Ever After High: Destinos Caóticos escrita por jksom


Capítulo 4
Uma Missão De Resgate


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, boa leitura!!



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“Hunter, eu já disse não.” Raven Queen fechou com força a porta de seu armário, passou a tranca e caminhou em direção à aula do professor Lobo Mal.

“Raven, você é a minha única chance. Precisa me ajudar.” Hunter insistiu, apressando o passo para acompanhar a amiga.

“Se você quer tão desesperadamente assim falar com a Ashlynn, porque não escreve uma carta ou use a cabine mágica como uma pessoa normal?”

“Você acha que eu ainda não tentei? Ela não respondeu a nenhum pombo correio que eu mandei e a cabine mágica não consegue rastreá-la. Eu sei que tem alguma coisa errada, Raven. Ela não me deixaria sem notícias por tanto tempo.” Hunter soltou uma respiração pesada e parou de caminhar. Raven virou-se para encará-lo.

“Bom, deve haver alguma explicação lógica. O diretor Grimm nunca colocaria algum aluno em perigo, afinal.”

“Ta, mas e se aconteceu mesmo alguma coisa? Aquelas duas mulheres que levaram a Ella eram tão estranhas. Raven eu preciso saber se ela está bem, eu preciso da sua ajuda.”

“Peça a Baba Yaga, aposto que ela é ótima com feitiços.” Raven tentou.

“Hm... qual parte de eu sair da escola sem nenhum professor saber você não entendeu?”

“Hunter, mesmo que eu te ajudasse não sabemos se iria mesmo funcionar. Eu não sou tão boa com feitiços ainda, esqueceu? E se algo ruim acontecesse e eu acabasse te transformando em um roedor ou algo pior?”

“De qual tipo de roedor estamos falando? Um rato ou... Raven!” Hunter observou a amiga caminhar para longe. “Raven espera!”

“Fale comigo quando recuperar o juízo.” Raven disse apressando o passo.

“Eu não vou parar até você dizer sim.” Hunter surgiu na frente da amiga. Raven soltou um gemido de irritação.

“Não foi você mesma quem disse que não queria ser mais vista como uma pessoa má? Então, que jeito melhor pra começar do que ajudando um amigo? Vamos Raven, por favor.” Hunter suplicou.

Talvez fosse o peso dos livros nas mãos de Raven, ou o fato de Hunter estar acabando com o resto de paciência dela, ou talvez por ele ter mesmo a razão no momento, enfim, tudo o que ela sabia era que se arrependeria disso mais tarde.

“Tudo bem.” Raven disse. “Me encontre na ala leste da escola na hora do almoço. Não se atrase ou perderemos nossa chance.”

Hunter concordou com a cabeça com um sorriso de orelha a orelha e observou a amiga caminhar para a aula, até perceber que estava atrasado também e então correu em direção ao seu armário para buscar seus livros, por sorte ele não se atrasou.

Quando ouviu o sinal do fim da aula, Hunter foi o primeiro a deixar a sala, correndo o máximo que suas pernas podiam até as escadas que davam acesso ala leste de Ever After High, mas quando chegou lá não havia ninguém no corredor. Hunter coçou a cabeça e continuou a procurar com a cabeça, enquanto perguntava-se onde Raven poderia estar.

De repente Hunter sentiu uma mão puxá-lo pela gola da camisa para dentro do armário do zelador. Quando acendeu as luzes viu Raven.

“O que estamos fazendo aqui?” Ele perguntou.

“Eu não quero arriscar ser pega por ninguém por estar quebrando as regras, e você?” Raven disse enquanto tirava algo da bolsa.

“É, você tem razão.” Hunter deu de ombros. E então viu a amiga segurando um espelho e franziu o cenho. “Pra que isso?”

“Farei um feitiço que te levará exatamente onde a Ashlynn está. Mas Hunter, se algo der errado, eu não poderei fazer nada pra te ajudar. E pra dizer a verdade não tem como saber se o feitiço vai te levar pro lugar certo, você pode acabar parando na terra de Oz, ou sei lá. Tem certeza de que quer fazer isso?” Raven esclareceu.

Hunter hesitou por alguns momentos, e se algo desse muito errado? Mas então ele sacudiu seus pensamentos negativos e afirmou com a cabeça para Raven.

