Uma Nova Vida - Peeta e Katniss escrita por MaryG


Capítulo 32
Capítulo 32


Notas iniciais do capítulo

Olá, meus queridos! Vim postar mais um capítulo para vocês. Agradeço a todos que comentaram no último capítulo (foi bastante comentário, gente! :D) e, em especial, aos leitores (ou leitoras, não sei) Ale e Prongsnitch, que recomendaram a história. Muito obrigada, pessoal!

Eu escrevi este capítulo com muito carinho e espero que vocês gostem.

Boa leitura!



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— Pronto, a mocinha dormiu – diz Peeta, com um sorriso cansado no rosto.

Ele vem até onde estou, no sofá da sala, e se senta ao meu lado.

— Você contou de novo a história do urso que gostava de fazer pão a ela? – pergunto.

— Sim – confirma ele, rindo. – Ela adora essas histórias loucas que eu invento.

— Sei que sim – digo, também rindo. – Deve ser por isso que ela quase sempre pede que você a coloque para dormir.

— Deve ser mesmo – ele concorda.

Depois disso, ele se distrai com uma coisa qualquer na TV e fica em silêncio. Mas a minha mente está a mil. Sei que o momento de contar a novidade a ele finalmente chegou.

— Peeta? – chamo por ele, tocando levemente em seu ombro.

Ele volta seu olhar para mim, parecendo confuso.

— Oi! Você tava falando alguma coisa? Eu me distraí aqui com a TV e...

— Não, tudo bem – digo, rindo da confusão dele. – Será que a gente pode conversar?

— Claro! – ele pega o controle da TV e a desliga. – Pode falar.

Por uns segundos, eu fico encarando Peeta, sem saber exatamente como lhe dar a notícia. Mas como palavras nunca foram o meu forte, acabo decidindo ir direto ao ponto:

— Eu também quero ter outro filho.

Ele arregala os olhos e ergue ligeiramente o tronco, claramente surpreso.

— V- você tá falando sério?! – indaga ele.

— Sim, Peeta. Eu pensei muito, e percebi que eu também quero esse filho. Hoje cedo eu parei com a pílula – digo, e dou um leve sorriso para lhe passar confiança.

Ele passa um tempo em silêncio, como se estivesse digerindo o que acaba de ouvir. Quando um enorme sorriso se forma em seus lábios, sei que ele finalmente assimilou a notícia.

— Katniss, isso é maravilhoso! – exclama ele, e então segura o meu rosto e me dá um carinhoso beijo nos lábios.

Depois ele me abraça forte, encaixando sua cabeça no meu ombro. E eu retribuo o abraço, espalmando minhas mãos em suas costas.

— Obrigado, meu amor – sussurra ele, rente ao meu ouvido.

— Você não tem o que me agradecer. Ver você feliz é minha recompensa – digo, repetindo o que disse a ele anos atrás.

Ele rompe o nosso abraço, e quando eu olho para seu rosto, percebo que seus olhos estão marejados.

— Eu estou muito feliz mesmo – diz ele, acariciando levemente a minha bochecha. – Mas e você? Como está se sentindo?

— Eu estou feliz também. Um pouco assustada, é claro, mas feliz. – digo com sinceridade.

Ele retira sua mão do meu rosto e segura a minha mão, num gesto de apoio.

— Você não precisa ficar assustada, meu amor – ele me assegura, com a mesma firmeza de sempre pintando a sua voz. – Vai dar tudo certo. Eu não vou sair do seu lado.

— Eu sei... É que é um desafio novo. Eu fico insegura. – admito.

— Eu entendo – diz ele com compreensão. – Mas pense o seguinte: Quando nós tivemos Lily, o desafio era mais novo ainda e nós nos saímos superbem. Agora, nós vamos nos sair melhor ainda.

— É, você tem razão – digo, rindo.

— Bem, agora nós precisamos cuidar de uma coisa – diz ele, com uma expressão enigmática.

— Do quê? – pergunto.

Um sorriso diabólico se forma em seus lábios.

— Esse bebê precisa ser feito, você não acha?

Antes que eu possa dizer qualquer coisa em resposta, ele inclina sua cabeça na minha direção e começa a beijar o meu pescoço, fazendo com que arrepios percorram o meu corpo inteiro.

