O Som de Um Romance escrita por Risurn


Capítulo 25
25. Por Enquanto


Notas iniciais do capítulo

Pra não perder a tradição, eu atrasei :D
Ok. Mentira, foi complicado.
Tentarei postar na hora certa amanhã, mas já sei que vai dar problema.
Boa leitura ^^



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Pisquei duas vezes para ter certeza do que via? Poderia mesmo ser ele de pé a minha frente ou era apenas um fantasma da minha memória?

— Annabeth?

Assenti lentamente observando às feições do quase homem formado à minha frente. O cabelo negro ainda jogado de qualquer jeito e os olhos verdes me encarando despreocupados.

Quando um dia imaginei que queria encontrar com ele e esbarrar por aí, não achei que a vida realmente levaria a sério.

— O que faz aqui? Achei que só a Thalia e o Nico viriam...

— Ah. – ele murmurou piscando e ajeitando a postura rapidamente, parecia ter percebido que saíra de orbita. – Eu... Me matriculei aqui.

Engasguei com o ar.

— Matricular? Aqui? Tipo, universidade aqui? Aquela coisa que leva anos?

— É. – disse ele como se eu não houvesse entendido. – Biologia Marinha.

— Jura? Eu não sabia que ia querer seguir carreira na área.

— Nem eu. – murmurou envergonhado. – E como vai a futura arquiteta?

Por algum motivo, senti meu rosto esquentar ao ter os olhos verdes fixos aos meus.

— Bem. Obrigada.

Ele assentiu sorrindo de leve, talvez eu estivesse sorrindo de volta. Reparei que nos encarávamos a um tempo maior do que deveríamos.

— Então... Eu tenho... Algumas coisas para ajeitar. A gente se vê mais tarde? – perguntou ele.

— Claro. É, também tenho que... Levar – aponte com a cabeça para os livros. – Até depois.

Ele assentiu e continuou a andar, eu pude ter certeza que ele olhou para trás, mas não me atreveria a fazer o mesmo, não ainda.

O quê aconteceu aqui? Por que Percy Jackson veio para cá?

Estava tudo indo tão bem. Ele parece diferente... Eu sei que estou diferente. O que eu sinto por ele não parece mudar como as estações. Permanece ali, firme em seu lugar.

Sentimento estúpido, já não passou da hora de parar de acreditar que isso tudo é para sempre?

Calmamente coloquei os livros sob a bancada da biblioteca. Por quê?

Os últimos meses haviam sido difíceis. Me arrependi dia após dia por ter fugido como uma tola. Mas foi preciso, eu não conseguia aguentar mais um dia daquilo. Todas as manhãs acordar com a sensação de ter estragado tudo. Quebrado tudo.

Cada garoto que chegava perto de mim me fazia lembrar que não era Percy, e do tempo que eu prometi para ele. Me sentia traindo-o, até mesmo quando tive um caso com um garoto fracasso. Eu sempre voltava para a estaca zero, onde ele me olhava pela porta, em uma noite escura jogando na cara minhas promessas. Parecia ter sido à tanto tempo – e fora – mas me remetiam a lembranças de uma outra era. Uma outra vida.

E, mesmo com tantos motivos pra desistir de tudo e estragar o que restou, talvez agora seja a hora de achar um caminho de volta para casa.

Levantei a cabeça. Era a hora de voltar ou fugir de vez.

(...)

Sentei no banquinho da entrada do campus esperando a chegada dos meus prezados convidados. Um frio subiu meu corpo. Estou preparada?

— Nico! – ouvi um grito ao longe, seguido de risada. Levantei a cabeça sorrindo, Thalia deve estar chegando.

Respirei fundo e logo vi três indivíduos se aproximando. Uma garota alta de cabelos negros repicados na altura no ombro e maquiagem pesada. Vestia uma jeans preta com uma blusa larga cinza. O garoto ao lado dela era de um branco quase doentio, seus jeans escuros largos e a jaqueta de aviador lhe davam um ar diferente ao que eu lembrava. E, por fim, Percy usava os jeans azul marinho que eu lembrava e a camisa gola polo azul. Por que aos meus olhos ele era o mais bonito?

— Annie! Meu deus! Que saudade! – gritou Thalia correndo ao me ver, levantei para abraça-la. – Que saudades!

— Também senti saudades. – respondi a apertando um pouco.

Ela me soltou e fui em direção à Nico.

— É minha impressão ou você tá mais gata?

— Querido, eu sempre estou mais gata, o tempo só me faz bem!

— Tem razão e... Ai Thalia! Por que me bateu?

— Fica cantando as minhas amigas na minha frente?

— Meu amor, você sabe que eu só tenho olhos pra você, a Annie nem tá tão gata. – falou ele se aproximando da morena e a puxando para um abraço.

— Estou sim!

— Calada.

Ri e olhei para Percy, que observava tudo em silêncio.

— Também senti sua falta. – falei e o vi sorrir de lado.

— Acho que precisamos conversar.

— Da última vez que um de nós disse isso resultou em sete meses sem conversa. Ou foram oito?

— Foram sete, e, vai ser diferente, eu acho.

— Vai. Minha vez de falar.

— Na verdade, é minha.

— Olha, nós não atravessamos o país para presenciar uma DR, ok? – murmurou uma Thalia esmagada por Nico.

— Quer dar uma volta e voltar daqui cinco minutos então?

— Sua... Eu não acredito que disse isso!

— Sabe que eu te amo, não sabe Thals? Pegue o seu namorado e vão conhecer o campus. Alias Niquinho, quando vai pedi-la em casamento? O que você acha Percy?

— Eu acho que o campus tem um espaço muito bonito para cerimonias, eu vi enquanto vinha para cá.

— Verdade, que tal se nós...

— Ok, ok, entendi. – murmurou Nico. – Quer passear querida?

— Eu não quero é ficar aqui com essa chata. – disse ela me mostrando a língua.

— Ei sei que você me ama.

— Tanto faz. Vem Nico...

E então, os dois saíram campus à fora, rindo e se batendo. Como sempre. Sorri.

Percebi que eu e Percy estávamos apenas em silêncio, sem dizer nada. Encarando o vazio.

— Acho melhor esclarecermos algumas coisas. – disse ele rápido.

— Eu também acho.

— Olha... Sobre o que aconteceu antes...

— Percy. Acho que o que passou... Passou.

— Não importa o que passou?

— Importa. Mas nós devíamos passar uma borracha. Uma trégua.

— Uma trégua?

— É. Sem ressentimentos, sem estresse, sem nada.

— Sem ressentimentos?

— É. Ou algo próximo a isso.

Percy parece pensar a respeito e ficou em silêncio pelo que pareceram horas, e, quando eu estava começando a ficar aflita, ele decidiu falar.

— Tudo bem, uma trégua.

— Ótimo.

— É. Então, sendo que estamos dentro de um trégua, o quê você acha de tomar um sorvete comigo?

Essa pegou você de surpresa Annabeth.

— Eu... Você... Um sorvete?

— É. Sabe? Aquelas coisas geladas deliciosas que parecem de outro mundo.

— Eu sei o que é um sorvete Cabeça de Algas.

— E então Sabidinha, topa um sorvete?

Parei um pouco para pensar. Era a hora de voltar ou fugir de vez.

Eu adoraria.

E então Percy deu o maior sorriso que já vi na vida e eu soube que valia a pena.


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Notas finais do capítulo

O que aconteceu? Não sei.
Faz sentido? Talvez não faça, mas ali eu que mando c:
Enfim, opiniões?
Recomendações?
Preciso de um beijo nesse negócio, falando nisso.



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