Aproximei-me dele, que logo me cumprimentou. Fomos para dentro do Shopping e paramos em uma sorveteria.

–Você disse que é novata, mas não me disse de onde veio -Perguntou tirando mais uma colher do sorvete.

–Eu vim do Rio de Janeiro.

–Estranho, você não tem muito sotaque de carioca.

–Na verdade eu nasci aqui em São Paulo, mas eu me mudei pro Rio e cresci lá, e agora eu voltei.

–E você não sente falta de tudo lá? Se eu fosse para lá, iria aproveitar ao máximo a praia.

Sorri e afirmei com a cabeça.

–E quando sair da escola, pretende fazer oque?

–Eu não sei ainda, mas pretendo escrever um livro.Sou fanática por livros.

–Serio? vem cá eu preciso te mostrar uma coisa.

Ele foi me levando até o elevador e quando o elevador parou, ele me levou aonde havia uma placa escrita ''Biblioteca Central''.Fiquei encantada com a quantidade de livros.

–Essa biblioteca é da minha mãe.

Fiquei boquiaberta.

–Pode escolher um, eu dou de presente.

Boquiaberta mais uma vez.

–Mas a sua mãe não se importa?

–Claro que não.Pode escolher, eu insisto.

Fiquei super feliz, e fui andando naquelas pratilheiras até chegar na letra J e ver o nome John Green.Peguei o livro que eu já havia visto o filme e queria tanto ler o livro.

–A Culpa é das estrelas, é uma ótima escolha -Falou pegando o livro da minha mão e levando até o caixa.Ele falou umas coisas com uma mulher e depois voltou e me devolveu o livro.Resolvemos ir na papelaria do Shopping e comprar uma cartolina e alguns materiais para o trabalho.Voltamos a biblioteca, e sentamos em uma mesinha para começar a fazer.Quando começou a escurecer nós terminamos e ele me levou para casa.

–Agora eu já sei o caminho da sua casa, para te perturbar - Falou com um sorriso de orelha a orelha.

–Pode ter certeza que você não vai conseguir isso.

–Nos vemos amanhã? -Perguntou sorrindo.

–Com certeza - Falei me virando e entrando para dentro.

Subi para o meu quarto e olhei pela janela, ele estava indo para o final da rua e eu esperei até que ele sumisse, joguei o trabalho na cama e coloquei o livro na minha estante de livros.Eu não conseguia mais espaço para coloca-los.Tomei um banho e desci para jantar, logo depois comecei a ler o livro que ele tinha me dado.

Quando já estava na hora de dormir, fiquei até tarde acordada,e fiquei lembrando da nossa conversa, ele me contou um pouco da vida dele: Ele nasceu em São Paulo, mora com os pais em um prédio e tem um cachorro,nunca reprovou e todos os consideram um nerd,ele diz que a vida dele é normal e não tem nada de interessante. Não sei por que, mas eu acho que a vida dele não é só isso, todo mundo tem uma historia, menos uma dessas.

**

Quando acordei, estava com olheiras profundas.Tomei um banho e dei um jeito no meu cabelo.Desci par tomar café e esperei até que a Lucy chegasse, quando ela chegou nós entramos no carro e ela falou:

–Ontem liguei para sua casa para a gente combinar de sair para algum lugar, mas a Maria disse que você tinha saído e esqueceu o celular em casa.Como você consegue esquecer o celular em casa? e para onde você foi?

–Bom dia pra você também Lucy - Respondi sarcasticamente.

O pai dela olhou pelo o retrovisor do carro e riu.

– Ontem eu sai para fazer o trabalho de Biologia.

Ela fez uma cara de espanto e perguntou:

–Era para hoje? mas ele passou ontem.Eu tinha esquecido completamente.E também como eu vou lembrar se era o Gui que estava do meu lado.

O pai dela olhou para ela e franziu o cenho.

–Não, eu quis fazer antes, é para entregar sexta- feira.

Ela fez uma cara de alivio.

–E o celular eu esqueci, assim como você esqueceu o trabalho.

Chegamos na escola e a primeira aula era de Geografia, eu e a Lucy ficamos trocando bilhetinhos.

Lucy: Você esta tendo só uma simpatia por ele?

Ela jogou o bilhetinho na minha mesa e eu li.Eu havia contado para ela que eu achava o Lucas muito simpático.Respondi ao bilhetinho:

May: Sim, é só uma simpatia.Não posso falar que acho uma pessoa simpática que você acha outra coisa?

Ela leu o bilhete e me jogou de volta com a resposta.

Lucy: Tudo bem, mas se não for só uma simpatia, eu já vou te avisando: Não tem a Pâmela da nossa sala? ela já namorou com ele por um bom tempo, os dois não se desgrudavam e terminaram a pouco tempo.

Olhei para a Pâmela e me lembrei do dia em que ela estava na festa, servindo as bebidas.Logo me lembrei de uma fala dela: " –Lucas, um suco, pode ser de qualquer sabor''.Meu coração deu um pulo, ele não havia me dito que tinha namorado quando contou da vida dele.Então era ele, o menino que eu não consegui ver aquele dia. O pedidor de desculpas era o tal Lucas.