Love or not Love? escrita por EuSemideus


Capítulo 2
I


Notas iniciais do capítulo

Bem pessoal, aki está o primeiro cap. Desculpe se estiver ruim, estou me adaptando a nova fic ainda, logo eu pego jeito! Universo alternativo eh bem mais difícil....
Espero q gostem!!



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I

Annabeth

Annabeth se olhou no espelho pela última vez. Seus cabelos loiros estavam presos em um rabo comportado, os olhos cinzas brilhavam por trás das lentes de contato transparente. A roupa não era muito elaborada, somente uma blusa clara e suas calças jeans.

A loira suspirou pela última vez e pendurou a bolsa, que estava em cima de sua cama, nos ombros.

Antes de sair de seu quarto olhou em volta, analisando o local. As paredes eram claras, uma delas coberta de prateleiras e, estas, lotadas de livros. A cama de casal no meio do quarto, bem arrumada naquele momento, ocupando uma parte considerável do cômodo.

Aquele era seu quarto, de seu apartamento. O primeiro que ela comprara com o próprio dinheiro, seus trabalhos como estagiária remunerada na Grécia haviam rendido. E renderam tanto que a tinham contratado, agora como profissional, na filial da empresa que havia em Nova York.

Sem pressa, Annabeth deixou o quarto e caminhou até sua cozinha. Um cheiro de café quente invadiu suas narinas, fazendo um sorriso formar-se em sem rosto. Ela seguiu o cheiro e encontrou uma garota sentada à mesa de sua cozinha, tomando uma xícara de café bem quente que a mesma acabara preparar. Seus cabelos eram pretos, a pele levemente bronzeada e os olhos eletrizantes. Aquela era Thalia, sua melhor amiga.

A garota levantou os olhos e lhe lançou um sorriso. Thalia havia passado o fim de semana em seu apartamento com a desculpa de que "queria garantir que ela não desmaiasse novamente".

Annabeth notou que a amiga já estava arrumava, o que não era comum levando em conta o fato que ela não trabalhava as segundas.

– E eu pensei que fosse dorminhoca - brincou Thalia pousando sua xícara - Já passa do meio dia, Annie.

Annabeth pegou uma xícara e sentou-se à mesa, servindo-se do café.

– Para a sua informação, eu já fui a empresa e voltei - contou Annabeth - A senhorita "durmo como uma pedra" que não percebeu.

Thalia deu de ombros e se levantou, colocando a xícara na pia. Annabeth teria mandado-a lavar, mas a faxineira iria até sua casa mais tarde.

– Que seja - disse Thalia - Estou saindo.

– Posso saber aonde vai? - indagou a loira curiosa.

Thalia sorriu divertida.

– Tenho um encontro - ela disse com um ar brincalhão.

Annabeth quase cuspiu o café que estava bebendo. Thalia Grace havia se arrumado para um encontro, e este era em plena luz do dia?! Desde quando ela saia com alguém antes de o sol se por?

– Um o quê?! - perguntou Annabeth surpresa.

– Um encontro - respondeu a morena dando de ombros.

Annabeth levantou, respirando fundo e tentando absorver a informação.

– Com quem? - ela indagou.

Thalia mordeu o lábio inferior e seus olhos brilharam.

– Se der certo, você vai saber - ela garantiu - Mas agora tudo o que precisa saber é que ele é um gato.

Annabeth riu e pegou sua bolsa, pendurando-a no ombro. Já passavam de 12:15 e ela precisava estar na faculdade as 1:00 pm.

– Vou sair também, quer carona? - indagou a loira.

Thalia balançou a cabeça em negação.

– Vou para o outro lado da cidade - explicou a garota.

Annabeth assentiu e pegou a chave do carro. Bem, então era rumo ao seu primeiro dia de aula.

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Annabeth recostou-se no encosto da carteira e suspirou. Esquecera-se de como elas eram desconfortáveis, pelo menos só precisaria aturá-las três vezes por semana.

