Passionais escrita por HinaHyuuga09


Capítulo 3
Eu preciso dizer que te amo


Notas iniciais do capítulo

Atrasada. T.T



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Ele acordou e imediatamente desejou não tê-lo feito. O sol das duas da tarde incidia indecentemente em seu rosto, intenso e quente. Estava ensopado de suor e fedia a álcool. Mexeu-se, sentiu a dor absurda que descia da nuca às vertebras e teve que apoiar a mão em qualquer lugar para que conseguisse se levantar. Assim que o fez a tontura o empurrou para trás e o moreno caiu sentado, piorando tudo. Apertou as mãos contra o rosto, suspirou de cansaço e sentiu o peito pesado pelo mesmo motivo. Parecia nem ter dormido.

Quando conseguiu abrir os olhos de novo, levou-os para o rumo da cozinha, que ficava próximo. Nenhuma movimentação, ele constatou, apesar dos sentidos ainda debilitados. Então eles provavelmente viriam pelo corredor, ele concluiu enquanto se torcia para alcançar a direção. Esperou em vão. Talvez a poeira ainda estivesse alta, ele pensou. De qualquer forma, precisava entender sua parceira. Se não voltassem a conviver civilizadamente, não seria possível concluir o que deveriam.

Levantou-se com custo, seguiu pela casa apoiando-se em qualquer coisa que lhe firmasse o corpo e adentrou no corredor, que ao contrário de horas atrás, até reluzia de tão claro. Fez sombra nos olhos sensíveis, vermelhos e cansados. Não deveria ter bebido tanto.

Parou a um passo da porta. Estava em sua lateral, não podia ver nada, nem ser visto. Optou por ouvir primeiro. Talvez Hinata estivesse apenas esperando aquele momento para brincar de tiro ao alvo com ele. No pior dos sentidos possíveis. Pelo tempo curto em que ficou ali – não estava muito paciente naquela manhã – nenhum som chegou aos seus ouvidos. Sem passos, resmungos solitários ou engates de arma – com a graça dos céus. Mas também não havia nenhum cantarolar tímido – que ela se recusava a admitir –, ou a movimentação dela pelo quarto enquanto limpava e guardava as armas, ou mesmo um farfalhar de lençóis – som que ele, já tão habituado a ouvir furtivamente, gostava de acompanhar com a sua imaginação detalhista. Nada.

Já entrara dentro do quarto, com sua arma à sua imediata disposição caso fosse necessário. Esgueirou-se até a janela e espiou em seu canto, procurando algo que nem sabia dizer do lado de fora. Nenhuma ameaça. Talvez fosse só a bebida, e Hinata tivesse saído para aproveitar as praias, mas tudo estava quieto demais para não ser investigado. Itachi se perguntou, depois de certificar-se da segurança no banheiro e no restante da casa, como ela simplesmente sumira sem deixar satisfações. Voltou para o quarto do qual fora expulso, procurando algum pedaço de papel escondido em algum lugar. Até mesmo o espaço combinado, escondido de qualquer outro que entrasse na casa, estava vazio.

– Nem um bilhete de “Amo você”, Hina? – Murmurou consigo mesmo, ajeitando os travesseiros para logo em seguida se jogar na cama.

Mirou o teto por algum tempo, imaginando onde ela estaria. As imagens da noite seguinte passaram rápido por sua cabeça. As de Hinata, lhe apontando a arma, ficaram por mais tempo. Muito mais. De tanto pensar naquilo, acabou rindo consigo mesmo. Quase gargalhou quando percebeu o motivo de seu repentino bom humor. A convivência com a Hyuuga parecia ter despertado nele um certo lado masoquista.

O tempo passou, a diversão também. Já estava cansado de esperar. Levantou-se com a precariedade da ressaca e movimentou-se com a intenção de sair do cômodo. Em sua distração, antes que saísse, largou o olhar preguiçoso pelo quarto e percebeu a porta do guarda-roupa entreaberta. Aproximou-se para fechá-la, e ao tocar na madeira um monte de notas caiu em seus pés. Recuperou o dinheiro e mal acreditou que Hinata o pegara. Escancarou a porta e não encontrou nada além do restante das suas notas. Somente as suas.

