Fluxo - JuGil escrita por HJ


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

É agora!! O esperado reencontro! Boa leitura!



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(Pov Ju)

Acordei-me na manhã seguinte a ação poucas horas depois de ter conseguido adormecer. Tinha ficado até tarde pensando. O que o Nélio tinha na cabeça? E se o pessoal que estava na praça tivesse entendido errado, mesmo com os meus berros? Alguns podiam pensar que eu tinha terminado com o Gil. Ou até pior: que eu havia o traído. Então ele voltaria e as pessoas comentariam, e eu teria que explicar tudo e torcer para que ele acreditasse. Mas é claro que ele acreditaria, afinal a nossa confiança mútua era algo invejável.

Quando saí do meu quarto, o Bruno me avisou que tinha visita. Pensei que fosse a Lia, mas pensando bem, a Lia já era de casa. Descartei de vez essa ideia quando vi uma criatura plantada no meio da sala com um buquê de flores gigante nas mãos, que estavam levantadas na altura do queixo, mantendo a identidade do sujeito em segredo.

Porém não era necessário muito QI para descobrir quem era, afinal, quem seria o sem-noção que faria uma cena daquelas depois do acontecido? Eu estava sem paciência para as cantadas gastas e desculpas baratas, por isso fui logo falando:

– Olha só, Nélio, eu não estou legal. Fiquei e ainda estou muito chateada com a tua atitude ontem. Quem você pensa que é? Quem você pensa que eu sou? Você me beijou enquanto eu estava vendada! Nélio, põe uma coisa na sua cabeça: eu não gosto de você do jeito que você gostaria que eu gostasse. E eu sinceramente sinto muito se algum dia alimentei as suas esperanças.

– Ju, só deixa eu me explicar. Quando eu vi você ali, nos meus braços, completamente entregue...

– Eu não estava entregue coisa nenhuma!

– Mas eu pensei que estivesse. Eu me equivoquei, desculpe. Mas tenta me entender. Você é a garota de quem eu gosto, e foi meio difícil de me controlar. Eu sou homem, caramba!

– Não mesmo, aquela atitude é de moleque. Moleque mimado. Nélio, entenda de uma vez que eu tenho namorado, e que eu amo ele.

– Belo namorado esse, que te deixou presa durante um ano. - assim que ele terminou de falar, percebi que havia se arrependido, mesmo assim, não iria deixar quieto:

– Não fale do que você não sabe! Eu quis continuar namorando com o Gil, mesmo depois de ele sugerir que eu ficasse "livre".

– Me desculpe. Mesmo. Olha, eu tô super arrependido. De verdade. Eu prometo que nunca mais vou passar dos limites. Eu só quero te pedir uma coisa: me deixa ser teu amigo - ele me estendeu o buquê.

Eu até achava o Nélio um garoto legal. Desde quando eu posso me lembrar, ele e o Bruno são amigos, por isso sempre considerei ele quase como um irmão mais velho também. Em consideração a isso, resolvi aceitar, até porque eu não deixaria mais ele chegar tão perto de mim como havia deixado na noite passada, e foi isso que eu deixei bem claro:

– Certo. Amigos. Só isso. Nada de buquês, seguradas pela cintura e muito menos beijos. Eu não quero te magoar dizendo isso, mas... - eu estava certa de que magoaria - Eu não sou apaixonada por você e muito provavelmente eu nunca serei, então é melhor você desistir de uma vez. Você é um cara bacana, tenho certeza de que amanhã mesmo vai estar cheio de mulher na tua volta.

– É, todas, menos a que eu queria. - quando eu ia repetir os meus argumentos novamente, eu continuou - Mas tudo bem. Eu vou superar isso. O Gil é um cara muito sortudo. Então, ficamos combinados? Amigos? - me estendeu a mão.

– Amigos. - apertei-a.

(Fim do Pov Ju)

(Pov Gil)

Eu queria mudar. Queria ser um namorado melhor. Será que ela sentia a mesma saudade que eu? Eu definitivamente duvidava. Não do sentimento dela, que fique claro, mas sim da capacidade de uma saudade ser maior que a minha. Eu simplesmente pensava nela desde que eu levantava até a hora de ir deitar. Quando estava nos piores exercícios e também nos momentos de folga. Ela povoava o meu pensamento de uma maneira inacreditável. E quanto mais eu pensava nela, mais tinha medo. Medo de que ela tivesse desistido. E sempre que eu tinha medo, tinha também uma certeza de que aquele meu sentimento tão intenso tinha de ser recíproco. E a minha mente estava cada vez mais confusa. Ela tinha o imenso poder de me perturbar.

Faltando poucas semanas para o fim dos 12 meses, o Tales me indagou:

– Fala aí, Gil, o que você achou do quartel?

– Tudo tem seu lado bom e seu lado ruim. O lado bom foi que agora eu tenho mais resistência, mais disciplina, e mais um amigo com quem eu sei que posso contar. - ele pareceu feliz com o elogio, e por isso eu fiquei feliz também - Porém, o lado ruim foi que eu fiquei longe de tudo que tudo o que é importante na minha vida.

– Você acredita que ela vai estar te esperando quando você descer do ônibus?

– Sim. Eu acredito totalmente nela.

– Tudo bem. Cara, eu espero que a nossa amizade não se perca por aí, viu?

– Eu também, moleque, eu também.

(Fim do Pov Gil)

(Pov Ju)

Passaram-se os meses, e o Nélio realmente se mostrou um bom amigo. Nunca mais tentou nada além dos limites. Ainda bem.

Faltavam dois dias para a volta do Gil, e eu não podia estar mais feliz. Estávamos organizando uma festa de boas-vindas para ele no Misturama, e por mais incrível que pareça, estava tudo correndo como o planejado.

O grande dia chegou. A Lia e o Nando me convenceram a não esperar o Gil na porta do ônibus, pois assim "a surpresa seria maior".

No horário em que o ônibus deveria estar saindo do quartel, a festa começou. Todos estavam se divertindo, dançando a música que o Nando tocava. A guitarra do Gil estava ali do lado, esperando por ele. Eu não conseguia pensar em mais nada, nem fazer mais nada, por isso fui esperar o Gil na pracinha. Eu andava de um lado para o outro, ansiosa, quando eu senti um braço forte me prensando contra as escadas do escorregador.

Eu fiquei radiante. A espera finalmente havia acabado, eu pensava. Mas pensava apenas até quando eu vi quem me segurava.

– Nélio? Que diabos você pensa que está fazendo?

– Tô pegando pra mim o amor da minha vida! - ele fedia muito, falava arrastado, babando, e eu percebi que suas pálpebras estavam um pouco caídas.

– Você tá bêbado?

– Tô! Tô completamente embriagado de paixão! - enquanto falava, ou tentava falar, ele me apertava mais e aproximava mais seu rosto de mim. Eu não conseguia me mexer, já que ele era um homem e mais velho. Eu suava, preocupada, nervosa, porque o Gil poderia chegar e...

Porém foi ai que eu percebi que uma situação ruim sempre pode piorar. O Nélio me beijou. E quanto mais eu tentava sair do beijo, com mais força ele me prensava. Eu já estava desesperada, quando ouvi alguém gritando, furioso:

– Que palhaçada é essa aqui?

O que eu mais temia, aconteceu. Era ele.


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Notas finais do capítulo

Eaí? Críticas? Elogios? Comentem!



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