Nossa Química escrita por Liiah


Capítulo 23
Não Pode ser Verdade...


Notas iniciais do capítulo

Demorei, mas cheguei. E bom esse foi o combinado eu iria escrever vários capítulos para depois postar. Ainda estou escrevendo mas trouxe esse aqui para vocês matarem a saudade da May e seus dramas. Comentem?????? Recomendem pooooor favooor :( Estou prolongando os capítulos por que os meus pedidos de comentários estão sendo realizados, quem sabe se vocês recomendarem prolonga mais ainda????



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Acordei e me arrumei para não me atrasar. Coloquei uma legue preta e uma blusa simples. Desci para tomar café, e senti o cheiro das torradas que a Mari estava preparando.

– Bom dia. – A Mari e a Malu falaram em uníssono.

– Bom dia. – Falei rindo e me sentando a mesa. – Não estou resistindo a esse cheiro.

– Calma que já esta saindo!

Coloquei o meu café com leite na xícara e me sentei.

– Cadê o João Pedro? Não vai trabalhar hoje?– Perguntei.

– Ele saiu mais cedo, a pedido do chefe.

– Houve algum problema? Não teremos que mudar de estado de novo né?

– Não. – Ela falou rindo. – Eu lembro que você ficou tão empolgada quando soube que iriamos nos mudar para cá, achei que não seria diferente se mudássemos de novo.

– Me adaptei aqui.

Ela sorriu e confirmou que não iramos sair dali, pois ela mesma também não queria. Depois tirou as torradas do forno e colocou sobre a mesa. Começamos a comer até o pai da Lucy buzinar, peguei minhas mochilas e me ajuntei com ela no banco de trás.

– Aconteceu alguma coisa? – Perguntei. – Você sumiu de repente.

– Eu não sumi, eu te visitei no hospital ontem.

– A Pâmela e o Lucas falaram que você saiu assim que eles chegaram.

– E qual o problema May?! eu tinha outras coisas para fazer.

Senti como uma facada, aquela doeu, era como se eu não fosse de nenhuma importância para ela. Esperei para ver se ela iria pedir desculpas pelo que havia falado, mas nada. Resolvi ficar em silencio em todo o trajeto para a escola. Quando cheguei avistei a Pâmela e o Lucas, eu não queria ficar falando com a Lucy como se oque ela tivesse falado não foi nada, então me ajuntei aos dois.

– Oque houve? – A Pâmela perguntou. – Vocês sempre estão juntas nessa hora.

– Eu também queria saber. – respondi desanimada.

– Acho melhor você falar com ela. – O Lucas sugeriu. – Às vezes você fez algo que ela não gostou.

Fiquei tentando imaginar oque seria, mas não consegui. Nada havia acontecido de errado nos últimos dias.

– No intervalo eu falo com ela.

– Você quer que eu vá junto? – A Pâmela perguntou.

– Eu acho bom, assim eu apresento vocês duas, apesar de se conhecerem, mas quero que também sejam amigas.

Ela afirmou com a cabeça e subimos para a sala assim que o sinal tocou. Fiquei assustada ao lembrar que teria prova de Física hoje, e eu nem havia estudado muito por ter esquecido. Fiquei me chingando na mente, como eu poderia ter esquecido da prova que eu tinha mais dificuldade? Tentei revisar um pouco antes, mas o tempo era muito curto, e quando chegou a hora chutei tudo. Fiquei contando os minutos para tocar o sinal para o intervalo, eu precisava falar com a Lucy e largar todos aqueles estudos. Quando o sinal tocou eu já estava dormindo entre os cadernos e senti alguém me cutucar.

– May, já é o intervalo todo mundo está descendo.

Olhei e vi aqueles cabelos ruivos e compridos caídos sobre mim. Levantei e descemos com todo mundo. Ficamos rodando pelo pátio para ver se encontrávamos a Lucy, mas fomos interrompidas por outra loira que não era a Lucy e sim a Nayara.

– Olha só Mayana, você não sabe mesmo escolher suas companhias.

– Mayane! – Falei franzindo as sobrancelhas. – Quer que eu soletre?

– Ah é mesmo. – Ela falou com a voz calma. – Que bobagem a minha.

– Não entendi oque você quis dizer com ‘’ Você não sabe escolher suas companhias. ’’

– Olha Mayane, eu sempre achei você muito bonita, não mais que eu é claro. – Ela falou com um sorriso falso e eu vi a Pâmela revirar os olhos. – Esse seu cabelo castanho claro, parecendo um ruivo destaca o seu rosto, ele é natural?

