The Invisible Wall escrita por loveinice


Capítulo 3
Listen to the rain




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– Como assim 'já'? Nem faz tanto tempo!

Todos olhavam surpresos.

– Pai! Que saudades! – ambas corriam em direção a ele

–E você, amor da minha vida. Vai ficar me olhando com cara de indignada?

Todos davam as boas vindas ao anfitrião da casa. Gackt.

– Gackt-san! – A boa velinha descia as escadas calmamente, devido a sua idade – Chegou cedo, não?

– Todos disseram a mesma coisa – Gargalhava – E esse jantar? É para mim?

– Como seria para você se nem sabíamos que voltaria hoje? – A senhora Takashima erguia a sobrancelha – Mesmo palhaço de sempre.

– Bah. Então para quem é? Kouyou tirou outro 10?

– É para uma visita; um amigo de Kouyou.

– Huum, o bicho do mato encontrou carne ...– Todos riam indignados pela comparação feita agora

– Pai!

– Agora, seu porquinho, vá tomar um banho e se troque para se apresentar ao amigo de Kouyou. Anda! – A senhora Takashima empurrava Gackt como um cachorrinho.

– Me sinto ultrajado! – Ficou de costas e saiu andando, fingindo estar magoado.

                                                         ~~~~~~~~

A campainha tocava novamente.

Kouyou, já ansioso, abriu a porta, esperando desta vez seu convidado. E acertou em seu pressentimento. Era ele. Sério como sempre, mas com um toque de vergonha, dando um ar angelical. Seu estilo estava como da família Takashima. Simples, mas galante.

– Boa noite – ambos abaixavam, se apresentando – Sou Uke Ayami, e este é meu filho, Uke Yutaka. Muito prazer – Sorria com as mesmas covas que o filho possuía.

Kouyou olhava em credo com a semelhança entre ambos.

– Oh, entrem por favor! Bem, acho que o que falta apresentar são as minhas duas filhas e meu marido, Gackt.

–Oh, que honra poder me encontrar novamente e jantar com o Gackt. – Dizia ainda com um sorriso estampado.

Gackt descia as escadas como um rei, ainda arrumando alguns detalhes de sua roupa.

– Oh, senhorita Uke! Como vai? Então seu filho é o amigo de Kouyou? Caramba, sua cópia versão masculina!

Yutaka ficara mais vermelho por este ‘elogio’.

E daqui, a festa começa. Todos se sentavam em uma das cadeiras, enquanto conversavam. No fundo, tocava uma música leve; clássica e refinada para tal jantar. Enquanto a conversa fluía livremente aos adultos, questionários fluíam ao moreno.

– Yutaka? – chamava a irmã mais nova

– Sim? – O moreno respondia ainda com a boca cheia

As duas irmãs riam docemente da pequena cara de assustado do moreno, enquanto se fartava de comida.

– Sabia que você é uma gracinha? Fica tão fofo comendo assim – Kouyou olhava indignado às duas irmãs – Você veio a Tóquio por que?

Yutaka ficava encabulado com tanta ‘alegria’ das irmãs de Kouyou – Bem, meus pais vieram a trabalho para cá. Eles viajam muito, e eu tenho que ficar seguindo – dizia um pouco chateado, colocando um último pedaço de frango na boca.

                                                                   –---º---º---

Após o jantar e a sobremesa, os adultos continuavam a conversar na sala de visitas, tomando uma xícara de café. Kouyou e Yutaka se divertiam jogando vídeo-game, enquanto as irmãs se divertiam olhando os dois jogando, e colocando a conversa ‘em dia’.

                                                                       ~

– Bem, já é tarde. Devem estar cansadíssimos e amanhã os meninos tem aula. Agradeço muito pelo jantar, estava maravilhoso!  - Yutaka, vamos! - aumentou o tom de voz para que o moreno pudesse ouvi-la.

– Ahh, já? – ouvia-se a voz do moreno do outro lado da casa

– Vamos logo! Já é tarde.

– Não querem ficar mais um pouco?- Indagava Gackt

– Não não, muito obrigada mesmo.

As duas famílias se despediam, e dali, acabava outro dia. Fora um dia cansativo. 

                                                                     –----º----º----

Em ambos, uma manhã monótona. Café da manhã e escola.

Monótona, dita até a aula de inglês, com aquele professor tatuado.

– Matéria mesmo, nada – comentava Kouyou

– Mas são aulas divertidas, admita! – provocava o moreno

– Bah, até que são, tirando a provocação do Byou a aula inteira. – Dizia olhando indignado as insinuações do outro moreno.

Miyavi foi em direção à Kouyou e Yutaka, se limitando a ficar na frente, sem dizer uma palavra. Kouyou parou de falar, congelado. Achava que iria levar uma bronca. Nunca levou, por que agora seria a hora? O de cabelo colorido deu um soco na mesa, chamando a atenção da classe inteira, ainda mais por ser o queridinho de todos, ou pelo menos quase, de todos os professores.

– Já achei um apelido perfeito para vocês dois!

Kouyou ainda olhava paralisado e Yutaka confuso. A classe voltava ao seu ritmo de conversa.

– Apelido? – Yutaka indagava ainda sem rumo.

– É, ou vocês não ouviram uma palavra do que eu disse ontem?

– Ah tá, lembrei – ria desajeitadamente.

– Você moreninho, Kai. Que tal?

