Fluxo - JuGil escrita por HJ


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura! *-*



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(Pov Ju)

Eu estava sentada na cama do Gil, esperando-o para irmos juntos fazer o seu alistamento.

Comecei a observar o seu quarto. Aquilo ali realmente tinha a cara dele. Em um canto, a velha guitarra que pertenceu ao Nando. Na parede, ao lado do grafite da minha boca, estava pendurado o pôster da Marcela. Em cima da mesinha, perto dos seus desenhos, estava o canivete que um dia fora do seu pai.

O Gil já havia passado por muita coisa. Havia perdido o pai cedo, cresceu quase sem amigos, sofria por ser tão tímido e assim como eu, também havia sofrido desilusões amorosas no passado. Não bastando tudo isso, tinha perdido a mãe fazia pouco tempo. Depois desse fato, pensei que ele se fecharia de vez. Pelo contrário, se tornou mais carinhoso desde então.

Nesse momento, Gil chegou no quarto e falou, me tirando dos meus pensamentos:

– Vamos linda? - me deu um selinho.

– Claro, mas antes, posso te dizer uma coisa? - ele fez o sinal positivo com a cabeça - Eu te admiro muito, e espero ficar contigo por muito tempo ainda. Por isso não pense que vai se livrar fácil de mim.

Ele deu o sorriso mais fofo que pode existir e disse:

– Eu não penso nisso de jeito nenhum! Você é muito importante na minha vida, Ju.

Nisso ele me pegou pela cintura e me deu um beijo tão de repente que por um segundo eu pensei ter perdido os sentidos. Mas não, era só o que eu sentia por ele fazendo efeito.

O caminho até a Junta de Serviço Militar foi rápida e o processo lá também, por isso, em pouco tempo já estávamos voltando.

– Você vai comigo? - o Gil me perguntou.

– Onde?

– Na praça, no dia da chamada - ele parecia meio nervoso - É que você é a pessoa mais importante pra mim. É a única que eu sei que se eu for chamado, vai pensar em mim durante o tempo em que eu estiver servindo. É a única da qual eu quero me despedir.

Foi aí que eu percebi que isso podia acontecer. O Gil podia ser chamado. E eu podia ficar longe dele durante um ano. Pensar nessa hipótese formou um nó na minha garganta e eu só consegui concordar com a cabeça e puxá-lo para um abraço. Longo, acolhedor, como só o abraço dele conseguia ser.

Depois daquela conversa, nunca mais tocamos no assunto e os dias até o da chamada passaram devagar. Mas o dia chegou. E não podia ser pior.

A chuva caia tanto que dava a impressão que o mundo estava acabando. O Gil realmente não se despediu de ninguém, talvez tentando ser otimista. Chegamos bem no início dos procedimentos.

Eu e o Gil dividíamos o mesmo guarda-chuva. Eu percebi que ele estava nervoso, mas como eu também estava, o mais próximo que eu cheguei de um possível consolo foi me aconchegar mais em seu peito. Nenhum de nós falou alguma coisa. Talvez não conseguíssemos.

Passaram-se a lista da Aeronáutica e Marinha. Chegou a vez do Exército, chegou a vez da letra G:

Gabriel Chavier

Gabriel Toledo

Gael Machado

Geovani Garcia

Germano Fonseca

Gilberto Porto


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Notas finais do capítulo

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