Um Outro Lado da Meia-Noite escrita por Gato Cinza


Capítulo 8
Piquenique




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E assim a semana passou, nenhum outro pesadelo me perturbando e quando dei por mim já era domingo. Dia entediante. Narciso e Magnolia foram a igreja e ficarão na casa de Margarida até o fim da tarde. Eu consegui me livrar disso e ficar em casa, sei o que devem pensar. Ela esteve em um convento e agora simplesmente resolve não ir á missa dominical? Hã.

Tenho meus motivos para não ir á igreja. 1º as pessoas aqui em Ferrara falam mais que o padre durante a missa e maioria das conversas são sobre a vida de outras pessoas. 2º eu teria que mentir para escapar de Margarida, por que as duas eu viro um gato, mentir me custa caro, se eu mentir sobre algo bobo terei que inventar outra mentira para encobrir a primeira e quando der conta estarei sendo perseguida por minha própria consciência me gritando: VAI QUEIMAR ETERNAMENTE PELA SUA MENTIRA. Agradeço por meu irmão não tolerar mentiras e não me deixar cometer esse erro.

– Que vamos dizer quando Margo perguntar sobre você? – perguntou Meg antes de saírem.

– Diga a verdade, você não faz menor ideia.

De fato não fazia, eu disse que não ia à cidade e não quis discutir o porquê, mas Narciso sabia. Informei a ele meus motivos e ele achou muito justo, menos a parte de faltar á igreja, mas para isso eu podia fazer minhas preces em casa, como faço sempre. Não me preocupo com Narciso, um olhar dele é suficiente para a curiosidade minha e minhas irmãs ser silenciadas de modo que ele não precisa mentir nem nada do tipo.

Fiz o amuleto para Andreas usando a pedra do rio que a Sra Gale me deu. Passei metade da manhã trancada no porão amassando folhas para colher sumo, deixei a pedra na poção resultante da mistura de ervas do crepúsculo. Vai levar uma semana para que o amuleto seja finalizado, minhas mãos estavam de um alaranjado chamativo – como se tivesse feito uma imersão em suco de cenoura. Então fui colocar uma luva, teria sido mais sensato calçar as luvas antes de mexer com as ervas, mas... dobrei até o pulso as luvas de jardinagem que iam até o cotovelo.

Eram pouco mais das nove da manhã e sem ter nada de útil para fazer resolvi passar o dia no bosque era domingo todos deviam estar na cidade eu teria o riacho só para mim. Peguei uma cesta de vime e coloquei algumas frutas, pão, um pedaço de queijo branco, um pequeno jarro de suco de laranja, uma barra de um doce feito de cacau que Leonel havia me enviado de presente quando soube que eu estava de volta a Ferrara, era uma barra grossa e marrom, doce e muito saborosa por qual eu e Meg brigamos para ficar com o ultimo pedaço. O bilhete de Leonel dizia que se chamava: chocolate. Tranquei a casa e fui em direção ao bosque, por algum estranho motivo me senti indefesa, voltei e peguei uma faca coloquei dentro do cesto e cobri com uma toalha verde-azul.

Usei a trilha que agora que eu notava não estava sendo usada há muito tempo, o mato estava crescendo e fechando o caminho. Na ultima vez que estive ali no inicio da semana eu era um gato e estava furiosa demais para notar a diferença na paisagem, por um bom tempo consegui caminhar me livrando dos galhos que prendiam em meus cabelos e roupas, arranhavam minha pele e desfiavam meu vestido. Depois de tropeçar e ficar presa peguei a faca e comecei a abrir caminho de forma mais pratica.

Quando cheguei ao riacho estava exausta. Escolhi um lugar sobre umas rochas grandes que ficavam pertos do riacho. Abri a toalha e preparei meu cesto sentia cheiro enjoativo de sangue me embrulhando o estomago só então fui notar que era eu quem estava sangrando, vários arranhões nos braços nus, o rosto pinicando e um ardido entre o queixo e pescoço. Com um toque na superfície da água e eu tinha uma poça espelhada, meu rosto estava vermelho e havia vários sinais finos de onde brotavam sangue, meu pescoço estava marcado por um corte que ia até o queixo. Umedeci a barra do vestido na água corrente e comecei a me limpar.

