The Invisible Wall escrita por loveinice


Capítulo 8
Broken


Notas iniciais do capítulo

Penultimo capitulo ♥
Gomen pela demora! Notinhas por último, como sempre!



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'Cause I'm broken when I'm lonesome

And I don't feel right when you're gone away



O abraço de ambos era forte, caloroso. O moreno começava a sentir seu ombro molhado, percebendo que a respiração do loiro estava descompassada.

– Por que choras?

– Estou com... Medo. – dizia receoso

– Medo de que?

– De perder-te.

– Perder-me por que? Estou aqui, não se preocupe.

–Eu er-rei... – sua voz era intercalada entre seus soluços e suas lágrimas ardentes. – Você é o único que ainda está comigo. Não quero que me troque por um outro qualquer.

– Não entendo. – Refletia sobre seus atos enquanto acariava o coro cabeludo do loiro – Ah! Estás com ciúmes? Não vou deixar de andar e gostar de você por causa do Alex!

Uruha olhou fixamente aos olhos amendoados de Uke, e via diante de si olhos calorosos e levemente marejados.

– Não vai?

– Por que iria? Alex anda estranho. E mesmo se continuasse o mesmo, não troco ! – Sorria com vontade e abraçava mais forte o loiro em seus braços. – Vamos! Esqueça-o e me ajude a abrir essas caixas. Ainda estou boquiaberto com isso.

– Não chega nem ao que você merece.

– Já tenho o que nem mereço. Você – Uruha corou violentamente com o comentário de Uke

Uruha correu alegremente ao mordomo da sua casa. Cochichou algo em seu ouvido e  voltou à  sala,  onde Kai olhava ainda fascinado sua bateria.

                                                               ---º--º---

Após um bom tempo jogando papo fora, Uke decide ir embora, pois já estava tarde.

–Espere só um pouco - A campainha toca - Deve ser o caminhão.

– Que caminhão?

– Para levar sua bateria a sua casa, ué. Aproveitando, a gente te leva até a sua casa.

– Hã? Verdade! Nem tinha pensado como iria levar a bateria até a minha casa.

– Ainda bem que pensei por você heim! – Ria da cara de indignação do moreno. – Vamos então.

Enquanto os homens levavam as caixas para o caminhão, Uke e Kouyou dirigiam-se ao carro.

                                                               ---º--º---

– Muito obrigado! – dizia Uke.

– Nada! – respondia o loiro – Bem, preciso ir. Ainda bem que nem fomos ao meu quarto. Tá um campo de guerra, preciso arrumá-lo – dizia entre risadinhas.

– Okay, muito obrigado mesmo! Matta NE ~

– Matta!

Ambos seguiam seu caminho. Kouyou a sua casa e Uke para dentro da sua. No caminho percebia algo muito estranho, um silêncio matador. Algo estava estranho demais.

– Tadaima! Okaa-san? Onde está? – olhava no relógio – Já era para ter chegado, que estranho.

Adentrou na casa e foi à sala de estar. E sua mãe estava lá, sentada no sofá com o rosto entre suas mãos.

– Assim... já? Por quê? Não quero!

– Filho, não reclame, termine sua parte.

Não conseguia.

Andava com passos lentos e arrastados até seu quarto. Ao chegar ao quarto, deu uma olhada ao redor e começou a arrumar suas coisas.

                                                               ---º--º---

Uruha procurava incessantemente um moreno em sua aula de química. Seus olhos passavam em todos os lugares possíveis e apenas via pessoas realmente desinteressantes. Começou a ficar preocupado ao sentir a faltar do mesmo. Procurou o dia inteiro, perguntando aos alunos, professores e funcionários. Sem algum sinal de vida daquele moreno.

Deixou inúmeras mensagens na caixa postal da casa e no celular. Descrente do que possa ter acontecido de mal, voltou cabisbaixo até sua casa. Aquela ansiedade lhe consumia tudo por dentro. Aquele silêncio e momentos tensos que pairavam naquele carro o deixavam mais inquieto.

O motorista olhava preocupado pelo retrovisor. Fazia um tempo que não via seu ‘pequeno’ tão tristonho. Imaginava que havia perdido algo, mas não se atreveu a quebrar aquele clima. Poderia ser pior do que pensava ou mesmo ficar pior do que estava .

Chegando a sua casa, Kouyou jogou seus pertences em sua cama e sentou do lado. Perguntas e mais perguntas bombardeavam sua mente. Nada mais além disto.

