My Favorite Darkness escrita por Duds Marcato


Capítulo 1
A garota do cais.


Notas iniciais do capítulo

esperem que gostem.



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–Nico!

Lá vinha o Jason. De novo.

Depois da guerra contra Gaia Hazel me convenceu a ficar no acampamento meio-sangue pra que eu ficasse seguro e blá-blá-blá, mas eu já estou me arrependendo. Entendo que Jason queira ser meu amigo e tal, mas cara está virando um chiclete. Não me leve a mal, eu não tenho nada contra ele, só que já estava me irritando.

–O que foi?-Respondi, um tanto seco.

–Bom, eu só vim avisar que vai ter aula de arco e flecha agora. -Ele disse, um tanto decepcionado com a amargura com que lhe tratei.

–Ah. Bom, eu não vou. Nunca me dei bem com arco e flecha.-dei de ombros.

–Quíron disse que você deveria pelo menos tentar.

–Não, obrigado.

–Hum, ok. Hazel veio te visitar. Estava te procurando agora a pouco. Ela estava nos campos de morango quando eu a vi.

–Certo. Vou ir falar com ela.

–Então, tchau. -Ele se despediu com um aceno de cabeça.

–Tchau.

Ele saiu ao encontro de Piper, que estava parada a perto do chalé de Afrodite com um arco nas mãos. Eles saíram juntos para onde quer que fosse a tal aula de arco e flecha. Então, eu fui procurar Hazel.

Achei-a no pavilhão do refeitório. Ela me dirigiu um sorriso, veio ao meu encontro e me deu um abraço, que retribuí. Gostava muito dela, acho que ela era a única pessoa com quem eu conseguia me dar razoavelmente bem.

–Hey, Nico. Como você está?

–Bem, e você?

–Ótima. Está gostando de ficar aqui?

Fiz uma careta.

–Ah, Nico. Você vai acabar se acostumando. Você tem amigos aqui, sem falar de que é um lugar seguro para semideuses. Eu não poderia te deixar vagando por aí, a mercê de monstros.

Eu queria dizer à ela que eu nunca ia me acostumar. Dizer que aquele não era o meu lugar e que eu estava preferindo os monstros à aquilo. Mas seus olhos dourados demonstravam que ela se preocupava mesmo comigo, e eu não poderia deixá-la magoada.

–É, você tem razão.

–Você não prefere ficar no Júpiter?

Já tínhamos conversado sobre isso, apesar de não ter dito o real motivo de não querer ir para o acampamento romano: Percy. Apesar de não sentir absolutamente mais nada por ele, eu não queria ficar no mesmo acampamento onde ele estava. E se isso significava ver Hazel, a única pessoa com que eu realmente me importava apenas uma vez por mês, aturar as piadinhas ridículas de Leo e as tentativas fail de Jason tentando fazer amizade comigo, eu suportaria. Só pra não ver a cara dele de novo.

–Não Hazel- disse -Eu vou ficar bem.

Passei a tarde com ela, jogando conversa fora. Às sete da noite, ela me deu um abraço e um beijo na bochecha e se despediu. E novamente fiquei só.

Resolvi que iria ao cais. Ficava um tanto longe do acampamento, e, fora das divisas, eu estava(como disse Hazel), a mercê de monstros. Mas eu ia arriscar, porque eu adorava aquele lugar. Me ajudava a pensar.

Todos estavam no pavilhão do refeitório quando eu saí. Só precisava voltar antes de terminarem de cantar em volta da fogueira que ninguém me pegaria.

Andei em linha reta por uns dois quilômetros até um bosque. Ali caminhei um pouco mais até ver um profundo rio, iluminado apenas pela luz das estrelas e da lua. E lá estava o cais onde eu sentava e contemplava o rio. Mas dessa vez, havia alguém lá.

Uma garota estava deitada no cais, e mais um pouco ia cair no rio. Cheguei lá perto cautelosamente. Podia ser uma armadilha.

Fiquei alarmado quando cheguei perto o bastante para ver seu rosto. Este estava cheio de cortes profundos, e não apenas o seu rosto mas todo o seu corpo. Ela parecia ter sido esfaqueada por alguém. E eu sabia que ela estava morrendo.

Armadilha ou não, eu tinha que salvá-la. Não podia deixá-la ali. O problema é que se ela fosse mortal, não passaria pela barreira do acampamento e até eu chamar ajuda ela poderia estar morta. Peguei-a nos braços e corri.

Quando já tinha atravessado o bosque, ouvi uma voz atrás de mim.

–Volte Nico di Angelo. Deixe-a aqui e não te matarei hoje. É uma promessssa.

Ótimo. uma Dracaenae.

Ela saiu de trás de uma árvore. As escamas de suas pernas de cobra reluzindo ao luar. A vida da garota estava se esvaindo cada vez mais a cada segundo. Estava sem tempo.

–Nem pensssse em lutar heróizinho. Porque ssalvar a vida desssa ssemideusa que você nem conhece?

Isso é bom. Ela pode atravessar a fronteira. Então, na maior burrice que já fiz na minha vida, corri.

A dracaenae ficou atordoada um tempo, o que deu certa vantagem. Mas ela era rápida demais. Corri com todas as minhas forças e estava quase atravessando a barreira quando ela me agarrou.

Derrubei a menina. Ela estava cada vez pior. Peguei minha espada e ataquei a mulher-cobra, que se desviou. Então ela me atacou com uma adaga de bronze celestial- que tipo de monstro usa uma arma que pode matá-lo?- e me acertou, no meu braço esquerdo. Havia algum tipo de veneno naquela arma. Minha visão começou a obscurecer e meu braço a latejar. A dracaenaese afastou e sorriu.

–Agora não temos mais com o que nos preocupar. A profecia não pode ser cumprida sem um filho homem de Hades. Morra agonizando Nico di Angelo.

Foi o tempo que precisei. A distração momentânea dela me deu tempo para um último ataque. Então a mulher-cobra se desfez em uma nuvem de pó.

Peguei a garota nos braços novamente. A vida dela estava por um fio. Ela tinha no máximo dois minutos de vida. Cruzei a barreira do acampamento.

–Socorro! Alguém me ajude-gritei, o mais alto que pude, a dor lancinante no meu braço cada vez pior.-Socorro, por favor, alguém me ajude. Por favor...-meu tom de voz baixou e eu caí no chão. A última coisa que vi foi a sombra de alguém vindo nos ajudar. Então apaguei, ao lado da garota misteriosa e quase morta do cais, a semideusa que pode ter causado a minha morte.


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