“Tudo bem então. Lá vai.” Raven ergueu as mãos e uma energia roxa as envolveu. Ela canalizou sua força no espelho que havia posto no chão da sala do zelador e então uma espécie de vórtex surgiu lançando uma ventania forte que fazia o cabelo dos dois balançarem. “Pense aonde deseja ir e o portal te levará até lá. E boa sorte.” Raven disse cruzando os dedos e dando um sorriso encorajador para o amigo.

Hunter respirou fundo e saltou para dentro do portal. Ele gritou, sentindo a velocidade com a qual era puxado para o centro do redemoinho. Ele fechou os olhos e pensou em Ashlynn, no quanto ele sentia a falta dela e no quanto precisava vê-la. De repente Hunter sentiu seu corpo sendo lançado para fora do redemoinho e então aterrissou em algo que era firme e ao mesmo tempo macio.

Ele abriu os olhos e viu grama e então se levantou. Seus olhos tentavam decifrar o ambiente, estava nublado, havia várias árvores ao redor dele, mas nenhum som de animais por perto. Logo Hunter percebeu que estava no alto de uma colina. Ele olhou para baixo e viu uma casa horrenda, havia lodo em vários cantos da parede, o piso estava desgastado e o teto precisava de uma boa reforma.

Hunter procurou um meio de descer para poder checar a velha casa e, quando não conseguiu, resolveu criar um ele mesmo. Quando falasse com seu pai novamente, ele precisava agradecer pelas aulas de sobrevivência na floresta que ele havia recebido no último verão.

Com alguns cipós, ele fez uma corda e a usou para escalar a colina até o chão e depois, dirigiu-se até a casa. Mas Ashlynn não poderia estar li, poderia? Ele olhou através da janela, mas não parecia haver ninguém lá dentro. Hunter suspirou desapontado, provavelmente o feitiço havia dado errado. Ótimo, agora ele estava preso no meio do nada.

Hunter então ouviu o som de cavalos trotando e virou a tempo de ver uma velha carruagem. Ele a encarou por um tempo, tentando descobrir quem poderia ser, mas quando ela parou e Hunter viu as duas figuras bem familiares que estavam conduzindo os cavalos, ele se escondeu. Eram as duas velhas senhoras que haviam levado Ashlynn, que a propósito, não estava com elas. Ao menos agora Hunter sabia que o feitiço havia funcionado.

“Por quanto tempo ainda precisaremos procurar Drizella?” Uma das mulheres disse.

“Pelo tempo que precisarmos sua velha boba. Precisamos achar a menina. E rápido.” A outra senhora falou.

Hunter afastou-se lentamente à medida que elas se aproximavam, mas então deu um passo em falso e pisou em um galho seco, que gerou um barulho estridente.

“Mas...”

“Shh... Faça silêncio.” Uma das mulheres disse rispidamente. “Ouviu isso?”

“Eu não ouvi nada.” A outra senhora disse.

“Isso porque você tem a audição de uma mula. Venha por aqui.”

Hunter arregalou os olhos. Se ele corresse elas ouviriam seus passos e teriam a certeza de que não estavam sozinhas. Ele olhou para os lados e viu uma tenda preta que cobria alguns materiais de limpeza. Então se arrastou e enfiou-se no meio deles, cobrindo-se.

“O que estamos procurando?” A voz rouca de uma das mulheres disse.

“Tenho certeza de que ouvi alguma coisa.”

“Você só está alucinando. Vamos embora.” As duas senhoras continuaram paradas por mais alguns segundos até que, finalmente, Hunter as ouviu caminhar para longe e suspirou aliviado.

Ele esperou até a porta da frente bater e mais que depressa correu em direção ao bosque. Então Ashlynn havia sumido? E onde ela poderia estar? Perdido em pensamentos, Hunter não percebeu que havia tropeçado até não sentir mais o chão sobre seus pés e não percebeu que havia caído até rolar colina abaixo, parando apenas quando suas costas bateram com força contra uma rocha. Ele ficou zonzo por alguns segundos e então ouviu uma voz.

“Hunter?”

Hunter olhou para o lado e viu a sombra do que parecia ser uma garota, as roupas dela estavam sujas e seu cabelo ruivo bagunçando. Hunter então se deu conta de quem era e seu queixo caiu.

“Ashlynn?” Ele disse levantando-se rápido. “O que houve com você?”

“C-como você chegou até aqui?” A garota disse espantada.

“Raven me ajudou, mas esse não é o ponto. Me diz o que aconteceu com você, eu preciso saber.”

