Aquele corredor era tão escuro quanto minha alma naquele dia

Quem diria que aquele ia

Exterminar minha alegria

Maldito é por isso

E bendita é a vida

Por cobrir com o tempo o que restou

Teus olhos eram tão negros

Quanto poços obscuros

Sabia que ali moravam monstros imundos

E suja era sua alma

Tão negra quanto carvão

E escuro era seu coração

Tão impuro quanto a poluição

E hoje eu agradeço pelo que passou

Sem antes ver o problema que se formou

Se agora aquilo retornasse

Sabe que faria diferente

Se aquilo agora voltasse

Sabe que o faria ser gente

E malditos eram meus pensamentos

Tardios e surpreendentemente incoerentes

Como o pensamento dos inocentes

E imaculado era meu coração

Que fora roubado pelo maldito ladrão

Ele dos olhos negros como ônix

Enquanto sempre fora eu a fênix

Oculto era o que ele sentia

E visível eram meus sentimentos mal escondidos

Eu o seguiria para onde fosse

E talvez o lugar bonito fosse

Mas ao final de contas eu nunca soube

Porque mesmo que maldito fosse

Não escolheria a mim

E nem a minha alma carmesim

Que mesmo azul como o céu

Ou o paraíso

Não atrairia sua alma fervente

Como lava, quente

Mesmo que meu amor assim fosse

Nada aguentaria se fraco fosse

O véu do sol cobria seu rosto naquele dia

Mas o que quer que fosse, nada esconderia o que sentia

Em seu coração tão frio

Existia algo imprevisível