Fechei a porta e corri para meu quarto. Não queria nem saber de café da manhã. Peguei meu telefone e vi que eram ainda 7hs. Mas que droga, por que meu pai tinha me acordado tão cedo? Mesmo sendo sete da manhã, já tinha mensagem de minha amiga, Alejandra. Abri no Whatsapp e vi as suas mensagens. “Já acordou?”, “Festa boa ontem!”, “Será que seu pai será muito duro? #MEDO”, “Morreu ou ainda tá dormindo?” e “ACORDAAA, GAROTAA!”. Respondi suas mensagens com uma só frase. “Meu pai não podia ter sido mais delicado. Morarei no Brasil.”. Mal tinha enviado e tocou o telefone, no visor escrito Alejandra.

– God, deixe de brincadeiras idiotas. Seu pai nunca te mandaria pro Brasil.

– Você acha, é? Ele me disse que eu tenho até o fim do dia pra me arrumar e me despedir.

– NOSSA! – berrou ela.

– Quer parar de tentar me deixar surda?

– I’m sorry, mas... e agora?

*Me desculpe.

– E agora que eu vou na sua casa me despedir.

– Estou esperando você. Bye.

Desliguei e vesti uma roupa mais decente. Penteei meus cabelos e desci. Pedi ao motorista que me levasse até a casa de Alejandra. Ao chegar lá, ela me deu um abraço apertado, quase me esmagando.

– MY GOD! – gritei.

– Sorry...

Ela estava triste. Alejandra era uma boa amiga. Tinha cabelos castanhos, olhos verdes e 1,70 de altura. Tinha um jeito doce que não combinava nadinha comigo, nem sei como nos tornamos amigas.

– Só vim me despedir. Mas prometo que nós nos falaremos todos os dias, Alê. Vai ter que ser rápido. Preciso separar minhas coisas. Tenho de ir...

– Ah, Branca. Mesmo você com esse seu jeito de patricinha tem um coração aí dentro. Vou realmente sentir sua falta.

– Eu também.

Nos abraçamos de novo e depois entrei no carro. Ao chegar em casa chamei a empregada. Ela trouxe 5 maletas gigantes pretas e me disse para separar as coisas que eu ia levar e depois a chamar. Separei tudo e a chamei. Ela organizou tudo e disse-me que o almoço sairia em 5 minutos. Suspirei.

(...)