Folhas de Setembro escrita por Ekkie


Capítulo 15
Cornestone


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Aqui estou eu!
Em primeiro lugar, me desculpem pela demora ;-;
Estava super ocupada e sem inspiração nenhuma, mas vejam só: ganhei minha primeira recomendação!
Em segundo lugar, não gosto de natal. Mas gosto de agradecer. Obrigada a todos vocês que estão lendo isso. Obrigada ao Ismar pela linda recomendação, obrigada a Aika pela preocupação em me procurar por MP, obrigada aos meus leitores por estarem sempre aqui e obrigada a vocês também, caros fantasmas, por mais que reclame podem acreditar que vocês são muito importantes para mim.
Então é isso,vamos ao capítulo!



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Aos seis anos Natsu havia perdido sua melhor amiga e, conforme a promessa dos dois, sua futura esposa. Lisanna tinha um sorriso inconfundível, e mesmo tendo se passado 13 anos ainda lembrava -se dela. Aliás, qualquer um que tivesse visto a pequena garota jamais esqueceria de seu sorriso.

Por um instante achou que era apenas uma miragem, mas naquele Café de esquina viu o mesmo sorriso de antes. A princípio achou que o destino estava apenas brincando com ele, uma espécie de pegadinha maldosa. Seu cappuccino esfriava, mas não ligava, nada era tão incrível quanto a moça loira que entrava pela porta do Rusty Hook. A mulher que aparentemente era doce sentou-se na mesa ao lado da dele e talvez tenha percebido o modo que o garoto a encarava. Ela apenas desviou o olhar e fez seu pedido, tirou um livro da mochila e começou a ler. Natsu quis rir um pouco, quem em pleno século XXI comprava um livro daquele tamanho sobre astrologia? Algo falava para ele que precisava se aproximar. Deu graças ao lugar estar cheio e de propósito, entornou sua bebia, sujando toda a mesa que estava. Rapidamente levantou e fingiu estar um pouco envergonhado.

–Posso me sentar aqui?- perguntou com um sorriso simpático

Ela olhou para cima e assentiu com uma pequena risadinha, como Lisanna costumava fazer. Natsu se sentiu um pouco intimidado, mas sentou ao lado da garota e respirou fundo. O perfume também era o mesmo.

–Qual seu nome?- arriscou, mas foi uma tentativa falha.

–Você não deveria sair por aí perguntando o nome das pessoas.-acusou, levemente irritada.

–Então, posso te chamar de Lis?- Natsu sabia que estava sendo sem noção, mas nunca teve tanta coragem em sua vida.

Com os olhos surpresos, e ainda nervosa, mirou o garoto, disse um pesado não e foi embora.

Natsu reconheceu que invadiu a privacidade da garota, mas queria olhar para ela novamente. Era como se Lisanna tivesse voltado para ele, com outros cabelos e olhos, mas com o mesmo sorriso.

Pensei que tinha te visto na "Battleship"

Mas era só alguem parecida

Ela era só uma ilusão de ótica

Sob a luz de atenção

Ela estava perto, perto o suficiente pra ser seu fantasma

Mas as minhas chances se foram

Quando perguntei se podia chamá-la pelo seu nome

:::::::::::::::::::::::::

No dia seguinte Natsu resolveu parar no mesma cafeteria, talvez pelo frio que fazia lá fora ou por ainda ter esperança de ver a suposta Lisanna. E assim se fez, após vinte minutos enrolando em um copo de café expresso, ela chegou. Parecia surpresa, não esperava encontrar Natsu novamente. No mesmo instante ele se levantou e andou até ela.

–Sobre ontem, peço que me desculpe, de verdade. Esse é o mês de aniversário de morte de uma amiga. - pediu perdão com a cabeça inclinada para baixo.

A loira disse que estava tudo bem, não tinha realmente se chateado com o fato ocorrido. Se apresentou como Lucy e ofereceu mais um café, como prova de que estava tudo bem.

Se aconchegaram no canto do Rusty Hook, em uma pequena mesa redonda com duas cadeiras de vime. Uma garçonete os atendeu prontamente, saindo da mesa com um pedido de um café gelado e um chocolate quente com avelãs.