A sala já estava cheia, faltavam poucos segundos para o início da 1ª aula. Assim que o ponteiro do relógio parou em cima do número doze, marcando 1:00 em ponto, a porta da sala se abriu.

Por ela passou uma senhora alta, os cabelos pretos presos em um coque no alto da cabeça e óculos da mesma cor na ponta do nariz. Ela usava um terninho marrom bem escuro composto de saia e blazer, com uma blusa social também marrom. Como se sua altura não bastasse, a senhora usava saltos pretos, que ecoavam contra o piso de mármore da sala. Seu rosto não era bonito. Seus traços eram duros, o nariz empinado e a boca parecia permanecer com um sorriso maléfico.

– Olá, alunos - ela disse, sua voz era áspera, contribuindo para seu visual levemente assustador - Sou a Sra. Dodds.

Todos os alunos pareceram se calar e prender a respiração por alguns momentos. Aquela senhora dava a impressão de ser um espécie de monstro no corpo de mulher.

– Antes de mais nada, quero deixar claro uma coisa - ela disse colocando as mãos atrás das costas e andando de um lado para o outro na parte da frente da sala - Não tolero nenhum tipo de atraso. Qualquer um que se atrase em uma de minhas aulas está oficialmente expulso da mesma. E como tenho todos os primeiros horários da tarde... Bem, digamos que terão de trocar de turno.

Annabeth engoliu em seco e sentiu seu estômago revirar. Sem atrasos. Ok, aquilo seria uma grande problema. Não que fosse costume da loira não ser pontual, mas havia sempre aquele dia em que tudo dava errado e o mundo resolvia que ela não ia chegar na hora.

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Bem, esse dia não demorou a chegar. Seria certo dizer que ele veio como que a cavalo, pronto para pega-la desprevenida .

Tudo começou na manhã da quarta-feira seguinte. Annabeth pegara a maior engarrafamento da história no trajeto da empresa para casa. Como se isso não fosse o bastante, seu chuveiro queimou no meio do banho. Quando finalmente conseguiu se aprontar, já faltavam menos de quinze minutos para o início da aula.

Em mais uma demonstração, do que parecia ser, seu infinito azar, Annabeth conseguiu pegar todos os sinais vermelhos possíveis no caminho. Para completar, não conseguiu uma vaga no estacionamento da faculdade, e teve que parar o carro do lado de fora.

Segundos depois ela já corria pelos corredores. Não olhava mais para seu relógio, queria acreditar que, por um milagre, ainda estava no horário.

Assim que bateu à porta de sua sala, ouviu barulhos de saltos ecoando. Mais uma vez suas esperanças diminuíram, ainda tinha uma parte de si torcendo para que a Sra.Dodds tivesse mentido e nem todos os primeiros tempos fossem dela.

Quando a porto finalmente se abriu, lá estava a professora diabólica, sorrindo para Annabeth com grande deboche. Ela apontou para o relógio, que marcava 1:10 pm.

– Atrasada - disse simplesmente antes de fechar a porta.

Annabeth jogou sua bolsa no chão e sentiu um grito de frustração sair por sua garganta.

Raiva. Era esse o único sentimento que preenchia o corpo da garota. Pura raiva. Raiva daquela maldita professora. Raiva do transito que a atrapalhara. Raiva do chuveiro que queimara. Raiva de si por ter se atrasado. Raiva e raiva e raiva.

Annabeth passou as mãos pelos cabelos e bufou, batendo forte com o pé no chão. Teria que mudar de turno, refazer seus horários de trabalho. Re-organizar toda sua vida por causa daquele monstro que costumavam chamavam de Sra. Dodds.

– Ehr... Você está bem? - ela ouviu alguém perguntar.

Annabeth levantou os olhos e encontrou Perseu. Aquele cara realmente parecia estar em todo lugar. Ela respirou fundo e passou a mão pelos cabelos, arrumando-os.

– Não muito - ela admitiu.

Perseu abaixou e pegou sua bolsa, pendurando-a no ombro.

– O que aconteceu? - ele perguntou.

