Elfen Lied – Um Novo Futuro escrita por Leitor de Animes


Capítulo 9
Capítulo 9 – Evolução


Notas iniciais do capítulo

Galera, falta mais ou menos um mês para o fim dessa FanFic... Agradeço a todos que estão acompanhado e peço que continuem lendo neste último mês...



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– Você vai embora? – perguntou Kanae. Ela e os outros estavam sentados na sala de aula. – Por quê?

– Meu intercâmbio é de apenas um ano escolar. – Miguel sorriu de leve, tentando esconder a frustração. – Vou ter que voltar ao Brasil e ainda terei que fazer uma prova para conseguir a nota do primeiro bimestre, já que lá o ano escolar termina em dezembro e volta em fevereiro.

– Entendo... – Mayu parecia triste. – Você não vai estar aqui...

– Nos nossos aniversários. – completou. – Eu sei. Você iria fazer aniversário uma semana após o meu.

– Mas vai estar para o discurso do Papa, não vai? – perguntou Nana.

– O discurso é daqui a uma semana. Eu só vou voltar ao Brasil daqui a umas três semanas.

– Tudo bem. – disse Nana, alegre. – Mariko vai ficar feliz se ver você lá.

De repente, o semblante do rapaz mudou.

– Eu ainda nem avisei a ela. Eu vou embora junto com a Emily. Marcos e Patrícia já conseguiram a guarda dela e vão passa-la para mamãe. Mariko vai ficar só...

– Não vai não. – Nana tentou anima-lo. – Nós vamos cuidar dela. Daqui um tempo você volta para vê-la e rever o pessoal.

– Obrigado, Nana. – agradeceu ele.

Mayu estava quieta, na dela. Não gostava da ideia de Miguel ir embora.

Enquanto conversavam, um rapaz, o de óculos que falava português, se aproximou de Miguel.

– Quer dizer que você vai embora? – disse ele, em japonês. – Bem, já é ruim ser o português da turma, já que as piadas sobre portugueses já chegaram aqui. Agora você me diz que vai embora, me tornando o único ocidental aqui e o único, além do professor, que fala outra língua? Tá de sacanagem! Isso é injustiça.

– Calma ai, Luiz. – Miguel tentou acalmar o rapaz. – Eu só vim aqui para o intercâmbio. Você já está aqui há anos. Não se preocupe, as coisas não vão ficar tão ruins de repente.

– Tá certo. – Luiz estendeu a mão para Miguel. – Eu só tô de brincadeira. Só acho chato não ter ninguém pra conversar. Os japoneses não se chegam muito nos ocidentais, principalmente se forem otakus. Que doideira, né? Eles têm preconceito com otakus na terra dos animes e mangás...

Miguel apertou a mão do rapaz.

– Eu conheço um monte de otakus lá no Brasil que venderiam a alma pra estar no seu lugar, então pare de reclamar.

– Tá certo. – o garoto sorriu de lado. – Vou logo pro meu lugar antes que o professor chegue.

Ao dizer tais palavras, o professor Akira entrou na sala.

Na faculdade, Kouta, que antes se sentava no meio da sala, estava na cadeira logo na frente do professor. O professor fez ele entregar os testes surpresas e, depois que todos terminaram, teve que recolhê-los.

Em casa, Lucy fazia o de sempre: Arrumava a casa, saía um pouco, via TV. Depois de almoçar, ela deixou que Nyu ficasse no comando por um tempo. Brincou um pouco com Wanta, se arrumou e saiu para andar um pouco no bosque perto de casa, toda alegre.

Enquanto andava por lá, encontrou o lugar onde havia um túmulo muito conhecido dela. Lá, Lucy ficou parada, olhando o túmulo, como se conversasse consigo mesma.

– Será que eu devia voltar a usar meu nome de verdade? – perguntou-se Lucy.

– Nyu? Talvez... Nyu. – respondeu-lhe Nyu. – Você voltaria a ser a primeira. Mas... Eu não vou sumir, vou?

