Não consigo deixar de te amar. escrita por Natalie


Capítulo 15
Oceano


Notas iniciais do capítulo

Só sei viver se for por você...



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Os alunos da Emory University se aglomeravam para subir ao ônibus; já se passava da meia noite, e o diretor da universidade havia anunciado o fim da festa.

Daryl e Carol permaneceram juntos o máximo de tempo que puderam, até a amada precisar embarcar de volta para o campus.

— Então... Você tem que ir mesmo... — O caipira sente seu coração doer, enquanto aprecia os dedos entrelaçados dela nos seus.

— Sim. — Carol lhe diz, abatida.

O tempo passara terrivelmente rápido; aquela havia sido a melhor noite para ambos em muitos meses.

Um por um, os ônibus saíam de volta para seus destinos.

— Até logo, Daryl Dixon. — Ela o abraça forte.

O homem sorri para ela; divertia-o quando seu nome e sobrenome eram pronunciados por sua amada.

— Te vejo em breve. — Ele sussurra em seu ouvido, a voz rouca de emoção.

Suas mãos permanecem entrelaçadas às dela até que já não é possível mais segurá-las. Carol Dixon embarca no ônibus, deixando Daryl com um sorriso medianamente triste, observando-a partir mais uma vez.

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Os dias que antecedem ao encontro de Daryl e Carol, são carregados de tensão.

O caipira refletira que não precisava nunca mais voltar àquele emprego descartável, mas o fato de ter sido justamente aquele departamento que o levara de volta à Carol, o fez mudar de ideia, pelo menos a curto prazo.

O feriado do Dia de Ação de Graças se aproximava, e Carol se assustava com a possibilidade de confrontar sua mãe neste dia; Daryl havia recomendado à ela que mantivesse segredo à Janine, enquanto não se encontrassem novamente.

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O caipira se encontrava no escritório imaculadamente branco de Brian Blake.

O Dixon trabalhara sem reclamar durante toda a semana, e agora reunira coragem para pedir ao chefe tirano, uma folga merecida. Seu plano era contrariar a tudo e a todos, indo até a Emory University para ver seu grande amor.

Assim que seu corpo perdera o calor do corpo dela, ele se sentia só e deprimido novamente.

Sua abstinência para tomá-la nos braços novamente, era incontrolável.

— Dá pra me dispensar na sexta-feira? — Daryl começa, sem jeito.

Brian sorri, aparentemente se divertindo.

— Se você fizesse um pedido mais formal, eu podia até pensar na proposta.

O Dixon suspira; antes mesmo de entrar naquela sala, sabia que não conseguiria o que queria tão fácil assim.

— O senhor... — As palavras tinham um gosto amargo para ele. — Poderia me dispensar na sexta?

Blake estreita os olhos.

— Acho que não é o suficiente. Seja mais convincente.

O jogo do homem era tirar toda a calma do funcionário, e sabia que não demoraria muito mais para Daryl perder a razão.

— Você quer o quê? Que eu me ajoelhe? — Ele pergunta, cético.

O chefe considera tal possibilidade, sorrindo falsamente para o Dixon.

— Talvez eu queira.

Nem fodendo.

Daryl respira fundo e pergunta finalmente.

— Ouça, vai me dispensar ou não?

— Não! — Brian zomba, como se só por Daryl acreditar que ele iria dispensá-lo fosse uma piada.

O Dixon encara o chão por alguns segundos e caminha em direção à porta.

— Alguma vadiazinha universitária fisgou você naquele dia? — Brian dispara, agora sentado confortavelmente em sua poltrona de couro.

O coração de Daryl se acelera; não seria fácil ignorar o rumo que a conversa estava tomando.

— Sabe, é interessante o fato de você ter ficado para trás aquele dia. — Blake mexe em seus papéis. — Qual é. Alguma delas com certeza te arrastou pra algum canto. — Ele sorri, presunçosamente. — E ah, se foi uma daquelas mais velhas, homem, você tirou a sorte grande. Elas são umas vadias muito gostosas, principalmente uma tal de Carol... Williams.

O homem mal termina a frase, e Daryl segue até a poltrona, muito rapidamente, acertando mais uma vez o rosto de Brian, dando vários golpes de uma vez.

A fúria o domina, e ele mal percebe os homens que chegam ao redor para separá-lo de um Brian agora ensanguentado.

Suas mãos estão cobertas de sangue, e feridas são bem visíveis nos dedos do caipira.

Ele é segurado por Joe e Jeremy, enquanto ouve o som de uma sirene do lado de fora do departamento.

A polícia estava envolvida.

Oh, merda.

#

Daryl Dixon acorda e sente uma pontada de dor nas costas; ele não se lembrava como havia parado naquela cama de colchão mofado e paredes tão horripilantes.

Isso parece ser... Não!

As grades desgastadas pela ferrugem da pequena cela eram tudo que ele enxergava agora.

Merda! Merda! Merda! Merda!

Ele passara a noite em uma cela!

O desespero o aborda, e as lembranças da discussão com Brian Blake lhe trazem respostas.

Daryl o atacara só pela simples menção ao nome de Carol. Ele percebera tarde demais que não era a sua Carol.

O que a verdadeira Carol... Sua Carol Dixon pensaria dele quando soubesse que fora parar na delegacia?

Justo quando as coisas finalmente iam se resolver... Mas que porra!

O homem dirige uma pancada com toda a sua força nas grades da cela, furioso.

— Alguém pode vir aqui? — Ele grita.

Nenhuma resposta.

O caipira vislumbra a minúscula janela que há ao seu lado; não devia ser mais do que seis da manhã.

O feriado do Dia de Ação de Graças seria dali três dias. Ele jamais conseguiria sair daquele lugar antes que Carol ficasse sabendo.

O Dixon sente o desespero aumentar em seu peito ao imaginar a primeira reação de sua mulher; ela tiraria conclusões precipitadas e nunca mais o procuraria? Ela viria até aqui?

A dúvida o queimava por dentro.

...

Os pensamentos doentes de desespero que dominavam a mente do Dixon predominaram pelas duas horas seguintes.

De tudo que há na terra, não há nada em lugar nenhum. Não há nada longe de você.

Me faz feliz, Carol, porque eu te amo. Me esqueço que amar é quase uma dor... Só sei viver se for por você! — Era o que o caipira tinha pensado em falar para ela quando visitasse a Emory University.

Meu amor, semelhante a um oceano... As pessoas veem onde ele começa, mas nunca veem onde o mesmo termina...

Jamais terei a chance... Acabou...


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Notas finais do capítulo

Nossa, eu me sinto uma bruxa. Como de uma hora para outra eu acabo com a felicidade de Daryl tão de repente?
Por favor, não me matem, não me xinguem, não me critiquem... mas estamos apenas na metade do desafio, eu não podia deixar com que esses dois se resolvessem tão cedo.
Por favor, não me odeiem! :( Aguardem até amanhã. Aguardem até os próximos, eu farei cada leitor feliz. Amo vocês! Não me odeiem!