O pressentimento de antes subiu pela sua espinha até alcançar seu couro cabeludo. Procurou nas outras portas, cada vez mais rápido ao encontrar sempre a mesma visão. Apressou-se para os criados mudos, levantou o colchão, procurou até o último lugar em que poderia achar alguma pista dela. Correu para fora, procurou nos arredores, gritou pelo empregado e não recebeu resposta. Nem mesmo ouviu o palavrão que saiu de sua boca quando finalmente percebera a real situação. Só voltou correndo para dentro e socou suas coisas na mala o mais rápido que pôde. Jogou-a nas costas e verificou mentalmente se deixava algum indício para trás, enquanto quase corria para a porta de entrada. Ao abri-la, teve a sua passagem impedida pela conhecida.

Ino sorriu com certa malícia. Pegara-o no flagra, de tal maneira que ele quase não conseguiu recompor-se e mostrar aquele sorriso que já chegara perto de promover milagres.

– Boa tarde, senhor Sato. Estava passeando um pouco e resolvi arriscar e passar por aqui. Parece que cheguei em má hora. Só queria... conversar um pouco.

– Boa tarde, senhorita Yamanaka. – Ele retribuiu o cumprimento, esquecendo-se de tomar-lhe a mão cortesmente, como fizera no primeiro encontro.

Deveria dizer algo no momento, mas a sua rara condição de indeciso aflorou naquele instante. Tinha à sua frente a mulher com a qual passara a maior parte de sua tarde e noite passadas, arquitetando uma maneira de arrancar dela o que queria. Agora ela estava ali, à sua disposição total, fato que ele sabia por seu instinto. Ao mesmo tempo, a bagagem jogada em suas costas pesou alguns quilos a mais. Tinha que alcançar Hinata o mais rápido possível. Ainda conseguiria informações para seguir seus passos, mas precisaria fazer isso logo. Sentia isso.

– E então, senhor Sato? Posso entrar um pouquinho? – Ela inconscientemente, ou não, afagou levemente seus próprios quadris. – A não ser que a sua esposa veja algum problema nisso.

Ele continuou a sorrir daquela maneira peculiarmente atrativa. Deixou a mala no chão ao mesmo tempo em que dava espaço para a mulher passar. Ino expressou a sua gratidão com uma piscadela que fez seus longos cílios se movimentarem com suavidade e entrou. Itachi, quando já não estava de costas para ela, percebeu o olhar curioso sobre a sua bagagem.

– Estava se preparando para ir embora? – Um biquinho formou-se nos lábios pintados dela. – Sem falar comigo?

– É claro que não, senhorita. Você sabe que não. – Ele mentiu, sentindo-se cada vez mais desconfortável por algum motivo.

– É mesmo? – O olhar grande e infantil que ela expressou era um dos grandes motivos que explicavam a enxurrada de dinheiro que ganhava de outros homens poderosos.

– Claro que sim, senhorita.

– Para você é só Ino, eu já disse. – Ino rebolou os quadris até chegar mais próxima de sua nova vítima.

– Certo, Ino. – Ele disse, retirando com delicadeza ambos os braços que se apoiaram em seus ombros, para depois beijar as mãos e se afastar levemente. – Quer algo para beber?

– Depende. Sua mulher está em casa?

– Eu faria um convite assim caso ela estivesse?

Os olhos de Ino reluziram com intensidade por um instante, mas depois se controlaram. Ela assentiu com outro sorriso daqueles e por si mesma afastou-se o suficiente para que ele passasse. Enquanto Itachi se enfiara na cozinha, Ino sentou-se no mesmo estofado em que antes ele estivera para aguardar. Passou os olhos por tudo, tentando identificar novos objetos que dessem um toque mais pessoal do senhor Sato à grande casa. Já estivera ali muitas outras vezes, por motivos gordos e carecas, infelizmente, mas que, felizmente, pagavam muito bem.

– Madame.

Ino voltou a atenção para o presente, no qual o garçom mais belo e sedutor que já lhe servira estendia uma bandeja artesanal com dois copos longos. Ela sorriu em agradecimento e pegou o seu para que ele pudesse fazer o mesmo com o dele e assim sentar próximo à loira.

– Um brinde à nossa amizade. – Ino propôs.

– Um brinde.

Os vidros tilintaram e era hora de alcançarem os lábios. Ino aproximou o líquido de seu nariz e aspirou ao odor agradável, cerrando os olhos e suspirando em meio a um sorriso. Era o mesmo drinque da noite anterior, só que muito mais forte. Algumas boas vezes mais forte.

