I'm forever yours escrita por ColorwoodGirl


Capítulo 46
Capítulo Bônus




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Era sexta-feira, e por uma série de motivos, aquele havia passado a ser o dia favorito de Karina na semana. Ela contava as horas e minutos para que chegasse, seus olhos pulavam o tempo todo para o relógio, sua ansiedade era palpável.

Quando finalmente chagava às 17h, se despedia correndo de todos e apanhava suas coisas, correndo para o carro e tomando seu caminho para, finalmente, poder curtir sua casa.

E principalmente, para poder curtir sua filha.

A rotina de mãe solteira não era fácil, mesmo com a ajuda de Bete e o suporte financeiro da família. Se esforçava muito para conseguir sustentar a maior parte das contas, e isso incluía uma aula de manhã e outra à tarde. No intervalo entre as duas, encontrava Bete e Clarinha, e almoçavam juntas em um pequeno restaurante caseiro ali perto.

Mas a sexta-feira havia chegado, e era uma muito especial. Era a primeira vez que passaria três dias seguidos com a filha, sem Bete ou mais ninguém. Só mãe e filha, alguns filmes e comidas gostosas, cobertores e brinquedos.

Lhe dera um trabalho razoável convencer a família e a ajudante que daria conta de Clarinha sozinha, mas já estava cansada de depender dos outros. Tinha quase 23 anos, pelo amor de Deus, sabia cuidar de si e, acima de tudo, de sua filha.

Despachou Bete para Sorocaba, aonde Sol faria um show no final de semana e desfrutaria da companhia da mãe, e virou para Clarinha, sentada no tapete com um sorriso travesso brilhando nos dentinhos de leite.

“É isso aí, manezinha... Somos só nós duas esse final de semana. Nós vamos sobreviver, certo?” Ela caminhou até a criança, se ajoelhando em frente à ela. “Vamos sim... Somos nós duas contra o mundo, filha, enquanto estivermos juntas tudo sempre vai dar certo.”

Em resposta, Clarinha se equilibrou nas perninhas gorduchas de uma criança de dois anos e pouco, estendeu os bracinhos e tocou as bochechas da mãe com suas mãozinhas que pareciam pãezinhos.

Mama, Nina, binca.” Balbuciou.

“Você quer brincar com a mamãe?” Ela assentiu rindo, batendo palminhas. “Hum... Que tal brincar na banheira da mamãe? Com a água bem quentinha e um monte de brinquedos de borracha.”

Ana Clara não entendia metade do que a mãe dizia, mas concordava e comemorava tudo. Logo, as duas estavam na água quente e repleta de espuma, cercadas de princesas e bichinhos de borracha, todos dados de presente por Tomtom e Bianca. Karina fazia vozes e trejeitos para os personagens, arrancava risos de sua pequena ‘marrentinha’, sentia seu corpinho bem junto do seu, protegido.

“Seu cabelo é tão fino e seco quanto o do seu pai. Eu vou ter que cuidar dele ou vai ficar parecendo palha.” Bufou a lutadora, espremendo a espuma dos fios castanhos claros. Os olhinhos azuis a encararam de maneira curiosa.

Papa?” Questionou espontaneamente, como acontecia com frequência. Karina suspirou, beijando seu rostinho.

“É, meu amor, o papai... E olha quem está aqui: o papai da Ariel.” Ela puxou o Sebastião, modificando a voz. “Oi, Clarinha, meu nome é Sebastião, o grandão. Eu sou o papai da Ariel. Posso ser seu papai também?

“Pode.” Concordou a criança risonha, esquecendo o que falavam pouco antes ou o fato de que aquilo era um animal, não um humano.

Depois do delicioso banho, uma pratada de espaguete, prato favorito das duas. Muito molho de tomate, queijo prato ralado (era o único que não fazia mal à pequena) e uma jarra de suco de laranja. Na TV, Frozen entoava suas musiquinhas facilmente decoráveis e repetidas pela dupla de olhos idênticos.

Karina nunca havia conhecido sua mãe. Por algum tempo, culpou a si e a Ana por esse fato. A si, pois fora sua gestação que trouxera a doença; à Ana, por não ter lutado mais por ela e Bianca. Porém, hoje não tinha mais esse sentimento. Só ela sabia dizer a batalha que havia travado pela sobrevivência, por Ana Clara... Por Pedro.

Mesmo separados há mais de três anos, não havia um único dia em que não se lembrava do guitarrista ou não pensava nele. Comprava todos os CDs, ouvia todas as músicas, deixava que a filha as apreciasse (e Deus sabe o quanto ela apreciava).

Ainda amava muito o ex-namorado, mas nada no mundo se comparava ou chegava perto do que ela sentia pela criança em seus braços. Todo o amor, carinho e afeto que esperara e guardara para a mãe, dava agora à Clarinha e recebia dela de volta.

Eram uma dupla imbatível, um time perfeito. Se entendiam em silêncio, se completavam com o olhar, riam apenas com o sorriso da outra. E mesmo com o tempo curto e escasso durante a semana, isso não mudava, porque depois disso tinham 56 horas de amor ininterrupto.

“Somos nós duas contra o mundo, manezinha.” Tornou a afirmar, quando a filha já dormia no seu colo. “Pelas próximas 48 horas ou pelos próximos 100 anos... Enquanto tivermos uma a outra, teremos um lar para onde voltar e alguém com quem contar. Eu te prometo.”

E ali, no calor do abraço mais gostoso do mundo, adormeceu.


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Notas finais do capítulo

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