– Eles gostam de você. – disse Lucy. – Não vou deixar que suma. Só vou pedir para me chamarem pelo meu nome.

– Nyu... – Nyu ficou pensativa. – Então, você voltaria a se chamar Kaede?¹*

– Seria isso. – disse Lucy.

Ela se abaixou e passou a mão em cima daquele túmulo. Aquele fora seu amigo, seu cachorrinho. Aqueles garotos mataram seu amigo a sangue frio. Com o mesmo sangue frio, ela começou a matar. A morte deles tinha sido um “acidente”, provocado por sua raiva e seus poderes.

– Então será isso. – disse Lucy, finalmente. – Kaede está de volta.

– Nyu!

Ela pegou algumas flores e deixou sobre o túmulo, em homenagem ao seu velho amigo.

– Adeus, amigo. – Lucy sorria e chorava, alegre e com saudade.

Depois, a garota foi direto para casa.

As horas foram passando e todos voltaram para casa.

– Nyu ou Lucy? – perguntou Kouta, entrando em casa, já à noite. Ele parecia estar cansando.

– Kaede! – respondeu ela, lá dentro.

Kouta não entendeu. Ele foi entrando e foi até a sala, onde estavam todos reunidos, sentados nos sofás e vendo TV.

– Lucy? – perguntou ele.

– Kaede. – corrigiu-o. – Voltei a usar meu primeiro nome. Lucy foi só um apelido dado no laboratório.

Miguel estava sentado ao lado de Mayu, no sofá pequeno.

– É uma referencia um esqueleto feminino que foi chamado de Lucy²*. – disse ele. – Kurama me explicou isso. Lucy foi um fóssil encontrado na África e considerado o mais antigo já encontrado da linha de evolução humana. O nome Lucy foi uma homenagem à música dos Beatles, Lucy in The Sky With Diamonds. Pelo menos, foi o que eu ouvi e estudei.

– Isso é estranho. – comentou Kanae, olhando para Kaede. – Quer dizer que seu apelido era o nome de uma velha?

– É desagradável pensar nisso. – respondeu a garota. – Agora que sei isso, peço de novo: Me chamem de Kaede.

– Tá ok.

Eles jantaram e foram dormir. Marcos foi buscar Miguel antes do pessoal ir dormir.

Quando Kouta e Yuka já estavam dormindo, Kaede foi até o quarto, se abaixou ao seu lado e sussurrou:

– Eu sei que você disse que não me perdoaria pelo que fiz, mas eu sei que você me perdoou.

Depois de dizer isso, ela saiu, tão silenciosa quanto tinha entrado. Kouta, que estava acordado no momento que ela disse aquilo, suspirou.

“Ela mata meu pai, minha irmã, ferra com minha vida e acha que eu a perdoei?”, pensou ele. “Bem, não posso dizer que não... Só acho que ela devia pelo menos tentar fazer algo mais para se redimir...”.

Os dias foram passando, até que foi o dia mais esperado de todos: O dia do discurso de Kurama.

Era uma quarta, às 15h. Eles estavam no centro da cidade, onde um palco havia sido montado. Em cima dele estavam Kurama, Hiromi e Mariko, acompanhados de alguns lideres políticos, seguranças e cientistas mundialmente famosos, além, é claro, da doutora Arakawa. Todos estavam bem arrumados: Os homens, de ternos; Hiromi, com um vestido branco, longo, e uma camisa verde clara de botão e manga curta, aberta; Mariko, com um vestido branco com renda, sem manga, o mesmo que usara no dia da reunião, um ano antes, e um laço, também branco, em volta dos chifres. Arakawa estava com seu jaleco de sempre, mas dessa vez parecia ter conseguido tomar banho.

Todas as escolas e faculdades haviam fechado mais cedo por causa do discurso. Kouta e Cia estavam lá, no meio da multidão.

