Say Something! - 2ª Temporada escrita por Izzy


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Oi, demorei pois a criatividade não estava vindo, porém gostei desse capítulo, foi o mais difícil de escrever até agora, além de o mais dramático, espero que gostem. Comentem o que acharam por favorzinho?



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Pedro POV

Estávamos no perfeitão, meus pais prepararam um jantar para matarmos a saudade, além da família convidaram alguns amigos também, estava me divertindo bastante, como fazia muito calor deixamos uma das portas aberta e de vez em quando entrava algum cliente desinformado querendo comprar alguma coisa, era até engraçado porque ficavam constrangidos quando explicávamos a situação para eles.

Estava tudo muito bom até que de relance enxergo um homem nos observando do outro lado da rua, não o reconheci pois ele estava escondido pelas sombras, já era bem tarde da noite e não havia quase ninguém na rua, achei aquilo meio estranho mais não me importei muito, afinal de contas, eu não podia ter certeza de que ele estava olhando em nossa direção mesmo, depois de alguns minutos dou uma olhada no local onde o rapaz estava e ele continua lá, percebendo que eu o encarava tentou disfarçar mas era tarde demais, decido então ir ver o que ele quer, eu estava apavorado, quem não estaria? Para não alarmar ninguém, dei uma desculpa de querer um pouco de ar puro e sai do perfeitão, Karina desconfiou da minha desculpa esfarrapada mas não falou nada, ela estava agindo muito estranhamente hoje, um pouco antes de virmos pra cá, me disse que tínhamos que conversar, fiquei preocupado pois ela estava com uma expressão muito séria, tentei fazer com que falasse de uma vez mas em vão, ela apenas continuou insistindo para que conversássemos depois, quando voltássemos pra casa, relutante, eu concordei.

Fui em direção ao rapaz que nos observava e logo reconheci o sujeito, era o cretino do Cobra, eu achava que ele estava preso, Karina me disse que eles se meteram em uma briga e que ele acabou na prisão, parece que ameaçou a minha esquentadinha, e é óbvio que quando ela me falou isso eu queria voltar pra casa imediatamente, porém ela me tranquilizou dizendo que ele não iria mais incomodá-la pois estava preso, mas vejo que ele deu um jeitinho de sair, é claro, ele tinha dinheiro com certeza contratou um advogado filha da puta pra fazer um servicinho sujo, cambada de vagabundos.

_O que tanto olha lá pra dentro? - pergunto sem paciência, confesso que tinha medo de apanhar, afinal de contas Cobra além de marginal ainda era lutador, porém a minha raiva era tanta que nem pensei antes de falar.

_E não é que o guitarrista virou homem? - seu comentário sarcástico só fez com que minha raiva aumentasse.

_Escuta aqui seu marginal, já não ficou claro que ninguém aqui te quer por perto? Ou você é burro demais pra entender?

_Cala essa tua boca antes que eu quebre seus dentes. - ameaçou, e por alguma ironia do destino a ameaça não me afetou nem um pouco.

_Some daqui seu vagabundo.

Ele riu, o cretino riu da minha cara.

_Nossa só não rio mais porque tenho pena de você, cade sua namoradinha? Só faltou ela pro circo ser completo. - ele provocou, e só o fato dele ter citado a Karina já bastava para que minha raiva se transformasse em fúria, tentei dar um soco nele mas o idiota conseguiu se esquivar.

_Ah guitarrista, acho melhor tu desistir, volta pra sua guitarra que é melhor vai. Só vim aqui para que vocês me vissem, que pena que a k não saiu aqui pra fora, queria tanto ver a cara dela quando me olhasse, sabe, estou com saudades da "esquentadinha". - Ah não, ele não acabou de chamar a minha esquentadinha, de "esquentadinha"!

_Vaza daqui Cobra. - é tudo o que digo.

_Tivemos bons momentos, na verdade ótimos, ela e eu, quem sabe na sua próxima viajem eu não consigo mais alguma coisa com a Karina.

