Carry On Wayward Son escrita por Bella P


Capítulo 15
Epílogo




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– Se você não parar de perambular eu corto as suas pernas. - Sam reclamou sem nem ao menos desviar o olhar da tela de seu laptop. Benjamim grunhiu alguma coisa, com certeza uma ofensa, e se jogou de maneira desajeitada no sofá mais próximo.

– Eles já deveriam ter chegado. - Ben resmungou enquanto mirava o teto do bunker dos Homens das Letras. Sam somente rolou os olhos e suspirou longamente. Já era a quinta vez que Benjamim dizia isto e o caçador mais velho estava ficando farto.

– Relaxa, ele está com o Dean. - Sam comentou displicente e Ben soltou um ruído de escárnio do fundo da garganta.

– E isto deveria me tranquilizar? - zombou e Sam riu.

É, tecnicamente estar com Dean não era sinônimo de estar seguro, mas ainda sim...

– Quem você acha que me ensinou a caçar? - Sam completou e Ben repetiu o ruído de escárnio.

– É isso que me assusta. - o garoto zombou e recebeu como resposta de Sam um pedaço de borracha na testa.

– É um simples colocar sal e tacar fogo, eles vão ficar bem. - Benjamin duvidava porque com os Winchester até mesmo um simples colocar sal e tacar fogo poderia se tornar o novo Apocalipse.

A ideia de ensinar James a caçar não viera exatamente de Ben. Aliás, se dependesse de Benjamin, James teria aceitado de pronto a proposta de se tornar o batedor reserva do Puddlemere United assim que se formasse em Hogwarts. Potter tinha talento e garra para fazer parte de uma equipe grande e profissional de Quadribol e Ben não duvidava que em pouco tempo ele cresceria o suficiente dentro do time para se tornar um titular e quem sabe, daqui a alguns anos, jogar pela seleção inglesa.

Mas não, o idiota não quis isto. O que ele queria era seguir Benjamin de volta para os EUA, jogar o seu futuro brilhante fora em favor de uma Universidade trouxa e uma carreira incerta no mundo sobrenatural.

Ben quase arrancou os cabelos ao ouvir a proposta de James. Ambos discutiram por dias o assunto, tiveram uma briga feia, ficaram sem se falar por duas semanas até que James engoliu o orgulho e resolveu colocar um ponto final em toda essa história.

– Se você quer realmente saber - James dissera ao encurralá-lo no corredor para a classe de poções. Após encerrarem o caso, Andrew e Benjamin decidiram completar os seus estudos em Hogwarts pois o castelo realmente sabia como conquistar uma pessoa. - … eu nunca considerei seguir a carreira no Quadribol como a minha mãe. Sempre pensei em ser auror. Então, estaria correndo risco do mesmo jeito.

Ben rolou os olhos.

– Não é a mesma coisa. - resmungou e James bufou diante da teimosia do namorado. - Ser caçador é um trabalho perigoso, não possui a mesma legalidade que ser um auror, e você pode se machucar. Ou pior, morrer! - James riu debochado.

– Me desculpe, mas eu acho que já fiz isto. Sabe... morrer. - soltou com divertimento e Ben franziu a testa em desagrado.

– Não é a mesma coisa! Desta vez Gabriel pode não ser autorizada a te trazer de volta, o que vai me obrigar a fazer um acordo com um demônio e aí olha só o problema que isto vai dar... - James riu e sapecou um beijo nos lábios de Ben que formavam um bico adorável.

– Eu prometo não morrer, okay? Não quero ver a sua linda alminha penando no Inferno.

– James! - Ben o repreendeu com um tapa na nuca e James apenas gargalhou mais ainda. - Se você não morrer, eu te mato! - grunhiu.

– Deixa de ser rabugento Benny e pense no lado bom: ao menos quando em um trabalho alguém nos confundir com um casal gay, não estará totalmente errado. - Benjamin quis bater com a testa na parede. Jamais deveria ter contado para James sobre a sina dos irmãos Campbell-Winchester que sempre eram confundidos com um casal gay.

Esta conversa havia sido há três anos. E em três anos, desde que se formaram em Hogwarts e vieram para a América, James tem sido treinado como caçador sob a tutela rigorosa de Dean e nas vezes em que ele saiu para realizar um trabalho, o fizera com Dean o supervisionando e Ben protegendo a sua retaguarda.

Até que dois dias atrás Dean decidiu levar James em um “colocar sal e tacar fogo” sem Ben como companhia.

– Ele precisa aprender a se virar sem ter você o guiando pela mão o tempo todo. - Dean explicara quando Benjamin protestou sobre a ideia, e então partiu com James para o norte do Kansas para realizar a caçada.

– Ainda acho que o Castiel deveria ter ido com eles. Ou Gabriel. - Ben comentou e Sam finalmente desviou os olhos da tela do computador e mirou Benjamin com desagrado. O garoto somente sorriu matreiro para ele.

