Fluxo - JuGil escrita por HJ


Capítulo 13
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

Boa noite! Muito tempo e muitas provas depois... Aí vai o último capítulo! Aliás, muito obrigada a todos os que acompanharam a fic, em especial as meninas que favoritaram: Andressa e Miss Salvatore, e a minha leitora mais entusiasmada, Isadora. E se liga na homenagem Dodora!
Boa leitura!



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(Pov Narradora)

45 anos depois...

Era quase 6 horas da manhã quando Gil acordou, passou a mão pelos cabelos brancos, afinal já havia passado dos 60, olhou para o lado e percebeu que Ju dormia seu sono tranquilamente. Levantou-se tentado encostar o mínimo possível em sua mulher. Pegou seu violão, que ficava ao lado da sua cama e sentou-se na poltrona em frente a cama e começou a dedilhar alguns acordes.

Seu pensamento voou por tudo o que ele e ela haviam passado durante aqueles 45 anos. Devido as complicações na primeira gravidez, a Ju acabou tendo dificuldades nas primeiras tentativas depois do casamento. Decidiram então, que a primeira filha seria adotada, e assim a Paula entrou na vida do casal. Depois de alguns anos e com várias preocupações a menos, Isadora nasceu.

Enfrentaram várias dificuldades, financeiras e no próprio relacionamento a dois, afinal, nenhum casamento é perfeito. Lembrou-se do dia em que chegou a fazer as malas para sair de casa. Ela havia sido mesquinha e ele estúpido, mas como num passe de mágica, quando chegou na porta e olhou fixamente para os olhos marejados da morena, ele perdeu todas as suas resistências e todos os seus argumentos. Ele simplesmente largou suas malas onde estava e voltou para Ju, envolvendo-a em um abraço que valeu por todas as desculpas possíveis.

Parou por alguns instantes os seus devaneios e os seus acordes, pois viu que a Ju estava se agitando. Após ficar apenas observando sua mulher se acalmar e continuar dormindo por poucos minutos, voltou para a sua melodia e para a sua viagem ao passado.

Tantas pessoas importantes tinham ido embora das suas vidas. Martha tinham partido logo após a adoção da primeira filha, e Olavo, vítima de uma forte depressão depois da morte da esposa, morreu dois meses depois. O eterno roqueiro Nando Rocha tinha se tornado realmente imortal quando, durante uma participação especial em um show, caiu do palco e bateu fortemente com a cabeça. Seria cômico se não fosse trágico. O próprio Vitor e o casal Morgana e Orelha foram embora. Vitor voltou para Brasília depois que o seu namoro com a Lia desandou, devido ao retorno permanente do Dinho. Já a Morgana e o Orelha foram para longe, Estados Unidos mais precisamente, onde poderiam dar mais valor para a inteligência do casal. Já o Bruno e a Fatinha, passaram um tempo casados, deram um tempo, tiveram outros namoros, e no acabaram ficando juntos de novo.

Agora, as filhas estavam criadas e morando com suas famílias, os lutos estavam superados, ou quase isso, e o casamento dos dois estava cada vez mais forte. O guitarrista sorriu ao fazer esta constatação. Estava tão submerso em seus pensamentos que nem percebeu que a Ju tinha acordado e estava sentada e observando-o. Ela achou tão fofo o marido sorrindo para o nada e tocando sua velha guitarra que foi incapaz de interromper aquele momento. Era impressionante como o tempo só tinha deixado o Gil ainda mais irresistivelmente charmoso Quando ele percebeu a sua presença, ela disse:

– Bom-dia! Resolveu madrugar hoje amor?

– Acabei perdendo o sono e decidi me levantar e ficar aqui tocando alguma coisa e relembrando.

Enquanto abria a janela e percebia que os primeiros raios de sol ainda raiavam, a morena perguntou, não conseguindo conter a curiosidade:

– E eu posso saber relembrando o quê?

– Tudo. A nossa vida, as nossas filhas, as nossas perdas, os nossos ganhos...Sabe o que eu percebi? - diante do silêncio da esposa, continuou - Eu percebi que a gente tem alguma coisa diferente que os outros... Eu não sei explicar direito, mas a gente se entende de um jeito que os outros não conseguem... A gente, antes de ser marido e mulher, é amigo. A gente não tem medo que alguém volte do passado para abalar o nosso casamento, nem tem que ficar indo e vindo o tempo todo. A gente consegue ser feliz aqui, do nosso jeito, com as coisas que a gente tem. Sabe o que mais que eu percebi? - a senhora fez que não com a cabeça - Que eu continuo te amando. Como quando nós nos beijamos pela primeira vez, como quando eu te consolei naquela maca depois de perdermos o nosso primeiro filho, como quando eu vi a sua cicatriz pela primeira vez, como quando você entrou na Igreja, como quando eu vi você embalando as nossas filhas. Eu te amo por inteira, até quando você me irrita dizendo que eu tenho que trocar urgentemente de roupa porque eu tô horrível. - Ele riu por um instante, até que ficou ocupado demais vislumbrando o sorriso da Ju. Depois de algum tempinho sem resposta, comentou - Você não vai dizer nada?

– Se eu disser que te amo vai ficar um pouco sem graça, depois desse texto tod... - Foi interrompida por uma gargalhada e um abraço apertado do marido. - Mas se serve como declaração, eu vou dizer que te amo de uma forma... inexplicável. Incondicional.

Gil trouxe o rosto da Ju para perto de si e sussurrou ao seu ouvido:

– Para sempre.

– Para sempre.

E com um beijo, iniciaram mais um dia da sua eternidade.

"Duvida da luz dos astros, de que o sol tenha calor, duvida até da verdade, mas confia no meu amor." William Shakespeare


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler até o final! Até a próxima!



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