Não consigo deixar de te amar. escrita por Natalie


Capítulo 13
Só hoje.


Notas iniciais do capítulo

Hoje eu preciso te abraçar... Sentir teu cheiro de roupa limpa... Pra esquecer os meus anseios



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/541592/chapter/13

Carol Edwards sentiu como se seu coração fosse pular para fora do peito. Um misto de alívio e confusão por ver Daryl Dixon outra vez tomou conta de seus sentimentos e emoções.

Seus olhos focavam apenas seu homem; ligeiramente curvado e tímido.

Ela jamais pensara que o encontraria justamente ali, naquele lugar e naquele instante.

Não sabia se deveria levantar daquela mesa, deixar tudo para trás e tocá-lo, ou simplesmente esquecer que o vira.

O tempo se esgotava, e rapidamente Daryl chegaria à portaria; Carol receava nunca mais ter uma oportunidade como esta.

— Então é ele? — Andrea lhe pergunta, tímida.

Carol apenas assente com a cabeça, nervosa.

Seus olhos alternam entre a portaria e a figura que se aproximava dela.

Ir atrás dele ou esquecer? A dúvida a corroía por dentro.

Não seja covarde, Edwards.— Ela disse a si mesma.

Carol respira fundo, e diz nervosamente à Andrea:

— Se me der licença... — Ela se afasta rapidamente da mesa, antes que a coragem a abandone.

Disfarçadamente caminha até a portaria, mas fazendo um caminho diferente do de Daryl, para chegar antes do caipira.

A jovem dama alcança a entrada do lugar, e olha ansiosamente para a sombra que caminha em sua direção.

Suas pernas estão bambas; seu coração está batendo absurdamente forte e suas mãos estão geladas.

Oh meus Deus...

O rosto do Dixon entra em seu campo de visão e Carol prende a respiração.

No momento em que os olhos do caipira registram a ex mulher à sua frente, ele se desespera.

A dor é vista claramente em sua expressão; a angústia o atormentando a cada batida desenfreada de seu coração.

— Daryl... — Ela chama seu nome timidamente, olhando para o chão, incapaz de olhá-lo nos olhos.

#

Puta merda. Eu não acredito que ela tá aqui.

Daryl não registrava mais nada a seu redor; seus olhos eram só Carol.

Seu mundo era só Carol.

Sua voz era incapaz de sair; ele não conseguia sequer formar um pensamento plausível, quem dirá uma frase.

O que mais lhe doía, era estar tão perto com tanto a dizer, e simplesmente não conseguir se expressar.

O caipira desejava poder dizer-lhe que era apenas ele e que ela não precisava de toda essa proteção sentimental.

Como soldados feridos precisando de tratamento em um guerra. — Era exatamente assim que o Dixon se sentia em relação a seu coração.

Suas mãos estavam inativas, e tudo que ele desejava era poder tocar-lhe.

Todos os dias minha alma passa longe do que é estar bem. Tem que ter uma segunda chance, Carol. Por favor.

Ele suplicava para que seu olhar desse a entender a ela de que era isso que ele queria, mas seus olhos estavam tão confusos quanto os dela.

— Carol... eu... — Ele se cala, ao ver o vestígio de esperança nos olhos da amada.

O que aquele olhar queria dizer? Era como uma criança esperando os pais dizerem um ‘sim’ em resposta a um pedido especial.

Ela queria um pedido de perdão?

Agora? Nem fodendo. — Seu lado teimoso e nervoso o alfinetava.

Aquele encontro era embaraçoso demais; nada daquilo era para estar acontecendo, por mais que fosse a vontade de Daryl e Carol.

Nada poderia ser dito. As mágoas estavam colocadas contra ambos agora.

— Eu preciso ir... — Ele emite, desesperado para sair dali.

Carol segura em sua mão.

O tempo parecia ter parado no momento em que se tocaram outra vez, e no Universo inteiro parecia que só havia o coração dos dois batendo fervorosamente.

— Você não pode ir, Daryl. — Ela sussurra, com os olhos marejados de lágrimas.

Ao ouvir tais palavras, o coração petrificado e sofrido do caipira derrete completamente.

Quando foi que você ficou tão maricas, Dixon?

— Por que não? — Ele responde, de costas para ela. — Você já tem...

Carol aguarda pacientemente o homem terminar.