O prefeito de Kamakura, um homem de uns trinta e poucos anos e de terno preto, foi até o palanque cheio de microfones e começou a falar:

– Hoje é um dia muito importante na história da humanidade. – disse. – Temos conosco o Dr. Kurama, que traz até todo o mundo uma grande inovação.

Ele se virou para Kurama e chamou-o:

– Venha.

Kurama se levantou de sua cadeira e foi até o palanque. Começou um burburinho entre a multidão logo que ele se levantou. O prefeito deu lugar a ele, que começou seu discurso:

– Olá, pessoas do mundo, e boa tarde. Vocês podem não saber quem sou, mas eu sei quem vocês são: Humanos. – ele fez uma pausa, pegou o copo que havia no palanque e bebeu um pouco de água. – Eu tenho uma informação que pode mudar nosso mundo, mudar para sempre a humanidade. Vocês podem não saber, mas há um vírus que se espalhou pelo Japão e, talvez, pelo mundo. Esse vírus pode acabar com tudo que podemos dizer que é o ser humano e criar um mundo dominado por uma nova espécie.

Os burburinhos começaram a se intensificar.

– Esse vírus só infecta os homens e não causa nenhum dano ao corpo do infectado, mas causa sérias mudanças em seus descendentes. Os infectados só podem ter filhas e estas, estéreis. Além disso, acontecem mudanças físicas nas crianças: Essas meninas nascem com duas elevações no osso do crânio, parecidas com chifres. Outra mudança ocorre nessas crianças: Elas têm a incrível habilidade de criar vetores, uma espécie de “braço” feito de energia e que são capazes de destruir qualquer coisa dentro de seu limite. Muitos assassinatos foram cometidos por essas meninas modificadas, começando normalmente pelos próprios pais. Os homens que tem contato com esses vetores e não são mortos são infectados pelo vírus.

Ele fez uma pausa e bebeu outro gole d’água. A multidão parecia não acreditar nas palavras dele.

– Eu fazia parte de um laboratório que tinha uma simples missão: Estudar essas crianças, chamadas de diclonius, e organizar o máximo de informações sobre elas. O problema era: Uma hora, não havia mais porque manter aquelas que não podiam nos oferecer mais dados. Assim, muitas delas foram mortas. Eu mesmo ordenei e matei muitas delas.

Uma confusão começou na multidão. Muitas pessoas gritavam:

– Assassino! Matador de crianças!

– Imaginem-se em meu lugar: A minha vida e de meus colegas ou a de uma assassina pronta para matar qualquer um que apareça. No meu lugar, vocês fariam o mesmo. – ele fez uma pausa para respirar e tentar se acalmar. A multidão também parecia ter diminuído sua raiva. – Mas continuando: Eu mesmo fiz isso e sei que sou culpado. Sei também que muitos de vocês não acreditam em nenhuma palavra do que eu disse, então eu vou provar tudo isso agora.

Ele se virou para Mariko, que estava sentada junto de Hiromi e disse:

– Venha, Mariko.

Ela foi até ele, sorrindo.

– Com licença. – pediu ele, tirando os laços de sua cabeça.

Ela se virou para a multidão, mostrando os chifres.

– Esta é minha filha, Kurama Mariko. – disse o homem, voltando ao microfone. – Eu havia sido infectado por uma das diclonius do laboratório, que quase me matou. Como consequência, minha filha nasceu infectada. Se quiserem, eu provo o que disse sobre as habilidades dela.

Kurama olhou para Mariko, que assentiu. Eles se distanciaram cerca de uns 6 metros. Então, ele puxou uma pistola da parte de trás da calça e apontou para ela.

– Seu louco! – gritavam. – Você vai matá-la!

Ele puxou o gatilho e disparou contra ela. A multidão tremeu ao ouvir o tiro, mas ficou realmente assustada ao ver a bala parada no ar. Mariko a pegou com a mão e levou até Kurama, dizendo:

– Aqui, papai. – disse, de mãos estendidas.

– Obrigado, Mariko. – disse ele, pegando a bala. Depois, voltou até o palanque. – Se ainda não acreditam, vamos fazê-los acreditar.

