O Alvorecer De Um Novo Sol escrita por Marimachan


Capítulo 12
Capítulo 10 - Cumprindo a Promessa


Notas iniciais do capítulo

Como já disse em alguma resposta de comentários, o capítulo mais difícil de escrever até agora! Tive que passar uma carga dramática/emocional muito grande e chorei escrevendo. '-'

Boa leitura! ;)



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17 anos e 9 meses antes...

Era como se as coisas não fossem voltar ao normal nunca mais. Aquela não era a tripulação do Sunny. Aqueles não eram os Chapéus de Palha. Nada parecia ser de verdade o que era. Era esse o sentimento que todos os Mugiwaras tinham.

E realmente... No exato momento em que a terra foi jogada sobre a sepultura dele, finalmente caiu a ficha de que as coisas mudariam de rumo drasticamente.

A campina estava repleta de pessoas. Piratas, aqueles que antes eram os revolucionários, famílias reais, amigos simplesmente... Todos que participaram em algum momento ou de alguma forma da jornada do Bando do Chapéu de Palha. Todos ainda tentando descobrir se aquilo podia mesmo ser real.

Alguns deles se conformavam, sendo mais realistas, ainda que a tristeza e a saudade, que já começava a despontar em seus corações, não fossem deixar de existir por isso. Outros não conseguiam aceitar a morte do amigo de forma alguma e demonstravam isso com lágrimas que desciam copiosamente por seus rostos. Outros ainda que permaneciam estáticos, sem reação, tentando digerir a informação de que ali, debaixo daquela terra, estava uma pessoa de personalidade extremamente rara e curiosa.

Nami estava exatamente entre estes.

Os Mugiwaras permaneciam de pé, um ao lado do outro, dando o máximo de força entre eles mesmos e aos outros que cercavam a sepultura de Luffy. Unidos como sempre permaneceram durante aqueles anos todos. Vivi, a princesa de Alabasta, estava às lágrimas, abraçando Nami e por mais curioso que fosse, era a ruiva quem tentava tranquilizar a amiga naquele abraço.

Nami se mantinha estática observando a sepultura. Mesmo que tivesse abraçado Vivi assim que vira a amiga chorando, agora já não fazia ideia do que estava fazendo. Sua mente estava vazia, era como se não conseguisse realmente pensar em nada; como se seu cérebro tivesse bloqueado qualquer tipo de informação externa.

Ela não ouvia mais nada, não sentia mais nada, não enxergava mais nada.

Então, uma enxurrada de lembranças inundou a mente que antes estava vazia.

Festas, batalhas, confusões, gritos aborrecidos, cascudos, abraços, beijos, sorrisos...

― Nami? Nami! – Vivi havia parado de chorar, ou ao menos tentava conter as lágrimas, e agora, desvencilhada do abraço, encarava a ruiva de forma preocupada e curiosa.

― Isso... Isso realmente... – lágrimas finalmente brotavam de seus olhos. Uma delas, tímida, escorregou devagar, tocando a pele da navegadora e caindo ao chão. Ela sussurrava como se fazer com que sua voz saísse fosse uma dificuldade terrível. – Isso realmente não é um pesadelo, não é? Isso... Isso é real, não é?

As lágrimas agora haviam deixado de serem tímidas, elas surgiam nos olhos castanhos de forma abundante. Nami levou suas mãos até o rosto, numa forma de tentar conter o choro, mas já era impossível à essa altura. Vivi permanecia estática, encarando a amiga sem saber exatamente o que fazer, sendo que ela mesma começava a chorar novamente. A ruiva então caiu ajoelhada, ainda tentando digerir todas aquelas informações. As lágrimas que inundavam sua face eram tantas que seus ombros chacoalhavam de forma abrupta.

Vendo aquela cena, boa parte das dezenas de pessoas que ali se encontravam não conseguiam ter nenhum tipo de reação, inclusive os Mugiwaras. Esses simplesmente deixavam as lágrimas que tentaram evitar durante todo o enterro saírem. Zoro, porém, fora o único que conseguira reagir. Empurrando Vivi de forma educada, se aproximou de Nami, puxando-a pelos braços e envolvendo-a num abraço. Essa simplesmente desistiu de tentar controlar suas lágrimas, se encolhendo nos braços do amigo, esperando que aquela dor passasse de alguma forma com aquele gesto.

