Não consigo deixar de te amar. escrita por Natalie


Capítulo 16
Chasing The Sun.


Notas iniciais do capítulo

É como se o relógio estivesse sempre correndo...



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Dois dias.

Dois dias para o feriado de Ação de Graças.

O humor de Carol não podia estar em maior desordem.

A felicidade de ter Daryl consigo outra vez era insuperável; a jovem sofrera muito com o afastamento.

Novamente a felicidade....

Todavia, uma voz que vinha da parte mais profunda de seu âmago, lhe dizia para ter cuidado desta vez. Ela tinha quase total certeza de que Daryl não aprontaria mais nada, mas mesmo assim, se preocupava.

Se preocupava com o fato de Axel procurá-lo novamente e tudo começar outra vez, e na pior das hipóteses, seu grande amor se encrencar com a justiça.

O temperamento de Daryl Dixon sempre fora muito impaciente. Claro que com Carol ele era sempre tolerável, agradável e cavalheiro, mas seu equilíbrio para com outras pessoas era duvidável.

#

— Mas que porra, será que eu tenho direito de usar o telefone? — Daryl pergunta ao delegado.

— Você é casado? Tem filhos? Mãe? Pai? — O Dr. Turner lhe pergunta.

— Sou casado. — Daryl mente, mesmo sabendo que faltaria — ou faltava — pouco para assumir novamente o matrimônio com Carol.

— É mesmo? — O delegado assume tom irônico. — Não é o que conta na sua ficha.

O homem, com seu físico acima da balança, cabelos ralos e nariz miúdo, examina a papelada do Dixon.

— Ora, ora, ora. — Ele sorri. — Sua mulher te largou e você não percebeu?

Suas mãos gordas mostram para Daryl as palavras “estado civil: divorciado” em negrito na pasta.

— Eu posso ou não posso usar o telefone? — O caipira respira fundo, com uma calma que não pertencia a ele.

— Para quem vai ligar?

— Isso não interessa. — Daryl já começara realmente a perder a paciência.

Lentamente, o tal Dr. Turner se levanta, conduzindo Daryl até o aparelho de telefone que fora pregado na parede.

Assim que o impertinente delegado se afasta, discou o número de Carol.

Daryl com toda certeza preferia dar-lhe a notícia, do que deixá-la saber por outra pessoa.

O telefone chamou sete vezes antes de cair para a caixa postal.

Merda!

O caipira tentou por vezes ligar novamente, mas não obteve sucesso; Carol não atendera nenhuma vez.

Agora estou definitivamente fodido. Acabou.

A visão de Carol com a decepção estampada no rosto em não vê-lo em sua casa no dia do feriado, era agonizante para ele.

Tinha medo até de perguntar quando, ou até mesmo se seria liberado.

Ao tentar uma última e inútil tentativa de falar com Carol, ele se encaminha para sua cela novamente. Antes de Dr. Turner se afastar após trancá-lo, o caipira pergunta, hesitante:

— Quando vou sair daqui?

O homem pensa por um momento.

— O scr. Blake não está nada satisfeito. — As chaves balançam em sua mão. — Quebrou o nariz e pede uma indenização em troca de sua liberdade. Você tem dinheiro para isto? — Ele arqueia as sobrancelhas.

— Não. — Daryl murmura, derrotado.

E pensar que cheguei tão perto, pra acabar assim...

#

Com a chegada do feriado, os trabalhos para a faculdade estavam uma loucura com a quantidade; Carol mal tinha tempo para se respirar em paz. Sempre lendo ou estudando uma coisa ou outra.

Sua amizade com Andrea estabelecera um padrão bastante agradável. Se encontravam sempre que possível para almoçar. Para Carol, a loura era bastante agradável.

Não contara ainda o ocorrido na festa de formatura; apenas disse para Andrea respeitar e dar-lhe um tempo, o que foi conseguido com bastante sucesso.

Ninguém tocava no assunto, tudo ia bem.

— É como se o relógio estivesse sempre correndo! — A loura dizia, sempre que encontravam um tempo para conversar.

— De fato, ele está. — Carol respondia, animada.

Faltava apenas algumas horas para finalmente partir do campus; ela nunca havia ficado tão animada para voltar para casa.

Em busca da felicidade...

Se eu tenho amor dele, sou abençoada, eu sei.

Tudo que a jovem deveria fazer era agarrar essa nova oportunidade e aproveitá-lo ao máximo, prolongando o momento.

Correndo atrás do sol... Sendo abençoada mais uma vez pela felicidade de viver novamente nos braços dele. — Ela pensava.

#

Faltando apenas um dia para o feriado tão aguardado, Daryl Dixon pede novamente para fazer um telefonema; Carol atenderia desta vez. Ou isto, ou era realmente o fim de tudo.

Com as mãos trêmulas de expectativa, ele disca o número da amada pela milésima vez.

Após chamar quatro vezes, finalmente a voz doce da Edwards lhe chega aos ouvidos.

— Alô?

— Carol... Carol, sou eu.

— Daryl? Oh, Daryl! — Ela sorri do outro lado da linha. — Oh, me perdoe se não o atendi, está uma loucura para me organizar e voltar para cidade, sabe...

— Carol... Carol, espere. — Ele a interrompe. — Estou com problemas.

Silêncio. O sorriso em seus lábios desaparece.

— Que tipo de problemas? — Ela responde, cautelosa.

Daryl não consegue encontrar sua voz para contar à ela.

— Estou...

— Daryl, você está bem? Está ferido? — Ela grita, estridente.

— Carol, estou... detido. — Ele responde.

O silêncio assombroso indicava para ele, o quanto Carol se abalou pela notícia.

A ligação cai.

Carol não estava correndo para o sol e para a felicidade.

Não mais.

Tudo que conseguia sentir e enxergar era uma tempestade levando seu ânimo para longe.


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Notas finais do capítulo

Ui. Carol rebelde, nem pra deixar o homem se explicar... hmmmm. Vamos ver no que vai dar.
Espero que tenha gostado! Beijos, amo vocês! ♥