Todos os seguranças no local, cerca de 20 homens, puxaram suas armas e começaram a disparar em Mariko, mas as balas paravam no meio do ar. Após descarregarem seus cartuchos, eles pararam de atirar. Mariko começou a recolher as balas no ar, como se isso fosse uma brincadeira de criança.

– Como viram, essas crianças podem fazer muitas coisas. – disse Kurama. – Eu vim aqui não só para dizer isso, mas para dar um novo futuro aos humanos e diclonius. A espécie Homo Diclonius é mais forte que a humanidade, o que nos leva a um velho fato: Sobrevivência do mais forte. Elas poderiam e podem acabar com a humanidade. E sendo que a primeira delas é fértil... Nossos melhores soldados conseguiram captura-la e nos a prendemos por anos, mas ela fugiu recentemente. Ela, que nós apelidamos de Lucy, poderia dar origem a uma nova espécie dominante. A primeira nasceu com a modificação física que eu havia dito, e sendo assim, todos os homens que não morriam para seus vetores ou que ela escolhia não matar eram infectados pelo vírus. Assim, os diclonius começaram a nascer dos humanos, sendo elas estéreis. Lucy, sendo fértil, poderia escolher um humano qualquer e procriar, dando origem a uma linha de diclonius férteis. Se nascesse um menino então, seria o fim completo da humanidade, pois ele poderia fecundar várias mulheres e a linha continuaria.

Kurama bebeu novamente um gole de água e continuou:

– Eu consegui uma forma de unir os dois lados, sem que haja aniquilação total humana: A partir do código genético de Lucy, eu, junto com a doutora Arakawa, – ela se levantou entre os vários cientistas no local, dando “tchauzinho”, e se sentou novamente. – consegui achar um ponto de ligação, pelo qual poderíamos criar uma nova espécie. Meus estudos ainda são muito básicos, mas há uma chance de reprodução infectada pelo vírus, mas pela qual os diclonius que nascessem não fossem estéreis, as silpelits, mas seriam totalmente férteis, nascendo tanto machos quanto fêmeas. Essa nova espécie também poderia se reproduzir junto com os seres humanos. Assim, quando o último humano morrer, ele poderá deixar descendentes entre a humanidade.

Novas discussões começaram. Kurama bebeu outro gole d’água, encerrando o que havia em seu copo, e continuou falando:

– Também conseguimos encontrar, por meio do código genético diclonius, uma chance de acabarmos com grande parte das doenças existentes entre os seres humanos. Essa seria uma chance de melhorarmos o padrão de vida humana antes da mudança evolutiva e impedir que tais doenças atinjam nossos descendentes. Ainda assim, tenho algo que contribuiria somente o lado humano: A vacina contra o vírus diclonius. Ele destruiria todas as chances de evolução que venho dizendo neste discurso até agora. Termino dizendo que, se deixarmos passar essa chance de evolução, que viria até nós se não interferíssemos, serão mais milhares de anos até outra evolução. Então, dariam as costas a mais de 140 mil anos de humanos, o Homo Sapiens, e evoluiriam ao Homo Diclonius ou continuarão suas vidas, como se tal chance nunca tivesse existido? Obrigado e boa tarde.

O prefeito voltou ao palanque.

– Após isso tudo, sei que muitos ainda não acreditam. Mas nós reunimos alguns dos maiores nomes da Ciência atualmente vivos, que revisaram todas as informações que este homem conseguiu. Creio que isso já basta para que saibam que o que ele diz é verdade.

Após o discurso, Kurama, sua família e a doutora Arakawa foram protegidos pelos seguranças e pela policia, que tentava parar o povo. Muitos tentavam ataca-lo por causa de seus crimes, outros por serem contra essa evolução, e outros, só para estarem na bagunça.

Eles foram levados a um hotel, no qual ficaram nas suítes de luxo. Na entrada, muitos repórteres e uma multidão louca faziam de tudo para entrar no hotel, mas a segurança não deixava ninguém passar se não fosse autorizado.