Ouvi um barulho baixo nos arbustos que cresciam não muito longe de onde eu estava, olhei para trás, não havia nada. Pensei que fossem animais farejando meu almoço e ignorei, minha tentativa de limpar o sangue estava apenas piorando as coisas, agora a barra de meu vestido cinza-claro estava ficando em um tom estranho de vermelho, meu pescoço ardia mais ainda e o antebraço todo tinha tantas ranhuras que parecia que eu tinha perdido uma briga com um gato. Continuei tentando me limpar enquanto maldizia meu dia, por que fui inventar de usar um vestido de manga curta? E sem gola alta? Pelo menos minhas mãos ficaram salvas, ainda estava usando as luvas de jardineiro dobradas no pulso.

O barulho que eu tinha ouvindo segundos antes se intensificou e me coloquei em pé. Era domingo, todos deviam estar na igreja – menos as loucas que iam sozinhas até o riacho no meio do bosque que mais parecia um matagal com árvores altas. O som se aproximava, pareciam passos, passos suaves pisando em folhas e galhos secos. Estendi a mão para a pedra onde meu almoço estava arrumado e a faca voou para minha mão. Eu não estava com medo, mas não custava prevenir. Pareceu-me uma eternidade, e quase enfiei aquela faca em mim mesma quando vi o que estava fazendo tanto barulho. Uma raposa com uma lebre na boca, provavelmente estava perseguindo o pobre roedor até abocanha-lo.

– Me deu um susto enorme – disse para o canídeo que apenas mexeu a cabeça me dando as costas.

Resolvi ir comer e ignorar os ferimentos, realmente estava doendo, mas não ia morrer se ficasse sem cuidados por algumas horas. Comecei pelo pão e queijo... então a raposa voltou, ou talvez fosse outra, há muitas raposas pela região e muitos deles são alvos metade do tempo dos caçadores armadores e profissionais que não tem muito o que fazer da vida senão matar criaturas inocentes da natureza. Fiquei olhando o animalzinho se aproximar farejando com o focinho arrastando no solo, joguei um pedaço de queijo para ele. A raposa ergueu o focinho em minha direção e um pânico tomou conta de mim.

Ele se ergueu sobre as patas traseiras, crescendo à proporção que sua aparecia se tornava mais semelhante á de um humano, os olhos alaranjados brilhantes – de formato humanos demais para pertencer á uma raposa - não me abandonaram nem por um segundo e algo semelhante á um rugido saiu de sua boca, ele estava falando. Era um som apavorante, minha cabeça doía só em ouvir, era como se estivesse passando uma lixa em algo metálico...

“Olá, minha flor”.

Deus! Aquilo não era possível. Eram os mesmos olhos? Mas eu tinha os matado me lembro das cinzas. As paredes cheias de sangue voltaram á minha mente como uma lembrança sádica do que eu tinha causado.

“Não fique assim tão quieta, faz muitos anos. Não?”

Peguei a faca e me levantei, estava tremendo e minhas pernas travadas.

– Vá embora – gritei – Me deixe em paz.

Ele riu aquilo me apavorou mais ainda. Não era uma coisa muito agradável de ouvir, era repulsivo, repugnante, assustador, horrível e mais uma coleção de palavras que sirvam para dizer que me apavorava, muito.

“Adoro sentir esse seu cheiro” – disse ele se aproximando.

– Fique longe – gritei ainda mais alto, minha voz estava quase sumindo – Sai daqui.

“Assim me magoa minha flor, por que está tão agressiva?”

Ele deu um salto e estava perto de mim, perto demais. Podia sentir o fedor de sangue na respiração dele á milímetros de meu rosto, ele me farejou e lambeu meu pescoço exatamente onde estava ferido. Quando senti aquela coisa quente e úmida me afastei, tropecei no jarro de suco e cai no riacho batendo a costela nas pedras, me levantei e ele estava sentado na rocha onde á pouco eu estava.