Sugerir que Gabriel fosse em uma caçada, qualquer caçada que fosse, no momento era pedir para ser morto lenta e dolorosamente por Sam Winchester. Grávida de sete meses, Gabriel não tinha a agilidade e desenvoltura que a classificou não apenas como o mensageiro, mas também como um guerreiro de Deus.

Claro que na época, quando descobriram sobre a gravidez, todos ficaram preocupados. Nefilins eram considerados uma aberração, algo proibido, e um nascido de um arcanjo com certeza seria muito mais poderoso do que o normal.

Gabriel apenas rolara os olhos e soltara um bufo de irritação.

– Nosso Pai jamais disse qualquer coisa sobre Nefilins serem proibidos. Isso foi coisa do Miguel que não gostou nada da ideia dos nossos irmãos estarem abandonando o Céu em plena guerra para proteger as suas famílias mortais. E obviamente que, sem os pais anjos, não havia ninguém para ensinar essas crianças a controlarem os seus poderes, o que as tornou uma ameaça.

– Mas e o massacre dos Nefilins... - Castiel perguntara confuso. Isto havia sido antes do seu tempo, já que ele fora um dos últimos anjos criados antes de Deus deixar o Céu. Mas ouvira histórias. - Você liderou os exércitos... - Gabriel fez uma careta de desagrado e Castiel calou a boca.

– Eu tive que manter as aparências. A maioria eu consegui salvar e esconder, selar os seus poderes. A outra parte... Vamos dizer que foi apenas mais um item que contribuiu na minha decisão de me mandar daquela zona.

Silêncio havia imperado na sala depois da explicação de Gabriel.

– E além do mais, se este bebê não fosse aprovado pelo nosso Pai jamais teria sido concebido. Então desfaça essa cara de quem está prestes a se preparar para uma guerra - disse, apontando para Sam. - e venha massagear os meus pés que eles estão me matando. Baby Moose com certeza sabe como causar uma primeira impressão.

Então não, obviamente que sugerir que Gabriel fosse em uma caçada era pedir para ter a cabeça cortada por Sam.

– Eles já não deveriam ter chegado? - Ben mirou pela nonagésima vez o relógio em seu pulso.

O Impala de Dean poderia ser um clássico que a esta altura do campeonato não aguentaria nem mais uma viagem até a esquina, mas depois de muito amolar, Ben e James conseguiram persuadir Dean a fazer um upgrade mágico no carro, mas isso só depois que ele viu como ficou o carro de Ben após as melhorias.

Sabe como é: Baby ainda era o grande amor da vida de Dean, depois de Castiel e antes das tortas.

O som da pesada porta de ferro do bunker se abrindo ecoou por todo o local, seguido pelo grito excitado de James.

– Benny! - James desceu as escadas de dois em dois degraus, serpenteando a mesa do mapa até chegar a sala principal do bunker, com um sorriso que ia de orelha a orelha no rosto.

Benjamin fez uma expressão horrorizada quando James entrou na sala. O outro jovem tinha sangue seco no canto da boca por causa de um corte, a jaqueta de couro que Ben lhe dera de presente em seu aniversário de dezenove anos estava suja de lama e folhas secas, assim como a calça jeans dele, e o cabelo rebelde possuía gravetos entre os fios negros.

– Mas o que diabos aconteceu?! - Benjamin deu um pulo para fora do sofá, indo até James e o avaliando da cabeça aos pés, procurando por ferimentos além do corte no lábio inferior dele.

– O garoto fez a sua primeira caçada de sucesso, simples assim. - Dean surgiu atrás de James sem um arranhão que fosse ou um grão de poeira em sua roupa.

– Você chama isto de sucesso?! - Ben soltou em um tom esganiçado, indicando James todo sujo na sua frente.

– Deixa de drama Benny. - James resmungou, estapeando a mão de Benjamin para longe. Ainda estava carregado de adrenalina devido a caçada bem sucedida, mas a super preocupação de Ben estava acabando com a sua alegria. - Eu vou tomar um banho. Me mandem de volta a Rainha do Drama quando ele terminar de esbravejar com o Dean. - zombou, entrando em um dos corredores de acesso para os vários quartos que havia no bunker.

– Eu não sou dramático! - Ben gritou para James, mas este já tinha sumido de vista.

– Claro que você é. - Dean provocou, abraçando Ben pelos ombros, com um grande sorriso sacana no rosto.

Benjamin tirou o braço de Dean de sobre os seus ombros em um gesto brusco.

– Idiota. - disse e Dean apenas alargou o sorriso.

– Vadia. - rebateu e Ben rolou os olhos, dando as costas para o primo e foi a caminho do quarto que compartilhava com James.

Ao chegar no mesmo encontrou as roupas suja de lama do namorado atochadas em um canto do aposento e o som do chuveiro correndo vinha por entre a porta entreaberta do banheiro. Com um resmungo, Ben recolheu a roupa do chão, a enfiando no cesto de roupas sujas, e em seguida sentou na beirada da cama, esperando James terminar o seu banho.

