... Derek chegou no caminho final dele. A menina com quem ele estava ainda precisava continuar, mas ele não queria pensar naquilo. Ele olhou para o rosto dela, mas não conseguia vê-la. Era como se ela emanasse um brilho maior do que uma supernova, que ofuscasse todo o resto.

"Tchau", ele disse, com as mãos dela ainda enlaçadas na dele.

"Tchau", ela disse, se aproximando para um beijo de despedida na bochecha.

Derek não podia esperar mais. Ele desejava tanto, tanto aquela menina, que cada centímetro mais perto dela o fazia sentir ondas e ondas de energia. Então, Derek tocou, de uma forma meio confusa e surpresa, os lábios daquela menina que ele não conseguia ver. Ele percebeu que ela não estranhou tanto aquele movimento. Ambos sabiam que, no final, algo muito mais grandioso aconteceria. Foi tão rápido que ele em se deu conta do que estava fazendo. E logo, com um sorriso, a menina foi se separando dele, mas as mãos ainda juntas.

"Para, é serio, vamos pra casa". Aquelas palavras saíram dele tão automaticamente e instintivamente como respirar: porque ela eram necessárias. Derek puxou a menina pelo braço. Ela deu risada.

" Não posso", ela sorriu.

" Vamos logo, por favor", Derek puxava ela agora com força.

" Tenho que ir pra casa", ela sorriu de novo, tentando se desvencilhar. Mas era inegável o desejo que ela tinha de fugir da rota que ela sempre fazia.

"Foda-se", ele falou, sorrindo, mas logo soltando, com uma dificuldade enorme, a menina.

Ela olhou para trás uma última vez, e ele olhou para trás também, desejando tanto poder ver quem ela era.

Mas, como se repetia todas as vezes, ele abria os olhos, e o sonho acabava.