Contos Perdidos escrita por Bucaneiro


Capítulo 13
Likama'r


Notas iniciais do capítulo

Ando muito doente e infelizmente minha semana de provas irá começar, por questões da minha saúde eu vou postar dia sim e dia não, mas não se preocupem isso será temporário. Vocês gostariam que a fic acabasse em que capítulo? Eu estava pensando lá pelo 25 -> 35



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Ouvi alguém batendo na porta do quarto, a porta estava empoeirada e sua madeira aparentava se podre já que estava começando a se rachar, as paredes cinza e de pedras partidas. Minha cama era simplória, apenas a estrutura de madeira e um fino colchão. Minha escrivaninha tinha a mesma madeira empoeirada da porta. Madeira esta que um dia, tenho certeza, já brilhou intensamente.
– Infelizmente você terá de partir hoje – Disse Rikkey ofegante – O conselho exige sua retirada imediata...
– Então tudo bem, já estou terminando de arrumar as malas – Cortei -
– É, mas a pior parte é que você irá ser caçado pelas tropas. Por mais que seja do meu desagrado, siga para noroeste e só para lá, com dois dias você chegará a cidade principal dos Likama’r – Rikkey me abraçou, o pelo do minotauro era áspero, mas ainda assim reconfortante-

Terminei de arrumar tudo e segui para o portão, haviam minotauros montados em lobos gigantes, o conselho havia me concordado em dar uma hora de vantagem e alguns poucos suprimentos. Os portões abriram e eu corri como se não houvesse amanhã, quanto mais eu corria, mais perto dos Soleil eu ficava até que ouvi uma corneta de guerra.
“Minha hora de vantagem acabou – Pensei-

Já estava cansado e quando quase me joguei no chão e desisti, encontrei uma caverna e me abriguei, procurei por um pouco de lenha fiz uma pequena fogueira, comi um pouco dos suprimentos que me foram deixados e tirei um dos livros para ler. Puxei o primeiro que toquei, era feito com capa de seda e tinha o desenho de um olho, o título de bronze cintilava conforme a triste dança do fogo “Observações Infelizes”. Pulei para primeira página e li:

Quem de dera.
Encontrar.
Uma jovem moça para eu me enamorar.
Eu.
Estou sozinho no mundo.
Tendo que aguentar tudo calado e mudo.
Me explica.
Oh! Pai.
Por que me abandonastes?
Diz-me porque não fica?
Será que existe algum filho teu que somente tem em seu peito,
Medalhas de ouro?
Pois bem.
Já foi feito.
Aguentei mil chibatadas e proferi mil burburios.
Mas você virou-me o rosto quanto clamei por ajuda.
Agora.
De tua benevolência.
Não preciso mais.
Tu que agora almejas minha assistência.
Ordeno.
Agora me traz.
Aquelas medalhas de ouro de outro filho teu.

Dormi com o leve brilho alaranjado do espírito de Louise e que iluminava a caverna a tornando muito acolhedora. Acordei com o barulho de uma carruagem, corri da caverna para a estrada empoeirada de terra que ficava próxima, reconheci o caprichado símbolo da realeza Likama’r.
Dois guardas apontaram armas e falaram algo em uma língua rápida
– Calma, eu sou amigável – Disse tentando acalmar a eles-

Então um homem de vestes negras e pomposas saiu da carruagem, em sua bainha carregava uma espada, no cabo que era adornado em ouro, tinham sete joias. Seu rosto tinha várias cicatrizes e cabelos grisalhos combinando, estes eram tão brancos como a primeira neve do inverno. Havia também uma coroa com sete joias, três de um lado e três do outro e no centro a sétima, provavelmente deveria ser o rei.
– Por que falas em Soleil, viajante? – Disse o rei -
– Fugi da cidade, por favor, me leve até a sua – implorei-
– Entre na carruagem para conversarmos.

A carruagem tinha bancos acolchoados vermelhos e na parede do banco que o homem de coroa sentava haviam sete brasões pintados a mão, o vermelho do banco era tão puro e tão fino quanto o homem que ali sentava. Suas roupas eram da mais fina seda e farfalhavam sobre o solene balançar da carruagem sobre a antiga estrada de terra. Sua coroa era de um metal tão puro que parecia não refletir a luz do sol e sim absolve-la, a luz do sol iluminava as parede enegrecida com fervor. Luz esta que mais se parecia com a prece de um padre pela alma de um homem que já transborda em pecaminosos delitos e transgressões. Já as joias da coroa eram círculos, cada um de uma cor. Da esquerda para a direita eram: Azul, Verde, Amarelo, no centro Vermelho, Branco, Roxo e Preto.
– Como deve imaginar eu sou o rei, meu nome é Denzin.
– O que vossa majestade fazia tão perto dos Soleil?
– Procurava pela minha filha, Louise.
– Meus pêsames – Fiquei pesaroso ao ouvir o nome de Louise e senti a espada do Lampejo ficar inquieta.
– Obrigado – Respondeu com o olhar distante- Chegamos, siga-me até meus aposentos.

Nos aposentos do rei havia uma escrivaninha de madeira lustrosa e as paredes eram negras como as da carruagem, só havia uma grande janela, mas era suficiente para iluminar o local. O chão era branco como a barba do rei.
– Sente-se –Indicou a cadeira – Então meu caro viajante. Qual seu crime? Sua Sina? Sua Penitência?
– Nenhuma meu senhor, só fui aconselhado a vir para esta cidade.
– Pelo que vejo é casado...
– Senhor, talvez eu saiba algo sobre a sua filha... Diga-me seu nome completo
– Denzin Inrarian Kardinash Akat Malch Arreiki ‘Rindrkar, por que? – Disse o rei ansioso
– Está é sua filha? – Louise saiu do lampejo e o brilho alaranjado irrompeu na sala. Ele caiu de joelhos e chorou por um momento, então ele levantou a cabeça e olhou furioso para mim, seus olhos agora tinham uma chama que ardia furiosa. Ele gritou puxando a espada:
– Ora seu...


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