Capítulo 12
Chuva de tristeza
– Tania Enfron

Entrei na sala e logo aqueles rádios esquisitos grudados na parede falaram

– Queridos alunos, hoje teremos o teste anual para ser liberado para a educação física, o teste será aplicado pelo enfermeiro, por favor professores, organizem seus alunos para ir três por vez e alunos, um de cada vez na sala

Ah ótimo, já estava com super humor para aguentar o enfermeiro maravilha eu bufo irritada.

– Eu falarei a ordem que vocês entraram na enfermaria disse o professor de geometria

Foram saindo os alunos e logo meu nome foi chamado

– Melissa, Sasha e Tania

Nós levantamos da cadeira e fomos andando até a porta da enfermaria esperando o ultimo da outra leva.

O ratinho saiu meio triste

–Tá triste por que foi liberado para a aula nerd? - Melissa diz maldosa. Melissa era uma loira tingida muito magra e com roupas muito curtas "amiga" da Sasha.

Derek fingiu não escutar e seguiu seu caminho para a sala

Era minha vez de entrar, abri a porta e o Kevin anotava algumas coisas em sua prancheta.

– Se estiver de agasalho retire-o por favor

Kevin disse ainda de costas, eu tirei minha jaqueta e coloquei na maca, ele se virou segurando um aparelho de medir preção ele olha para mim e sorri

– Eu acho que vou ter que pedir para você tirar a blusa, parece bem mal._ele fala

Eu sorrio sarcasticamente e faço que vou tirar a blusa mas antes de levantar eu solto e mostro o dedo do meio, ele deu uma risada.

– Me dê o braço.- ele diz ainda sorrindo enquanto eu estendo o braço.

E ele faz toda a bateria de exames e depois de alguns minutos ele fala

–Agora o ultimo exame Tania. O exame bucal. - ele fala e me empurrando para a mesma parede e me impedindo de sair com os braços e me beija e aquela mesma força inesperada me faz agarrar o cabelo dele e puxa ele mais para perto, eu não sei como, mas eu já tinha tirado o jaleco dele e ele me prensava na parede com seu corpo cada vez mais, estávamos tão ocupados que nem escutamos a porta abrir.

– Wow, desculpa, não queria interromper um casal tão lindo, e se esse é o exame, bem acho que me recuso a fazer.

Diz o Jay da porta, isso me chama a realidade e eu consigo me soltar do Kevin.

– Jay. Volta aqui. Jay! - Eu grito e vou correndo atrás dele

– Me deixa em paz Tania. Volta para a aula, ou melhor. para o seu exame - Ele diz bruto e meio magoado.

Eu paro no meio do corredor e vejo ele saindo pela porta da escola

(...)

O dia escolar terminou e eu liguei para o Jay.

"Você ligou para Jason deixe seu recado, após... a você sabe. é tudo igual". A mensagem de voz fala, eu desligo o telefone.

Já era dez da noite e nenhum sinal do Jay, ele não atende o telefone, nada. Meu celular vibra e eu olho desesperada, como eu tinha feito o dia todo

Uma mensagem do Jason finalmente chega.

"Nia, eu preciso de você"

"Onde você está? estou indo para ai", eu logo respondo

Ele responde

"Não sei... na rua, perto de um poste de luz...e da boate nova"

Otimo, ele está bêbado.

Pego meu sobretudo preto e calço o meu coturno e ligo

– Sam... preciso de carona, por favor. - Digo

– Claro, vou te buscar e você me conta o que aconteceu no caminho - Ele fala preocupado

– Obrigada, você é o melhor - Eu falo e desligo

Cinco minutos depois escuto a buzina e saio correndo de casa e entro no carro

– Onde? - ele pergunta.

– Em todas as boates de Miami. - eu falo meio indecisa

– Você só pode estar zuando... vai demorar a noite toda - ele diz descrente

– O Jay ta bêbado de novo... Ele... eu não sei. eu só quero achar ele e deixar aqueles lindos olhos azuis com marcas roxas - Eu falo ainda perdida e ele começa a dirigir.

Primeira boate a vista e um cara apoiado no muro de cabeça baixa, cabelos castanhos, ele levanta o rosto.

– SAM PARA! É O JAY - eu grito e ele para o carro abruptamente

Eu pulo do carro abro o guarda chuva e vou em direção do Jay e dou um tapa nas costas dele.

– Seu idiota! Me deixou preocupada - eu grito com ele

Ele levanta a cabeça de novo, ele estava chorando.

– Nia... desculpa, eu...sou fraco, mas o álcool me ajuda a fazer as coisas ruins parecerem menos ruins - Ele fala soluçando

– Mas não adianta nada - Eu digo

– Hoje... faz três anos que meu pai foi preso, faz três anos que minha mãe foi assassinada na minha frente. Três anos que os policias não acreditaram na criança e levaram um inocente para a cadeia, prenderam meu pai Nia. E tem você, você parece um anjo, sempre que está comigo me acalma, faz as coisas ruins não serem ruins, eu não quero te perder Nia, não posso te perder, eu te amo de mais para te perder para um idiota qualquer eu não vou deixar, não vou te deixar - Ele diz ainda chorando e me puxa pela cintura para um beijo, seus lábios encostam no meu com urgência, suas mãos grandes estavam na base da minha coluna me puxando para mais perto eu seguro seu rosto com a mão que não segurava o guarda chuva, sua língua explorava minha boca com avidez, um pingo de chuva cai no meu rosto me acordando do transe.

– Você não vai me perder Jay, nunca, não se perde algo que nunca foi seu. Eu sou minha, apenas minha. gosto muito de você, mas como irmão, e vou te ajudar a parar de beber, você é melhor que isso. - Digo

Ele olha para mim eu assente.

Eu pego sua mão e vou para o carro

– Nos leva para casa Sol. por favor. - eu falo e ele dirige calado.