Carry On Wayward Son escrita por Bella P


Capítulo 1
Prólogo




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O barulho fez os dois jovens rapidamente descolarem os lábios e olharem a sua volta a procura da origem do som.

- Provavelmente é aquela gata estúpida. - James murmurou quando os seus olhos terminaram de varrer o corredor e voltaram para a adolescente com ele na alcova.

Apesar da teoria proclamada por James, Josie não estava cem por cento segura de que aquela havia sido a gata do zelador. Aliás, qual era o problema dos zeladores com gatos? O antecessor do sr. Bloomburg, Filch, também teve uma gata demoníaca dedo duro que os alunos suspeitavam ser a mãe da Madame Bovari, porque ambas eram igualmente sombrias com aqueles terríveis olhos vermelhos que pareciam estar julgando a todos.

- Eu não sei... - murmurou a corvinal com um tom de incerteza. Nos últimos tempos ela andava com uma sensação estranha, como se alguém estivesse a observando em todos os minutos do seu dia. Algo que fazia calafrios descerem pela sua espinha a todo o momento. - Acho melhor voltarmos aos nossos dormitórios. - sugeriu, afastando James de si quando ele tentou investir em outro beijo.

Se fosse inteligente como a sua casa sugeria ser, esqueceria essa paranoia tola e continuaria com o que estava fazendo. Afinal, James Potter era o garoto mais popular da escola e ter um relacionamento com ele, mesmo que breve, ajudava na popularidade e autoestima de qualquer garota. Até porque, ele era um colírio para os olhos com o seu corpo atlético por causa do Quadribol, seus profundos olhos chocolates e os cabelos negros sempre rebeldes e que lhe davam ainda mais charme.

- Não! - insistiu. O calafrio na espinha não a deixava e algo lhe dizia que era melhor partir antes que alguma coisa ainda mais grave acontecesse. Algo além de ser pega no flagra pelo zelador, perder pontos para a sua casa e ganhar uma detenção. - Tomamos café amanhã juntos? - perguntou com um sorriso tímido.

Conhecia as regras melhor do que ninguém. Nos sete anos desde que entrou em Hogwarts, quatro desde que percebeu que garotas existiam, James jamais esteve em um relacionamento sério e ele fazia questão de enfatizar isto quando convidava uma menina para sair. Sempre dizia que era diversão, era passageiro e que elas não esperassem nada dele além disto. Explicava tudo claramente como se estivesse explicando as cláusulas de um contrato. Dizia que não queria dar esperanças à ninguém ou depois ouvir das garotas que foram iludidas por ele.

Mas é claro que cada menina que "namorou" James viveu na breve ilusão de que seria aquela que tiraria Potter da sua vida de conquistador. E Josie não seria exceção.

- Claro. - James sorriu lindamente para ela. Um sorriso de dentes brancos e perfeitos.

Este era outro problema em se relacionar com James de maneira frívola: mesmo que o namoro não fosse sério, ainda sim o grifinório fazia questão de tratar todas as meninas com respeito e carinho, o que tornava ainda mais difícil para elas se desapegarem.

Com mais um sorriso e um beijo, Josie se despediu e saiu da alcova, caminhando a passos leves pelos corredores para não atrair a atenção de Madame Bovari ou algum professor em patrulha.

Alcançou as escadas moventes e quando foi pisar no primeiro degrau, novamente o barulho ecoou pelas paredes de pedra.

Parecia com algo arranhando o piso, como um objeto pesado e pontudo ou garras.

O coração de Josie começou a bater fortemente no peito e ela viu de rabo de olho algo se mexer nas sombras. Com um ofego, Josie retirou a varinha do bolso de trás da calça, a segurando firmemente entre os dedos, e apressou os passos escada acima.

Xingou sob a respiração quando no meio do caminho a escada resolveu mudar de lugar e quase teve uma parada cardíaca ao ouvir o barulho de garras arranhando a pedra muito próximo dela.

Pôs-se a correr, pulando de uma escada para a outra antes mesmo que essas terminassem de se alinhar, e continuou correndo até chegar ao corredor onde ficava a entrada da Corvinal.

Suspirou de alívio, inclinando-se sobre o corpo e apoiando-se nos joelhos dobrados. Com passos mais vagarosos foi se aproximando da estátua de entrada até parar em frente a mesma e esperou a usual charada que essa oferecia.

Quando a estátua abriu a boca de mármore para falar, Josie sentiu-se mais calma, somente para apavorar-se mais uma vez ao ouvir o barulho de garras arranhando a pedra soar bem atrás de dela ao mesmo tempo em que a estátua arregalava os olhos sem íris.

Com o coração vindo à boca, Josie congelou ao sentir um bafo quente e de odor fétido bater em sua nuca. Fechou os olhos com força por um momento e apertou os dedos entorno da varinha. Dezenas de feitiços pipocavam em sua cabeça mas sabia que se não virasse para ver o que enfrentava, não teria nem certeza se metade deles iria funcionar.

Resoluta, virou-se vagarosamente, já erguendo a varinha para o combate, mas não conseguiu proferir nada além de um grito de pavor que ecoou por todo o corredor.

Meia hora depois alunos e professores se aglomeravam em frente a entrada da sala comunal da Corvinal para ver o corpo estripado de Josie caído aos pés da estátua de entrada, com o seu rosto congelado em puro terror para toda a eternidade.


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