“Tão linda quando irritada”

Gritei mais uma vez, gritei tão alto que minha voz se quebrou, meus olhos se encheram de lagrimas.

“Oh! minha flor, não chores. Eu estou aqui”

Tapei as orelhas saindo da água, vi então á faca em minha mão. Havia me esquecido que tinha uma arma de tão apavorada estava com aquela coisa. Virei a faca para ele, tentando o focalizar através das lagrimas que embaçavam minha visão. Ele riu mais uma vez, eu estava em pânico e aquele monstro se divertia com isso. Tinha tentado me esquecer dos pesadelos e agora aqueles olhos alaranjados me olhavam malignos.

“Acha que vai me machucar com isso? Não seja idiota, não pode me matar com armas humanas, eu volto se destruir este corpo”.

Em um movimento rápido demais para acompanhar ele saltou, pousou tão perto de mim que cai de costas no chão. Apoiei-me no cotovelo para me levantar e ele colocou sua pata em minha barriga. Segurando-me no chão. Ele se curvou aproximando o rosto tão perto do meu que outro grito de pânico subiu em minha garganta, mal pude acreditar que o som que ouvi tivesse saído de mim. Então ele rosnou mostrando os dentes amarelos e deixando saliva respingar em meu rosto. Ergui a mão para golpea-lo com a faca, mas ele chutou minha arma, que caiu fora de meu campo de visão.

“Já disse que não pode me matar com armas humanas, sua idiota”

– Mas posso ferir seu corpo e te afastar de mim – me ouvi dizer enquanto tentava visualizar a faca.

Ele riu mais uma vez e me ergueu pelos cabelos, senti os fios se soltando de meu coro cabeludo, gritei tentando me soltar, mas aquilo era impossível. Agora sim eu estava indefesa, nem mesmo minha faca tinha. Se ao menos tivesse algo com propriedade mágica para... parei de me debater e me concentrei. Uma rajada de vento começou soprar no bosque. Enfiei meu pé no estomago daquela coisa dando impulso e o obrigando a me soltar, cai mais uma vez e desta vez pelo menos eu me lembrei que era bruxa. Vi a faca pela visão periférica que felizmente aprendi á usar para vigiar as ruas enquanto eu caminhava sozinha.

A faca voou até minha mão enquanto me levantava, mais uma vez ele me agarrou pelos cabelos, aproveitei as mãos soltas e girei ao contrario cravando a faca na criatura, pouco abaixo do centro do peito o rasgando até a barriga. Ele me soltou, mechas grossas de meus cabelos estavam grudados em sua garra e me sentia completamente tonta, ele ainda estava em pé, eu não podia cair. Ele farejou o ar então a forma de uma raposa caiu ao meu pé, ele tinha ido e o corpo estava morto. Ouvi passos e me virei com a faca pronta para atacar, estava tonta e o cheiro de sangue estava me torturando – não gosto de sangue. Alguém apareceu entre as árvores com algo em mãos, não consegui focalizar, estava confusa e fraca demais para me manter em pé.

– Deus do céu! – ouvi a voz já conhecida dizendo, ele jogou seja lá o que tinha nas mãos e se aproximou de mim – O que aconteceu com você?

Senti minhas pernas perderem as forças e desabei no vazio.

Acordei em um quarto, não o meu. Este era grande o bastante para abrigar duas famílias interiras, era verde claro com arabescos dourados nas paredes, tinha uma janela enorme aberta, um divã, uma divisória de troca fechado, uma tina logo atrás, um roupeiro... cheiro de jasmim e eu conhecia a dona daquele quarto. Sentei-me sentindo cada pedaço de meu corpo protestando pelo esforço. Não estava usando minhas roupas, me vestiram um vestido de tecido fino, frio e liso de cor azul-perolado. Meus cabelos estavam soltos e foram lavados, estavam com um frescor tranquilizante comparado á dor lacerante que eu havia sentido quando a criatura...

