End of The Beggining escrita por Karolyn Harumi


Capítulo 3
Capítulo 3 - Can't Remember to Forget You


Notas iniciais do capítulo

Oii gentee!
POV da Katsumi, estou tão feliz. Amei escrever esse capítulo e espero que vocês gostem. Boa leitura.



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Eu estava em um corredor escuro. Corra, as paredes pareciam sussurrar. Sangue. Havia sangue por todo lado. As paredes pareciam se fechar. A escuridão me sufocava. Sons distintos e indecifráveis eram proferidos vindos de toda parte e quebrando o silêncio assustador. Eles estavam vindo. Iriam matá-la. Perto. Perto de mais. Corra.

– Katsumi, então é assim que você presta atenção na aula de matemática? – A voz do professor soou distante despertando-me.

Assustada levantei-me repentinamente, o suor escorria pelo meu rosto. Brandon, o garoto idiota que sentava a minha frente ria da minha confusão. Eu me sentia trêmula, apesar das sensações que me atingiam em forma de desespero dei um sorriso acompanhado de uma careta. Meus olhos corriam pela sala assustada, buscando as janelas.

Senti-me claustrofóbica.

–Professor, preciso ir ao banheiro. Se você me der licença... – Caminhei em direção a porta.

–Não me lembrei de lhe dar permissão de sair, senhorita – Me virei com a melhor cara de tédio que consegui reproduzir.

Cada detalhe era importante naquele dia. Eu não podia cometer nenhum erro. Respire.

–A resposta da equação é 5, professor. Se é isso que você quer saber. Agora, será que posso sair?

Um garoto jogou uma bolinha de papel na minha cara.

–Nossa, acho que você me matou. Professor, fui atingida, estou indo para a enfermaria, até mais – Abri a porta sem encarar a cara de idiota do professor. Ridículo.

Sai pelos corredores da escola atordoada. Era agora. Respire.

Corri para o armário, abrindo-o com a minha chave reserva. Peguei minha mochila surrada e fui para o banheiro. No banheiro havia uma pequena janela pela qual eu poderia sair tranquilamente para fora da escola. Imbecis.

Me peguei rindo. Eu havia cometido várias infrações em menos de meia hora, eu seria expulsa da escola àquela altura. Seria divertido. Pena não haver tempo para aquilo.

Joguei minha mochila pela janela e fui para uma das cabines do banheiro. Tirei a tampa que de onde ficava a descarga e abri um compartimento da privada. De lá tirei uma arma com algumas balas. Perfeito. Joguei pela janela também. Esperei sentada no chão do banheiro.

Logo, um garoto do 8° ano apareceu com uma sacola de comida e água.

–Não tem nenhuma garota aqui, toma aqui a sua parte – Falei rapidamente jogando cem reais na direção do menino.

–Boa fuga, Katsumi. Você será expulsa, sabe disso não é mesmo? Bem, obrigado – Ele falou energicamente saindo pela porta com pressa. Crianças.

Revirei os olhos e pulei a janela do banheiro com facilidade, indo para fora com todas as bolsas e guardando a arma no meu casaco. Coloquei um boné para disfarçar meu rosto e óculos escuros.

–E agora... Estou expulsa da escola. Minha mãe deve estar orgulhosa – Engoli em seco.

Fui até os fundos da escola, onde levaria ao estacionamento. Peguei uma tinta spray vermelha e pichei o chão com os seguintes dizeres: “ P Sherman 42, Refúgio. Fujam. Sobrevivam.” A menção ao filme “Procurando Nemo” ajudaria, senti um momento de orgulho.

Foi então que ouvi sons vindos do estacionamento inteiro. Gritos ecoavam. Estava na hora. Uma mulher que jamais aparentaria ser uma daquelas criaturas veio em minha direção, mas eu sabia a verdade. Um tiro na cabeça. Uma pessoa. Minhas mãos tremiam ao relar no metal frio da arma. Mirei com o máximo de precisão e atirei. Sangue. Respire.

–Sua psicopata – Uma voz masculina carregada de ódio soou atrás de mim. Minhas pernas bambearam. Uma lagrima escorreu pelo meu rosto.

Brandon. Eu estava com medo. Pânico. Mais lágrimas vieram e eu não ousava olhar para trás.

Mais criaturas vinham em nossa direção. Eu me mantive paralisada. Eu havia matado friamente uma criatura. Uma pessoa. Era a mãe dele, não era? Senti enjôo. Enxuguei as lágrimas.

Três criaturas se aproximaram perto demais de Brandon. Droga. Peguei a arma mais uma vez, atirando com precisão. Minha respiração estava descontrolada. Eu estava oficialmente fora de mim.

–O que diabos... – Ele gritou ao meu lado, eu sabia que ele poderia ter me batido. Gritado. Ele havia ficado parado. Pela primeira vez eu havia me surpreendido. Ele entendia rápido.

–Corre. Agora. Para dentro da escola. Não olhe para trás. Não confie em ninguém. Me siga.

Eu devia isso a ele. Eu repetia a mim mesma. Eu podia sentir desespero dele. Eu havia acabado de tirar a mãe dele. Eu era uma assassina a sangue frio. Eu precisava retribuir, eu precisava mesmo. Não, eu precisava continuar sozinha.

Chegamos a porta dos fundos da escola, havia criaturas horrendas nos cercando.

–Entre, eu dou conta disso. Agora! – Gritei apontando a arma e atirando sem parar.

–Até parece – Ele gritou arrancando um extintor de incêndio e jogando em uma das criaturas.

–Atinja a cabeça!

A quantidade de zumbis havia diminuído consideravelmente. Ele acabou de matar três zumbis com um extintor? Continue atirando até que vi que só restava uma bala. Estavámos mortos. Droga.

Senti um par de mãos me agarrarem e me puxar para dentro de um cômodo escuro. Brandon havia quebrado a maçaneta e agora segurava a porta. Seus olhos continuavam desesperados. Pela primeira vez desde o inicio daquela loucura, pude analisar seu rosto.

–Desculpe – Murmurei em um fio de voz.

Ele pegou pedaços de madeira para prender a porta e virou-se pra mim com uma cara indecifrável. Ele se aproximou me abraçando e eu deixei o pânico tomar conta de mim, dando-me conta que eu tremia. Deixei a arma cair no chão.

Eu deveria deixá-lo ir, deveria impedi-lo. Mas eu não podia. Eu me sentia vulnerável. Eu precisava dele ao meu lado, eu sabia. Quem poderia me dizer quantos haviam morrido naquele pequeno intervalo de tempo? Até onde eu sabia estávamos sozinhos. Contra o mundo. Eu faria qualquer coisa para mantê-lo vivo.

Daquele momento eu soube que jamais esqueceria aquele garoto. Jamais esqueceria aquele momento em que eu estava perdida e pude ter um pedaço de esperança. Daquele momento em diante éramos uma equipe e ninguém seria capaz de nos deter. Sobreviveríamos.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? Deixem uma review e façam uma ficwriter feliz o/



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