— Peeta... – digo num gemido.

Ele vai subindo seus beijos até chegar à minha boca. E então começa a me beijar com paixão, despertando em mim aquela ânsia que somente ele é capaz de despertar e de saciar.

Quando precisamos parar um pouco para respirar, ele sussurra rente à minha boca:

— Vamos fazer esse bebê, Katniss?

— Só se for agora – sussurro de volta.

Em questão de segundos, nossas roupas estão jogadas pelo chão da sala e eu estou sentada no colo de Peeta, sentindo o prazer crescendo em mim a cada movimento de meus quadris. Ele geme palavras de encorajamento e acaricia meus seios, minha barriga, o ponto onde estamos unidos... Ele conhece o meu corpo como ninguém e sabe exatamente onde e como me tocar para que eu vá ao céu.

Quando o meu máximo me atinge, ele é tão intenso que um forte gemido me escapa da garganta. Minhas pernas ficam parecendo geleia, mas eu ignoro a sensação e me movo mais algumas vezes, até Peeta também atingir o seu máximo.

Depois nós ficamos lá abraçados, esperando nossos corações voltarem ao ritmo normal. Depois de um tempo, eu me afasto ligeiramente dele e digo:

— Será que o nosso bebê tá sendo feito?

Ele dá um risinho.

— Eu espero que sim. Mas na dúvida, que tal a gente tentar mais vezes?

— Eu acho ótimo – digo, com um sorriso que eu espero que seja sedutor.

***

Nos dois dias seguintes, eu e Peeta continuamos tentando. No terceiro dia, porém, um sangramento vem e nos mostra que nosso bebê ainda não foi concebido. A princípio, eu fico ligeiramente chateada, mas logo deixo esse sentimento de lado. É muito difícil engravidar após anos tomando pílula, e minhas tentativas para engravidar de Lily já me mostraram isso.

Assim que o sangramento cessa, eu e Peeta voltamos às nossas tentativas. E assim ficamos pelo resto do mês. Eu chego a ter um pequeno atraso, o que nos deixa um pouco esperançosos, mas logo o ciclo menstrual chega e mostra que não foi dessa vez.

— Foi o primeiro mês de tentativas, meu amor – diz Peeta, percebendo que eu fiquei um pouco desapontada. – Não tem por que a gente se decepcionar. Nós vamos tentar mais vezes e vai dar certo.

— É, eu sei – digo. – Com Lily, eu só consegui no quarto mês.

— Olha aí – diz ele, sorrindo de forma gentil. – Não precisamos ter pressa. Vai acontecer no momento certo.

Eu dou um sorriso, feliz por poder contar com o apoio do meu marido dessa vez.

***

O segundo mês de tentativas não dá certo. O terceiro, também. O quarto e o quinto, mesma coisa. Eu fico desapontada, é claro, principalmente porque a esta altura eu já tinha conseguido engravidar de Lily. Mas o apoio de Peeta e a minha determinação para ter esse bebê me deixam forte para continuar tentando.

No sexto mês, eu tenho um atraso mais longo que o normal, o que faz com que uma chama de esperança de acenda em mim e em Peeta. Quando chega o sétimo dia de atraso, ele sugere que eu marque a médica para fazer o teste. Mas eu fico insegura e decido esperar mais.

No oitavo dia de atraso, porém, um sangramento chega no final da manhã e me mostra que eu não consegui. Mais uma vez.

E dessa vez, eu não consigo mais pensar positivo. Não consigo mais ter ânimo. Tudo o que penso é que estou velha demais e que não sou capaz de engravidar novamente. De dar outro filho ao meu marido. De dar um irmãozinho à minha filha.

Um sentimento horrível de decepção, fracasso e inutilidade comprime o meu peito, fazendo com que lágrimas escorram dos meus olhos. Quando aqueles soluços horríveis começam a escapar da minha garganta, sei que preciso me recompor antes de sair do banheiro. Não quero que Lily me veja assim.

Com esse pensamento, eu respiro fundo para tentar me acalmar e em seguida assoo o nariz e lavo o rosto. Quando minha imagem no espelho está decente, eu enfim abro a porta e saio.

