Crônicas demoníacas escrita por Jullie Buchanan


Capítulo 1
História de Amanda Grayson - Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem! Isto será um futuro livro.



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''Flashback; 1999 - 2005 em Santa Mônica - CA ''

'' Pra ser mais sincera, é meio difícil ficar relembrando isso sempre. Parece um vírus que invade a nossa cabeça e não quer mais sair, como uma bomba que se eu taca-la longe ela vai explodir e matar tudo que está perto dela. As vezes eu me sinto como uma dinamite, capaz de explodir a qualquer momento e machucar todos ao meu redor. Eu simplesmente odeio lembrar de meu passado, prefiro viver o presente como se fosse o último dia de minha vida.''

- Senhorita Grayson? - disse Fred enquanto dobrava as minhas roupas. - As pessoas que vieram adota-la já chegaram, se levante dai e arrume-se, Matilde disse para você não se atrasar.

- Estou indo Fred. Me de licença pelo menos, preciso me trocar. - falei com uma raiva enquanto me sentava na cama.

Fred levantou as sobrancelhas e saiu do meu quarto. Por sorte ele já havia acabado de arrumar minha mala. Me levantei não muito apressada e me vesti, penteei meus cabelos e escovei meus dentes. Quando terminei de me arrumar desci as escadas com a minha mala em mão. O casal que iria me adotar já estava lá assinando a papelada com Matilde. Quando desci as escadas dei um sorriso forçado para eles e olhei para Matilde. Matilde era a dona do orfanato e eu tinha ela como uma mãe. Eu estava hoje com seis anos de idade e essa seria a quarta casa que eu iria esse ano. Parecia que eu não era boa o suficiente para ninguém. Matilde veio em minha direção e se abaixou, ficando á minha altura. Ela sorriu com dificuldade e me abraçou forte.

- Você vai se dar bem com essa família Amanda. Eles são bons. - ela disse em um tom difícil de acreditar.
Matilde me deu mais um abraço com força e eu a abracei com mais força ainda, deixei cair uma lágrima mas logo a limpei para ninguém perceber, eu não gostava de chorar na frente de outras pessoas, eu tinha que ser forte, pelos meus pais. Assim que ela me soltou e voltou a ficar de pé meus olhos estavam cheios de lágrimas.

Eu os limpei rapidamente e peguei a minha mochila e a coloquei nas costas. Andei em direção ao casal que iria me adotar e a mulher passou a mão em meus cabelos e me conduziu até o carro, me colocando no banco de trás. Coloquei o sinto e joguei a mochila para o meu lado. Quando eles entraram no carro eu olhei rapidamente para o instituto de adoção de Santa Mônica e vi Matilde lá na frente junto de Fred, consegui ver Matilde limpando os olhos. Deixei cair mais algumas lagrimas e engoli meu choro. O carro já havia começado a andar e eu só conseguia ver o instituto indo embora, eu estava torcendo para que esse casal me mandasse de volta para o instituto pelo menos em uma semana.

- Olá Amanda. Meu nome é Adison e esse é o meu marido, Jones. Espero que você goste de ficar conosco, pelo que vimos em sua ficha, você é meio pestinha. Mas isso vai mudar. - Adison deu um sorriso frio para mim e voltou a olhar para frente.Assim que chegamos na casa do casal eu a observei. Era uma casa moderna, porém pequena, de dois andares e muito bonita realmente, um belo jardim na frente e estátuas para decora-lo. Adison me puxou pela mão e me levou para dentro de sua casa, ela apertou minha mão com toda a força que ela tinha para dentro da residência, ela só largou a minha mão quando entramos e ficamos no centro da casa. De um lado tinha a cozinha, do outro a sala, reto um pequeno corredor onde havia uma porta, imaginei que seria o quintal de trás e tinha também uma escada ao lado do pequeno corredor.

