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Ela sentiu o cabelo bater nas suas costas assim que o soltou, grudaram-se imediatamente no corpo soado. Respirou fundo, sentindo os músculos gritando de dor, mas aquilo era tão bom. Abriu o chuveiro na água quente, entrou de uma vez, sentindo o corpo relaxar. Fechou os olhos.

Verônica havia treinado incansavelmente até o corpo pedir para que parasse. Ela estava a um passo de conseguir que o treinador a deixasse participar do campeonato de luta, precisava mostrar que era capaz. E para isso não bastava bater em todo mundo da academia, mas mostrar que tinha toda a técnica que ele esperava dela. Mas o fato que a deixava feliz é que com isso aprendia os seus limites, técnicas novas e principalmente o quanto era aquilo que amava.

-Quê? Não mãe! Ainda estamos ensaiando, sim, tá o maior barulho lá fora – Verônica abriu os olhos, reconhecendo a voz antes disso, soltou um resmungo, não podia desligar o chuveiro – Não, pode deixar, arranjo carona, acho que a Vê ainda não saiu do treino. Sim, ela ainda vai acabar se matando com aquilo, mas é o que ela ama. Caralho mãe, cala a boca. Quê? Desculpa, mas você mereceu. Ok, ok, falamos depois, te amo. Não volte muito tarde e diz pro John que tô de olho dele – foi exatamente nesse momento que ele se virou para ela, demorando o olhar em seu corpo nu e ficando mais vermelho que um pimentão.

-Você já pode virar pra lá, Paul – ela resmungou virando as costas, completamente vermelha. Tudo bem que eles eram melhores amigos e já tinham até adormecido juntos algumas vezes, mas uma coisa é estar de pijama e outra é estar completamente sem roupa.

-Mas eu não quero – ela lançou um olhar furioso para ele, que deu risada – Você está tão gostosa, Verônica – ela mordeu o lábio, resmungando, ele deu risada e tirou a camiseta.

-O... O quê você está fazendo? – ela pediu cruzando os braços, e virando o rosto. Ele estava terminando de tirar a calça e a cueca. Verônica corou ainda mais, se é que isso é possível.

-Vou tomar banho com você, ué – ele sorriu maroto, empurrando-a para a parede gelada e sentindo a água quente cair no seu corpo.

-Paul McKenzie, vaza daqui – Verônica berrou metendo um tapa no meio as costas dele, ele deu risada segurando sua mão e a puxando para perto de si, beijando-a.

A garota arregalou os olhos, mas logo os fechou, correspondendo ao beijo, sentindo a mão do garoto passar por todo seu corpo. Ele separou o beijo dando uma mordida no lábio dela, que quase soltou um gemido, quase.

-Fazia um tempo relativamente grande que eu queria fazer isso – ele sorriu de canto, abraçando-a. Verônica o abraçou sem saber o que dizer, não podia dizer que já não desejou algo como aquilo em algum momento da sua vida.

-Isso quebra nosso acordo – foi o que ela conseguiu dizer – Lembra?

-De que a amizade sempre viria em primeiro lugar? Eu quebrei esse acordo no mesmo momento que o fiz, foi mais ou menos ali que eu descobri que estava apaixonado por você – ele sorriu, e ela revirou os olhos.

-Eu fiz o acordo por estar apaixonada por você – admitiu em um sussurro. Ele deu risada – Mas e agora, o que nós somos?

-O que a gente sempre foi – ele sorriu – Eu vou me secar, daqui a pouco os caras vão invadir o banheiro. Termina de tomar banho e vem na sala de ensaio?

-Tá, tudo bem – ela sorriu, ele a puxou para mais um beijo e saiu de baixo do chuveiro deixando-a a sós com seus pensamentos.

Verônica sentiu como se pudesse flutuar, além de estar um passo do campeonato o que mais queria tinha acabado de acontecer. Ela estava feliz, tão feliz que nada poderia coloca-la para baixo, nada mesmo.

Paul terminou de por as roupas, indo para o ensaio com o maior sorriso que poderia dar, trinta segundos de uma coragem louca e ele sentia como se não houvesse um teto ou um chão, porque não importava, estava tão feliz que sentia-se como se estivesse flutuando.

-O que aconteceu, cara? – o baterista da banda perguntou levantando uma sobrancelha, Paul bagunçou os cabelos molhados.

-Nada, só estou feliz, não posso?

“Because I’m happy

Clap along, if you know what happiness is to you”