Oito minutos depois James saiu do banheiro com os cabelos pingando sobre os ombros, a toalha amarrada na cintura e assoviando uma cancão qualquer. Ao ver Benjamin sentado na beirada da cama com uma cara amarrada, ele arqueou uma sobrancelha para o outro jovem.

– Você está fazendo tempestade em um copo d'água. - James protestou, aproximando-se de Ben e passando uma perna por sobre as pernas dele, sentando no colo do namorado e o abraçando pelos ombros, ficando com o rosto a poucos centímetros de distância do rosto de Ben.

– Era um simples fantasma e você volta como se tivesse enfrentado um um clã de vampiros. - James riu, dando um beijo no canto da boca de Benjamin enquanto tirava dele a camisa que ele usava. - Se eu soubesse que ia ser assim... - Ben continuou, ajudando James a desabotoar a sua calça jeans e descê-la por suas pernas enquanto que com as pontas dos pés ele retirava os sapatos e as meias.

– Claro... - James concordou em um tom distante, dando um chupão na junção do ombro com o pescoço de Benjamin.

– Ainda acho que três anos...- Ben soltou a toalha que envolvia a cintura de James, o deixando completamente nu sobre o seu colo. - É muito pouco tempo de treinamento para você sair para caçar sem supervisão. - ofegou quando as mãos de James foram para a barra de sua cueca, a tirando em um puxão.

– Eu estava com Dean. - James respondeu, jogando a cueca de Benjamin longe por sobre o ombro e espalmando a mão no peito dele, o empurrando até ele deitar na cama.

– Você sabe o que eu quis dizer. - Ben suspirou quando sentiu a pele úmida de James por causa do banho roçar com a sua enquanto ele deitava sobre si, mordiscando o lóbulo de sua orelha.

– Ou seja: sem você para vigiar o meu traseiro. - James sussurrou no ouvido de Ben e riu quando as mãos do namorado espalmaram em seu traseiro, apertando-o com firmeza.

– Preciso proteger a minha propriedade, não acha? - Benjamin falou seriamente.

– Claro. - James concordou com uma expressão que dizia que ele estava tentando ser sério, mas mal conseguia conter o sorriso. - Ah, mais uma coisa... - murmurou enquanto descia a mão pelo peito de Benjamin até a parte interna da virilha dele, acariciando languidamente a pele sensível. - Quando estávamos voltando ouvimos uma notícia na rádio estadual sobre uma série de mortes onde as vítimas são encontradas sem os órgãos. Então achamos ser um lobisomem e Dean disse que eu já estou pronto para seguir em frente...

Prontamente Benjamin tirou James de cima de si com um empurrão, jogando o namorado que gargalhava no chão, e o mirou ferozmente.

– Sério mesmo? Você teve este trabalho todo de me distrair para dizer que vai caçar um lobisomem com o Dean? - Ben soltou irritado e James gargalhou mais alto ainda.

– Na verdade a intenção era te deixar cansado o suficiente para você não me ver partindo amanhã de manhã.

Benjamin grunhiu e com um resmungo deslizou sobre o colchão, tirando as cobertas de sobre a cama e escondendo-se em seguida sob estas.

– Benny... - Ben sentiu o colchão ceder sob o peso de James e em seguida sentiu o corpo do namorado sobre o seu e as mãos dele tentando descobrir a sua cabeça. - Benny... Não seja infantil, você sabia que este dia chegaria mais cedo ou mais tarde. - Ben murmurou alguma coisa que James não conseguiu ouvir por causa das cobertas. - O quê?

– Eu disse - Benjamin descobriu a cabeça e mirou James sobre si e cujo rosto estava bem próximo do seu. - você mal acabou de voltar e já vai partir? - James riu e estalou um beijo no bico adorável que Ben sempre fazia quando contrariado.

– E é por isso que eu acho que ao invés de ficar escondido sob as cobertas, você deveria estar me dando uma despedida digna e que me encoraje imensamente a voltar são e salvo. - Ben arqueou uma sobrancelha para James.

– Com ou sem despedida digna, você sabe muito bem o que vai acontecer se você ousar não voltar são e salvo. - James gargalhou mais uma vez.

Benjamin sempre ameaçava causar algum estrago em James se este ousasse sair de uma caçada com algo mais do que alguns arranhões. E depois dizia que não era dramático.

Mas James não se importava, queria Ben desse jeito mesmo: dramático, mandão, turrão e super protetor.

Bendita a hora em que James decidiu mentir para o namorado ao dizer que não tinha nenhum interesse na carreira de Quabribol. Afinal, esta vida era bem mais interessante do que ficar montado em uma vassoura rebatendo balaços por aí.

E com Benjamin ao seu lado, tinha a certeza de que ela jamais seria tediosa.

FIM


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