Divergente- Nova Versão escrita por EruditeChicagoOnline


Capítulo 1
Capítulo 1




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Acordo com alguém batendo na porta, meus pais, que abrem a porta sem esperar eu dizer nada. Papai está com sua roupa de trabalho, um jaleco azul que se ajusta perfeitamente ao corpo, e mamãe está de camisola, também azul. - Bom dia meu amor- Papai diz enquanto senta na minha cama. Evito olhar em seus olhos, então encaro o quadro que ganhei de presente da vovó – Dormiu bem? - Sim- digo, olhando para o nada, minhas mãos estão tremendas- Sonhei com pássaros. - De novo- Ele inclina a cabeça, fingindo interesse. - Temos uma coisa para você- Diz mamãe, quebrando o silêncio. Ela tira de dentro de uma caixa prateada, que normalmente usamos para transportar ratos de laboratório, um caderno, um caderno de capa prateada também. - O que é isso?- pergunto. - É um diário- ela responde sorridente. Meu pai olha para ela rapidamente, e imediatamente ela volta a ficar séria- Pra caso, não que nós queiramos, mas se caso você trocar de facção- ela sussurra- você ainda tenha um pedaço de nós. Meu coração sobe até a boca, e minhas mãos suam descontroladamente. Meus pais pensam que eu quero trocar de facção. Como assim? Bom, na realidade eu quero, mas não acredito que eu tenha dado alguma pista disso. - Obri... Obrigado- digo, tentando segurar o diário com as minhas mãos tremulas. - Bom, vamos deixar a senhorita se trocar- Diz meu pai enquanto guia minha mãe até a porta- Te vejo ao meio dia. Ouço a porta se fechar, e depois de alguns segundos meu pai sai para trabalhar. Chego na hora. Meus pais me dão um beijo no rosto e vão para o outro lado da sala. Vou para o lugar em que os Eruditos se sentam. Tento conversar com alguns conhecidos para evitar parecer que estou nervosa, pois ouvi dizer que só os traidores ficam nervosos. Em todo momento ouço a voz, da senhora de cabelos brancos que aplicou meu teste dizendo: Parabéns, você pertence a Audácia. Não! Eu não quero sair da minha facção, e abandonar meus pais. Mas afinal, eles nem ligariam. Passam tanto tempo no laboratório que quase nem falam comigo. Talvez, eu queira. Não sei, estou confusa. A cerimonia começa. Jeaninne, líder da Erudição, começa a falar. Estava tão nervosa que não prestei atenção. Volto a prestar atenção quando os jovens vão para os cilindros escolherem a qual facção irão pertencer para o resto de suas vidas. Sempre achei essa história de cortar a mão para o sangue cair dentro dos recipientes meio bizarro, mas não podemos falar nada. Não demora muito para que eu comece a tremer e lembrar que logo seria minha vez. Decido encarar a cabeça do menino que está na minha frente até lá. Ele é loiro e tem uma cicatriz na nuca. Catarina Bonfim. Ouço me chamar. Meu corpo inteiro treme e eu fico gelada. Me levando rapidamente e vou até o palco. Vou em direção ao homem que me chamou, um senhor da Abnegação com os cabelos pretos, pego a faca de sua mão e me direciono aos cilindros. Percorro a lâmina da faca pela palma da minha mão, sinto o sangue sair do corte. Eu inspiro, depois expiro. Encaro a agua e o fogo. Oposto, se escolher o fogo meus pais serão meus opostos? Uma lágrima escorre em meu rosto e deixo o sangue pingar. Sinto o fogo arder. Fogo. - Audácia- Ouço gritarem. Também ouço as vaias da Erudição, mas ignoro. Corro para o grupo de pessoas vestidas de preto, que costumava ignorar, cumprimento de volta as pessoas que a acenam para mim, e me sento na ultima fileira. Levanto quando um homem, moreno com várias tatuagens, me cutuca. Ele não precisou dizer nada, e pelo visto, nem ia dizer mesmo. Ficou na ponta dos pés para ver os iniciandos da Erudição, aqueles que costumava chamar de amigos, mas algo prende meu olhar. Uma menina, loira com roupas da abnegação, do meio lado, também na ponta dos pés, mas olhando para os membros da Abnegação. Não os iniciandos, os membros. Procurando seus pais talvez. Para de olha-la quando começamos a correr e tento acompanhar a multidão. Eles são rápidos, muito rápidos. Mas depois de um tempo, começo a seguir uma menina ruiva que está na minha frente, e pego o ritmo. Escuto o barulho do trem, e me lembro de que depois da aula ficava admirando os audaciosos pularem no trem. Nossa! Eu ia ter que pular. Eu. Tomo a decisão mais logica que consegui pensar. “Vou imitar essa ruiva da minha frente” penso. E é o que faço. Ele se posiciona. Eu me posiciono. Ela pega impulso. Eu pego impulso. Ela salta. Eu salto. Sinto meu corpo se chocar contra o chão do trem. Vejo uma mão segurando a porta. - Ajuda ela- grito para uma menina morena que está na porta. A menina a puxa. Percebo que é a menina da Abnegação que estava do meu lado a poucos minutos. As duas vão para um canto e começam a conversar. Quando o trem perde a velocidade todos se encaram. Percebo que a menina da Abnegação fica vermelha e corre até a porta. Vou até lá. - Vamos ter que saltar disso?- pergunta a morena-Beatrice, isso é loucura. - No três- Tris responde- Um... Dois... Três. Pulo junto. Olho para o meu joelho. Está sangrando. Tiro meu casaco e amarro no joelho. Li sobre isso. Estancar o sangue faz com que ele pare de jorrar. - Escutem todos! Meu nome é Max! Sou um dos lideres da sua nova facção!- Grita um homem do outro lado do telhado- Alguns andares abaixo de nós encontra-se a entrada para membros do nosso complexo. Quem não tiver coragem de pular, não pertence a este grupo. Nossos iniciandos terão o privilégio de ir primeiro. Um silêncio toma conta daquele lugar. - Você quer que nós pulemos do telhado?- pergunto boquiaberta. -Sim- responde ele. - Tem água lá embaixo ou algo do tipo? -Quem sabe?- Ele ergue as sobrancelhas. Tudo fica quieto novamente. Vou para o fim da multidão, quero ser a ultima a pular ou uma das ultimas. Percebo um tumulto estranho perto do parapeito. Alguém vai pular? De repente vejo aquela menina da abnegação saltando. Qual era o nome dela? Beatrice. Sou corajosa. De repente essa sensação toma conta de mim. Eu sou corajosa. Eu sou considerada uma traidora na minha antiga facção então por que não ser a segunda a pular. Abro o caminho e subo no parapeito. Olho para Max. Ele ergue as sobrancelhas. Olho para o buraco. Nada além de escuridão. Fecho os olhos e pulo.


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