- Escute aqui. - disse Adison. - Eu limpo essa casa quase todos os dias mas não tenho tempo por causa do meu serviço, sem contar que odeio quando o cachorro da vizinha entra no meu jardim e defeca no meu gramado e urina em minhas flores. Eu odeio isso! Mas para ser mais clara, você é quem vai limpar a casa e as coisas que o animal moribundo faz. Assim eu não preciso pagar uma faxineira, sem contar que com você eu posso bater e gritar do jeito que eu bem entender já que você é como se fosse minha filhinha. Eu odeio crianças e animais. Agora, ao trabalho Amanda! - ela sorriu friamente para mim e jogou minha mochila no chão com toda a sua força, e olha que ela tinha força. - Seu quarto é embaixo da escada. Sinta-se especial, eu poderia comprar uma casinha de cachorro e deixar você lá fora amarrada na corrente. - ela sorriu novamente e deu um grito com seu marido, chamando ele para ir para cima com ela. Mas antes, ela pegou um balde e esponjas para mim limpar a cozinha.

Ela nunca deixaria eu voltar para o Instituto. Eu não questionei a ordem dela, pelo visto aquela mulher era capaz de fazer tudo. Limpei rapidamente a cozinha dela e fui para o jardim tirar a caca do cachorro. Assim que limpei tudo eu me sentei no gramado da frente e fiquei olhando para os passarinhos que voavam em torno da árvore. Eu percebi que o cachorro da vizinha estava latindo para mim, ele correu até onde eu estava e me cheirou cuidadosamente, logo, lambeu meu rosto e ficou perto de mim enquanto eu fazia carinho.Ele não era tão grande e tinha carinha de filhote, logo me apaixonei por ele. Olhei a coleira do cachorrinho e ele atendia pelo nome de Wilston. - Olá Wilston. - ele latiu e lambeu a ponta do meu nariz. Eu dei uma risadinha, pois tinha feito cocegas. Todos os dias depois que eu chegava da escola e limpava a casa eu ia para fora brincar com Wilston. Se não fosse obrigatório Adison nem me mandaria para a escola, mas se ela não fizesse isso tudo cairia sobre ela e ela perderia sua empregada. Um certo dia eu estava brincando com Wilston no quintal e Jones chegou na porta e me observou enquanto eu brincava com o cachorro, assim que eu notei a presença dele eu parei imediatamente e Wilston se sentou ao lado de minha perna. Fiquei séria rapidamente. - Não pare Amanda. Pode continuar brincando com ele, não irei brigar com você. - ele sorriu carinhosamente e se aproximou de mim, se ajoelhando e ficando da minha altura. - Eu sinto muito o que Adison está fazendo com você todos esses meses querida. Mas ela é uma psicopata e até eu temo que ela possa fazer algo contra mim.- seus olhos ganharam uma expressão triste e ele olhou para mim e logo sorriu, passou a mão em meu cabelo e depois em Wilston. - Se algum dia eu conseguir me livrar dela, eu prometo que nada disso vai ser assim. Mas prometo também que eu vou tentar e tentar te ajudar. Diferente de Adison eu gosto de crianças e cachorros. - ele sorriu novamente e eu fiz o mesmo.

E com o passar dos meses Jones fez todo o meu trabalho em casa quando Adison estava no trabalho, ele me ajudou com minha lição da escola e brincou comigo e com Wilston. Um certo dia eu, Adison e Jones estávamos jantando e Adison mandou eu lhe passar o sal. Eu me levantei imediatamente da mesa para pegar o sal que estava no armário, sem querer eu escorreguei com o pote na mão e o sal caiu todo no chão, em um ato desesperado eu tentei colocar o sal de volta no pote mas já era tarde demais. - Olha que diabos você fez, Amanda! - ela se levantou da mesa rapidamente e se aproximou de mim, me dando um chute bem no rosto, eu cai com tudo para trás e ela continuou a me chutar e a me chutar. Ela me puxou pela gola da camiseta e começou a bater em meu rosto com toda a força que ela tinha, eu já estava sangrando e sem forças, quase inconsciente. Jones se levantou da cadeira e tirou Adison, a jogando longe e fazendo ela cair no chão. Ele se abaixou até mim e me ajudou a levantar. Eu fiquei agarrada a ele e ele fuzilou Adison com um olhar. - Ela é uma criança sua retardada! Para com essa idiotice e se toca de uma vez! - ele pegou um pano para secar meus ferimentos e Adison se levantou. - Retardada? Já chega! É bom que amanha isso fique limpo e que você não fique mais com essa afinidade a ela, você entendeu? - ela pegou uma faca que estava na mesa e subiu as escadas, deixando nos sozinhos. Jones me ajudou com os ferimentos e o sangue já havia parado um pouco, ele colocou curativos em minha testa e em meu pescoço. Ele também limpou o sal derramado e foi para cima quando acabou, me deixando sozinha. Eu terminei de comer e lavei os pratos.