Zoro sabia que uma hora ou outra Nami iria despertar do choque. Desde quando descobrira que chegara a hora de Luffy, ela não derramara uma única lágrima. Como se estivesse fielmente acreditando que aquilo não era real. Em algum momento, contudo, ela teria que encarar a realidade.

E, com certeza, sua reação não seria diferente daquela.

Do outro lado da pequena multidão, Shanks observava tudo sem saber o que verdadeiramente sentir. Estava extremamente triste pela perda, extremamente orgulhoso do garoto e extremamente comovido pela angústia de Nami. Sabia o quanto Luffy era importante pra ela e tinha consciência de que essa importância era recíproca.

Torcia para que os Mugiwaras pudessem superar aquela perda e conseguissem seguir seus caminhos, mesmo separados. Lembrava-se de como havia sido duro quando perderam o capitão, também para uma doença. Todavia, conseguiram superar, sabendo que Roger tinha chegado ao final de sua jornada com um sorriso no rosto e satisfeito com a vida que teve.

Esperava que os nakamas de Luffy também entendessem isso e superassem a morte do capitão e amigo, sabendo que ele com certeza não se arrependera de nada o que havia feito em sua vida terrena.

(...)

Alguns dias depois...

― Bem... Então é isso. É aqui que nos aposentamos? – Franky tentava deixar o clima mais leve, conseguindo e ganhando um sorriso de todos os outros.

Estavam sentados em volta de uma fogueira na ilha que costumavam se encontrar. Os Mugiwaras e os Piratas do Ruivo.

― Parece que sim. Ao menos como piratas. – Sanji sorriu, concordando com o ciborgue.

― O que cada um de vocês fará de hoje em diante? – Shanks perguntou curioso, encarando-os.

― Eu vou viajar por aí, descobrir novas receitas, talvez quem sabe, até mesmo voltar ao Baratie. Afinal, o velhote com certeza irá querer saber como é o All Blue. – Sanji foi o primeiro a responder com um sorriso no rosto ao lembrar dos velhos amigos no antigo restaurante em que morava.

― Au! Eu vou deixar o SUPER Sunny em Laftel e depois sair por aí, procurando saber mais sobre as novas tecnologias que surgem o tempo todo. – Franky foi o segundo.

― Usopp, o que me diz de vir conosco? Gostaria muito de ter você comigo. Compensar os anos perdidos, sabe? – Yasopp perguntou um pouco sem jeito. Usopp sorriu animado.

― Se não for problema, é claro que vou, pai! – o moreno aceitou e então olhou para Shanks, que riu tranquilo.

― Não vejo porque não.

― Ótimo! Eu só preciso fazer uma coisa antes. – Usopp sorriu.

― E o que seria, Usopp? – Nami questionou, curiosa.

― Tenho que voltar ao East Blue e contar todas as nossas aventuras para os garotos e a Kaya! – afirmou orgulhoso. Nami sorriu gentil.

― Entendi.

― Eu acho que vou voltar a fazer os shows do Soul King. O que me dizem? – Brook pedia a opinião dos amigos.

― Isso será ótimo, Brook! Afinal, você é um músico incrível! – Chopper respondeu animadamente, fazendo com que todos os outros concordassem.

― Yohohohohoho! Obrigado, Chopper-san! Então é isso mesmo que vou fazer. – confirmou animado.

― Bem... Eu já desenhei o mapa de toda a Grand Line, agora eu tenho que fazer alguns ajustes com as últimas mudanças e depois quero viajar os outros mares para descrevê-los em meus mapas da forma como eu mesma vou vê-los! – Nami respondeu convicta.

― Hai. E você, Robin-san? O que irá fazer? – Shanks perguntou diretamente à morena, que antes permanecia observando seus amigos.

― Bem... Eu acho que vou viajar por aí, descobrindo novos fatos históricos, registrando-os. A história é algo muito extenso e muito dela ainda é desconhecido. – sorriu gentil.

― Robin! Eu posso ir com você? Assim posso continuar descobrindo novas curas. Eu ainda não desisti de descobrir a cura pra doença que levou o Luffy. Eu prometi pra ele que descobriria! E também, você tem que ter acompanhamento médico constante porque pode se tornar uma gravidez de risco. – Chopper afirmou firme.

― Claro. – a arqueóloga aceitou gentilmente. – Acredito que antes queira ir até Drum, visitar a doutora, certo?

― Certo! Obrigada. – agradeceu, feliz, à amiga.

― Não tem de quê.

― E você não deixe de mandar notícias, Nami! Procure um médico que possa te acompanhar. – ordenou ainda, preocupado.