Sentia vontade de chorar, mas pensou que precisava ser forte. Coisas não se revolvem ficando triste ou derrubando lágrimas. Precisava pensar positivo e acabar com essa angustia causado pelo desconhecido desta situação. Dizem que quando está triste, o melhor remédio é o sorriso.

Desceu com um sorriso no rosto, amarelo, mas era um bom começo. Sentou-se na mesa e preparou seu prato. Apesar de parecer mais alegre, era alheio a qualquer comentário e assunto que vinha de seus pais. Sem muita fome, pediu licença e foi ao seu quarto.

Ao adentrar em seu dormitório, viu seu celular aceso. Esperançoso, correu até ele e viu que havia uma chamada perdida. Não uma chamada,  mas uma mensagem.

“Hey Kouyou! Como vai?

Desculpe o desespero que devo ter lhe causado hoje, mas tive que resolver certos assuntos familiares. Gostaria de te encontrar no central park da cidade hoje mesmo.

Aproveitar que é primavera e ver as sakuras florecidas!

Daqui uma hora, certo?

Até ”

Ao ler a mensagem ficou mais aliviado, sabendo que era apenas um assuntado que precisava ser tratado. Tomou uma ducha e se trocou, colocando calças pretas, de couro sintético, uma blusa branca e um colete preto. Como acessório, um óculos para dar um realce ao seu rosto. Sua maquiagem era leve e delicada.

Pegou sua câmera fotográfica e desceu as escadas alegremente. Eram desnecessários perguntas e comentários.

Pediu para ser levado ao central park e em pouco tempo chegou ao seu destino. Sem pressa, pegou sua câmera e tirou inúmeras fotos daquelas arvores floridas e aromatizadas. Sentia pena que máquinas não fossem capazes de absorver os aromas daquela situação.

Estando quase na hora, resolveu procurar superficialmente pelo moreno naquele parque. Apesar da época, aquele horário não se encontrava muitas pessoas e nem crianças. Foi fácil achar.

Uke estava entretido com aquele gigante chafariz localizado quase no coração do parque. Brincava delicadamente com a água e com algumas pétalas rosa que caiam. Uruha aproveitou e tirou fotos daquela cena tão filosófica. Pareciam aquelas cenas tristes de dramas japoneses.

Chegou mais perto e foi possível tirar mais algumas em alguns ângulos diferentes, sem mesmo tirar a atenção do moreno do movimento que fazia com os dedos dentro da água.

Demoradamente o moreno percebe a presença do loiro atrás dele, deu um sorriso apresentando aquela cova, praticamente unilateral. Mas não demonstrava um sorriso profundo, radiante de alegria que sempre tinha. Era vazio.

Ficaram ali, sentados, sem dizer uma palavra qualquer.

Uke levantou de onde estava sentado e puxou Kouyou pelo braço, até uma árvore meio isolada daquele local. Ao chegar, tirou um papel com algo escrito e deu um nó naquele galho.

Kouyou olhava aquilo com um ar de curiosidade.

– Para que isso?

Uke não conseguia olhar diretamente nos olhos do loiro. Doía-lhe o peito pensar que teria de ser da pior maneira. Pegou fortemente pelos braços e lhe deu um beijo, leve como o vento, salgado como as lágrimas que caiam e dolorido como uma separação.

Covardemente correu em direção a saída, deixando pelo caminho lágrimas gordas.

Kouyou apenas ficou ali, parado. Sem reação. Sem palavra. Sem compreensão.

Seu amor, como um castelo, montado pedra a pedra, foi abalado. Destruído. Humilhado.

As estações do ano são cíclicas, previsíveis e iguais. Mas o homem tem como futuro uma incógnita escrita e fincada. Se nós mesmos escrevemos nosso próprio caminho, não é possível dizer.  Apenas devemos seguir em frente. Pedras passadas serão reutilizadas para novos castelos, novas proteções, novos amores.


You've gone away... You don't feel me here, anymore...



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Notas finais do capítulo

Bem, pelas minhas contas não calculadas, esse vai ser o penúltimo capítulo. eu ia terminar logo nele, mas queria fazer um suspense poxa! Q
Mudança brusca de descrição no meio da história mas isso é irrelevante /n
Foi escrito em dias separados, e do jeito que eu sou, se eu começo com falas, vai o episódio inteiro :B
Muito obrigada pelos os que ainda seguem e comentam! Apesar de dar para contar em uma mão apenas.
Música de Evanescence.