Íroda: As Crônicas Dos Oito Reinos escrita por Dracul Lothbrok


Capítulo 11
Capitulo X - O sangue, o imundo e o pecado.


Notas iniciais do capítulo

Então, primeiramente pedir desculpas pela demora, sei que é muita cara de pau dizer isso depois de muito tempo, mas de certa forma não abandonei a história e pretendo retomar em um ritmo mais acelerado. Enfim, espero que aproveitem e gostem :)

Sério, desculpa. IUASDUIAHSUDIAS



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Era comum naquela época do ano, quando os ventos do norte sopravam mais insistentes e gélidos fazendo com que o mar de tornasse mais feroz e tentasse engolir as naus que se aventuravam, mas o capitão thuathan era habilidoso e tinha conhecimento para contornar as intempéries. Lugh dormia na sala do capitão, para um navio até que se assemelhava com os aposentos de um castelo, a cama por vezes balançava o parecia se mover lentamente, mas eram poucas vezes que isso ocorria. Estava transpirando e sentia um calor invadir seu corpo. Os cobertores de seda carmesim grudavam em sua pele. A serviçal que ficava ali preparando suas lustrosas vestes e polindo suas adagas estava curiosa com a inquietação de Lugh, deslumbrada, também, com o tecido agarrado em seu corpo mostrando sua forma.

Sua face demonstrava um pouco do terror que se passava por sua mente. Estava sonhando com as visões do ancião infante e com o ser pálido que vira dentre as árvores em Thuathan. Era ele quem o observava de cima do penhasco, enquanto ele mergulhava dentro de um mar de sangue conturbado, parecia que o ser de vestes negras o empurrara para a morte, mas não a dele.

– Quem é você que me observa? – indagava Lugh com fúria e urgência. – Por que estás sempre a me perseguir?

– Você caiu. – respondeu a figura alva, sua voz soava audível e nítida apesar de ele estar a metros de distancia.

– Você fez isso!

– Você tem que cair e mergulhar fundo.

– Por que tenho de mergulhar se não irei enxergar nada, só há sangue e é escuro.

– Escuridão e sangue. – ele parecia sugerir algo, como quem quisesse que Lugh pensasse. – Não está nem perto.

– Perto de que?

O homem pulou de cima do penhasco, vindo à direção de Lugh, cada vez mais se aproximava. Parecia não se importar de cair por cima e nem sentir medo algum, apenas caia como se nunca fosse encontrar algum obstáculo. E de fato não encontrara. No momento em que se chocaria com o elfo, a coisa havia se transformado em centenas de corvos, crocitando de forma ensurdecedora.

– O que é você? – gritou Lugh, ofegante acordando subitamente.

– Meu senhor, estás bem? – a serviçal encontrava-se em pé ao seu lado, com o olhar metediço.

– Sim, foi apenas um pesadelo. – respondeu ele ainda ofegante – Poderia me trazer um pouco de vinho?

– Decerto que sim, senhor.

___

Karl dava passos nervosos e apressados fazendo barulho por onde passava. Não costumava ter uma expressão muito amigável e sempre que passava por alguém que o cumprimentava e ele não respondia ou simplesmente virava o rosto. Fazia dias que desejava ter uma conversa não muito prazerosa com o conselheiro real, o astuto Niall, mas isso estava lhe sendo negado. Não gostava de pensar na ideia de que Eresil poderia estar o ignorando e o excluindo de seus planos, afinal parte da ideia do plano que fora criado era sua e estava financiando diretamente toda a trama com seu próprio ouro. Ao chegar à porta da sala onde ficava Eresil encontrou dois guardas patéticos e franzinos empunhando lanças de bronze guardando a porta.

– Deixem-me passar, quero falar com o tal manipulador. – ele não esperou resposta e já se foi se aproximando da porta sem preocupação.

– Sinto muito. – um dos guardas colocou a mão em seu peito o parando – Senhor Eresil não está disponível a ninguém no momento, somente a reis ou sacerdotes.

– Terei que cortar-lhe o braço para que eu possa passar? – ele levou a mão até a bainha, onde carregava uma espada – Como deve saber não sou do tipo que pensa demais antes de ferir alguém.

– Poderia cortar apenas um braço meu, mas antes que pudesse me ferir novamente seu sangue estaria contrastando com o branco do mármore no chão. – o homem levantou o rosto e suspirou calmamente.