“Foi terrível. Aquelas duas monstras me obrigam a lavar a casa todos os dias, eu não estou aprendendo nada, eu não posso nem receber cartas de ninguém e elas não deixam eu me comunicar com nenhum de vocês, eu estou vivendo um caos. Então eu decidi fugi, mas acabei me perdendo e tenho me escondido delas desde então. Hunter minha mãe jamais faria algo assim, tem algo muito errado acontecendo. Eu não aguento mais.” Ashlynn abraçou Hunter forte e ele a abraçou de volta.

“Bom, não se preocupe mais com isso. Eu vou te tirar daqui logo.”

“Mesmo? Sabe como podemos sair daqui?”

“Ah... não exatamente?” Hunter coçou a cabeça, embaraçado. Ele não havia pensando nessa parte.

“Viu irmã, eu disse que havia escutado alguma coisa.” Hunter e Ashlynn viraram a tempo de ver as duas velhas senhoras paradas um pouco acima deles. “Estávamos tão preocupadas criança, agora venha, está quase na hora da minha massagem.”

“Eu não vou a lugar nenhum com vocês.” Ashlynn disse.

“Ora, isso não é jeito de falar com suas tias, ouviu mocinha?”

“Eu não vou deixar mais vocês continuarem maltratando a Ella.” Hunter disse ficando na frente da namorada.

“Há, então o rato intruso tem dentes, não é?” Uma das mulheres disse. “Experimente isso seu intrometido.” A mulher direcionou uma espécie de arma em forma de tubo na direção de Hunter e atirou, jogando uma rede em cima dele.

“Hunter!” Ashlynn gritou.

“Sabia que isso ainda ter uma utilidade.” Uma das senhoras disse rindo.

“Ah, você é tão esperta irmãzinha.” A outra senhora comemorou.

“Obrigada Anastácia.” Agradeceu a velha senhora.

“Você vem conosco.” As mulheres cantarolaram em coro, pegando Ashlynn pelo braço.

“Já ligamos para a escola querido.” Disse a velha senhora.

“A gente te solta quando os guardas chegarem para te escoltar de volta.” Disse a outra mulher, caminhando para fora juntamente com sua irmã e Ashlynn.

“Vocês não vão se safar dessa, eu vou contar tudo ao diretor Grimm e a Baba Yaga.” Hunter gritou, ainda tentando livrar-se da enorme rede.

“E quem vai acreditar em você depois de ter saído de Ever After High sem autorização?” Uma das mulheres disse, soltando uma risada alta.

–x-

Raven Queen caminhava sem parar por seu dormitório. Eram exatas vinte e duas e trinta e dois. Será que Hunter estava bem? E se ela o tivesse mandado para um abismo? Ou para a Montanha Proibida? Ou para a Caverna Do Homem Morto? Ele havia encontrado Ella? E se alguém descobrisse o que eles haviam feito? Eles seriam expulsos?

Parte dela queria ter ajudado logo quando o amigo a pediu o favor, mas ela havia ficado nervosa com os possíveis efeitos colaterais, agora mais do que nunca. A cabeça dela já estava começando a doer. Raven parou de caminhar quando ouviu frequentes batidas na porta.

“Quem poderia ser a essa hora da noite?” A colega de quarto de Raven, Apple White disse, retirando sua venda e levantando-se da cama.

“Não tenho a menor ideia.” Raven disse, cruzando os braços e dirigindo-se até a porta. Quando ela a abriu seu queixo caiu.

“Hunter?” Raven disse incrédula. “C-como você voltou tão rápido? Cruzes, eles nos descobriram, não é? Estamos perdidos. Seremos expulsos.”

“Raven não é nada disso.” Hunter disse ofegante. “Eu preciso que me mande de volta para onde a Ashlynn está.”

“O que?” Raven disse confusa. “Hunter, isso é loucura, nós quase fomos pegos hoje mais cedo. O zelador apareceu poucos segundos depois de você sumir e quase me descobriu. Eu tive que inventar uma péssima, não podemos nos arriscar novamente.”.

“Você não entende, as tias da Ashlynn são mesmo más, ela está correndo perigo, Raven. Nós temos que ajuda-la.” Hunter parecia descontrolado.

“Hunter, calma, me diz o que aconteceu, você não me parece nenhum pouco bem.” Raven questionou, levando o amigo para fora e fechando a porta de trás deles.