– Com licença. – pediu uma voz do outro lado da porta.

– Entre. – respondeu Kurama.

Kurama estava sentado na cama mais próxima da porta.

– Estamos entrando. – Kouta abriu a porta da suíte.

Junto com ele veio todo o pessoal: Yuka, Kaede, Nana, Kanae, Mayu, Miguel, Emi, Patrícia, Marcos e Arakawa, que tinha saído de sua suíte e dado de cara com eles.

A suíte de Kurama era enorme. Tinha duas camas de casal, ambas bem arrumadas e com lençóis brancos, no lado esquerdo do quarto. Havia uma mesa enorme, como se fosse uma mesa de reunião de alguma empresa, no lado direito do quarto, junto com um guarda roupa e um frigobar. Os móveis do lugar pareciam custar mais que o terreno da pensão. Tudo era impecável.

Kurama estava de meias e com a camisa social que usara por baixo do terno, além de suas calças. Hiromi estava sentada ao seu lado e Mariko, deitada na outra cama, cochilando.

– Meu Deus! – Kanae estava boquiaberta. – Esse lugar é enorme!

Kurama se levantou da cama e foi até eles.

– Então? O que acharam?

Kouta estava meio sem ideia do que dizer.

– Bem, achei uma ótima ideia você omitir quem era a Lucy e onde estava. – ele ainda pensava no que falar. – Acho que seriamos caçados por apoiar a destruição da humanidade e ela, pelos assassinatos que cometeu e por trazer a destruição da humanidade.

Kurama parecia estar meio preocupado. Ele andou em círculos e se sentou novamente em sua cama.

– Puxem uma cadeira.

Cada um pegou uma cadeira na mesa e se sentou de frente para o homem.

– Eu estou me sentindo mal com uma coisa: Eu falei sobre as diclonius e a verdade sobre elas. Sinto que elas sofrerão mais do que já sofrem.

Ele olhou para Mariko, dormindo. Depois, olhou paras outras: Emi, que quase cochilava no colo de Miguel, Nana, que tentava manter um sorriso, e Kaede, séria como sempre.

Hiromi foi até Miguel e pegou Emi nos braços.

– Ela estava babando em você, Miguel. – ela levou a menina até a cama onde Mariko estava.

Ela deixou as meninas deitadas, dormindo uma ao lado da outra.

– Me desculpem... – disse Kurama, abaixando a cabeça. – Eu acabei de piorar as coisas para vocês...

– Papa, não fique assim. – Nana colocou a mão em seu ombro, tentando consola-lo. – Eu não ligo para isso.

– Eu só sei de uma coisa: Quem tentar algo contra mim não vai ter um final feliz. – Kaede tentou soltar uma piada.

– Kaede. – disse Kouta, com ar de repreensão.

– Brincadeira. – disse. – Eu não machucaria mais ninguém... – o ar dela mudou para um pouco mais sério. – A não ser que mexam com um de vocês. Neste caso, eu não tenho culpa do que iria acontecer.

– Bem, isso é o de menos agora. – disse Miguel. – Eu acho que o problema mais sério será as medidas do governo sobre esse assunto. As silpelits sempre foram pegas pela organização na qual Kurama trabalhava. Agora, Lucy, digo, Kaede, está sobre nossa vigilância, além de Nana, Mariko e Emily. O problema será com as que nasceram depois do fim da organização e as que não foram presas ou mortas. Se não fizermos algo logo, ou o governo as matará ou elas causarão um grande problema. Não quero ser indelicado, mas se elas fossem mortas, o problema seria resolvido.

Nana ficou irada ao ouvir aquilo.

– Miguel, o que está dizendo? – ela estava a ponto de bater nele. – Quer que matem tantas garotas só por causa da “proteção da humanidade”? É isso?