Ino separou as pálpebras devagar, da mesma forma investigou o moreno ao seu lado, pelo canto dos olhos. Como esperado, ele nem mesmo ousara aproximar muito a bebida de seus sentidos. O dele estaria mais forte também?

–Não vai beber, querido? – Ela perguntou, afastando o copo de seu rosto apenas para vê-lo se decepcionar minimamente e ter que segurar a vontade de rir por isso.

– Na verdade, acho que já bebi muito. Ontem eu mal conseguia me manter de pé. – Ele confessou, envergonhando-se.

Ino riu, finalmente. Reaproximou a bebida de si, sentiu-a outra vez e percebeu uma expectativa ainda maior da parte de seu acompanhante. Enfim, entreabriu os lábios e deixou a bebida passar. Em uma única virada bebeu tudo, ao fim procurando o olhar do moreno, admirado e intimamente satisfeito. Vitorioso seria a melhor palavra.

– Uau! Você é experiente nisso! – Itachi deixou o próprio copo de lado para aplaudi-la.

– Nisso e em outras coisinhas mais. – Ela completou, o sorriso já meio bobo. Alcançou a mão dele com a sua e por ali fez sua mão deslizar para o braço forte. – Eu não me lembro bem do que aconteceu ontem, tenho que admitir. Só sei que estávamos bebendo, uma bebida que você também tinha preparado, e aí eu fiquei rindo feito uma idiota das suas piadas, só pensando em quando poderia arrancar a sua calça e fazer você querer nunca ter se casado. Só que... eu não me lembro de ter feito isso.

Itachi limitou-se à risada.

– Você acabou dormindo. Coloquei você na cama e voltei para casa.

– Ah! A cama... sim, eu acordei nela. Então foi você! – Riu em meio ao torpor. – Poderia ter ficado, senhor Sato. Adoraria ser abusada por você.

– Não vou me esquecer disso da próxima vez.

Ino assentiu com lentidão, as pálpebras querendo ceder pesadamente. Em um gesto abrupto ela afastou-se dele e se levantou, quase indo diretamente ao encontro do chão. Foi indagada por Itachi, disse estar muito bem e completou perguntando sobre o banheiro.

– Eu já volto, querido. E quando eu voltar, garanto que vai gostar do meu novo visual.

Com outra picadela, mais demorada, ela foi em direção ao banheiro, mantendo-se de pé da mesma maneira que Itachi fizera horas antes. O homem já tinha se levantado, pronto para se apressar na direção de Ino quando ela definitivamente tombasse ao chão. A loira olhou outra vez para trás, enquanto mergulhava a mão por dentro da própria saia, de costas para o moreno.

– Sabe, querido... – Ino interrompeu os passos, retornando o olhar para onde sua mão, longe do alcance da visão alheia, remexia-se. – Reparei bem no cheiro da bebida que você preparou e achei simplesmente fantástico. Penso que apenas o seu cheiro deve ser melhor, sinceramente. Mas... Parece que algo deu errado...

– É claro que deu, Ino. – Itachi riu. – Você já está bêbada.

– Não, não estou falando disso. – De repente, a loira não precisava de apoio algum. Nem mesmo a sua voz soava arrastada. Virou-se de perfil para o moreno, com um sorriso que entortava os lábios de uma maneira quase vitoriosa. A mão, até então em sua intimidade, começou a escapar para fora. – Estou falando do seu plano.

Itachi teria uma fração de segundo para escapar da agulha que foi jogada em sua direção. Por um átimo, seu braço não foi rasgado e contaminado, certamente, por algum tipo de veneno. Ele rolou pelo chão, enquanto Ino continuava a testar sua mira, aparentemente muito boa. Quando ele conseguiu posicionar-se atrás da parede da cozinha e finalmente conseguiu pegar suas duas facas, a primeira muito maior que a segunda, Ino pareceu dar uma trégua.

– Você achou mesmo que o seu truquezinho funcionaria? Eu senti o cheiro do seu veneno desde a primeira dose ontem à noite. Você é mesmo bom no que faz Itachi, o vigarista trapaceiro mais gostoso e esperto que muita gente viu imediatamente antes de morrer, só que eu sou ainda melhor no que faço, querido.