“As tias da Ashlynn são terríveis. Ela conseguiu fugir delas, mas por minha culpa elas a encontraram e agora vão força-la a continuar trabalhando pra elas ou sei lá. Eu tentei impedi-las, mas elas me prenderam e ligaram para a escola. A Baba Yaga disse que o diretor quer ter uma conversa séria comigo amanhã cedo, mas eu não posso esperar mais, eu estou indo para lá agora. Quando eu explicar tudo ele vai me entender. Essa história de estudos intensivos era tudo uma mentira, a Ashlynn está vivendo como uma escrava.”

“Impossível, o diretor Grimm jamais deixaria isso acontecer.” Raven disse.

“Por isso precisamos avisar a ele também, eu não sei o que há de errado com os pais da Ella, mas eu sei que jamais fariam algo assim. Tem algo muito estranho acontecendo, só que eu não consigo resolver tudo sozinho, você tem que me ajudar.”

“Ta, mas o que quer que eu faça?” Raven perguntou nervosa.

“Eu vou até a sala do diretor e o convencerei a vir até aqui. Depois, preciso que abra o portal mais uma vez para podermos resgatar a Ashlynn, tudo bem?”

Raven encarou o amigo por alguns segundos. A história toda ainda parecia loucura demais, mas o olhar nervoso e preocupado de Hunter fez Raven balançar a cabeça, concordando em ajuda-lo.

Hunter então correu para longe e Raven entrou novamente em seu dormitório para buscar o espelho e esperar o retorno do amigo.

Depois de algumas escadas e corredores Hunter finalmente chegou à sala do diretor. Hunter nem pensou em bater, ele apenas abriu a porta e já ia dar o primeiro passo quando parou ao ver uma estranha mulher alta e com vestes escuras. E então seu queixo caiu quando ela estalou os dedos e se transformou no próprio diretor Grimm. Hunter tapou a boca para não emitir nenhum som. O falso Grimm continuava a conversar com alguém do qual não Hunter não tinha pressa nenhuma em conhecer.

Tão rápido quanto chegou, o jovem caçador saiu da sala, assustado e confuso. Então, o que raios estava acontecendo? Alguém estava se passando pelo diretor? Teria sido essa mulher a responsável pelos estranhos acontecimentos na escola? Ele não sabia. Então em quem ele podia confiar, afinal?

Hunter já se aproximava das escadas quando então a grande porta que separava a ala do diretor dos outros corredores se fechou. Hunter tentou virar a maçaneta, mas a porta parecia emperrada. Ele olhou para trás mas não viu ninguém. Então voltou seu olhar para frente e saltou assustado, vendo a estranha mulher bem a sua frente.

“Sinto muito rapazinho, mas não posso permitir que ninguém atrapalhe meus futuros planos. Não é nada pessoal.” A misteriosa mulher disse.

Hunter a encarou sem entender, até que percebeu que a mulher estava ficando... Maior? Ou talvez ele estivesse ficando menor. Ele olhou para baixo e então se espantou, vendo seus pés afundando lentamente sobre um redemoinho verde.

“O- o que você está fazendo comigo?” Hunter perguntou assustado.

“Te enviando para um novo dormitório, é claro.” A mulher disse, soltando uma risada aguda logo em seguida.

Hunter se apavorou ao ver a si mesmo desaparecer para dentro do que quer que fosse aquilo e então ele começou a cair e a cair, nada além do que parecia um abismo podia ser visto pelos olhos do jovem caçador. Ele sentiu seu corpo cair com força em algo duro e firme e depois, tudo escureceu.


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Notas finais do capítulo

Até agora, basicamente, está tudo dando errado heuaheua. Mas espero que tenham se divertido lendo, assim como eu sempre me divirto inventando essas situações doidas pra postar pra vocês. Bom, sempre lembrando, se gostaram, comentem. Vocês sabem o quanto isso motiva os autores a continuarem suas histórias, certo? Espero vocês no próximo capitulo, obrigado para aqueles que estão acompanhando a fanfic, maaaaaaaaaaaaaas antes de se livrarem de mim, tenho um pequenino SPOILER para dar aos curiosos de plantão... POSSIVELMENTE o próximo capitulo irá se chamar... Rufem os tambores.... Musiquinha de suspense.... "O sumiço de Briar Beauty". E aí? Palpites? Alguém? O que vai acontecer em seguida? Hmmm...
Mal posso esperar pra ler os comentários de vocês sobre o andar da carruagem com a história então mandem, mandem, mandem!!! Mil beijos, eu adoro todos vocês meus leitores!!! XOXO
PS: O que acham sobre eu começar uma fanfic sobre a Elsa e o Jack Frost?