Lily, porém, é perceptiva demais para não notar que algo não vai bem, apesar de sua pouca idade. Quando eu me sento com ela para assistir a um desenho na TV, ela fica me olhando de tempos em tempos, parecendo intrigada.

— Alguma coisa, Lily? – pergunto, tentando disfarçar.

— Você tá triste, mamãe? – diz ela, na lata.

Penso em mentir para ela, dizendo que está tudo bem, mas logo mudo de ideia. Falar a verdade é melhor.

— Só um pouco, meu amorzinho. Mas vai passar.

Lily larga seu ursinho num canto qualquer do sofá e vem para o meu colo. Depois ela me abraça e diz, com sua vozinha cheia de delicadeza:

— Eu te amo, mamãe.

O ato é tão doce, tão cheio de significado, que lágrimas me sobem instantaneamente aos olhos. Não é a primeira vez que Lily me abraça e diz que me ama, mas dessa vez, ela fez isso especificamente para me confortar. Apesar de ser bem pequena, ela é empática e altruísta, exatamente como o seu pai. E isso me deixa muito feliz.

— Eu também te amo, meu amorzinho – digo a ela, beijando sua cabecinha. – Obrigada por estar aqui comigo.

***

O gesto de conforto de Lily me deixa mais tranquila pelo resto do dia. À noite, porém, quando Peeta chega em casa e eu sei que vou ter que contar a ele que ainda não foi dessa vez, os sentimentos ruins de antes retornam.

Eu protelo o máximo que posso, temendo chateá-lo. Mas ele, como em quase todas as vezes, percebe que algo não vai bem. Quando Lily já está dormindo e nós finalmente estamos a sós em nosso quarto, ele me pergunta:

— Katniss, você tá tão séria... Aconteceu alguma coisa?

— Minha menstruação veio, Peeta. De novo. – digo a ele, sentindo um nó crescente em minha garganta.

— Não tem problema, meu amor. Eu já disse: Nós vamos ficar tentando, e no momento certo, vai acontecer. – diz ele, compreensivo.

Eu tento achar algo que indique tristeza em sua expressão, mas não vejo nada além de cansaço.

— Você não entende, Peeta?

Ele termina de vestir sua camisa de dormir e se senta ao meu lado na cama.

— O quê? – pergunta ele, franzindo o cenho.

— Eu não vou mais conseguir engravidar, Peeta – respondo, me sentindo triste e vazia.

— Que besteira é essa que você tá dizendo? – indaga ele, com um tom de indignação em sua voz.

— Não é besteira, é a verdade! – disparo, com raiva por ele não entender. – Eu tou muito velha, e não vou mais conseguir te dar esse filho!

— Velha? Katniss, você só tem 37 anos!

— E vou fazer 38 em breve! – rebato.

— E daí? – diz ele, impaciente. – Você continua jovem. Pode perfeitamente engravidar.

— Eu não tenho mais certeza se posso – digo, e assim que as palavras deixam a minha boca, lágrimas começam a encher os meus olhos.

Eu abaixo a cabeça, sem conseguir encarar Peeta. Mas logo sinto suas mãos levantarem o meu rosto com delicadeza.

— Meu amor, é claro que você pode – diz ele, com a impaciência de antes substituída por compreensão. – Você é jovem, é saudável... Eventualmente, você vai conseguir. Eu tenho certeza absoluta disso.

— Mesmo? – pergunto, insegura.

— Sim. Mesmo.

Ele diz isso com tanta firmeza que consegue me convencer, mesmo que seja por um momento.

— É, acho que você pode estar certo.

— Eu estou – ele sorri. – Quando sua menstruação terminar, nós vamos tentar novamente, sem preocupação com tabelinha, posições nem nada disso. Vamos simplesmente deixar acontecer. E quando a gente menos esperar, o nosso bebê já estará aí, dentro de você. Você acredita em mim?

— Acredito – digo, e com sinceridade.

— Então está combinado – diz ele, e em seguida me envolve carinhosamente em seus braços.