– Por que ‘Kai’ ?

– Significa ‘proteção’. Já reparou como você protege as pessoas? Vide ontem na aula, enquanto o Byou provocava o Uruha.

– Uruha? Que raios é esse apelido? – Kouyou saiu do choque, já ficava um pouco irritado com tal apelido.

– Simples, significa ‘belo/delicado’ . Achei que aquele apelido de bonequinha combina muito com você. Você é um modelo com traços um tanto exóticos, muito bonito, mas ainda é frágil por dentro. Dá para perceber essa tal insegurança sozinho. Enquanto está com Kai, já fica mais seguro de si mesmo.

O loiro começou a se encolher, olhando para si mesmo. Tinha lembranças más de sua pequena infância.

– Não se sinta mal. Fale comigo caso tenha algum problema. Entendo você.

Após esse comentário, a aula passou devagar. Muito degavar. Cada segundo pesava mais. A única coisa que Kai conseguia fazer era lamentar-se e aninhá-lo.

                                                                           ~




Please, don't let go
Can't we stay for a while?
It's just too hard to say goodbye
Listen to the rain

Finalmente chegou a última aula. De literatura. Pelo menos assim seu humor voltaria. Lembrava dos livros que engolia em profundo tédio nas viagens e noites sem sono. Em momento de distração, vira que caia gotas do lado de fora. Cada vez em maiores quantidades. Perdera assim em seus próprios pensamentos. Prendia sua atenção em cada gota que escorria no vidro. Elas ficavam mais compridas, se ligavam, escorriam, cada vez em maiores quantidades.  Assim a aula passava, mais rapidamente do que o normal.

O sinal bateu, e Uruha continuava vendo as gotas. Olhou em volta, vendo que não tinha mais ninguém. Ninguém além do Kai, que esperava do lado de fora da classe. Arrumou seu material sem pressa e saiu da classe. Andava em passos lentos, seguindo certamente os passos de Kai, como uma criança segue os do parceiro. Para ele, nenhuma palavra entrava em sua mente, continuava a andar, não se importando com a chuva que estava cada vez mais violenta.

Enquanto andava, tentava ver o céu,mas algumas gostas caíram em seus olhos, embaçando sua visão.Viu apenas que estava preto e nebuloso, mas sorria com aquela situação. Já sentia seus cabelos encharcados; pingavam sobre sua roupa branca, já quase transparente.  Andava sem direção. Só percebeu onde estava após ver brinquedos diferentes espalhados por um pequeno parque.Sentara em baixo de uma árvore qualquer e pegou um livro para ler. Mas não conseguia ler. Lembrava do que Miyavi havia dito.

“Como alguém tão desleixado poderia perceber isso?”

Listen, listen, listen, listen, listen, listen to the rain
Weeping
Liste
n (listen), listen (listen)

Após desistir de ler seu livro, praticamente enrugado e molhado, ouvia passos rápidos, pesados devido à chuva ter encharcado totalmente o chão.

– Kouyou! Que susto. Desliguei-me um pouco procurando meu guarda-chuva e você sumiu de vista! Você vai ficar doente assim. Vamos embora.

O loiro levava sua cabeça em direção ao moreno lentamente, sem fôlego e preocupado – Gomen, apenas tentava ler um livro. E cadê o seu guarda-chuva? Como me encontrou?

– Não o encontrava em lugar nenhum da escola, e lembrei-me da história do parque. – agachou, chegando ao mesmo nível de Uruha – Mas se corrermos para a minha casa, pegaremos menos chuva– ria desajeitadamente.

– Não se preocupe, eu trouxe o guarda-chuva, mas não pretendo ir para a casa agora. Nunca tomei um banho de chuva, está bom aqui – sorria com seus pequenos dentes a mostra.

– Mas se você ficar doente, sua mãe vai ficar brava, tanto comigo quanto com você.

– Não tem ninguém em casa, não se preocupe. Levaram minhas irmãs ao aeroporto.

Kai, ainda cansado, sentou ao lado do loiro e apoiou sua cabeça em seu ombro

– Se você não vai, também não vou. Não quero ficar sozinho. – Ria docemente.

Enquanto ambos ficavam debaixo da arvore, conversando sobre o dia, sobre aquele intrigante professor e seus apelidos. Aquele parque, ainda feito de terra e grama, ficava mais vazio. Sobravam apenas os dois em um extenso terreno.


You may feel you're alone
But I'm here still with you
You can do what you dream
Just remember to listen to the rain


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Notas finais do capítulo

Tanto o titulo quanto a musica são da banda Evanescence
Espero que tenham gostado dessa surpresinha.
Eu li alguma fic, cujo nome não me lembro, que tinha comentado de fazer mais fics do Gackt, e me deu a ideia de colocar ele no meio da história. q
Pode ser um personagem secundário ou que faça grande importância da história, depende de como ela anda.
Fiquei abobada como os próprios apelidos e seus respectivos significados couberam certinho nessa história
Eu poderia até continuar com os nomes verdadeiros, mas cansa, nome japones é muito dificil QQQ
Essa ultima parte me enpolguei, mas eu gostei. Tava chovendo um pouco antes,e como eu adoro chuva, me inspirou LOL
Vejos que o numero de leitores aumenta absurdamente, mas as reviews estão brochando ):
Só irei começar a escrever o próximo quando houver mais reviews :B
Agradeço desde já aos leitores que comentam



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