Sim diferente do seu. – Pensei, mas apenas confirmei com a cabeça. Eu queria saber aonde ela queria chegar com aquele assunto.

– Então eu acho que você deveria escolher melhor as suas companhias, antes era aquela tal de Luciany, que você andava e agora...- Ela falou olhando para a Pâmela em um gesto constrangedor. – Bom você me entendeu, por isso eu acho que posso fazer você virar uma pessoa menos antissocial.

– Prefiro ser antissocial do que fingir que gosto das pessoas .- Falei franzindo o cenho.

Ela me olhou com um olhar de desaprovação e prossegui:

– Você fez a sua escolha. – E saiu rebolando pelo pátio.

Eu e a Pamela trocamos olhares e começamos a rir. Mas oque me importava no momento era achar a Lucy. Saímos em direção a quadra e avistamos ela sentada, sozinha. Aproximei-me e a cutuquei levemente, ela colocou a mão no coração demostrando que tinha levado um susto.

– Nossa é só você. – Ela falou tirando a mão do coração.

– Não é só eu. – Falei e fiz sinal para que a Pâmela se aproximasse. – Bom eu sei que vocês se conhecem, mas agora quero apresentar vocês como amigas.

– Ah, é você a tal Pâmela, que fez o Lucas terminar com a May, não é mesmo? – A Lucy falou sarcasticamente.

– E você a tal Lucy que fica correndo atrás do Guilherme do outro segundo ano, não é mesmo? – A Paamela respondeu com o mesmo tom de sarcasmo que a Lucy.

Ela levantou uma sobrancelha e fez um bico do tamanho do mundo e andou apressada para o pátio.

– Oque houve com ela? – Perguntei indignada.

A Pâmela apenas deu de ombros e eu fui correndo atrás da Lucy. Avistei ela sentada no refeitório e coloquei minha mão sobre o seu ombro ofegante.

– Eu tinha esquecido como você era rápida. – Falei me sentando ao seu lado.

Ela deu um sorriso de lado e permaneceu em silencio.

– Oque houve? – Perguntei. – Esses dias você tem agido de uma forma tão estranha comigo e agora que tento conversar com você e trazer uma pessoa pra você se enturmar você age da mesma forma.

– O Problema é essa pessoa que você trouxe pra se enturmar comigo.

– Qual o problema com a Pâmela? - Perguntei franzindo a testa.

– Não é só ela, são vocês duas. May, vocês começaram a ficar tão próximas e eu fiquei completamente de lado, você só anda com ela, só fala com ela, e tudo pra você é com ela! Eu te conheci primeiro, eu sou sua amiga primeiro!

Fiquei indignada com aquilo, eu não estava acreditando que eu estava falando com uma menina de dezesseis anos, a mesma idade que a minha e que estava com um ciuminho de amiga. Segurei o riso.

– Não ri! Isso não é engraçado. – Ela falou com o mesmo bico de antes.

– Desculpa, mas foi cômico. – falei. – Desculpa, eu nem tinha reparado nisso Lucy, você tem toda a razão, quando eu cheguei foi você que me acolheu como amiga, e eu te deixei de lado. Acho que me empolguei por ter conseguido outra amiga.

Ela sorriu.

– Tudo bem eu te perdoo. – Ela falou irônica. – Desculpa, por eu ter falado daquele jeito com você.

– Eu não te desculpo. – Falei. – Não enquanto você ir falar com a Pâmela e tentar ser amiga dela também, e parar de fazer esse bico que me dá vontade rir.

Ela revirou os olhos, mas concordou. Fomos rindo em direção a que se encontrava a Pâmela, por termos sido tão melosas. Quando nos aproximamos da Pâmela elas se desculparam e ficaram conversando o tempo todo. Sorri, por que agora éramos um trio: A Morena, a Loira e a Ruiva.

**

Cheguei em casa completamente exausta das aulas, mas o meu interesse era as minhas aulas de violão, que eu tenho certeza que eu não me cansaria. Eu precisava de ajuda e eu sabia a de quem pedir. Subi as escadas correndo e fui até o meu quarto, abandonei minha mochila na cama e fui para o corredor, entrei no terceiro quarto a direita e vi que a pessoa que eu precisava não se encontrava ali, pensei em um lugar em que poderia estar sem eu ter que procurar por toda a casa, até que minha mente clareou. Desci as escadas correndo e fui até a cozinha, com certeza estaria fazendo o almoço.