– Não quis dizer isso. – ele se levantou e ficou frente a frente com a garota. – Eu só estou dizendo que, mesmo que protegessem e cuidassem de cada uma delas, ainda assim, elas seriam estéreis. Em nenhuma das escolhas, seja evolução, seja humanidade, elas se encaixariam no quadro. Isso, além do fato de que se escolherem a vacina ao invés da evolução, ai sim elas sofreriam muito mais preconceito. Serem tratadas como lixo, como animais que esperam pela morte. Quer que isso aconteça com cada uma delas, cada uma que não encontrou um lar, uma família?

Nana pareceu ficar sem chão, como se aquilo fosse um grande peso derrubado sobre ela.

– Miguel! – Mayu o repreendeu. Ela se levantou e abraçou a amiga, apoiando-a. – Não fale desse jeito!

– Isso mesmo, Miguel! – Patrícia também repreendeu o rapaz.

– Esse é o único jeito de falar. – Kaede apoiou o que Miguel disse. – Eu tenho certeza que o que ele disse vai acontecer. Repressão, preconceito, tortura, mortes. Eu vi isso e sei como é. Não o culpe por falar assim, pois ele está pensando pelo ponto de vista diclonius e não humano. Os direitos humanos só se aplicam aos humanos, não aos diclonius. Somos duas espécies rivais e isso é o que conta.

Marcos permaneceu indiferente durante toda a discussão, mas agora parecia querer falar.

– Os humanos não gostam de perder. Creio que os diclonius também não. E, como diz a regra da vida, quando duas forças rivais se chocam, só existem duas possibilidades: Ou uma ganha e outra perde ou ambas são destruídas. Não existe um meio termo... Até hoje. O que Kurama tem feito, o trabalho, os estudos, as pesquisas. Tudo isso é para criar um meio termo, um caminho para humanos e diclonius trilharem juntos, até que um dos dois fique e o outro suma.

– Entendo... – Nana se acalmava aos poucos. – O que devemos esperar é a escolha final.

– Isso mesmo. – disse Kurama, se levantando. – Até lá, devemos esperar.

O resto da tarde foi muito mais calmo. Eles tentaram esquecer a discussão que houve, relaxar, etc. Miguel e Nana fizeram as pazes também.

– Não quero ir embora sabendo que deixei más recordações para alguém. – disse ele, sorrindo.

Como havia uma multidão na frente do lugar, eles tiveram que passar a noite no hotel, por causa de Nana, Emi e Kaede.


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Notas finais do capítulo

Notas:
¹*: SPOILER - O nome de Lucy é confirmado como Kaede no final do mangá. Anos depois da morte de Lucy/Nyu, Kouta e sua filha, Nyu Jr., foram até o local onde Kouta brincava com Lucy quando eram crianças. Ele já estava indo lá há anos, com a promessa de revê-la, mas nunca a encontrou. Naquele ano, enquanto estavam na frente do túmulo do cãozinho de Lucy, Nyu Jr. viu algo ao lado do túmulo. Era uma garrafa de vidro com um bilhete de Lucy para Kouta. No fim do bilhete estava escrito o nome Kaede. Após lê-lo, as duas amigas de Nyu Jr., duas gêmeas, apareceram dizendo que procuravam por um amigo de anos, sendo elas, provavelmente, as reencarnações de Lucy e Nyu.
²*: No anime/mangá, essa referencia ao nome dela ser o do fóssil é verídica, aparentemente confirmada pelo autor, nosso querido Okamoto Lynn. Eu tentei explicar da forma que eu pude a história do fóssil, mas creio que devo ter cometido um erro ou outro. Qualquer coisa, só comentarem o erro e eu conserto depois. *Nota Especial a Outro Anime - Essa homenagem à música também ocorreu em Fairy Tail, cuja personagem Lucy tem esse nome por causa dessa música, Lucy in The Sky With Diamonds. Isso é totalmente confirmado pelo autor de Fairy Tail.

Bem, espero que tenham gostado do capítulo. No próximo, a escolha final: Evolução ou Vacina? Humanos ou Diclonius?



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