– Sra. Dodds - ela respondeu simplesmente.

– Ahh, sim. Chegou atrasada? - Annabeth assentiu - Nunca tive o desprazer de ter aulas com ela, mas pelo que ouvi você terá que trocar de turno.

– É, vou sim - ela disse suspirando - Acho que vou acabar no turno da manhã.

Perseu sorriu e começou a andar. Sem nem mesmo perceber, Annabeth o seguiu.

– Bem, então vamos nos ver mais - ele comentou - Também sou do turno da manhã.

Annabeth o fitou um pouco curiosa. Ela sabia que Perseu estava fazendo algum tipo de especialização. Ela daria tudo para saber qual, mas não perguntaria, não tinha intimidade para tanto.

– O que está fazendo aqui até agora? - ela indagou reprimindo a curiosidade.

– Estudando na biblioteca - ele explicou - Meu plantão só começa daqui há uma hora.

Annabeth assentiu. Só então ela percebeu que já estavam do lado de fora da universidade. O dia parecia refletir seu estado de espírito naquele momento. O céu estava cinzento, o ar levemente gélido e com um leve cheiro de chuva, mostrando que não demoraria para que essa desabasse do céu.

– Acho que vou para casa - comentou Annabeth - Tudo o que quero agora é dormir e só acordar amanhã!

Perseu riu, balançando a cabeça. Ele parecia realmente estar se divertindo com tudo aquilo.

– Onde está seu carro? Vou acompanha-la até lá - ele disse.

– Lá fora - ela respondeu já indo em direção aos portões - Não encontrei vagas aqui dentro.

Perseu assentiu e a seguiu. Annabeth não demorou a encontrar seu carro, mas ao mesmo tempo descobriu que sua maré de azar ainda não tinha acabado.

Havia uma tranca de roda amarela berrante no pneu direito traseiro de seu carro. Por um momento ela fitou a tranca sem entender, mas então olhou em volta. Lá estava ela, a placa que ela não vira quando estacionara. "Área de carga e descarga. Sujeito a reboques." Rebocado, seu carro seira rebocado.

– Annabeth, você quer, bem, uma carona? - perguntou o rapaz um tanto inseguro.

Annabeth se virou e o fitou. Perseu olhava para o chão, como se este fosse um objeto digno de estudo. Suas bochechas estavam avermelhados, uma das mãos na nuca e um sorriso inocente nos lábios.

Desde a primeira vez que o vira, Perseu fora bom e educado com ela. Ele tinha uma ar de bom moço e não lhe parecia ser má pessoa. Claro, tudo aquilo não garantia nada. Ele podia ser muito bem um psicopata só esperando que uma vítima desavisada lhe desse uma oportunidade. Porém, na altura do campeonato, ela não estava se importando muito. Sua cota de azar havia oficialmente se esgotado. Sabia que seus pais, assim como Thalia, estariam trabalhando àquela hora em uma quarta feira e ela, por descuido, ainda não tinha pedido o contato de um taxista confiável. A chuva que ameaçava cair não demoraria para se fazer presente, não poderia ficar ali por muito tempo.

– Se não for incomodo... - ela respondeu ainda um pouco insegura.

Perseu sorriu.

– Não é incomodo algum.

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Percy

Percy batia dos dedos no volante, acompanhando a ritmo da música que tocava no rádio. O transito estava impressionantemente tranquilo, não entendia como Annabeth havia se atrasado.

Percy sorriu. Finalmente a encontrara novamente e provavelmente a encontraria muito mais vezes. Porém, não era isso que o rapaz desejava. Ele queria chama-la para sair, mas, sinceramente, não sabia como. Ele era um completo estranho, nem mesmo sabia como ela aceitara sua carona, seria muita intromissão pedir mais que isso.

A música mudou. Passado alguns versos ele reconheceu como Granede.

Easy come, easy go That's just how you live, oh Take, take, take it all But you never give

Should've known you was trouble

From the first kiss Had your eyes wide open Why were they open?"

