Só Que Não escrita por SraPotter


Capítulo 3
Escola nova


Notas iniciais do capítulo

Enjoy it!



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Acordei com o despertador gritando em meu ouvido. Cinco da manhã. Meu voo sairia às seis. Me apressei e tomei um banho rápido. Tomei café apressada e mesmo com toda a pressa do mundo já tinham dado trinta minutos. O motorista carregou minhas malas e partimos para o aeroporto. Depois de todo o procedimento normal, me sentei e esperei. Logo ouvi a chamada para São Paulo, que era pra onde eu iria. Embarquei e olhei a vista de Londres. Não podia acreditar que estava deixando tudo para trás. Dormi no avião e logo ouvi:

– Moça... moça, acorde. – alguém me chacoalhava.

Acordei e saí do avião, meio atordoada. Fui pegar minhas malas que estavam pesadas demais e chamei o táxi. Indiquei a rua para ele. Fazia muito tempo que não usava meu português, e meio que me enrolei, mas consegui. Chegamos em frente ao internato. Enorme era uma palavra que não definia aquele lugar. Era gigantesco. Olhei, admirada, e paguei o táxi. Só havia um problema: como eu iria carregar cinco malas pesadas para caramba só? Olhei o local e não havia ninguém. Arrastei algumas três malas para a recepção e depois voltei para pegar as duas. Até que apareceu uma mulher.

– Quer ajuda, mocinha?

Mocinha? Eu tenho cara de criança, pelo menos? Não falei nada.

– Yeah, eu agradeceria muito.

– Então você seria Bianca Forbes?

– Branca. – a corrigi.

– Ah, eu estava mesmo esperando você. Vou ajudar você com as malas.

Segui ela até o segundo andar. Eu levava duas malas e ela levava o resto. Paramos em frente a uma porta branca que tinha o número 02 em sua frente. Ela me deu uma chave e me instalei lá dentro.

– Vamos, vista seu uniforme e iremos visitar a escola. Amanhã suas aulas já começam.

Vesti uma blusa e um moletom fechado por cima que tinha a letra F atrás. Já estava de calça e salto mesmo. Andamos bastante e depois ela me disse:

– Você tem que ir ao seu armário pegar seu horário e tudo que precisa.

Consenti e ela se foi. Abri um armário que tinha o sobrenome Forbes na frente e lá estavam livros, a tabela de horários e um pequeno aviso escrito “SEJA BEM VINDA AO COLÉGIO FOX”. Voltei ao meu dormitório e tinha uma garota lá. Era loira, de olhos azuis, pele bronzeada e altura média.

– Você é Branca Forbes? A garota nova da Inglaterra? Prazer. Meu nome é Larissa Drummond.

Ela estendeu a mão e eu a apertei.

– Você não fala? – perguntou a garota.

– É claro que sim. – falei.

– Você tem sotaque. – constatou ela.

Girei os olhos e me deitei em minha cama.

– O almoço é daqui a pouco.

– Você podia deixar de ser irritante. – falei irritada.

– Eu só estava tentando ajudar. – ela disse numa voz afetada.

– Me desculpe. É só que é muita coisa para absorver.

– Tanto faz. Vamos descer.

Eu a segui. Descemos até um refeitório. Lá tinha vários jovens sentados em mesas de quatro ou cinco. Todos rindo, conversando. Não era como na Inglaterra. Nos servimos e depois nos sentamos numa mesa.

– Há quanto tempo mora em Londres? – perguntou Larissa.

– Desde meus 10 anos. Sabe por que meu português não é assim tão fluente?

– Por que?

– Faz muito tempo que não o uso. Desde que me mudei.

– Ah. Seu sotaque é bastante perceptível.

– Oh, yeah. – eu disse.

Ela riu. Sorri e depois de terminar de comer fui escovar os dentes, passar um batom e fui para os jardins. Não havia nada pra fazer mesmo. Me deitei na grama e logo a luz do sol foi interrompida. Abri os olhos e vi um garoto me encarando. Cabelos castanhos caídos nos olhos, olhos verdes amendoados e pele bronzeada. Ergui a sobrancelha e ele falou:

– Você deve ser aluna nova. Se eu fosse você não me deitava aí. Todo tipo de inseto passa por aqui.

Me levantei num tempo recorde e espanei minhas costas. Que nojento!

– Nossa, como você caiu nessa fácil. – disse ele se deitando na grama, gargalhando. Dentes branquíssimos também.

– Engraçadinho.

– Você com certeza não é daqui. Turista?

– Você é o primeiro que me diz isso.

Ele fez careta.

– O que faz no Brasil?

– Ah. Meu pai me obrigou a vir. E o que você está fazendo que não está na aula?

Ele riu.

– Você não tem cara de quem comparece a todas. – disse-me.

– Estaria você faltando as suas aulas? Que feio.

Era minha vez de rir. Ele riu junto.


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Notas finais do capítulo

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