– Achei que só fazia abrir as pernas para quem pagasse mais. – Ele quase gritou para que ela ouvisse.

Ouviu os passos acelerados dela, por mais sutis que fossem. Parecia ter funcionado, mas ela viria como uma onça para cima dele. Em três segundos. Dois. Um.

Ino colocou a ponta dos dedos para dentro da cozinha. Antes que o resto do corpo viesse, Itachi esticou o braço em punho fechado, com firmeza, a faca maior apontada de maneira a não atingi-la. O rosto da mulher bateu ali, e pela velocidade e força, a loira foi ligeiramente jogada para trás antes de cair pesadamente de costas. Itachi quase se admirou pela tática ter realmente funcionado. Já contava com outra estratégia: o braço a deixaria ligeiramente tonta por segundos suficientes para que ele enterrasse o canivete em um dos rins dela e esperasse. Mas não foi preciso tanto, então ele apenas saiu de sua posição e fez um pequeno corte na veia mais fina que encontrou.

Afastou-se. Só precisaria esperar um pouco. Ino já se remexia no chão, devagar e dificultosamente. Abriu os olhos azuis, raivosos, e quis alcançar algo pontiagudo.

– Não vai adiantar. – Ele disse, deixando seu peso cair sobre a mesa de centro. A mão dela alcançou o seu tornozelo e cravou suas unhas ali, com fraqueza. Itachi riu, livrou-se com facilidade da tentativa e curvou-se para mais perto dela, que tentava falar.

– Acha que uma dose mais forte vai me parar? – Ela falou, depois de muito esforço.

– Não, claro que não, Ino. É por isso que eu mergulhei a lâmina do meu canivete em um composto especial, tão especial que você nem poderia imaginar existir, então nada que você tenha injetado na sua corrente sanguínea serve contra ele. Porque foi isso que aconteceu ontem e hoje, não foi, querida?

Mais esforço da parte dela. Os músculos faciais, especialmente os da boca, tinham muita dificuldade em se movimentar. Mas a loira continuava insistindo, emitindo sons que pouco se pareciam com palavras.

– Você é um grande filho da puta.

– Não me lembro da minha mãe ser como você.

A loira gemia cada vez mais pelo desconforto. Itachi sabia que deveria ser rápido. Logo ela não conseguiria movimentar a língua e os lábios. Procurou mais alguma coisa em seus bolsos, segurando dois objetos entre os dedos – um deles, uma ampola quase totalmente cheia. Ino arregalou os olhos e soltou mais daqueles sons cada vez mais distantes de qualquer língua conhecida por ele.

– Ah! Você quer isto aqui? – Itachi brincou com o vidro, jogando-o de um lado para o outro entre os dedos ágeis. Fingiu quase deixar cair, não resistia a algumas brincadeirinhas. – Antes, vai ter que responder algumas perguntas. Coisa fácil. Prometo que não será nada que ofenda o seu Q.I. não tão elevado assim.

Em posse do outro objeto, ativou o gravador e o colocou mais próximo dela, com intenção de captar a melhor qualidade de som que pudesse.

– Vamos começar? – Recebeu algum tipo de som agressivo em resposta. Contentou-se. – Muito bem, então. Pode começar dizendo qual foi o nome que você-sabe-quem usou para curtir um pouco a vida com você.

– Ele não é uma escória como você. Jamais me enganaria. Eu confio nele e sei que posso.

– Não estou interessado em ouvir relatos de fidelidade e amor, Ino, minha querida. Seu tempo está passando, lembra? Você vai querer o antídoto ou não?

Os olhos azuis, arregalados e frenéticos, foram tomados por lágrimas. Os lábios já começavam a se repuxar aos poucos.

– O que você fez comigo?

– Você está cada vez mais incompreensível, meu bem. Não pode responder logo e acabar com o seu sofrimento?

Alguns segundos de silêncio, apenas os dedos que se remexiam vez ou outra, sem a intenção da loira. Os lábios se repuxaram em um sorriso assustador, contrastando com as lágrimas que continuavam a escorrer.

– Yokoyama.

– Bom! Muito bom! E o primeiro nome?

– Akio.

– Boa menina! E o que mais pode me dizer sobre ele?

– Antídoto.

– Ainda não, querida. Responda à pergunta, por favor.

