O Som de Um Romance escrita por Risurn


Capítulo 26
26. Wicked Game


Notas iniciais do capítulo

Meus capítulos tão em dia! Que emoção!
Boa leitura :D



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Após o inacreditável acontecimento de ter meu pedido aceito, mandei uma mensagem dizendo para Nico voltar. Se ele voltou? Claro que não. Nem teve a decência de me responder. Sabe-se lá o que ele e Thalia podem estar fazendo.

— Quando você quer ir tomar um sorvete? – perguntou ela timidamente, ninguém diria que já namoramos por dois anos ou algo assim se a visse naquele momento.

— Não sei, que hora é melhor para você?

— Pode ser daqui uma hora? Eu preciso fazer uma coisa antes.

— Claro. – respondi, sabendo que sorria bobamente. Idiota.

— Então... eu vou indo. – ela apontou para atrás de si.

— Tudo bem. – falei, vendo-a se afastar um pouco, até me dar conta de algo. – Ei! Onde nós vamos nos encontrar? Aliás, não conheço nenhuma sorveteria por aqui.

Ela virou para mim e sorriu sapeca.

— Meu número continua o mesmo.

E então me deu as costas indo para sabe-se lá onde naquele campus enorme.

Peguei meu celular e busquei na agenda. Seu número ainda estava lá. Mandei uma mensagem:

“Como você sabia que eu ainda não tinha apagado?”

A resposta veio poucos minutos depois:

“Porque eu também não apaguei o seu.”

Se eu sorri bobamente? Obvio que sim.

Caminhei em direção ao meu dormitório do outro lado do local, ia aproveitar para ajeitar minhas coisas.

É estranho o que o desejo faz as pessoas fazerem. Parecem tolas. Só existe esse termo a ser usado. Qual outro adjetivo pode ser usado nesse caso? Não existe.

O mais estranho é que eu nunca sonhei que conheceria alguém como Annabeth, muito menos que a perderia e depois a reconquistaria outra vez. Não parece real.

Abri a porta do quarto e me deparei com a mala, começando o longo processo de desempacotar. Se eu preferia morrer à fazer isso? Acertou em cheio.

Abri o pequeno armário que teria como guarda-roupa e aos poucos fui ajeitando tudo. Minha cabeça estava longe, o tempo todo imaginando o que poderia acontecer no encontro repentino. Me sentia ansioso e assustado ao mesmo tempo. Que pode saber o que irá acontecer?

Senti-me tão perdido em devaneios que nem vi a hora passar, logo meu celular vibrava. Uma nova mensagem.

“Cantina do campus. O sorvete é ótimo! Chego lá em quinze minutos.”

Olhei para mim mesmo, não posso me encontrar com Annabeth desse jeito. E eu nem sei onde é a tal cantina.

Quase que na velocidade da luz coloquei uma roupa mais apresentável e corri porta à fora procurando o tal lugar. Se eu cheguei na hora? É claro que não. Demorei uma boa meia hora para achar o local onde uma loira me esperava sentada observando as unhas calmamente.

— Eu juro que se você tivesse demorado mais cinco minutos eu ia embora. – falou ela sem erguer os olhos quando me sentei.

— Desculpe, - murmurei enquanto sentava – eu tive um pequeno problema em achar esse lugar.

— Imaginei. Logo você acostuma.

— Espero que sim. Não quero te deixar esperando outras vezes.

— Acha que terá outras vezes? – perguntou ela levantando uma sobrancelha loira.

— É claro. – ela deu uma risada baixa.

— Convencido.

— Não sou convencido, apenas aceito à verdade. – ela deu um sorriso de lado antes de prosseguir.

— Que sorvete vai querer?

— Adivinhe.

— Certo. Já sei. E eu? Você sabe?

— Sei sim.

— E qual seria?

— Provavelmente mamão com... O mesmo que o meu. – ela sorriu levantando a mão, chamando o garçom.

— Ei, Frank, pode trazer um céu azul pra ele e mamão com céu azul para mim?

O cara que se chamava Frank assentiu e foi buscar o que ela pediu. Era um grandalhão com cara de asiático. De assustar qualquer um, não?

— O sorvete daqui é ótimo. – disse ela, como que para quebrar o silêncio.

— Que bom. Como tem passado?

— Bem. Fico muito cansada agora, vivo estudando. Mas bem. Estou aproveitando bem o intervalo entre fases.

— E o que tem achado do curso? – foi então que percebi que fizera a pergunta certa, os olhos dela brilharam no mesmo instante.

— É tão bom! Eu estou aprendendo o que eu mais gosto nessa vida! E tem toda a parte histórica, a arquitetura de cada época! Até você vai concordar que os gregos eram geniais!

Sorri, assentindo enquanto pegava o sorvete que o grandalhão trouxera.

— E quanto a mim? Estive na sua cabeça nos últimos meses?

Ela colocou uma colher cheia de sorvete e olhou séria para mim.

— Percy, eu não acho que seja...

— É sim Annie. Eu preciso saber.

Ela ficou em silêncio pelo que pareceram horas, e mordeu os lábios, indecisa.

— Sim. – admitiu baixo. – Não que isso mude alguma coisa.

— Isso muda tudo Annie, você não vê?

— Não vejo Percy. Não acho que a conversa esteja tendo um bom rumo.

— Mas...

— Percy, por favor. Agora não. É informação demais para uma única tarde.

E então ela levantou e me encarou.

— Acho melhor conversarmos outra hora. – disse, por fim.

— Amanhã? – perguntei.

— Quem sabe? Eu vou indo. Marquei com a Thals no meu quarto. Até outra hora Percy.

E então ela saiu, me deixando com meu sorvete, sozinho.

(...)

Joguei um travesseiro na parede enquanto Nico ria de mim na cama.

— Pra que tudo isso cara?

— Annabeth! É maldade dela fazer eu me sentir dessa forma.

— E ela tem culpa?

— Claro!

— E qual seria?

— Ela... Bem...

— Viu? Nada.

— Eu estou com medo de me apaixonar por ela de novo.

— Está? – ele levantou a cabeça, me olhando. – Pois eu tenho uma péssima notícia pra você.

— Não diga.

— Você sabe que eu vou dizer. – falou enquanto eu rolava os olhos – Infelizmente, você nunca deixou de estar apaixonado, então não pode se apaixonar outra vez.

— É. Acho que eu devia querer me apaixonar.

— Ela vai partir o seu coração, outra vez.

— Eu não quero me apaixonar, então.

— Mas você vai.

— Você está do lado de quem cara? – perguntei me jogando na cama.

— Do seu lado, obvio. Mas não sou cego. Você vai se apaixonar e possivelmente ela vai quebrar seu coração.

— Muito positivo você.

— Se não concorda, faça ser diferente oras.

Olhei para o teto, concordando. Aquela havia sido a coisa mais inteligente que Nico tinha dito a noite toda.


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Notas finais do capítulo

Atenção! Só mais dois capítulos. Preciso dizer que o próximo vai definir tudo?
Pois é, ele vai.
Me digam o que acharam! Obrigada a quem deu opiniões no capítulo passado! Beijos ^^



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