– Mari! – Falei empolgada assim que eu a achei.

– Oi May, algum problema?

– Sim, quer dizer... quase.

– Oque você aprontou?

– Não você quis dizer oque eu vou aprontar ainda. – Falei rindo.

– May, oque você vai fazer? – Ela falou com voz de preocupação.

– Não sou eu que vou fazer, vai ser você.

Ela largou a maquina de lavar roupas e resolveu me escutar.

– Sabe Marizinha eu preciso da sua ajuda... – Falei fazendo bico e a cara mais de coitadinha possível.

– Não faz essa cara... Oque você quer?

– Bom, lembra daquele violão elétrico que você me deu, e já faz um tempo que eu não toco nele? Então...

– Então... – Ela perguntou franzindo a testa.

– Eu quero voltar a aprender.

– May, você sabe que você parou de tocar por que seu pai não gosta, e quando ele soube que eu estava pagando as suas aulas para você ele ficou uma fera.

– Eu não entendo essa cisma do meu pai por eu querer aprender a tocar.

– Tudo tem um motivo May.

– E qual é ele? – Falei franzindo o cenho.

– Não vamos falar sobre isso.

– Você vai me ajudar?

– May, você sabe que eu não gosto de mentiras...

– Por favor. – Falei imitando voz de choro.

Ela suspirou fundo por um tempo e falou:

– Tudo bem, qual é o plano?

Comecei a gritar feito uma louca e abraça-la.

– Inventa que eu quero fazer um curso de inglês, ai ele manda o dinheiro. – Falei mesmo sabendo que eu detesto falar outra língua sem ser a língua brasileira, mas eu não iria fazer esse curso mesmo eu irei fazer o de violão.

– Que trabalho você me dar. – Ela falou rindo.

Subi para o meu quarto contente, amanhã eu teria a minha primeira aula de violão. Avisei o Lucas que também ficou muito contente, e o resto do dia foi assim, empolgada com cada minuto que passava.

**

Acordei lembrando que seria um longo dia hoje. Desci as escadas após me arrumar para tomar café.

– Bom dia. – Falei assim que me sentei à mesa com todos.

– Bom dia. – Responderam quase em uníssono.

– May, eu falei com seu pai sobre suas aulas.

– E ele falou oque? – Perguntei ansiosa.

Ela fez uma cara não muito satisfeita, e o sorriso que se estampava no meu rosto sumiu.

– Ele deixou. – Ela falou rindo.

Fiquei completamente empolgada, mas eu sabia que se meu pai soubesse que não se tratava de apenas um cursinho de inglês ele iria ficar uma fera. Mas resolvi deixar esse pensamento negativo de lado. Fui para a escola contando para a Lucy das aulas que eu iria fazer, e eu só falava disso o tempo todo. Apenas na prova de Sociologia que eu fiquei quieta, eu havia estudado muito ontem e por isso precisava tirar boas notas. Logo depois eu recebi as provas que havia feito, algumas notas medias, outras acima e apenas uma nota baixa que foi em Física. A Maior nota foi em Inglês, eu não entendo como posso ser boa em Inglês se eu detesto, a professora é muito simpática e explica muito bem, eu me relaciona mais com ela do que os outros professores, mas a matéria que é chata mesmo.

Depois das sempre cansativas aulas fui para casa com a minha ansiedade junto, o Lucas falou que eu teria que ir à casa de quem iria me dar aula, mas não seria toda vez, as vezes revezaríamos. Ele iria me levar cedo, depois do almoço, então cheguei às pressas em casa e almocei. Tomei um banho gelado, e vesti uma roupa simples: Short Jeans, regata preta e um chinelo rasteira. Soltei meu cabelo e desci com o aviso da Mari falando que o Lucas tinha chegado para me levar. Fomos a pé enquanto o Lucas ia me guiando e falando para eu decorar o caminho, ele falou que não era muito longe, e eu percebi que não era mesmo. Chegamos a uma casa como a da Pâmela, aquelas que parecem de pessoas bem sucedidas dos filmes. Arrependi-me por ter vindo tão simples, imagina como é a tal pessoa que irá me dar aula, em uma casa dessas.

Tocamos a campainha e a tal pessoa abriu, o sorriso que se estampava no meu rosto desapareceu. Aquilo não podia ser verdade.


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Notas finais do capítulo

Erros? Me avisem sem medo, eu não mordo :)