive meus motivos, bem, você sabe. Mas ele chegou a se voluntariar para trabalhar na sala de controle no turno inverso ao seu no hangar. Portanto cuidado! - Ele me adverte e sei do ele está falando, mas inevitavelmente ele continuaria nutrindo esperanças mesmo eu não o tendo recrutado para o meu plano. Assim, prefiro acreditar...

_ Eu sei Wes, mas ele está sempre por perto, não sei o que fazer para afastá-lo.

_ Bem, evite estar com ele, isso já seria alguma coisa.

_ Não posso. - Respondo baixando os olhos para as minhas mãos que estão nervosamente alisando o cobertor sobre mim.

_ Por quê? Não me diga que você gosta dele também!

_ Não é isso, é só que decidi ser piloto e acho que ele pode ajudar.

_ Decidiu ser piloto?! Você não está no seu juízo perfeito! - Ele diz irritado!

_ Estou sim! Wes, sei que talvez não seja prudente da minha parte, mas eu preciso tem um plano para sair daqui! Não vou sobreviver se você tirar a única coisa que me mantém viva. A esperança.

_ Já falamos sobre isso e também nos risco que todos estão correndo em Chicago! - Ele faz questão de lembrar.

_ Eu sei, mas a princípio preciso avisar o Tobias que estou viva, não suporto mais vê-lo sofrer desse jeito.

_ Sinceramente você acha que ele aceitaria numa boa, depois de ter visto você viva, que simplesmente você o deixe? Por qualquer que seja o motivo?

Ele questiona e sei que não é de fato uma pergunta porque ele já sabe a resposta assim como eu sei.

_ Quem é esse tal presidente que decide quem vive e quem morre? _ Eu mudo de assunto.

_ Nunca estive com ele, apenas nos falamos uma vez, quando consegui o convencer de que você nos seria útil viva. - Ele diz.

_ Você acha que se o presidente fosse morto, detido, ou algo do gênero poderíamos ter o controle do país. - Pergunto.

_ Além dele, que tem a última palavra, há a cúpula do conselho. Que formada por 4 anciãos e a jovem neta do presidente. Você precisaria aniquilar todos para assumir o controle do país. - Ele responde.

_ Você já os viu? Sabe quem são? - Preciso saber mais!

_ Não. nunca ninguém os viu, mas correm boatos por aí que o General Sparks faz parte da cúpula e que a neta do Presidente participa do treinamento militar sob a supervisão dele. - Wes responde.

_ Wes, vou descobrir quem são eles. Vou derrubar esse governo e libertar todos dessa opressão! Nem que este ato custe a minha vida. - Liberdade, essa é uma razão pela qual vale o meu sacrifício.

_ Beatrice, muito cuidado com as suas palavras. Não esqueça quem você é e a situação na qual você se encontra. - Ele diz e sei o que está insinuando, é um encorajamento velado e como conselho: cautela, pois a minha situação requer muita cautela!

Ele me olha intensamente, tentando ler o que se passa na minha mente, sinceramente espero que ele não tenha esse poder, porque nesse exato momento só no que eu consigo pensar é que já tenho meu primeiro alvo. General Sparks, esse é o nome dele.


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