–Ele não vai cooperar. – Marcus suspirou.

Joan e o detetive tinham passado a última hora e meia tentando arrancar alguma informação de Ian Keller, sem nenhum sucesso.

–Seria mais fácil se fosse mudo.

–Se não quer falar, é porque tem algo a perder. – completou Gregson – Vou segurá-lo aqui até que fale.

–Talvez não tenha nada a ver com o Haku. – argumentou Joan – Trabalhei anos com drogados e consigo ver que ele é um. Tremores, suor frio, confusão, dor de cabeça, náuseas: todos são sintomas de abstinência.

–Dá para conseguir um mandato para o apartamento do Ian?

–Farei meu melhor. – prometeu o capitão, já pegando o telefone.

–Venha, quero que olhe algumas evidências. – disse Marcus a Joan, levando a consultora à outra sala.

Em cima da mesa havia uma caixa de madeira simples.

–Estava dentro do guarda-roupa do Haku, atrás de um fundo falso. Trancada, obviamente.

Apontou para a caixa e continuou:

–Quer fazer as honras?

Joan sorriu.

A caixa era um pouco mais complicada de abrir do que aparentara a princípio, mas não era nada que um trabalho árduo de seis minutos e as ferramentas de Sherlock não pudessem resolver.

Dentro, uma coleção desordenada de papeis: a maioria, documentos falsificados.

Um deles, porém, chamou a atenção da detetive:

–Marcus, olhe isso.

Ele já havia apreendido muitos daquele tipo de catálogo.

Uma página recortada mostrava fotos de quatro mulheres lindas e seminuas, acompanhadas de descrições detalhadas e os preços dos serviços prestados.

–Viu a terceira?

–‘‘Sakura’’. É uma japonesa. E está com o nome assinalado.

–Olhe o verso. Há um endereço escrito.

Marcus levantou os olhos para ela:

–Quer fazer uma visita?