Uma Nova Vida - Peeta e Katniss escrita por MaryG


Capítulo 33
Capítulo 33


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal! Vim postar mais um capítulo para vocês. Agradeço a todos que comentaram do último capítulo para cá. Obrigada por me incentivarem! :D

Agora fiquem com o capítulo.

Boa leitura!



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Enquanto o exame não sai, ele fica falando de outros assuntos e contando histórias engraçadas, para tentar me distrair. E ele consegue, pois quando a médica volta com o envelope em mãos, eu até tomo um susto, como se subitamente me lembrasse da razão de estar aqui.

— Bem, aqui está o resultado do exame – diz a médica, me entregando o envelope.

Eu fico encarando-o por uns segundos, sem coragem de abrir.

— Você quer que eu abra? – pergunta Peeta.

— Sim – digo, e então entrego o envelope a ele.

Ele pega o papel de dentro para ler e eu fico olhando para o rosto dele, tentando ver se consigo interpretar o que está escrito no papel através de sua expressão facial.

Quando um imenso sorriso se forma em seus lábios e seus olhos azuis se enchem de lágrimas, eu sei exatamente o que ele viu.

— Positivo? – pergunto, com o coração batendo forte de ansiedade e excitação. Eu já sei a resposta, mas preciso ouvi-la da boca dele para ter certeza de que isso é real.

— Sim – diz ele, rindo e chorando ao mesmo tempo. – Nós conseguimos, meu amor!

E assim, eu sei que isso é real. Que o bebê que eu planejei e desejei nos últimos meses finalmente está aqui, crescendo dentro de mim.

Lágrimas de emoção me sobem aos olhos quase que instantaneamente. Por experiência, eu sei que o caminho é árduo. Mas também sei que haverá muitas alegrias, e por isso, é a parte boa que toma força em mim. Tudo o que sinto no momento é felicidade.

Felicidade por ter conseguido. Por ver a alegria estampada no rosto do meu marido. Por poder dar um irmãozinho à minha filha. Por todos os momentos bons que estão por vir.

— E-eu estou tão feliz – digo, enfim verbalizando o que estou sentindo.

— Eu também, meu amor – diz Peeta, emocionado. – Muito.

Sem combinar, nós nos enlaçamos nos braços um do outro na mesma hora. E ali ficamos por um tempo indefinido, curtindo juntos a emoção do momento. Da outra vez em que estive nessa mesma situação, eu estava sozinha. Mas agora eu tenho o meu marido comigo para partilhar toda essa felicidade.

A doutora Brooks temperando sua garganta é que nos traz de volta à realidade.

— Doutora... – digo, me sentindo ligeiramente constrangida por ter me esquecido da presença dela.

— Sei que vocês estão muito felizes e que querem aproveitar o momento – ela sorri. – Mas eu preciso dar algumas recomendações.

— Pode falar, doutora – diz Peeta.

— Bem, Katniss, pelo índice de HCG no seu sangue, você deve estar grávida de mais ou menos sete semanas. Eu vou passar para você umas vitaminas e também uma medicação para enjoo, para o caso de você sentir.

Ela me entrega o papel com a receita e eu pego.

— Mais alguma coisa, doutora? – pergunto.

— Eu gostaria de ver você daqui a no máximo duas semanas, para o primeiro pré-natal. Ligue para marcar a consulta.

— Pode deixar – digo.

— Bem, agora eu vou indo, pois tenho outros pacientes. Parabéns pela gravidez.

— Obrigado, doutora – agradece Peeta.

— Obrigada – eu agradeço.

— Por nada – diz ela, sorrindo, e em seguida se retira.

Assim que me levanto da cadeira, Peeta me puxa até ele e coloca a cabeça sobre a minha barriga, enchendo-a de beijos.

— Filho ou filha, aqui é o papai – diz ele, enchendo meu coração de ternura. – Eu estou muito feliz de saber que você está aí, e mal posso esperar para te conhecer. Eu, sua mamãe e sua irmãzinha vamos te dar muito amor.

Quando dou por mim, já estou chorando novamente.

— Nós também vamos dar lhe muita proteção e não deixar que nada de mau lhe aconteça – digo para o meu bebê e também para mim mesma.

— Sim, nós vamos – concorda Peeta, se levantando. – Vai dar tudo certo, meu amor.

Ele me abraça novamente e, nesse momento, eu acredito piamente em suas palavras.

***

— Outro filho, hein? – começa Peeta quando já estamos no caminho de volta para casa. – Isso é tão maravilhoso que nem parece verdade.