Me levantei. Cambaleei um pouco até chegar á porta, andei me encostando na parede e nos moveis que encontrei. Meus pés me levaram pelo caminho que já conhecia e cheguei á biblioteca. O cheiro de livros e jasmim invadiram meus pulmões, a porta-janela estava aberta do lado de fora da biblioteca havia alguém sentada a uma mesa arrumada para dois com uma planta de aspecto bem curioso no centro, me aproximei sentindo dor a cada passo. Ela se empertigou toda na cadeira e virou-se em minha direção com os olhos fechados.

– Não deveria ter se levantado – disse ela com o mesmo tom musical sussurrante que eu já tinha ouvido antes – Esta muito machucada.

Como ela sabia? Sem esperar por um convite me sentei na cadeira á frente dela, minhas pernas agradeceram aquele ato de misericórdia. Valentine Walker aparentava a mesma expressão de tristeza que eu tinha notado da ultima vez que a vi. Ela me acompanhou com a cabeça mantendo os olhos cegos fechados, antes que eu perguntasse algo ela me respondeu.

– Meu irmão te trouxe, a encontrou ferida na floresta. Foi Julieta quem cuidou de seus ferimentos, te lavou e vestiu – depois de um silêncio me perguntou – O que te aconteceu?

Me calei fitando á planta exótica no centro da mesa, era redonda, verde escura cheia de espinhos finos que lhe davam um aspecto de branco. Muito intrigante. Estava em um vaso de porcelana que mais parecia uma molheira.

– Que planta é está? – perguntei sem olhar para Valentine.

– É uma espécie de cacto, é comum em locais mais secos. Não devem existir exemplares aqui em Ferrara. O que te aconteceu? Como se feriu?

Engoli em seco, ela não ia desistir de perguntar. O que eu ia dizer? Fui atacada por uma criatura mutante que usurpou do corpo de uma raposa para me fazer mal. Mas não se preocupe, matei o corpo e agora ele vai achar outro corpo á que usar.

– Não quero ter que explicar – disse ao tempo que a porta se abria e Julieta entrava com uma bandeja de chá.

Ela exclamou sua surpresa em me ver sentada ali, por pouco não perdeu o equilíbrio da bandeja e derrubou tudo.

– Que faz em pé senhorita? Venha, vou leva-la novamente para o quarto, deve repousar.

– Que horas são? – perguntei alheia á reprovação de Julieta, tinha me passado naquele momento o que me aconteceria se a criatura tivesse me achado em forma felina, não sobraria nem os pêlos.

– São pouco mais da metade do dia, a senhorita não está aqui á muito tempo. Venha novamente para dentro.

– Tenho que ir embora – informei me levantando.

Aquilo deixou as duas chocadas, Julieta me olhava com os olhos de baiacu arregalados pensei que fossem sair das orbitas. Já Valentine que havia se aprumado como que atenta á algo, deu um sorriso gentil e pediu para que me sentasse e tomasse chá com ela antes de ir embora. Hesitei, mas terminei por me sentar lançando um olhar para o céu, esperava que faltasse tempo o bastante até as duas para que tomasse chá sem ter que explicar minha transformação.

– O senhor Walker vai ficar chateado por ter se levantado – resmungou Julieta nos servindo.

– Que se chateie, não pode prender alguém á cama se não se quer estar na cama – disse Valentine educadamente.

Por longos minutos não dizemos nada, então Valentine balançou vagamente a cabeça perguntando:

– É de Ferrara mesmo?

– Sim.

– Mas é domingo, o que fazia na hora da missa lá na floresta?

– Piquenique – respondi a olhando. A expressão de tristeza estava inalterada.

– Mas naquela hora? Achei que todos fossem á missa. Ou pelo menos fossem mais para a parte movimentada da cidade.

– Não sou a única que falto com os compromissos dominicais nesta cidade, e nem que fico isolada quando todos estão na cidade se divertindo ou visitando suas famílias. Por que está aqui em um dia tão lindo como este?

