Vivendo uma canção escrita por Dessa_Soliman


Capítulo 14
Really Don't Care


Notas iniciais do capítulo

Décimo quarto dia de desafio. Eu ainda não sei como estou conseguindo acompanhar :S
Capítulo baseado na música Really Don't Care, da Demi Lovato. Não gosto muito dela, mas, é, a música me contagiou completamente hoje.... Tipo, maldito refrão viciante -.-
14/09/2014



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/541650/chapter/14

Jack não sabia bem o que fazer naquela situação. Ele quase se agarrou a Hiccup quando um drag queen passou a não descaradamente em sua bunda, e ainda deu um lambidinha nos lábios encarando-o longamente. Ele ficou tão assustado com aquilo. Era como se estivesse sendo estuprado somente pelo olhar. Aquela muvuca toda o assustava, e ele até que era fã de festas. Mas, aquilo, era completamente diferente de qualquer evento que já tivesse participado.

— Hic. — Ele chamou o amigo, que já tinha se engajado em um papo pouco ingênuo com outros dois garotos. — Hic.

O amigo virou-se para ele depois que chamou-o com força. Ele estava quase se agarrando ao amigo. Vendo a expressão assustada na cara de Jack, Hiccup despediu-se dos dois garotos e se afastou, levando-o pela mão para que não se perdesse no meio de tantas pessoas.

Afastaram-se um pouco do palco e Hic deu espaço para que o amigo pudesse respirar.

— Desculpe ter te arrastado para isso, Jack. — Ele não sentia-se realmente culpado, e Jack pode dizer isso pelo sorrisinho no rosto do amigo.

— Só me explique porque estamos aqui mesmo. — Ele se lembrava o porquê, mas queria que o amigo o lembrasse para não desistir da ideia e fugir.

— Para combatermos o preconceito. — Ele até mesmo podia pensar no amigo fazendo uma pose heroica. — E porque você é meu melhor amigo. — É, era por isso mesmo. Jack fora com Hiccup somente por ser seu melhor amigo. Ele prometeu, quando Hic se assumiu publicamente, que ele sempre estaria ao seu lado. Só não imaginou que isso significava ir com ele a um evento LGBT, poucos anos depois. — Além do mais, eu ainda espero o dia que você vai se assumir. Aqui é o lugar ideal. — Jack quase se engasgou com sua própria saliva. Por que diabos ele sempre falava aquele tipo de coisa?

Ficou tão vermelho que o amigo começou a rir da sua cara. Desgraçadamente. Forçando-se a segurar a barriga tamanho seu divertimento com o constrangimento do amigo.

— Não tem graça, Hic. Pare de brincar com a minha sexualidade. — Ele, na verdade, nem tinha muita certeza sobre o assunto, mas admitia ser hétero, pelo menos enquanto estava na dúvida. O que fazia o amigo sempre lhe encarar meio descrente.

A dúvida de sua sexualidade vinha desde o ensino médio, quando o amigo lhe contou sua escolha. Naquele dia, e nos seguintes até hoje, Jack perguntava-se como o outro tivera a certeza da sua preferência. Ele já pensara até mesmo em pedir ajuda para Hic, mas sempre voltava em sua decisão, e deixava o assunto oculto.

Agora, na faculdade, já perdera as contas de quantas vezes defendera a sexualidade do amigo de otários preconceituosos. Na faculdade... E ainda tinham de conviver com idiotas bundões. É, bela vida a deles.

Mas ver Hic se divertindo foi o suficiente para começar a se soltar um pouco. Aproximaram-se do palco novamente, onde alguém cantava uma música agitada que fazia com que todos vibrassem junto. E com eles não foi diferente.

Ao contrário de Hic, Jack não conhecia muito do pop. Ele gostava de rock, e suas preferidas eram clássicas dos anos setenta e oitenta. Mas ele conseguiu acompanhar facilmente os refrãos, por serem sempre os mesmo. E ainda havia músicas da modinha que ele ouvia às vezes, na rua, na rádio, ou com seu melhor amigo mesmo. E os dois cantavam e pulavam como dois idiotas, tentando acompanhar o ritmo da música e da histeria coletiva.

