Porque vim para cá? Porque é que o Nyah se tornou um vício tão grande para mim? Não sei, não faço a mínima ideia de como cheguei aqui...

Tendo 20 anos, posso considerar-me uma croma do pior. Nunca namorei, nunca beijei um rapaz, nunca tive um encontro com um... Saídas são com as amigas, quando estou na faculdade pois eles preferem tudo, a sair connosco.

Amo palavras, amo-as mais do que aquilo que sinto por muito boa gente. Desde pequena, eram as palavras e os livros que me fascinavam, era ali que estava bem. Tive alturas em que gostei de números, mas eles não me ajudavam a dizer nada, não me contavam uma história. Não me interpretem mal, os números também são uns queridos, mas eu sou a miúda das letras. São elas que me prendem a um placar, que me fazem ler, que me fazem ir para um mundo e um lugar que não o meu...

Isso do meu lugar... O meu lugar parece ser um sofá de dois lugares, onde estou eu. Ponto. Só eu. Filha única, com uma diferença de 10 anos para o meu primo mais próximo. Sou focada nas coisas pequenas que me cativam. Acho que não ligo muito à família, sou mais despregada de tudo, de sentimentos, de lugares... Não me consigo desprender dos livros, esses têm-me bem presa. Mas os livros fazem-me voar alto, fazem-me sentir o que na minha vida não sinto... Talvez por isso me sinta psicologicamente mais velha que os meus amigos.

Como vim parar aqui? Acho que é fácil, tendo em conta o meu passado. Tive uma perda grande, que me magoou imenso, deixei o mundo seguir, acompanhei-o, claro, mas estava calada, a observar, a aprender com os erros dos outros, a tomar as minhas decisões na calada. A Saga Crespúsculo tirou-me um pouco daí, do meu cantinho seguro. Encontrei, em 2008, algumas colegas de escola que partilhavam deste fascínio comigo. Depois, a entrada no mundo virtual foi quase que o passo certo a tomar. Cheguei, vi, venci. Aqui estou eu, passados 6 anos...

Cheguei, este é o meu lugar. Junto com palavras que carregam sonhos de milhares de pessoas... Pessoas essas, que nos deixam entrar no seu mundo privado através das histórias que nos contam.

Obrigada Letras, obrigada por me teres acolhido como uma das tuas filhas... Espero nunca te desiludir