Marujos bêbados andavam e subiam, cambaleantes, à bordo do navio de velas negras. Alguns caiam no chão, devido a instável frequência de ondulações as quais o navio era submetido, outros, também caia, mas era por se desequilibrarem ao rir dos primeiros.

Passos determinados e lentos foram ouvidos do convés, todos os homens olharam para cima, respeitosos e amedrontados.

O capitão era uma pessoa muito extrovertida edeterminada e tudo o mais que poderia se dizer sobre este, mas era amedrontador.

Ou deveria dizer "capitã"?

Seus olhos castanhos fitaram a tripulação com desdém e cabelos cacheados castanhos. A pele bronzeada e castigada pelo sol se deixava mostrar através do pouco espaço que as roupas permitiam.

Blusa branca e leve, um colete vermelho e um sobretudo negro. Calças bejes gastas, botas surradas e maltratadas e inúmeras armas presas ao seu corpo.

- Muito bem, seus inúteis ratos do mar desprezíveis! Espero que tenham aproveitado ao máximo da hospitalidade, da bebida e da carne de Tortuga, se me entendem! - a voz ressoou com ironia e maldade, fazendo alguns rirem do comentário - Estamos parindo pela manhã para Baía do Naufrágio. Então, durmam, queridos!Pois nem a pior ressaca e indisposição, ou o maior dos enjoos fará com que eu não exija que virem essa banheira nesta direção, estamos entendidos?!

- Sim, capitã Sparrow!

- Muito bem! Aproveitem o que ainda resta da noite, malditos!

Estava pronta á se recolher para sua cabine, assim como seus homens, quando uma garrafa de rum atingiu a lateral do barco.

- Que diabos?! - ela disse indo até a beirada, para logo depois dar uma risada - Oh, não vejo sua cara há um bom tempo, Turner!

- É uma honra vê-la também, Catarina.

- O que estão esperando? Convite formal? - ela perguntou à tripulação - Ajudemo malditoa subir, não me façam uma desfeita desta!

Assim que o homem estava em seu navio a garota andou até ele, o que fez a tripulação formar um círculo ao redor de ambos, como se para escutar melhor a conversa.

O homem tinha cabelos loiros escuros que batiam em seus ombros, olhos verdes e a pele bronzeada pelo sol. Vestia roupas leves e em seu pescoço levava um cordão de ouro com um pingente de marfim discreto.

- Ora, ora, Michael. Não esperava tal honra. Como você está?Blá blá blá! Papo furado!Enfim... O que te traz ao meu navio?

- Vim garantir que você cumpra com o seu dever. - ele falou, jogando uma moeda de ouro para a morena que a segurou sem encará-la.

- Sou uma dos nove lordes piratas, querido.Sei quando a maldita canção é cantada. - disse jogando a moeda de volta - Infelizmente, aconteceu de ela ser cantada novamente enquanto eu ostentava este título. E, caso não tenha ouvido, eu já estou preparada para cumprir com os meus deveres. Partimos para a Baía do Naufrágio amanhã. Agradeço pela confiança.

- Meus pais me disseram para nunca confiar em um Sparrow. Por mais sedutor que fosse. - provocou, com seu sorriso mais descarado.

- Meu pai me disse para nunca tocar no Pérola. Minha mãe, sempre crer em Deus. - Catarina afastou-se um pouco, virando-se para ele quando estava na base da escada do convés - Como pode ver, não ouvi nenhum dos dois. Então, faça o favor de mover a bunda do meu navio, sir Michael. Você não é bem vindo.

- Acontece que, eu sou um lorde pirata, e por isso, acho melhor velejarmos juntos. Caso ocorramataques dos corsários.

- Faça isso com qualquer outra pessoa como aliada, Turner. Mas, um Sparrow que se prese não faz alianças. - ela disse, com uma pose típica de seu pai - Aquele aviso ali, - indicou a garrafa com a cabeça - foi um grande desperdício de rum.