Nossa Química escrita por Liiah


Capítulo 12
Voltando no tempo


Notas iniciais do capítulo

Nesse capitulo vamos voltar um pouco no tempo e descobrir algumas coisas.



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Senti meu coração acelerar em batimentos rápidos mais suaves. Eu já sabia quais as intenções que ele tinha, mas eu não esperava esse pedido, tão rápido e de uma vez só, eu fiquei assustada ao ouvir aquilo. Acho que qualquer menina ficaria.

– Você esta bem May? Olha eu sei que é muito cedo, a gente se conheceu algumas semanas atrás, então se você quiser recusar a escolha é sua...

–Eu seria doida se recusasse.

Na hora percebi que ele também levou um susto, eu acho que ele estava certo que eu iria recusar, mas foi como eu disse, eu seria doida se recusasse.

Ele sorriu e se aproximou mais de mim.

– May eu vou fazer o de tudo pra te fazer feliz.

– Eu sei que você pode me fazer muito mais do que feliz.

Ele se aproximou mais e segurou o meu rosto, acariciou o meu cabelo e o meu celular vibrou e vi uma mensagem da Mari preocupada por não saber onde eu estou e pedindo que eu fosse para casa. Eu havia esquecido completamente de avisar a Mari.

– Eu preciso ir, a Mari esta desesperada, eu me esqueci de avisar ela.

– Tudo bem, eu te levo.

Mas uma vez interrompidos, da próxima vez vou jogar meu celular longe e pedir para ele fazer o mesmo. Ele me levou e quando cheguei a Mari ficou perguntando onde eu estava eu fiquei meio sem jeito de dizer, mas resolvi falar logo e aproveitar e falar do nosso namoro.

– Mari, eu estava com um amigo, mas na verdade não é mais um amigo.

– Como assim? Vocês brigaram e vocês não se consideram mais como amigos?

Meu Deus, eu queria pedir para a Mari deixar de ser um pouco lerda, mas é claro que não fiz isso.

– Não Mari, somos namorados.

Ela franziu a sobrancelha e disse:

– É May, você esta crescendo, e cada vez parece mais a sua mãe, não só o físico como também o psicológico, May eu não quero que você se arrependa depois, assim como sua mãe vivia me ligando dizendo que as vezes sentia que também tinha se arrependido.

Eu fiquei sem entender oque ela queria dizer com aquilo.

– Quem é esse menino?

– É o Lucas.

Ela fez uma expressão de alivio e prosseguiu:

– Pelo menos você sabe escolher, eu gosto muito do Lucas, acredito que ele vai ser certo pra você.

– Oque você quis dizer com aquela historia da minha mãe?

– Eu acho que você precisa saber mais da sua mãe, afinal você esta crescendo, é seu direito.

Ela me levou até o quarto e tirou uma caixa velha e cheia de fotos, e foi me mostrando umas que eu já conhecia e pegou uma da minha mãe.

– Eu lembro que esses dias você me pediu essa foto, agora ela é sua.

Ela me entregou a foto e continuou a falar:

– May a sua mãe quando começou a namorar o seu pai, ela estava muito feliz, mas em certos momentos o seu pai a fazia sofrer muito.

– Como assim? Oque ele fazia?

– O seu pai era obcecado pela sua mãe, a sua mãe não podia conversar com alguém, que ele sentia ciúmes, controlava ela em cada passo que dava em cada roupa que usava. Até que um dia ela engravidou de você, mas não sabia se estava preparada, ela estava muito feliz, ela sorria e ficava imaginando como seria sua bebe, ela imaginava te segurar no colo, ela escolheu um nome que combinasse com o dela, não precisava ser totalmente igual, mas que parecesse, e então ela escolheu o nome mais bonito que veio na mente dela e que combinasse com o nome dela: Mayane. Ela já sentia orgulho antes mesmo da filha nascer, ela queria que a filha dela tivesse uma marca no mundo assim como ela queria deixar, e ela conseguiu, nós todos sempre nos lembramos dela. Mas ela não tinha certeza que o Fernando seria o pai ideal, ela não havia sonhado assim, com um homem tão ciumento, ela o amava muito, e sempre dizia isso para todos, mas no fundo também sentia uma grande tristeza por ter que passar a vida sendo controlada. Quando o grande dia chegou, o casamento deles, ela ainda estava muito insegura, mas ela faria o de tudo para o futuro da filha, e então eles se casaram e os 9 meses foram passando e o dia que ela tanto sonhou chegou. Você iria nascer ela vibrava no telefone ao me dizer de você, eu sentia isso.

Eu comecei a chorar ao imaginar tudo isso.

– May você quer que eu pare?

– Não, eu preciso saber o resto - Falei me controlando.

– Então seu pai entrou na sala de parto segurando a mão da sua mãe, os dois muito confiantes, felizes pelo presente que eles haviam de receber, mas então sua mãe começou a passar mal e então pediram para que seu pai fosse para fora, pois ele estava muito nervoso, ele falou que tudo ficaria bem e saiu, obedecendo às ordens medicas. De repente ele ouviu um choro de bebe saindo da sala do parto e então ele sorriu: a segunda mulher mais importante da sua vida havia nascido. O medico saiu da sala com uma expressão que acabou com toda a felicidade do seu pai, ela estava morta. O seu pai não conseguia se manter em pé, começaram as lagrimas, os familiares se confortando, uma dia que era pra ser feliz, se transformou em choro, mas eu estava feliz, porque eu sabia que ela havia ido para o céu, feliz por ter lutado e conseguido dar mais uma vida ao mundo.

Deitei na cama e olhei a foto que ainda estava em minhas mãos, e comecei a chorar.

– Foi tudo minha culpa Mari – Eu dizia em meio aos soluços.

– Não é sua culpa, e nunca vai ser May - Falou tentando me confortar – Sua mãe nunca se perdoaria se você não tivesse nascido.

Depois de um tempo eu me acalmei e ela falou, passando a mão no meu cabelo:

– Sua mãe tinha um sonho, mas eu acho que no estado que você está é melhor continuar outro dia.

– Eu estou bem Mari, por favor, me fala.

– Não May, eu acho melhor outro dia, vamos mudar de assunto.

Achei melhor concordar, sempre que a Mari dizia uma coisa ela não mudava de ideia, se ela me contou essa historia, outra hora ela vai contar o resto.

Começamos a revirar aquelas fotos e achamos uma da Malu de quando ela era pequena.

– É não é só você que está crescendo May, a minha Maluzinha também.

– Eu queria saber como foi sua gravidez também.

Ela começou a ficar sem jeito, suspirou fundo e disse:

– A história da Malu é outra que você também não sabe.

Comecei a ficar curiosa.

– Eu não vejo mais motivo para te esconder essas coisas, você está crescendo.

Fiquei mais curiosa ainda e pedi pra ela continuar.

– May eu não posso engravidar.

Levei a mão à boca, totalmente surpresa.

– Então a Malu não é sua...

– Sim, ela não é minha filha. Quando você era pequena ainda não entendia a situação, nós adotamos a Malu.

– Mas porque você nunca me contou?

– Por que eu sei que se um dia a Malu descobrir, ela vai ficar com raiva, e eu não quero que ela fique de você por você estar sabendo!

De repente ouvimos um ruido vindo da porta do quarto, era a Malu, ela nós olhou com os olhos repletos de lagrimas, bateu a porta com força e saiu correndo.


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Notas finais do capítulo

Como será que esta a Maluzinha, depois dessa descoberta?