Aquilo era empolgante.

Alguém puxou Jack e começou a assustá-lo, novamente, com palavras de baixo calão, assediando-o. Ele não soube como reagir, e logo sentiu outra mão em sua cintura. Ficou mais tranquilo quando viu que era Hic.

Ele nunca tinha pensado muito em como seu amigo crescera, chegando a passá-lo alguns centímetros. E em como ele ficara forte trabalhando com o pai.

Jack sentiu-se até mesmo envergonhado naquela situação.

— Desculpa, cara. Essa belezinha aqui já tem dono. — Hic segurou-o com mais força pela cintura, e Jack pode ver que ele estava sério, mesmo que sua frase fosse acompanhada de um sorriso de lado. Eles se afastaram quando o cara disse que era para ele cuidar melhor das suas coisas.

E, por segundos, Jack ficou com Hic abraçado em sua cintura. Ele se sentiu bem, apesar de tudo. Aos poucos, voltaram a dançar e cantar com as músicas. E logo estavam agitados novamente e davam risada do ocorrido, mas aquilo mudara um pouco sua concepção sobre o amigo. Sempre pensou nele como delicado e ingênuo. Como um menino fofo que ele fora, até o ensino médio.

Hiccup sempre fora uma criança franzina e desajeitada. Ele lembrava de que o garoto tivera até mesmo um desenvolvimento biológico lento. Foi durante o ensino médio que ele mudara, drasticamente. Crescera e começara a ganhar massa muscular.

Mas, agora, na faculdade, o Haddock era um homem lindo. Ele continuava com aquele porte físico ideal, mas também desenvolvera muito sua personalidade, deixando de ser aquele menino sempre tímido. Diferente de Jack, que estabilizara na personalidade brincalhona e no porte físico invejavelmente desleixado e seco. Tábua, mesmo. Segundo Hic, em seus momentos viadagens, tábua com uma bunda linda. Jack sempre ficava indignado.

Mas, voltando ao agora, naquele evento, via que o moreno se destacava como alguém forte. E não era só a estatura que o amigo adquirira. Era um conjunto de coisas. Suas atitudes, seus movimentos, suas palavras. Um conjunto complexo e excitante.

E Jack se viu puxando Hic pela gola da camisa xadrez e o beijando. Depois de uns segundos de surpresa, ele sentiu seu amigo abraçando-o e retribuindo o beijo. Com vontade. Com calor. Com desejo.

E quando se separaram, Jack pagou-se encantado com os olhos verdes do amigo, e a pegada forte, e o jeito determinado, e carinhoso. Não delicado, mas carinhoso. Ele quase podia dizer que nenhuma garota o fizera ficar tão extasiado antes. Em um beijo. Um único beijo.

— Eu estava pensando, que tal uma pizza depois? — Hiccup sussurrou contra os lábios de Jack, que sorriu, assentindo. Eles voltaram a se beijar, e algumas pessoas ao redor deles começaram a assobiar em aprovação.

Jack, mais tarde, pensou: "Maldito movimento LGBT". Um movimento que desencadeou seu desejo pelo amigo e que definiu de vez sua sexualidade. Ele era Hicssexual, era essa a definição certa.

O que soaria estranho para qualquer pessoa, mas que fazia Jack sorrir feito um idiota enquanto ele esperava seu, agora, namorado em frente ao bar da faculdade para poderem irem para casa. Sexta-feira, sua casa, pizza, filmes e namorado.

A combinação perfeita depois do final de semana em um evento LGBT e uma semana estressante de aulas, trabalhos e provas.

Jack ia aproveitar ao máximo sua sexualidade definida com seu namorado.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Na verdade, como deu para perceber, nem me baseei muito na música. Foi mais no ritmo dela e no clipe. Porque eu achei o clipe muito legal. E seu cabelo estava incrível, Demi, parabéns.
Então, eu gostei do capítulo, e espero que vocês também gostem.
Gêmeo, nós ainda vamos num movimento LGBT u.u
até



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Vivendo uma canção" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.