A música, apesar do ritmo agitado, era triste, chegando até mesmo perto de ser suicida. Ela contava a história de um homem que havia sido traído pela namorada que tanto amava, e se culpava por isso. Ele se dizia capaz de morrer por ela, mas sabia muito bem que ela nunca faria o mesmo por ele.

"Gave you all I had And you tossed it in the trash You tossed it in the trash, you did

To give me all your love Is all I ever asked 'cause What you don't understand is

I'd catch a grenade for ya Throw my hand on a blade for ya

I'd jump in front of a train for ya You know I'd do anything for ya

Oh oh, I would go through all of this pain

Take a bullet straight through my brain Yes, I would die for you, baby But you won't do the same"

Annabeth bufou e balançou a cabeça. Percy a fitou confuso, ela parecia quase que indignada.

– O que foi? - ele indagou.

Annabeth o olhou, como se só naquele momento notasse que seus movimentos poderiam ser percebidos por outra pessoa.

– Nada, é só a música - ela explicou.

Percy franziu a testa.

– Não gosta de Bruno Mars? - perguntou.

A loira negou com a cabeça.

– Não é isso - garantiu Annabeth - Só acho uma atitude meio burra. Ele morreria por nada. Ela claramente não iria nem no enterro.

– Ele não está disposto a morrer por ela - ele explicou parando no sinal vermelho - Mas sim pelo amor que sente por ela.

Annabeth revirou os olhos.

– Continua sendo por nada - insistiu ela.

– O quê?

Será que ela não ouvira nada do que ele dissera?

– Vai dizer que você realmente acredita no "amor"? - ela indagou quase debochada.

– Não é necessário acreditar em sentimentos - afirmou Percy.

Annabeth riu.

– Ah, por favor Perseu! O "amor" não é um sentimento! - ela afirmou quase que irritada - É só uma boa combinação entre atração, compatibilidade e bem querer que alguém muito inteligente resolveu dar um nome e endeusar como um sentimento que ninguém poderia viver sem.

Percy abriu a boca incrédulo, mal podia acreditar que realmente ouvira tudo aquilo. Ele ouviu buzinas e só então percebeu que o sinal havia aberto. O moreno olhou para frente e acelerou o carro.

– Primeira esquerda e segue reto - explicou Annabeth como se nada tivesse acontecido.

– Você não acredita em nenhuma espécie de amor? - ele indagou - Nem mesmo no amor materno?

– Não acredito no "amor" como as pessoas o pintam, como disse, não acredito que seja nada muito especial - contou ela - O materno é algo involuntário, é um carinho e um sentimento de cuidado e proteção estreitado pelo laço sanguíneo.

Percy não acreditava. Aquela garota pensava de uma maneira completamente oposta a dele. Como ela podia viver pensado que o amor não existia? Como ela podia viver num mundo tão frio e triste?

– Vamos fazer um desafio - sugeriu Percy.

Annabeth o fitou confusa.

– Desafio?

– É, quem convencer o outro primeiro que está certo ganha - disse Percy.

Annabeth sorriu. Seu sorriso era divertido mas ao mesmo tempo maléfico. Percy, por um momento, quase se arrependeu do que tinha dito.

– Desafio aceito - ela disse - Terceiro prédio a direita.

Percy parou o carro e fitou a loira a seu lado.

– Está livre amanhã a tarde? - ele indagou já planejando como seria sua primeira tentativa.

– Sim - ela respondeu - Por que?

– Espere-me aqui às 2:00 pm - ele pediu - Nosso jogo começa amanhã.

Annabeth soltou uma gargalhada e assentiu.

– Obrigada, Perseu - ela disse antes de sair de seu carro e seguir para dentro do prédio.

Percy sorriu vitorioso. Havia conseguido um encontro com a garota, e uma desculpa para muitos outros. Além de que a convenceria da existência do amor. Mostraria a ela como o mundo pode ser belo se visto do modo correto.


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Notas finais do capítulo

Bem, eh isso!
Deixem reviews e favoritem se gostarem!
Bjs, até!
EuSemideus



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