– Antídoto!

– Não sei se reparou, mas os seus músculos estão extraordinariamente desobedientes agora. Logo, logo, eles vão parar com qualquer tipo de movimento. – Apesar do tom doce e despreocupado, Itachi já estava impaciente. Sua meta principal não saía de sua mente. – Agora, me responda uma pergunta ainda mais fácil: o que acha que vai acontecer com o seu coração em alguns minutos?

Depois de mais choro, ela cedeu.

– País do Fogo.

– Seja mais específica.

– Konoha.

– Uau! Muito bom mesmo! Você é uma garota e tanto, Ino! Não é tão burra quanto eu pensei.

Itachi abriu o vidrinho e com todo o cuidado despejou o restante do líquido na boca da mulher. Levantou-se, desativou e guardou o gravador, limpou qualquer rastro seu que poderia ter ficado na cena e recuperou sua mala. Voltou para perto dela, a olhou de cima, com toda a superioridade possível.

– Você sabe que isso não era um antídoto, não sabe? – Ele riu casualmente. – Até deixaria você morrer em paz, tinha planos de tranquilizá-la e dizer que a cura viria depois do apagão, mas não esqueci a menina má que você foi mais cedo. Que pena.

E então ele saiu, ignorando os sons animalescos, deixando a chave do lado de fora. Quando percebeu já estava correndo na direção do porto, onde entraria no primeiro barco que pudesse levá-lo para longe da ilha. Sabia que Hinata tentaria ir para o mais longe possível, por algum motivo que ele não conseguia entender.

Antes que a noite chegasse, quando ele já pisava no território do fogo, já tinha ligado para todos os seus contatos, que não tinham nenhuma informação sobre o paradeiro da Hyuuga. Kisame, seu velho amigo, prometera buscar informações com outros conhecidos e assim informaria o moreno sobre qualquer novidade. Tobi também faria possível, desde localizá-la com um satélite até, simplesmente, tentar fazer com que ela atendesse o telefone e dissesse qual era o problema.

Quando já não havia mais nada a fazer, ele se manteve inquieto no interior de um quarto de nível mediano, em um bairro de mesma categoria. Não queria nada mais pobre ou rico, qualquer uma dessas opções atrairiam olhares enxeridos. Andando de um lado para o outro, tentou pela milionésima vez falar com ela, tentando um dos vários números, inclusive os de emergência. Nenhuma resposta.

Jogou-se na cama, tentando imaginar um caminho que ela teria feito. As possibilidades de sequestro já eram vagas, algumas investigações já tinham confirmado. Então, aonde ela iria?

As perguntas repetitivas e frequentes faziam o moreno ficar quase louco ao pensar tanto nela. Ela, que tinha aquele jeito frio e rude, mas que quando era aprisionada pelos braços dele ficava quente e acesa como brasa, ainda que sempre estivesse disposta a negar até a morte. Entre os devaneios, ele acabou sorrindo. Ela também pensava nele, ele sentia. Ela só não queria admitir, mas pensava.

Eu já nem sei se eu tô misturando
Eu perco o sono
Lembrando em cada gesto teu
Uma bandeira
Fechando e abrindo a geladeira
A noite inteira

Do outro lado do país, Hinata também não conseguia dormir. Tinha se hospedado em um hotel de três estrelas, pensando em não chamar atenção. Se o digníssimo idiota percebesse a ausência dela, não pensaria em procurá-la em um local como aquele. O digníssimo idiota. Às vezes ela tinha vontade de explodir a própria cabeça por pensar tanto nele. Em um instante de loucura, ela tinha suspirado sem perceber.

Pior ainda eram os momentos em que ela cogitava dizer algo a ele a respeito de tudo que pensava. Sentir, jamais! Mas, talvez, ele pudesse escutá-la, e até entendê-la. Não. Ele abriria o sorriso nojento e depois de algumas palavras provocativas cairia no riso. Tal como o digníssimo idiota que era.

Hinata virou-se entre os lençóis outra exaustiva vez. Às vezes, por pensar tanto nele, ela lamentava por ele não ser o único idiota da história.

É que eu preciso dizer que eu te amo
Te ganhar ou perder sem engano
Eu preciso dizer que eu te amo tanto


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Notas finais do capítulo

Itachi perdoado or not?

Haha! Beijos! Até o próximo!



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