— Mas é – digo, alisando minha barriga com carinho.

— Um tempo atrás, algo assim seria surreal. Eu nunca vou poder te agradecer o suficiente por ter me dado Lily e esse bebê que está na sua barriga.

— Te ver feliz é minha recompensa – digo, fazendo Peeta sorrir.

— É, eu estou muito feliz mesmo. Será que vai ser uma menininha de novo, ou um menininho?

— Eu não faço ideia. Mas eu realmente não tenho preferência. Pra mim, vai ser bom de todo jeito.

— Pra mim também – concorda ele. – Mas e Lily, será que vai ficar feliz? Eu estou tão ansioso pra ver a reação dela.

— Acho que a gente deveria esperar um pouco pra contar a ela – digo.

— Ah, não sei... Depois você vai começar a ter enjoo, sono e tudo mais e ela vai perceber que tem algo acontecendo.

— Mas e se eu perder o bebê ou algo assim, como vamos explicar a ela? – assim que essas palavras deixam os meus lábios, uma sensação gelada de medo se forma na boca do meu estômago.

— Isso não vai acontecer, meu amor – diz Peeta, me tranquilizando. – Você vai se cuidar direitinho e nosso bebê vai crescer saudável.

— Certo, mas... eu não sei. Acho que a gente deveria esperar mais um pouco.

— Tudo bem. Se você quer esperar, a gente espera. Mas não pode ser muito, porque ela vai terminar percebendo. E ela também tem o direito de saber, não é?

— Sim, você tem razão. Mas será que ela consegue guardar segredo até eu entrar no segundo trimestre?

— Bem, aí eu já não sei, mas a gente pode pedir a ela, né? – diz ele com um tom cômico, o que me faz rir.

***

Quando eu chego em casa e vejo Lily pela primeira vez após eu saber que estou grávida, um turbilhão de pensamentos e sentimentos me invade. Em alguns meses, nossa menininha não será mais o “bebê” da casa. Ela terá um irmãozinho ou irmãzinha, com quem terá que dividir a atenção que até o momento lhe é exclusiva. Será que ela ficará feliz de ter uma companhia? Ou o ciúme será maior do que qualquer coisa?

Esse questionamento me deixa insegura, mas eu tento deixá-lo de lado. Eu e Peeta combinamos de não contar nada a ela por enquanto, então não há por que eu me preocupar com isso no momento.

Dois dias depois, entretanto, eu começo a sentir os sintomas da gravidez e as coisas vão ficando mais difíceis de serem disfarçadas. Logo pela manhã, enquanto tomo café junto com Peeta e Lily, eu sinto uma súbita ânsia de vômito e um som horrível de engulho escapa da minha garganta. Eu coloco a mão na boca e respiro fundo, tentando segurar a comida no estômago.

Quando a sensação alivia, eu lanço um olhar a meu marido e minha filha. Peeta me olha com um olhar preocupado, mas de entendimento. E Lily me olha com um olhar de confusão, como se não estivesse entendendo nada.

— Passou? – pergunta Peeta.

— Acho que sim – digo, forçando um sorriso. Não quero que Lily desconfie de nada.

— Certo – ele sorri de volta, provavelmente compactuando com o meu disfarce.

Eu tento voltar a comer, mas simplesmente não consigo. Embora eu não esteja mais sentindo que vou vomitar, eu continuo um pouco enjoada. Peeta parece perceber, pois logo diz:

— Meu amor, por que você não vai lá em cima e pega aquela coisa que a gente comprou anteontem?

Eu fico um tempo sem entender do que ele está falando, mas logo me dou conta que é do remédio que a doutora Brooks passou.

— Ah, boa ideia – digo, e em seguida me levanto da mesa e saio da cozinha.

Depois de eu tomar o remédio, o enjoo dá uma aliviada, mas logo eu começo a perceber que estou ficando indisposta e sonolenta. Eu decido deitar um pouco na cama, para ver se o mal estar passa. Mas acabo cochilando.

Quando eu acordo, vejo Peeta sentado na lateral da cama, me olhando com um ar de preocupação.

— Peeta... – digo enquanto sento na cama.

— Você não está se sentindo bem, não é? – pergunta ele, embora já deva saber a resposta. – Eu vou ficar em casa hoje para cuidar de você e de Lily.

— Falando em Lily, onde está ela? – pergunto.

— Está no quarto dela brincando. Eu estava com ela até agora há pouco, mas vim aqui rapidinho pra ver como você está.