Eu sabia que isso tudo era só provocação, mas teve uma palavrinha nessa frase que me deixou intrigado, como assim "mais" alguma coisa? Algo me dizia que eu não iria gostar da resposta, mas mesmo assim eu tive de perguntar.

_Como assim mais alguma coisa? O que você fez com ela? - tento soar ameaçador mas minha voz falha e ele percebe meu medo da resposta.

Como se não bastasse o clima ruim entre nós dois Karina decide sair do restaurante logo naquele momento, quando percebe com quem estou falando fica branca como uma papel, chego a pensar que vai desmaiar mas ela logo se recompõe e vem em nossa direção.

_O que você ta fazendo aqui Cobra? - pergunta, e não consigo deixar de notar sua voz trêmula, ela estava assustada, nunca vi Karina assim.

_Ah, então você não contou pra ele? Nossa você não esta se saindo uma boa namorada em K.

_Não chama ela de K, alias esquece o nome dela. - digo irritado.

_Ah tadinho dele, quer um pirulito bebezão? - ironiza Cobra.

_Some daqui Cobra ou vou chamar a policia de novo. - ameaça Karina.

_E vai dizer o que? Por acaso estou fazendo algum mal a alguém? Estou encostando em você? E nele?

Com isso Karina fica calada.

_Pois bem, não precisa se preocupar loirinha, já estou de saída, mas antes quero te dar um presentinho, sabe, pra relembrar os bons tempos. - diz entregando um envelope pra Karina que relutante aceita. - Podem considerar um presente meu para o casalzinho, espero que sejam felizes. - diz se afastando de nós.

Karina se enrijece, fica pálida e evita olhar pra mim, de princípio fico confuso, mas logo algo me vem a mente, o que Cobra quis dizer com conseguir mais alguma coisa de Karina? Será que tinha alguma coisa a ver com o envelope que ele acaba de nos entregar? E pela reação de Karina ela já sabia o que tinha no envelope e isso não era nada bom.

Karina POV

Era a foto, eu tinha certeza, o que mais Cobra nos entregaria naquele envelope? Porque eu estava tão nervosa? Afinal eu iria contar toda a verdade para Pedro ainda hoje, porque estava preocupada? Cobra não tinha dito nada para Pedro!

_Karina, ta tudo bem? - pergunta Pedro parecendo preocupado.

_To, a gente precisa conversar. -vou direto ao ponto.

_Quer ir pra casa?

Aceno afirmativamente, voltamos para o restaurante e nos despedimos de todos, nossa saída repentina não foi muito bem disfarçada mas nossa sorte era que Bianca estava lá e tratou logo de inventar uma desculpa, disse que eu já não estava me sentindo bem desde que cheguei, e inventou vários sintomas de algum vírus que estava dando por ai, meu pai é lógico como o super protetor que é já queria me levar para o hospital, mas felizmente eu consegui escapar dessa dizendo que se não melhorasse depois de tomar o remédio que me indicaram eu iria.

Chegando em casa Pedro não perdeu tempo.

_O que ta acontecendo Karina?

_Olha isso. - digo entregando o envelope, e assim que vejo a expressão em seu rosto ao tirar a foto de dentro, me arrependo, eu devia te-lo alertado primeiro. Ele me olha e posso ver o quão abalado ficou.

_Eu não sei nem o que dizer. - fala, e isso parte meu coração em mil pedaços, o fato é que nem eu mesma sei como explicar tudo o que vem acontecendo direito, é tudo muito confuso.

_Olha eu sei o que você ta pensando e...

_Pensando? Karina eu to vendo! Desde quando isso ta acontecendo? - ele se recuperou do choque mas agora está furioso.

_Não está acontecendo nada, deixa eu explicar.

_Explica então cassete, explica! - seus olhos se enchem de lágrimas, eu nunca o vi assim, eu não suporto ser a causa do seu sofrimento, me odeio por isso, e odeio ainda mais o Cobra se isso for possível.