–Está tudo bem? Você esta quieto desde que fizemos o pedido- Lucy perguntou balançando a colher dentro da xícara.

Natsu não tinha percebido a própria mudança, mas explicou que Lisanna não gostava de avelãs, dessa forma Lucy jamais poderia ser a sua antiga amiga.

Lucy afirmou que jamais poderia ser Lisanna, por mais que ele insista em comparar. Devia aceitar o fato de que sua amiga não estava mais entre eles. Natsu deu um leve sorriso, dando a entender que o assunto estava encerrado. Conversaram por algumas horas sobre coisas do dia a dia, Lucy explicou seu interesse por astrologia e seres mágicos, ele admirava os lábios rosados de batom se mexendo.

Do lado de fora o céu escurecia, então acharam melhor partir antes que alguma neve os surpreendessem. A estação de metrô estava ainda mais vazia que o lado de fora e o frio não ficava para trás. O tempo passava ainda mais depressa e nada do metrô chegar. Natsu se aproximou de Lucy, dessa vez com mais cuidado, e tocou em seus lábios. A menina segurou em seu cachecol branco e com impulso o beijou, ele segurou em sua cintura e após o beijo se abraçaram. Natsu apoia seu queixo no topo da cabeça loira, inalava cada vez mais fundo o perfume.

Estavam tão perto e tão distante ao mesmo tempo. Lucy sabia que ele apenas a reconhecia como Lisanna, mas não se importava muito.

–Por favor, eu posso te chamar pelo nome dela?- sabia que poderia decepcionarar a garota, mas mesmo assim ousou.

Ela não respondeu e, por dentro, agradeceu por seu metrô ter chegado em exato momento.

:::::::::::::::::::::::::

Como rotina, depois da faculdade voltou ao Rusty Hook, mas dessa vez Lucy não estava lá, apenas um bilhete escrito com letra de computador.

"Não, você não pode me chamar pelo nome dela "

Seu corpo gelou por um instante só de pensar que ela não voltaria mais. Condenou a si mesmo por ter passado dos limites, deveria reconhecer que Lucy é Lucy e que Lisanna estava morta, o sorriso não pertencia mais a ela, muito menos o perfume. Era difícil, jamais esqueceria de uma garota tão incrível, mas a vida deveria continuar.

Os dias se passavam e não tinha mais notícias dela. Perguntava a garçonete que os serviu aquele dia e também ao jornaleiro que estava sempre do outro lado da rua, mas ninguém tinha visto uma mulher como nas descrições de Natsu.

Começava a acreditar que estava louco, Lucy poderia ser só um fruto de sua desprezível imaginação. Mas tinha medo, medo de esquecer aquele segundo rosto, aquele segundo sorriso, segundo perfume e primeira mulher.

Me diga onde é o seu esconderijo

Estou preocupado em acabar esquecendo seu rosto

E eu perguntei pra todo mundo

Estou começando a achar que te imaginei o tempo todo

Três semanas depois já estava desistindo, mas finalmente a viu entrando por aquela porta. Carregava um olhar leve e um braço engessado. Natsu se levantou e com rapidez a abraçou.

–Achei que não apareceria mais, achei que estivesse chateada comigo.

Lucy riu e negou, explicou que acabou caindo da escada da faculdade, quebrando o braço. Ela pediu desculpa e Natsu sorriu aliviado.

Como a chuva estava forte as pessoas da rua foram se abrigar dentro do Rusty Hook, criando um alto barulho de falas. Com o braço que estava livre, Lucy o puxou para fora do lugar, mesmo com o protesto dele.

Em um passo inesperado a garota o prende contra a parede com um beijo.

–Me desculpe, nunca mais irei lhe confundir com alguém.- proclama em uma das pausas.

Podia notar a felicidade nos olhos castanhos da menina.

– Eu realmente não deveria, mas, sim, você pode me chamar do que quiser.- sorri e retorna para o beijo apaixonado


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Notas finais do capítulo

Essa música não está na playlist que o Nyah! deu, como o desafio já acabou achei melhor escrever com as músicas que escuto. Espero que tenham gostado!



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