— Tenho o quê? — Nenhuma resposta. — Olhe para mim!

— Você já tem outro macho! — Ele a acusa, incapaz de se controlar.

As palavras surpreendem a mulher.

— Daryl... eu não tenho ninguém! — Ela responde, virando o corpo do caipira para poder ver sua expressão insondável.

Janine estava mentindo. Janine estava mentindo. Janine estava mentindo.

Completamente sem fala, o olhar do Dixon era de interrogação.

Carol balança a cabeça e vira as costas para o caipira, caminhando para longe.

Daryl percebeu que seu acesso de loucura não agradou nada, a mais jovem.

— Não vá. — Ele suplica, segurando em seu braço, delicadamente.

— Você não foi atrás de mim! Não teve a consideração de me enviar nem um pedido de desculpas! — Ela dispara, agora com as lágrimas correndo livremente por suas bochechas.

O caipira faz uma careta, ao vê-la em agonia.

— Eu mandei dezenas de cartas pra você! Dezenas de cartas com mais que uma porra de um pedido de desculpas! — Ele vocifera, agora com o rosto muito próximo ao da amada.

— Eu não recebi nenhuma! — Ela reclama.

As pessoas já estavam começando a olhá-los.

— Fui até a sua casa. — Ele sussurra.

— O quê? — Ela responde, chocada.

— Eu fui até lá... Sua mãe disse que... Você... — Ele hesita. — Ah, não importa.

Instantaneamente, os dois corpos se aproximam, os olhos hipnotizados pelo olhar do outro.

Daryl está impossibilitado de falar; a confusão de sentimentos dentro de si o impede de demonstrar qualquer reação.

— Diga, Daryl.

— Ela disse que... Você já tinha... Outra pessoa... — Ele admite.

— E você se importa com isso? — Ela pergunta, pressionando-o.

A pergunta o surpreende.

Mostre para ela que você é um homem de verdade.

Diga a verdade! — Sua consciência lhe alertava.

Porém, o lado orgulhoso do homem o fez recuar. Ele estava cansado de sofrer, de ser o capacho de todos, de ser o brinquedo.

O que ganharia em admitir a verdade?

O amor de Carol de volta? Talvez.

Mas e se ela já o esquecera? Ele só faria papel de bobo.

— Não. — Daryl finalmente responde.

A mentira era tão grande, que sua expressão denunciou na mesma hora a farsa.

— Eu já imaginava. — Carol dispara.

Os dois ficam por alguns segundos apenas olhando um para o outro, perdidos em pensamentos.

— Preciso mesmo ir. — Ele declara, olhando para além de Carol.

Rapidamente, seus pés o levam para o ar frio da noite, longe de toda a música.

— Vá, fuja! Faça como sempre fez! — Carol grita, seguindo-o.

— Eu não fujo de nada! — Ele se vira em direção à ela, enfurecido. — Eu saí daquelas malditas apostas esperando que você voltasse!

A confissão apanha a mulher e até mesmo o caipira de surpresa.

— Oh... Eu não sabia...

Daryl fecha a cara, e cruza os braços para esconder as mãos trêmulas.

— Me desculpe. — Ela murmura, baixinho.

Não se renda...

O pequeno corpo da doce Dixon está a menos de vinte centímetros do corpo de Daryl.

O caipira descruza os braços e engole em seco, nervoso.

— Eu só queria que... — Sua voz sai rouca.

Carol consegue sorrir, e sussurra:

— Diga. Não tenha medo.

Silêncio.

Dane-se.

Seu corpo avança para cima do corpo dela, e a abraça com toda a força que consegue.

O cheiro de roupa limpa e o perfume maravilhoso da amada o faz esquecer todos seus anseios instantaneamente.

Só por hoje, podiam esquecer seus problemas.

Só por hoje, poderiam esquecer da separação.

Só por hoje podiam se entregar ao sentimento e dizimar a saudade e a dor que guardavam em seus respectivos corações.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

QUASE MEIA NOITE! Gente, eu estava desesperada com medo de perder o capítulo de hoje! OH MY GOD! Socorro! Estou tirando um grande peso das costas agora que postei! Espero que gostem do reencontro! Amo vocês! Obrigada pelos comentários maravilhosos!
QUASE PERDI O CAPÍTULO DE HOJE! A FICHA AINDA NÃO CAIU.