–Qual é Cobra?- disse Karina meio estressada.

–Você é demais cara, eu vi ontem o banho que você deu naquele guitarrista. Obrigado, estava me incomodando pacas, garoto chato! Macaco! Ele não sabe que você prefere cobras?-Disse com um sorriso.

Karina riu e respondeu:

–Como é? Você tá viajando cara!-Disse ela um pouco nervosa.

–Viajando? Sim, estou no azul de seus olhos!- Disse Cobra rindo de si mesmo.

Karina começou a rir, mas logo organizou os pensamentos.

–Olha, você vai saindo porque meu pai não me deixa falar com marginais!-Disse Karina um pouco insegura.

–Então você é rebelde, porque ainda está falando comigo!- Disse Cobra com um riso irônico.

–Tchau cara!-Disse Karina tentando sair do caminho de Cobra, tentando...

–Gata, eu sei que você gosta de mim, não tem que fugir! Você é bem delicinha, sabe...

–Que absurdo seu idiota, claro que não!- disse Karina ficando nervosa.

–Eu curto uma gatinha difícil...

–Cobra, tô ficando assustada!

–Relaxa Ka, é brincadeira! Agora, vai, vai treinar com o Papaizinho, vai com o Duquinha vai!- Disse Cobra e a menina foi indo meio assustada enquanto o lutador olhava a paisagem de sua bunda.

Karina chegou à fábrica meio desorientada e logo esbarrou em alguém.

–Foi ma... Ah, você!-Disse Pedro.

–Foi muito mal mesmo, tá!-Disse Karina meio confusa.

–Desculpa esquentadinha, é só que você não olha por onde anda né!-Disse Pedro e Karina suspirou.

–Não vou nem responder, babaca... -Disse Karina.

–Gata!-disse Pedro.

–Mané!- disse Karina.

–Linda!-Disse Pedro.

–Ah moleque, só você mesmo pra me irritar!-Disse Karina esquentando.

–Te irritar? Como assim delicia?-disse Pedro.

–Você sabe bem como fazer isso, para de ironizar!-Disse Karina.

–Não estou ironizando nada!-Disse Pedro.

–Olha, já deu! Fui!-Karina disse.

–Não vai!-Disse Pedro.

–Vou!-disse Karina e saiu.

Pela primeira vez conseguiu se livrar do garoto sem batê-lo.

Karina foi treinar na academia.

Pedro ficou sentado na praça esperando outra ideia genial pra roubar o coração de sua fera.

Bianca ia passando e Pedro logo quis cobrar.

–Ei Bianca, vou querer a primeira parcela em breve, ainda estou meio gripado por causa do balde!

–Fica tranquilo cunhadinho, você vai receber logo, logo, mas primeiro tenho que me certificar que está funcionando! Um sorriso! Dá certo?-Disse Bianca.

–Hm, um sorriso, ok vou ver o que eu faço, pra arrancar um sorriso da esquentadinha!

–Ok!! Muito bem cunhadinho, você vai ganhar seu dinheiro loguinho, loguinho!

Pedro deu um sorriso inseguro, quando percebeu uma figura baixinha atrás de Bianca.

–Oque cês tão fazendo pra minha amiga?!- gritou Tomtom.

–Nada amorzinho, eu só tava perguntando pro Pedro se ele queria coisa séria com a Ka!

–Mentira, sonsa, você tá pagando por isso! Cara Pedro, você era o meu herói, como aceitou essa palhaçada? Monstros!-Disse chorando.

–Tomtom você não entendeu! A gente estava falando da entrada pra um parque que a Bianca ficou me devendo ingressos, aí ela é louco e disse que só devolve se eu fizer a Karina sorrir, é tipo uma brincadeira! Eu faço a minha esquentadinha sorrir e ainda ganho o dinheiro que é meu por direito!- disse Pedro.

–Ah, viajei, hem!-Disse a menina.

–Viajou demais mesmo, princesinha!-Disse Bianca.

–Vamos indo Pê?-disse Tomtom.

–Não, maninha, seu mano vai ficar resolvendo umas paradas com a tia Bi, tchau!

–Tia Bi, essa é nova, hem!-Disse Bianca.

Tomtom saiu.

–Pedro, socorro, que sufoco! De onde você tirou essa ideia brilhante, e tão rápido assim, casando completamente com o que dissemos?!

–Nem eu sei Bi, foi improviso com medo de perder a esquenta... A grana. - Disse ele e se corrigiu.

–Awww– disse Bianca rindo.

–Eu queria dizer a grana o tempo todo tá?-Disse Pedro.

–Eu sabia que estava fazendo a coisa certa, um erro pelo bem, você gosta dela sim!! Como toparia isso se não a suportasse, e eu ouvi oque você disse pra Tomtom: “Eu faço a minha esquentadinha sorrir e ainda ganho o dinheiro que é meu por direito”.-Disse Bianca.

–Ah, para vai! – disse Pedro.

–Naum!- Brincou Bianca.

Pedro foi pra casa.

Entrou pro seu quarto, no pequeno período de tomar café da manhã, não podia ser outra hora, tinha que ser aquela, ele estava inspirado!

Pegou o Violão, ainda um pouco molhado por causa do balde pegou um caderno, sentou e escreveu:

“Ás vezes é preciso um erro pra perceber como te quero...”.