Assim que Karl sacou sua longa espada a porta se abriu atrás das duas sentinelas arrogantes, era o próprio Eresil quem aparecera para apaziguar a tensão que estava a se formar. Estava completamente nu, seus longos cabelos ruivos estavam soltos e caídos por cima do tórax definido e molhado que faziam alguns fios aderirem a sua pele. Seus lábios estavam reluzentes e marcados por um carmesim muito intenso, o cheiro que exalava relevava que aquela cor era do mais doce e tinto vinho, feito nas cordilheiras de Norvara.

– Karl, eu te detesto piamente! – disse Niall franzindo o cenho – Se tivesse ferido ou desejar ferir novamente algum homem meu lembre-se de que não ousarei brindar em cima de seu corpo pálido e gelado.

– Deveria pensar com mais certeza antes de escolher com quem maquina tuas tramas de escolher reis que não foram apontados pelos deuses.

– Oh não Karl! – ele pôs a mão na testa e abaixou a cabeça em reprovação – Tinha mesmo de dizer isto na frente de meus guardas? Até onde pode chegar a sua estupidez?

Niall sacou uma adaga que se encontrava na parte frontal da armadura de Karl e sem cerimônia alguma dilacerou a garganta de um dos guardas. O outro ao lado nem se mechara, permaneceu imóvel, havia sido treinado para não temer e nem fugir da morte, ainda mais se ela fosse desejada ou executada pelas mãos de seu próprio senhor. Diferente do que fizera com o primeiro, Niall apenas penetrou a fina lâmina na garganta do segundo, que caiu no chão agonizante, se afogando em seu próprio sangue.

– Agora podemos conversar, e trate de não me desagradar novamente ou cometer algum ato estupido, Lorde Asno. – Niall fechou a porta atrás dele e se manteve em pé observando a expressão do homem.

– Quero meu posto de direito e que termine logo de executar o plano que foi iniciado. – ele estava um tanto temeroso, mas não deixava isso transparecer no rosto – Tenho noticias de Thuathan, a guerra está cada vez mais próxima e temos que tomar posse de nossos tronos.

– Noticias de Thuathan? – ele pegou uma uva arroxeada e amassou nos dedos fazendo o liquido esparramar – Alguma nova que não sei?

– Lugh está indo para Agnus, pedir a senhora Eileen em casamento. Com os barcos ele fica mais forte, caso perceba que não estamos favoráveis a eles podem facilmente nos atacar pela baía de Shion.

– Sei disso, mas Lugh não nos atacará. – levou a uva amassada até a boca e a mastigou lentamente olhando nos olhos profundos de Karl e imaginando se aquele homem poderia ainda lhe ser útil de alguma forma – Seremos neutros, até que não se possa mais fazer isto.

– E quanto ao trono de Ivernos? – com desconfiança o fitava e sabia que Niall estava planejando algo em sua mente.

– Em breve, apenas espere.

– Esperar pelo que? Já não tens tudo para toma-lo e me entrega-lo?

Niall se pôs a gargalhar exageradamente enquanto andava pelo quarto sempre olhando para Karl, mas do mesmo modo em que a risada começou ela cessou e deu lugar a uma expressão fria e vazia. Ele agarrara um grande lenço de seda dourada que estava embolada em cima de um assento e a amarrara acima dos quadris.

– Ainda falta Oddshark encontrar Arawn para que suba naquela cadeira de bronze magnífica.

– E quando isto será feito? – o clima estava começando a pesar e Karl começava a se sentir intimidado pela presença implacável de Eresil.

– Em no máximo dois dias. – Niall estendera uma grande taça dourada com o vinho doce para Karl. – Espero ainda algumas coisas irem.

– Dois dias é bom. – ele deu um gole vigoroso no delicioso vinho, percebeu o gosto muito forte que havia nele, algo ácido mas ainda sim doce e delicado – Está esperando pelo que?

– Bem, agora estou esperando que esse vinho lhe sufoque e que morra bem aqui, em frente a mim. – o sorriso que ele dera era completamente sensual e deleitante, estava extremante excitado, não só mentalmente como fisicamente, era possível ver tal prazer marcado na seda que cobria suas partes.

– Você é um traste, demônio a peste de todos os reinos! Cobra imunda! – soltava gritos estridentes e desesperados, que iam ficando roucos à medida que eram repetidos.

Niall se debruçou em um assento de camurça e observou com jubilo a agonia de Karl, cada gemido e contorção, a respiração falhando. E logo o homem estava no chão, tendo seus últimos espasmos enquanto Eresil aspirava o ar como se sentisse o odor da morte que causara, era tão deleitante que seus pelos se eriçavam e sua pele transpirava.

– Derramei sangue hoje em teu nome. Deleita-me com teu poder! Bile deus do inferno, do sangue e dos maus encha-me de impureza e pecado e me tornas imortal!


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