No dia seguinte eu estava cheia de dores no corpo, mas estava lá fora brincando com Wilston. Ele estava deitado mordendo uma flor e eu estava agarrada a meus joelhos. Comecei a pensar em como seria ser um cachorro e o mais importante, como seria ter a vida de Wilston? Quando eu pensei isso meu corpo começou a coçar e minha coluna parecia estar quebrando, em segundos eu notei minha roupa toda espalhada no chão e Wilston me olhando,diferente. Olhei para minhas mãos e a única coisa que vi foi patas, tentei correr e percebi que estava correndo de quatro e logo me toquei, eu havia virado um cachorro. Corri pelo quintal e brinquei com Wilston como se fossemos dois cachorros, deitamos nas flores e dormimos. Depois de algumas horas eu já havia voltado ao normal e fiquei imaginando se isso foi um sonho, mas logo percebi que não, minha roupa estava ali espalhada pelo chão. Me vesti rapidamente e entrei em casa antes que Adison chegasse.

Depois de alguns anos sendo maltratada, humilhada e espancada por Adison, eu já estava com quinze anos e meu cabelo loiro havia sumido e no lugar, eu havia ganhado belos cabelos ruivos, o que deixou Adison com raiva, pois ela sempre dissera que queria ser ruiva. Por esse pequeno motivo ela me espancou. Um dia eu estava jogando damas com Jones e nos estávamos nos divertindo muito, rindo e brincando, mas Adison não gostou nada disso e ela estava mais psicótica que o normal. Eu a observei indo até os talheres e a vi pegando uma faca, uma faca bem grande. Ela se aproximou de nos e deu um sorriso carinhoso. - Você foi útil até certo tempo Jones. Agora não preciso mais de você, você só me causa problemas com essa peste. Jones franziu a testa e nem ligou. - O que você quer?- Adison deu um pequeno riso e mostrou a faca que estava escondida atrás de suas costas, rapidamente ela deixou a faca em punho e a cravou nas costas de Jones, fazendo ela atravessar seu ombro, depois ela deu outra facada nele, só que na barriga. Eu dei um grito de desespero e comecei a chorar. Jones caiu na cadeira e eu o ajeitei, fazendo ele ficar reto. Adison começou a rir e limpou o sangue que tinha na faca na calça de Jones. Ela mandou um beijinho para ele e foi para cima, junto com a faca. - Jones, não. Por favor, não me deixa. - eu estava implorando para ele continuar vivo, e estava chorando em cima de seu peito e ele passava a mão em meu cabelo, com um sorriso em seu rosto. - Você foi como uma filha para mim Amanda. Não deixe Adison acabar com você, você merece uma vida melhor do que essa. Vá embora daqui, você já tem idade, minha querida. Você foi a única pessoa que fez minha vida valer a pena, eu espero te encontrar de novo no paraíso para ficarmos jogando damas lá. Vai ser legal, sem a Adison, só nos dois jogando damas e comendo mini-bolinhos. Eu te amo Amanda. -ele falou tudo bem devagar, mas conseguiu falar tudo o que queria. Eu comecei a chorar mais ainda. - Nos vamos. Vamos ficar pra sempre jogando damas e comendo mini-bolinhos. Eu te amo Jones, você e Wilston foram os únicos que fizeram minha vida aqui valer a pena. Eu prometo que irei me livrar de Adison. - ele sorriu ao me ouvir disser essas palavras e parou de respirar em seguida. Eu fechei seus olhos e comecei a chorar em cima de seu corpo. No dia seguinte eu iria realizar o desejo de Jones. Adison não estava em casa, então corri até o quarto dela e peguei algumas