Draco abriu e fechou os olhos três vezes, até identificar onde estava. Salão comunal da Sonserina? Não. Ele estava em casa. Ou melhor, na Mansão Malfoy. Porque aquele lugar nunca fora um lar para ele.

Como num lapso, as memórias do dia anterior voltaram, o assombrando. Ele se levantou num pulo, sentando na cama e se lembrando da batalha. Ele estava a salvo, mas isso não o tranqüilizava, pois sua vida já não tinha valor algum a um bom tempo. Passou as mãos nos cabelos loiros e esfregou seus olhos, imaginando onde ela estaria.

Era muito surreal. No dia anterior tudo estava as mil maravilhas. Eles eram um casal, todos sabiam, embora nem todos apoiassem. Todos os problemas pareciam distantes demais para serem considerados. O amor, sentimento sempre tão estranho aos olhos do sonserino, parecia um jogo fácil de criança.

E agora tudo era uma confusão. Todos os conflitos pareciam ter se instalado lá de vez, tudo parecia de cabeça para baixo. E, definitivamente, tudo que ele queria é que tudo se arrumasse. Draco não se sentia metade da pessoa do dia anterior. Fora covarde, não admitira os erros. E agora, graças a eles, Hermione estava em algum lugar longe, muito longe. E seu coração, que antes o pertencia, havia sido arrancado de suas mãos sem chance de recuperação.

O Malfoy finalmente se levantou, expulsando quase todos os pensamentos e caminhando até a janela, desejando somente uma coisa:

Que o dia anterior tivesse sido real e que pudesse voltar a ser um dia.