Pov's Percy

Lá estava ela, pensei comigo mesmo. Ela caminhava graciosamente até mim, e, por incrível que pareça, meu coração bateu mais rápido. Seus olhos cinzas tempestuosos me encaravam de forma confusa e o vento bagunçava seus cabelos loiros.

==========

Acordo confuso, e a primeira pessoa que vem a minha mente é ela. Droga, penso comigo mesmo, o que deu em mim?

Levanto e vou até meu banheiro, tomo um banho demorado e me arrumo para ir pra escola. Assim que termino, desço até a cozinha e vejo que minha mãe está fazendo meu café da manhã.

— Bom dia mãe — digo para ela.

— Bom dia filho. — ela responde com ligeiro entusiasmo. — Teve bons sonhos?

— Não sei se pode ser considerado bom. — respondo baixo para ela não escutar.

— Percy Jackson, você sabe que eu odeio quando fica sussurrando desse jeito.

Pronto, agora vai ficar irritada o resto do dia comigo, penso fazendo uma careta.

— Eu disse que não sonhei nada de mais, mãe. — respondo, e logo em seguida sento na á mesa e começo a devorar o que tem em meu prato.

Assim que termino, levanto, coloco meu prato na pia e pego o que preciso para ir pra escola. Mas vejo que minhas chaves não estão no balcão.

— Mãe cadê as chaves do carro? — pergunto revirando a sala.

— Estão no chaveiro Percy. — ela responde da cozinha — Se não fosse eu na sua vida você não acharia nem a porta. — diz ela rindo da cozinha, e eu amava ver ela feliz daquele jeito, pois depois do divórcio entre meus pais, ela ficou muito triste por um período insuportável, e depois de um logo período, foi que ela começou a se animar de novo, e começou a sair com meu padrasto, Paul.

Dou um beijo em seu rosto, saio de casa e entro no meu carro.

Acabo pensando em como foi o termino de meus pais.

==== Flashback on

Neste exato momento eu estava escondido, ouvindo meu pai e minha mãe discutindo de novo.

— Eu não aguento mais isso. — ele falava andando de um lado para o outro. — O seu ciúmes está se tornando ridículo.

— Não acho que você esteja tão alterado só por causa disso. — minha mãe grita pra ele. — Eu quero que você fale exatamente o que te irrita tanto assim pra ficar alterado do nada. — ela fala olhando fixamente para ele.

Ele olha pra ela e por um momento ficam em silêncio, me lembro de ter ficado paralisado nesse momento.

— Eu não te amo mais. — ele responde seco, o que foi ainda pior. Pra mim, naquele momento foi como se eu tivesse levado um soco no estômago, pois não é nada legal uma criança de onze anos ouvir isso.

Lembro de ouvir minha mãe chorando, e de ver ele se despedir dela secamente. Só depois de uma hora que sai de onde estava escondido. Também lembro dele conversar comigo, me fazer compreender o motivo de porque sair de casa, mas não consigo lembrar o que ele disse, pois estava muito chocado pra processar tudo.

===== Flashback off

Antes de me dar conta, já estava no estacionamento da escola. Pego meu material, saio e vou até Thalia, que acabava de chegar também.

— Oi Thalia, como vai? — digo chegando ao lado dela.

— Péssima, pois poderia estar em outro lugar. — diz revirando os olhos. Anamos até a entrada quando pergunto:

— Você sabe se a Annabeth já chegou?

— Hummm, não sei não. — ela responde com um sorrisinho travesso no rosto, o que não faz nenhum sentido pra mim.

— Porque está sorrindo desse jeito? — pergunto.

— Não pode mais sorrir não?! — responde.

— Esquece. — digo rápido.

Andamos até a entrada da escola, quando vejo a Annabeth, ela estava entrando, mas para assim que Thalia grita seu nome, o que me faz pensar que quase fiquei surdo.

— Hey, porque não me esperou hein? — diz Thalia zangada, dando um tapa no braço de Annabeth assim que nos aproximamos.

— AI, meu Deus não faz isso. — diz Annabeth com uma cara de dor, pois se você nunca apanhou de Thalia, não sabe o que é dor de verdade.