— Hmm, certo – digo.

Peeta fica com uma expressão enigmática, como se estivesse decidindo se deve ou não me dizer algo. Mas acaba falando:

— Ela perguntou se você está dodói.

Uma sensação fria me passa pela espinha, mas eu a ignoro e pergunto:

— E o que você disse?

— Disse que você não está se sentindo muito bem, mas que logo vai melhorar.

— Ok – digo, aliviada.

— Acho que a gente não vai conseguir esconder isso dela por mais muito tempo. Lily pode ter apenas três anos e oito meses, mas é muito esperta para a idade dela.

— Daqui a pouco eu vou me sentir melhor e ela não vai mais ficar desconfiada – digo, embora saiba que isso é uma mentira.

— Se você diz – ele dá de ombros.

***

Pelo resto do dia, eu continuo me sentindo mal, mas tento ao máximo disfarçar. Eu só me deito novamente na hora de dormir, e fico tentando dar a Lily a mesma atenção que lhe dou normalmente.

No dia seguinte, porém, e pioro e fica mais difícil disfarçar que não estou bem. Assim que acordo, eu sou tomada por uma onda horrível de enjoo matinal e vomito uma mistura de água e bile no vaso sanitário. Depois, eu fico tonta e volto para a cama.

Peeta, mais uma vez, decide ficar em casa para cuidar de mim. Ele prepara um café da manhã bem leve e me dá o remédio para o enjoo. Isso melhora um pouco o meu mal estar, mas ainda assim eu continuo me sentindo mal.

Lily, como era de se esperar, percebe que eu não estou bem e fica desconfiada. Certa hora, ela vem ficar comigo na cama e me pergunta o mesmo que perguntou a Peeta ontem:

— Mamãe, você tá dodói?

Ela fica olhando fixamente para mim, e quando eu vejo uma preocupação sincera em seus olhinhos azuis, eu sei que não posso levar isso adiante. Que não posso deixar minha filhinha pensando que eu estou doente. Eu preciso contar a verdade a ela, por mais insegura que eu esteja.

— Meu amorzinho, eu e o papai temos uma coisa para contar a você – digo, num ato súbito de coragem. – Você pode ir lá embaixo chamá-lo?

Ela assente com a cabeça e em seguida desce da cama e sai do quarto.

Enquanto Lily não volta com Peeta, eu fico lá, morrendo de ansiedade. Mas em nenhum momento eu desisto de contar a novidade a ela. Sei que preciso contar.

Quando eles enfim chegam, eu olho para Peeta e, pela expressão dele, percebo que ele já sabe por que eu o chamei. Não sei se Lily falou ou não a ele que eu disse que nós tínhamos algo para contar a ela, mas isso não importa. De qualquer maneira, ele já entendeu.

Ele me lança um olhar encorajador e eu começo:

— Bem, eu chamei o papai aqui porque eu e ele temos uma coisa para contar a você. Uma coisa muito importante.

Eu fico olhando para seus olhinhos intensamente azuis, sem saber exatamente como irei explicar a ela que estou grávida. Peeta percebe minha dificuldade, pois logo toma as rédeas da situação:

— Filha, você lembra que o papai te explicou que você veio da barriguinha da sua mamãe?

— Lembro – ela assente com a cabeça.

Eu também me lembro desse dia. Quando Lily tinha uns dois anos, ela achou uma foto minha grávida dela e ficou sem entender o que era aquilo. Peeta, com a delicadeza e o jeito com as palavras que eu não tenho, lhe explicou que ela estava dentro da minha barriga. E que era assim que os bebês vinham ao mundo.

— Bem, é assim que os bebês nascem. Eles crescem na barriguinha da mamãe deles e depois saem. Lembra que eu te expliquei isso também?

Ela assente novamente com a cabeça.

— Você gosta de bebês, filha? – pergunta ele.

— Gosto. São fofinhos – Lily responde com sua voz fininha.

Peeta olha para mim, dá um sorrisinho e logo continua:

— Você ia gostar de ter um bebê pertinho de você?

Ela assente com a cabeça de novo, e eu já começo a sentir uma ansiedade boa.

— Bem, então deixa eu te contar uma coisa: Tem um bebezinho na barriguinha da sua mamãe. Você vai ter um irmãozinho ou uma irmãzinha.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Não me matem! Haha! No próximo capítulo, vocês saberão qual foi a reação da Lily. Comentem bem muito, para eu ficar bem inspirada para escrever o próximo capítulo, ok? :)

Beijos e até a próxima.