Fiquei a noite em claro sentindo a respiração leve e profunda de Oliver, a proposta que ele me fez me tirou o sono e me deixou culpada por estar tendo esse lance com ele e o pior estar traindo descaradamente o Ray, enquanto meu coração dizia uma coisa, meu juízo dizia outro, estava sentindo uma guerra emocional dentro de mim, escolher o certo ou o errado? Só tinha uma pessoa com quem eu poderia falar, desabafar, dona Inês, eu sei que ela vai me ajudar e me dar um bom conselho.

– Já acordou? – Senti os lábios de Oliver em minha orelha.

– Sim. – Oliver se sentou na cama, e me puxou, depositando beijos em meu pescoço.

– Sua pele é tão macia. – Senti seus lábios se mexendo em meu pescoço. – Não sei se consigo viver se tocá-la. – Essas palavras fizeram meu coração disparar e me perguntar, se o que ele estava dizendo eram verdade ou apenas o seu charme.

– Oliver. – Me virei para ele, olhando dentro de seus lindos olhos, que tinham um brilho indecifrável. – A proposta que fez ontem era verdade? – Ele me olhou, colocou as duas mãos em minhas bochechas.

– Eu nunca pensei que ia me apaixonar, senti que meu coração estava fechado, mais ai você apareceu se fazendo de difícil. – Começou a mexer em meus cabelos. – Você é a única mulher com quem eu consigo imaginar um futuro. – Meu coração por um momento parou de bater, o que ele acabara de dizer era verdade, eu sentia isso, pela primeira vez consegui decifrar o brilho em seus olhos, Oliver Queen estava apaixonado por mim, apenas beijei ele, o mais apaixonada possível.

– Eu quero aproveitar esse dia, mais não só na cama, por mais que eu queira. – Oliver separou nossos lábios. – Tenho poucas horas para te fazer desistir do noivado. – Levantou da cama e me puxou junto, entrou no banheiro comigo no colo, ficamos um longo tempo lá, pela primeira vez em minha vida senti que Oliver era o homem certo para mim, mais meu maldito juízo falava o contrario.

– Tem certeza que temos que sair do quarto? – Perguntei para ele.

– Sim, espero você no carro. – Ele saiu na frente para ninguém ver Felicity Smoak, a certinha saindo com outro homem que não fosse Ray, peguei minha bolsa e sai logo depois, ele estava com uma cara impaciente dentro do carro.

– Onde vamos? – Perguntei.

– Tomar café. – Oliver começou a dirigir, sempre que podia pegava em minha mão, beijava de leve a parte superior, estacionou o carro em frente a minha cafeteria preferida.

– Conhece esse local? – Perguntei, entre tantas cafeterias e lanchonetes ele foi parar justamente nessa.

– Não, mais parece ser um local agradável. – Certamente era, pensei, ele pegou na minha mão, entramos na cafeteria como um casal atraindo olhares de algumas mulheres, que com certeza acharam Oliver bonito, sentamos em uma mesa, bem no meio de todos.

– Por que não sentamos em uma mesa mais reservada? – Perguntei, nesse momento Oliver estava atrás de mim puxando a cadeira para me sentar.

– Por que quero exibir você. – Falou tao naturalmente, apenas me sentei.

– Oliver foi até o balcão e pegou dois copos de café, mais algumas torradas, e uma geléia de morango, vi as mulheres olhando para ele novamente, senti um enorme ciúme, senti a respiração dele em meu pescoço, ele deu um leve beijo em minha bochecha, e se sentou em minha frente, começamos a tomar café e trocamos olhares, sorrimos, volta e meia ele pegava em minha mão sobre a mesa.

– Eu vou ao banheiro. – Levantou-se da cadeira, apenas assenti com a cabeça, fiquei sentada sozinha na mesa, esperando ele.

– Felicity. – Uma mão tocou minhas costas. – Posso me sentar? – Era dona Inês.

– Claro. – Respondi.

– Vi aquele belo homem se levantar, quem é? – Perguntou com um enorme sorriso no rosto.

– Oliver. – Abaixei minha cabeça.

– O que você esta apaixonada Felicity? – Levantei minha cabeça um pouco confusa, parecia que ela lia minha mente. – Minha querida não me olhe assim, estava observando vocês desde que chegaram, seu olhar de assassina para as mulheres aqui, e principalmente o olhar dele para você. – Ela deu uma breve pausa. – Ele gosta de você querida. – Peguei na mão dela e fixei meus olhos no dela, esperando ela me dizer o que fazer.

– O amor verdadeiro não surge duas vezes minha querida. – Ela segurou firme minha mão. – A vida é curta para levar a sério, aproveite, ouça seu coração, e não se preocupe com o futuro, afinal ninguém sabe o dia de amanhã. – Ela se levantou e saiu da cafeteria.

– Quem era? – Oliver se sentou na minha frente.

– Uma amiga.

– Vamos, tenho mais lugares para te levar. – Saímos de mãos dadas, ele me segurava firme, parecia que tinha medo que eu saísse correndo, ele passou o dia me levando a lugares que sempre quis ir, e nunca tive tempo, museus, zoológicos, teatro, em todos os lugares que fomos tive vontade de esgoelar alguma mulher, que olhava com desdém para mim, e com desejo para Oliver.

Oliver me levou até a porta de casa, me deu um beijo, não perguntou nada sobre minha decisão, mais a forma com o tempo ia passando seu olhar ficava apreensivo, estava muito ansioso, depois do beijo seu olhar se iluminou, segurei e seu queixo e dei um beijo.

– Eu aceito. – Falei senti seus lábios alargarem. Um sorriso enorme desenhou seus lábios.