— Para de choramingar e vamos entrar logo, não quero me atrasar e ter que ouvir reclamação. — e com essa declaração incrível, ela nos pega pelo braço e nos sai arrastando pela escola. E, para nossa sorte, nós tínhamos a primeira aula juntos.

Me sento na segunda fileira, na quarta carteira, Thalia senta ao meu lado e Annabeth na minha frente. Quando acabo sentindo o cheiro do perfume de Annabeth sinto algo estranho, e Thalia nos olha de forma curiosa.

Melhor se concentrar na aula, penso comigo mesmo, o que , é quase impossível, pois fico lembrando do sonho que tive.

Pov's Annabeth

Percebo que Percy fica me olhando de uma forma meio idiota, e me pergunto se tem alguma coisa no meu rosto.

Assim que vi ele de manhã, não pude evitar de lembrar do meu sonho, e mesmo lá, era como se eu pudesse sentir seu perfume, mas, imediatamente comecei a tirar isso da minha cabeça, pois realmente não queria dar razão pra Thalia.

Assim que me desvio desses pensamentos, me vem outros horríveis, acabo me lembrando de minhas férias em Londres (o que, realmente não pode ser chamado de férias). E, por um momento, fiquei tentada a puxar meus amigos e contar tudo o que aconteceu, pois realmente precisava do apoio deles, mas não era assim que eles deviam ficar sabendo, tudo tem sua hora.

===============

Lá se vai um dia super entediante, penso comigo mesma, enquanto caminho ao lado de Thalia até o estacionamento. Me despeço e vou até meu carro, percebo que tem alguém atrás de mim, e quando me viro vejo quem é.

— Ai que susto Luke. — digo para ele, e em seguida o abraço.

Ele estava mais alto, com os cabelos loiros da cor de areia bagunçados e se mais forte.

— Nem vi você hoje, porque não veio os outros dias? — Pergunto fazendo cara de brava.

— Preguiça de vir. — diz, com a cara maior cara de pau do mundo, o que me faz dar risada.

— E aí, o que precisa? — pergunto.

— Preciso de uma carona, meu pai me tirou o carro, digamos que fiz bobagem nas férias. — ele diz mexendo no cabelo.

— Você só faz bobagem, é de se esperar algo assim. — digo, o que faz ele sorrir. — Vamos lá, eu te deixo em casa.

Eu e Luke nos conhecemos no mesmo tempo que conheci Percy e Thalia, então, passamos muita coisas juntos, e, eu vivia salvando ele das babaquices que fazia.

— Então, como foi as férias? — pergunto sem tirar os olhos da estrada, mas percebo que ele dá um sorrisinho de cato.

— Foram ótimas, na realidade acho até que me apaixonei. — ele diz meio sem jeito.

— E posso saber quem foi a azarada? — pergunto rindo para ele.

— Para de ser venenosa, a menina é uma sortuda, por favor né, olha só como eu sou um gato. — realmente ri quando ele falou isso, pois humildade é tudo para ele.

— Tá, tudo bem, mas falo logo quem é. — digo impaciente.

— No momento certo feiosa, mas acho que você vai gostar de saber quem é. — ele responde, o que me deixa mais curiosa do que nunca.

Acabo de perceber que já estamos em frente a casa dele. Já fiz esse caminho tantas vezes que sei de cor.

— Bom, obrigado pela carona. — ele me beija no rosto e sai do carro.

Dirijo até em casa, o que não é longe, pois moramos perto um do outro.

Chego em casa e vejo que meu pai está sentado no sofá, assistindo algum programa na TV.

— Oi pai. — digo pulando no sofá e dando um beijo em seu rosto.

— Oi querida, como foi seu dia? — ele me pergunta.

— A mesma coisa de sempre, porque não foi trabalhar hoje?

— Ainda estou de férias. — ele diz, mas não parece soar verdadeiro.

— Entendi. Então, o que vai fazer hoje? — pergunto pra ele, claramente animada com possibilidades divertidas de animar meu dia.

— Que tal se sairmos para comprar aquele livro que você quer? — ele me pergunta e eu pulo do sofá.

— Claro que a resposta é sim, vou me trocar e já desço para irmos. — respondo e saio correndo em direção ao meu quarto.

Enquanto me arrumo, penso que a melhor coisa do mundo e passar o tempo que ainda tenho com meu pai.