_No dia em que ele veio em casa e discutiu com a Bianca, lembra? - ele faz que sim com a cabeça. - Logo depois que a gente se falou por telefone ele me agarrou e me beijou a força, gravou tudo com o celular, e da gravação tirou essa foto, ficou ameaçando mandar pra você e eu não deixei, sei que foi errado, eu menti pra você mas foi apenas porque não queria te perturbar, não queria que você deixasse tudo e viesse embora, eu sei que você faria isso.

_Karina, eu te pedi pra me contar tudo que estava acontecendo caramba, e você me esconde logo uma coisa séria dessa?

_Eu sei, foi errado, mas eu não queria atrapalhar sua carreira, sei o quão importante é pra você.

_Você é importante pra mim, porra! - ele grita. - Minha carreira? Que se foda! Sim eu amo tocar, amo estar na banda, fazer shows, tudo isso, mas eu consigo viver sem fazer essas coisas, afinal não é isso que tenho feito desde sempre? Mas Karina, a partir do instante que você entrou na minha vida eu não consigo mas nem pensar numa vida sem você, ta entendendo? Se você não ta bem, eu não to bem, eu largaria tudo sim, e não me arrependeria, porque você é tudo pra mim.

E então estávamos os dois em prantos agora, eu tento tocar seu braço mas ele se esquiva.

_Não, eu preciso pensar um pouco, vou sair, esfriar a cabeça, depois a gente conversa.

_Não, espera eu ainda não terminei. - digo.

_Tem mais? - pergunta incrédulo.

_Ele ficou ameaçando mandar a foto pra você se eu não fizesse o que ele queria...

_O que ele queria? - pergunta, relutante.

_Primeiro ele pediu um beijo. - desvio o olhar, não suporto olhar para Pedro. - E eu o beijei uma vez, mas nunca me senti tão enojada em minha vida toda.

_E depois?

_Ele queria...

_Você transou com ele?

_Não. Mas...

_Mas o que Karina?

_Ele tentou... ele me pegou a força e...

_Para, eu não quero ouvir isso, ele... te es..

_Não. - me adianto, não suporto aquela palavra. - Ele não conseguiu, a Bianca chegou na hora e acertou ele com a frigideira, dai ele desmaiou, a gente chamou a polícia, e foi por isso que ele foi preso e não por uma briga.

Pedro apesar de ainda em choque pareceu um pouco mais aliviado.

_Eu não acredito que você escondeu isso tudo de mim. - diz num tom de voz tão baixo que tive de me esforçar pra entender.

_Eu sinto muito. - falo entre soluços.

_Eu vou dar uma volta, depois a gente conversa, preciso de um tempo pra assimilar tudo isso. - nem espera eu responder e sai sem nem olhar pra trás.

Fico olhando em volta para o apartamento vazio e sinto uma nostalgia estrondosa, Pedro e eu agarradinhos no sofá assistindo a um filme, rindo de alguma coisa sem sentido algum, preparando um lanche na cozinha, ele sempre atras de mim, me observando a cozinhar, falando besteiras pra me distrair enquanto lavava a louça, no quarto de hospedes que aos poucos se tornou meu local de treino, lembro de quando eu tentei ensinar alguns golpes pra ele e depois de alguns minutos ele já não aguentava mais, e o quarto, nossas conversas da madrugada quando ambos perdíamos o sono, ou quando apostávamos quem é que dormiria primeiro, ou quando ficávamos abraçadinhos sem dizer uma palavra, apenas nos olhando, aquilo podia durar horas. Será que Cobra conseguira o que queria? Será que Pedro iria me perdoar? E se perdoar, será que voltaríamos a ser como antes? Se ele nunca mais confiar em mim, não posso dizer que não tenho culpa nisso tudo.


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Notas finais do capítulo

Se houver algum erro me avisem, eu fiz algumas mudanças enquanto lia agora pra postar e talvez tenha alguns errinhos, desculpa.
Enfim, espero que tenham gostado. Beijos.