Vi a expressão dela mudar, mas logo voltou á sombra triste que lhe pesava no sorriso. Abriu os olhos e mais uma vez fitei aquele véu azul-leitoso de seus olhos.

– Sou cega, não tenho nada para ver. E dou trabalho demais para sair de casa.

Mais uma vez fechou os olhos. Como se sentisse vergonha de mantê-los abertos.

– Felizmente a natureza humana nos permite sentir o que não podemos ver. Ser cega não é motivo para se trancar.

Ela não respondeu. Julieta que estava bebericando seu chá em silêncio se afogou e começou a tossir me encarando do mesmo modo que eu já fui encarada muitas vezes quando falo o que penso: incredulidade. A porta da biblioteca se abriu e Dylan entrou com meu cesto na mão e olhando para algo pequeno que estava na outra, dizia:

– Eu não tive muita sorte, consegui apenas recuperar as coisas dela perto do riacho, mas nenhum vestígio de quem...

Ele ficou mudo me olhando. Desviei o olhar, Julieta havia abaixado a cabeça e bebia o chá com a mesma vontade que beberia água depois de uma longa caminhada, Valentine estava com a cabeça voltada para o irmão, os olhos fechados.

– Vestígios de quem? – perguntou ela

– De... de quem possa ter a atacado – respondeu vagarosamente me olhando, depois perguntou – O que faz aqui? Devia estar deitada em repouso.

– Posso muito bem repousar sentada aqui – respondi com mais aspereza que o necessário.

– Não, não pode não – retrucou Dylan – Deve ficar deitada, estava ferida demais e passou muito tempo desacordada. Julieta por que a deixou sair do quarto?

– Não as culpe Dylan – disse Valentine suavemente – O que esperava que ela fizesse ao acordar em um quarto desconhecido, usando roupas que não lhe pertence, em uma casa tão silenciosa? Ela estava procurando alguém para lhe explicar onde estava, quando me encontrou pedi que me fizesse companhia.

Pisquei a olhando, não era bem isso que havia acontecido, mas também era exatamente isso. De repente me coloquei imaginar se ele tinha nascido cega ou se o tempo a privou da visão. Tempo...

– Que horas são? – perguntei olhando para o céu.

Ouvi um clic metálico e surdo. Virei á tempo de ver que Dylan estava enfiando o relógio novamente no bolso.

– Uma hora e trinta e oito minutos – informou ele indiferente.

Meu coração disparou, não teria tempo de voltar para casa. Levantei bruscamente e fui tomada de vertigem, fiquei encostada na mesa vendo tudo girar, vi botas pretas entrando e saindo de foco vários metros debaixo de mim.

– Eu disse que não estava bem – era Dylan que pousou a mão na minha costa e outra em meu braço – Venha você precisa ficar deitada.

– Estou... bem, tenho que... voltar... para casa – murmurei enquanto andava lerdamente quase parando em direção da porta da biblioteca.

– Não se preocupe te levo para sua casa de coche quando estiver melhor. Se preferir me diga onde mora e vou buscar um familiar seu para ficar com você até estar em condições de ir embora – mesmo dizendo rápido demais a voz dele era clara o bastante para se entender.

Neguei com a cabeça, mas aquilo não foi boa ideia. Parei tentando voltar a focar a porta á minha frente. Dylan parou também.

– Não se esforce. Diga-me onde mora para que eu possa informa-los que está bem.

– Não estão em casa, só voltam ao pôr do sol. Minha irmã mora em Luna Plata. Tenho que voltar...

Não sei quanto tempo passou depois que me deitei, mas aguardei até conseguir olhar em redor sem ficar nauseada. Caminhei até a janela e com mais dificuldade que imaginei consegui passar para o outro lado, mal havia caminhado dois metros de distancia e me transfigurei em um gato. Foi realmente mágico, cada passo que e dava sentia meu corpo se quebrar, mas sob quatro patas felpudas não estava sentindo nem caibas, me apressei e logo sai das proximidades da casa. Não fui pelo bosque, acho que por um tempo não entrarei ali, fui pelo caminho mais longo.


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