***

Assim que o meu sangramento cessa, eu e Peeta continuamos as nossas tentativas. Dessa vez, deixando tudo acontecer naturalmente, conforme o combinado. Eu tento esquecer que estou tentando engravidar e curto os nossos momentos de intimidade como se o único objetivo deles fosse nos dar prazer e estreitar nossos laços. E durante o dia, eu me mantenho tão ocupada que mal tenho tempo de pensar nisso.

Quando chega a época de a minha menstruação vir, um sinal de alerta se acende em minha mente. Mas eu o ignoro e continuo com a minha vida, tendo em mente que atrasos podem significar nada.

Quando eu percebo que estou com um atraso de 10 dias, porém, não consigo mais ignorar a situação. Eu só tive um atraso tão longo assim uma vez na vida, e sei bem em que situação foi.

Peeta sabe que minha menstruação está atrasada, mas a princípio não me diz nada, provavelmente por causa do fracasso da última vez. Eu penso falar sobre isso com ele, perguntar o que ele acha, mas acabo decidindo esperar mais um pouco.

Mais dois dias se passam, completando 12 dias de atraso. Eu fico realmente desconfiada de que estou grávida, mas não digo nem faço nada, com medo de uma possível decepção. Peeta, porém, acaba rompendo o silêncio:

— Katniss, sei que você não deve estar querendo falar sobre isso, mas a sua menstruação não veio ainda?

Meu coração acelera de ansiedade, mas eu confirmo.

— Sim, Peeta. Não veio ainda.

— Já são muitos dias de atraso, hein? – indaga ele, com um sorrisinho presunçoso.

— 12 dias – digo.

O sorriso dele se alarga.

— Bem, acho que está na hora da gente ter certeza, você não acha?

— Ter certeza de quê? Peeta, eu não sei se estou gr...

— Eu estou com uma sensação muito boa – ele me interrompe. – Mas só o exame pode me dizer se estou certo. O que você acha de marcar a médica?

— Você não está com medo de se decepcionar? – pergunto.

— Não – ele diz com convicção. – Marque a médica. Eu vou com você.

— Tudo bem.

Eu fico insegura e intrigada com essa confiança toda de Peeta, mas faço o que ele pediu. Por sorte (ou azar, não sei), eu consigo um encaixe para o dia seguinte.

Depois de deixarmos Lily na casa de Haymitch, eu e Peeta seguimos para o hospital. Eu estou bem nervosa, como da última vez em que estive aqui para fazer esse teste. Mas dessa vez eu tenho o meu marido comigo, me dando o suporte de que preciso. E só por essa razão, a situação já me parece melhor.

Quando digo à doutora Brooks que desconfio estar grávida, ela solicita o exame e uma enfermeira vem coletar o meu sangue, exatamente como da outra vez. Depois, a médica nos conduz a uma sala reservada e diz que volta com o resultado em mais ou menos 20 minutos.

Peeta parece bastante calmo, mas ao notar a minha ansiedade, ele diz:

— Meu amor, eu acho que deu certo, mas se não tiver dado, nós vamos tentar de novo até conseguir, ok? Você não precisa ficar nervosa, nem se cobrar tanto assim.

— Ok – digo, já me sentindo um pouco mais calma.

Enquanto o exame não sai, ele fica falando de outros assuntos e contando histórias engraçadas, para tentar me distrair. E ele consegue, pois quando a médica volta com o envelope em mãos, eu até tomo um susto, como se subitamente me lembrasse da razão de estar aqui.

— Bem, aqui está o resultado do exame – diz a médica, me entregando o envelope.

Eu fico encarando-o por uns segundos, sem coragem de abrir.

— Você quer que eu abra? – pergunta Peeta.

— Sim – digo, e então entrego o envelope a ele.

Ele pega o papel de dentro para ler e eu fico olhando para o rosto dele, tentando ver se consigo interpretar o que está escrito no papel através de sua expressão facial.

Quando um imenso sorriso se forma em seus lábios e seus olhos azuis se enchem de lágrimas, eu sei exatamente o que ele viu.

Continua...


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Notas finais do capítulo

E aí, o que o Peeta viu? Acho que dá pra saber, hein? ;)

Digam nos comentários o que estão achando. Comentem mesmo, pra valer! A opinião de todos vocês é importante para mim. :)

Beijos e até a próxima.