joias caras e enfiei no bolso do casaco. Corri para baixo e vi Wilston latindo na frente de casa, puxei ele e o coloquei em baixo do meu braço e sai correndo. Corri até o centro da cidade e tentei ir para o lugar mais longe que podia. Eu e Wilston ficamos na frente de um prédio quando um carro preto passou a frente e a janela elétrica desceu. Eu gelei, era Adison. - Eu tinha certeza que uma hora você iria me abandonar. Relaxa, não irei te pegar, eu irei me vingar de ti. Começando por Matilde, ela era importante para você, espero que ainda seja importante quando morta. -ela subiu o vidro do carro e acelerou a toda velocidade em direção ao Instituto de adoção de Santa Mônica. Eu dei um grito para ver se ela parava mas é claro que não. Vi um beco e entrei rapidamente, talvez ali fosse um atalho. Junto de Wilston, nos pulamos vários muros e cercas para tentar chegar antes de Adison no Instituto. Assim que cheguei lá a porta estava escancarada. Corri para dentro junto de Wilston e fiquei perplexa. Matilde e Fred estavam no chão já sem vida com a garganta cortada. Me ajoelhei perto de Matilde e comecei a chorar que nem louca. Adison já havia passado dos limites. Comecei a pensar em uma pantera, não sei porque, acho que pelo fato de eu amar animais. Pensei em uma pantera preta abrindo Adison e fazendo ela sofrer muito antes de morrer e em segundos, percebi minha roupa no chão e me toquei que havia me tornado aquela pantera. Corri junto de Wilston para a casa de Adison e o carro já estava na frente, abri a porta com a minha boca e percebi que Adison estava na cozinha. Corri até ela mas ela me notou. Ela correu e pegou sua faca, eu mordi sua perna e isso fez ela perder o equilíbrio, me afastei um pouco dela e virei de costas. Adison estava prestes a cravar a faca nas minhas costas quando Wilston se meteu na minha frente e mordeu o pulso dela com toda a força. Adison deu um grito e trocou a faca de mão e cravou na barriguinha de Wilston, ele deu um pequeno ganido e caiu. Eu fiquei perplexa e ataquei Adison, mordi seu pulso fazendo a faca cair longe, ela gritou de dor e eu arranhei seu rosto e puxei seu pulso com toda a minha força, coloquei ali toda a minha tristeza de ter perdido Jones, Matilde, Fred e Wilston por culpa de Adison e dei um puxão, fazendo o pulso de Adison sair fora e sangue jorrou. Ela gritou mais uma vez e eu a ataquei, bem no pescoço, ela estava quase sem vida quando eu mordi sua barriga e arranquei a pele. Voltei a minha forma humana e ela percebeu que era eu. Ela tentou falar alguma coisa mas o sangue começou a sair pela sua boca e ela finalmente morreu. Peguei Wilston no colo e comecei a chorar. Ele já estava morto. Por causa daquela psicopata maluca eu perdi as pessoas que eu mais amava. Com o passar do tempo eu vivi em uma clinica psiquiatra de reabilitação para jovens, eu estudava ainda na minha antiga escola mais vivia lá. Todos os dias eu ia para a janela observar a grama lá fora e os cachorros brincando e eu me lembrava de como conheci Wilston e como ele foi um verdadeiro amigo para mim, e que até salvou a minha vida.


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Notas finais do capítulo

Por favor, se acharem ótimo, bom, ruim, péssimo, comentem. Assim eu posso saber no que melhorar antes de publicar meu livro ^-^. XOXO pessoas ♥.



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