Bia A.

Estava tudo certo, a casa reservada, todos juntando moeda por moeda, Andrey que confirmou sua presença ficou com a tarefa de fazer todos manterem o contato, então ele criou um grupo no Whatsapp e todos conversavam sempre por lá, ele sempre dava um jeito de não deixar o grupo morrer... Hoje é dia de ano novo, Não falei com ninguém ainda, nem mesmo com João ou Tais que sempre mantenho contato. Estou ajudando minha mãe com algumas coisas, meu pai já sabia de toda a história e ficou surpreso quando eu falei pra ele que íamos realizar mesmo esse plano, ele podia até achar legal a idéia, mas desacreditava em tudo isso.

— Vai chamar alguém pra vir aqui em casa? – Meu pai questionou e eu assenti. — Shady e Isabelly não é? – Questionou e sorriu e eu assenti sorrindo.

— Elas são praticamente de casa. – Sorri e dei de ombros e ele assentiu pegando algumas bebidas e colocando no carrinho. Meu pai era do tipo liberal, e eu adora isso nele. Tinha que ser bravo quando devia, mas era legal quase sempre.

[...]

Já estava de branco, tomada banho e pronto para curtir meu ano novo, senti meu celular vibrar e atendi.

— Alô? – Indaguei e ouvi um tombo. – Ta tudo bem? – Perguntei preocupada.

— To! Oi Bia, ninguém caiu! – A voz de Giulia disse e eu sorri.

— Ah oi... Eai, pronta para curtir o ano novo? – Indaguei e ela murmurou um “Uhum” – Não ta cedo de mais pra você ligar pra desejar feliz ano novo? – Questionei e ela rio.

— Não liguei por isso, achei sinal só agora aqui no sítio. – Explicou e eu sentei na cama.

— Ata, e o que tinha de tão importante para falar comigo? – Perguntei distraída.

— O ônibus é R$ 217,00 reais por pessoa até a ilha Bela. – Falou e eu arregalei os olhos gritando um sonoro “O que?” Isso era muito caro. – Mas de qualquer forma, um ônibus é muito grande pra levar a gente. – Falou e eu podia imaginá-la dando de ombros.

— E ai? – Perguntei me acalmando. – A Van? – Perguntei e ela ficou em silêncio.

— R$ 117,00 reais. – Falou e eu me levantei.

— Eles acham o que? Que a gente caga dinheiro? Acho que de todo o dinheiro que eu ajuntei até agora se eu tiver R$ 100,00 reais é muito! Isso não paga nem a minha viajem Giulia! – Falei apavorada.

— Pois é... É por que é carnaval Bia... Transito, é longe e muitas pessoas, eles se aproveitam... Mas fica calma, essa semana ainda eu procuro mais vans e ônibus. – Falou e eu concordei me despedindo.

— Nossa, como você ta assustada. – Shady entrou no meu quarto e eu a encarei. – O que foi? – Perguntou preocupada e eu ergui uma das sobrancelhas.

— Cadê a Belly? – Indaguei e ela se jogou na minha cama.

— Foi usar o banheiro. – Falou revirando os olhos e a Isabelly apareceu na porta.

— Nossa, você ta péssima, o que foi? – Perguntou rindo sentando na ponta da cama.

— R$ 217,00 reais por pessoa no ônibus e R$ 117,00 reais por pessoa na van. – Falei bufando e cruzando os braços.

— É porque é Carnaval cara... Vocês deviam esperar isso mesmo... – Falou Belly, ela estava certa.

— Conheço um cara que cobra R$ 35,00 reais por pessoa... Mas é uma mini van antiga e bem velha... – Falou e uma chama de esperança se acendeu em mim e eu pulei em cima dela a abraçando.

— Quero número, endereço, tudo! – Falei e ela assentiu rindo.

— Ta, agora sai de cima de mim carai. – Falou e eu sai me ajeitando.

Shady com sua mania de cabelo foi até o espelho ajeita o cabelo com um corte repicado de franja enquanto isso eu e Belly a imitávamos, era engraçado. Nós éramos amigas desde... Sempre? Éramos o trio mas completo do mundo, Belly era a loira Lerda, Shady a alternativa do mundão e eu era a Ruiva certinha baladeira (isso existe?)

— Seu pai comprou bebida esse ano? – Perguntou Shady e eu assenti, então fomos até a geladeira pegar alguma coisa pra beber e aproveitar o resto da noite, que estava só no começo.