― Sim, senhor. – sorriu divertida e agradecida pela preocupação do amigo. – E você, Zoro? Pra onde vai? – perguntou e todos o encararam, curiosos.

― Pra onde você for. – respondeu simplesmente.

― Heeeeeem?! – todos, exceto Robin, gritaram sem entender nada, perplexos.

― Do que você está falando, idiota? – a ruiva gritou, ainda sem entender aonde Zoro queria chegar com aquilo.

― Que você vai ter que me aguentar o resto da sua vida. – Ele, entretanto, continuava tranquilo.

― O que significa isso, marimo? – Sanji gritou irritado já interpretando de forma totalmente errônea, quando então Zoro percebeu o que se passava na cabeça dos amigos.

― Vocês são idiotas ou o quê?! – se levantou, gritando indignado. – Têm merda na cabeça?!

― Mas você que acabou de falar coisas sem sentido! – Usopp disse esbaforido.

― Zoro, porque você quer ir comigo? – Nami perguntou tentando ser o mais tranquila possível. Queria compreender o que se passava na cabeça do amigo.

― Tsc. – voltou a se sentar, agora mais calmo. Cruzou os braços, recostando-se no tronco de árvore à suas costas. – Porque eu prometi a um idiota que faria isso.

No mesmo momento, todos, exceto novamente Robin, ficaram estacalados. Sabiam de quem Zoro estava falando.

― E-entendi. D-desculpa. – Nami sussurrou em um misto de vergonha e tristeza quando então pareceu se lembrar de algo e encarou Zoro, preocupada. – Mas e vocês dois? – se dirigia a ele e Robin. – E o bebê?

― Nenhum de nós perderá contato, certo? – Nami acenou positivamente. – Então não tem com o que se preocupar. – fora direto e curto. A ruiva encarou então à amiga, esperando saber se realmente não havia com o que se preocupar e a viu sorrindo, novamente de forma gentil.

― Nós já conversamos sobre isso, Nami. Não se preocupe. E acredito que chegará o momento no qual eu irei me juntar a vocês daqui a alguns meses. – Nami sorriu e acenou concordando.

Sabia que mesmo sendo um “casca grossa insensível”, poderia contar com seu amigo espadachim para todas as horas.

Sentia-se agora mais importante do que nunca para seu capitão.

(...)

― Um belly por seus pensamentos? – a ruiva foi tirada de seu devaneio pela voz de Robin.

― Só estava aqui pensando... Daqui a dois dias eu vou ter que desapegar... – tinha um semblante tranquilo, viajante. Mostrando realmente que seus pensamentos estavam longe.

― Seion. – constatou, tendo a confirmação da amiga através de um meneio de cabeça.

― Nunca pensei que eu seria do tipo de mãe super protetora e apegada ao extremo. Sempre tive uma concepção completamente diferente de mim quanto a isso. – comentou divertida. Robin se sentou ao seu lado, na cadeira de madeira que havia na varanda de Nami.

― Tem coisas que só descobrimos nossa real reação quando vivenciamos. Ser mãe é uma delas. Eu que o diga. – sorriu amigável.

Um suspiro.

― Eu vou ter que me adaptar a não tê-lo mais por perto... Acho que isso será um pouco dificultoso...

― Provavelmente. Porém, com o tempo você acabará percebendo que se acostumou.

― Não sei... Sabe, o Seion, além de tudo, é o que me faz sentir que o Luffy permanece aqui, com a gente, o tempo todo nos observando. É a conexão mais forte que eu tenho com o Luffy. Não sei se vou me acostumar a não ter mais isso. – estava verdadeiramente receosa de perder algo tão precioso.

―Não pense assim. – começou, fazendo a ruiva encará-la, curiosa com o que iria dizer. – Pense que a partir de agora é que não só você, mas todos nós iremos ter uma conexão ainda maior com Luffy através de Seion. Algo me diz que ele irá trilhar caminhos muito parecidos com o do nosso capitão. – sorriu gentil e convicta. – Afinal... Quando nós estamos com Seion, sentimos como se realmente estivéssemos com o Luffy. É algo curioso e muito interessante, sem explicações ao certo, mas é exatamente assim.

Nami sorriu abertamente. Sua amiga tinha a mais absoluta razão.


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Notas finais do capítulo

Espero ter conseguido passar todo o sentimento que queria passar. Digam-me nos comentários se consegui ou não. :)
Até o próximo! *-*